O primeiro HOT SUV do Brasil! E o primeiro da Abarth no mundo. Mas será que faz sentido "apimentar" um SUV, numa carroceria que é quase uma antítese de carros esportivos? No Brasil, sim. Pouca gente pode ter um SUV pra família, um hatch para o dia a dia e um carro esporte para se divertir num track Day. Nesse contexto, o Pulse Abarth é um produto muito competente.
Tem a altura maior do solo que o caracteriza como SUV, pero no mucho, já que é 3,3 cm mais baixo que o Pulse comum, tem suspensão 13% mais rígida, o que melhora estabilidade sem deixar o carro quicando nas ruas 'lunares' do nosso país, tem entre eixos curto para fazer curvas rápidas com mais competência, sem comprometer demais o espaço interno e tem um porta malas, digamos, razoável, e aí sim ele peca como SUV, mas permite levar alguma bagagem, ao contrário de outros esportivos.
Na prática ele permite um pai ou mãe de família atender quase todo mundo, inclusive a si mesmo. Leva os filhos na escola e vai trabalhar com um bom consumo e sem sofrer em ladeiras. Vai ao supermercado e descobre que o porta malas pouca coisa maior que o do Argo faz dele o pior SUV para levar bagagem. Terá problemas também ao viajar com a família, se tiver mais de um filho será uma briga acomodar as malas.
Mas a viagem será segura e divertida, a cada saída de pedágio vai poder brincar de colar a família nos bancos ao ronco do 1.3 Turbo. Em segurança, porém, deixa a desejar com apenas quatro Air bags e freios a tambor atrás. Alguns dirão que os freios dianteiros maiores dão conta do recado, e na maior parte das vezes dão mesmo. Mas se numa emergência não cumprir seu papel, já mostra que o ideal era mesmo serem a disco atrás também. E a gente sabe disso, bola fora da Fiat.
Outro ponto negativo é o espaço interno, que não é recomendável para famílias de grande porte. Como tenho 1.95m, o espaço atrás de mim ficou bem limitado, suficiente para uma criança apenas. Porém, os 2,53 metro de entre eixos deixam a estabilidade ainda mais aguçada.
E nos fins de semana o pai ou mãe de família poderá levar o Pulse Abarth para o autódromo e não fará feio. Leve, potente, estável e seguro, poderá render horas de diversão e deixar muito carro preparado no chinelo. Inclusive Hot hatches recentes como Polo GTS e Sandero RS. Seu motor 1.3 turbo de quatro cilindros rende 185 cv no etanol, 180 na gasolina e 27,5 kgfm de torque em ambos combustíveis a apenas 1750 rotações. Pesando apenas 1281 kg, tem um dos melhores peso/potência do mercado nacional, 6,92 km/cv somente. E o peso/torque então, são parcos 46,6 kg/kgfm, o que se traduz em arrancadas dignas de carro esportivo, ainda mais com o eficiente botão "Poison" ativado. Eu já tinha ficado impressionado com o botão Sport no Pulse Impetus com motor 1.0, o quanto ele muda o comportamento do carro, e o mesmo se repete no Abarth, com alterações significativas no mapa do motor e na gestão das marchas e até o ronco fica mais grave. O 0 a 100 em 7,6 segundos parece até menos com tudo no máximo!
Enfim, o Pulse Abarth inaugura a categoria de HOT SUVs com honras, porém não tem isenção para PCD. E aí fica minha pergunta, PCD não pode se divertir? Toda linha Pulse tem mas o Abarth não. Mais uma bola fora! Fica nosso apelo para que seja incluído na isenção de IPI para PCD. Com um dos melhores índices de custo/diversão do mercado nacional, não é difícil conviver com os poucos pontos negativos do modelo. E a cadeira de rodas pelo menos fica firme no porta malas diminuto, nem precisa retirar na hora do track day!