terça-feira, 31 de outubro de 2023

HR-V Touring, o SUV quase perfeito


Será que existe o carro perfeito? Já testei mais de cinquenta modelos e ainda não o encontrei. Mas alguns passam perto. É o caso do HR-V Touring 1.5 turbo CVT. Ele tem design moderno, motor forte e econômico, boa ergonomia, conforto e acabamento de qualidade, muita tecnologia embarcada e itens de segurança ativa e passiva, bom espaço interno com soluções para vários tipos de acomodação, é gostoso de dirigir e delicioso de viajar. Mas claro, não é perfeito.
 

O porta malas é muito pequeno para um SUV, mas pelo menos tem acionamento elétrico, falta sensor de ponto cego e tráfego cruzado e a mídia poderia ser maior e mais moderna. E o preço, bem, se os carros básicos estão caros, os topo de linha tem preço quase proibitivo. Por R$ 195.800,00, e para PCD por R$ 183.199,13 o HR-V Touring parece caro demais, mas olhando para a concorrência nessa faixa de preço é um dos que mais entrega. Mas poderia ser bem mais barato.


Que tal o HR-V? Acha que é isso tudo mesmo ou eu que me empolguei demais?

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Corolla Cross XRX Hybrid, um dos SUVs mais econômicos do país


Será que o Corolla Cross XRX HYBRID, a versão topo de linha do SUV médio da Toyota que custa 210 mil entrega tudo que se espera de um veículo Premium de uma marca tradicional? Conforto, segurança, desempenho e principalmente, por ser híbrido, economia de combustível? Testei o modelo por uma semana e gostei no geral mas tive algumas decepções.


A ergonomia é muito boa, banco do motorista tem ajuste elétrico e apesar de faltar ajuste lombar é fácil encontrar uma boa posição para dirigir. A chave presencial com sensor na porta facilita a entrada mas eu esperava mais da chave, é simples e não tem nem abertura do porta malas, e nele senti falta de abertura elétrica.


O interior tem excelente acabamento, tem painel digital bem completo com mostrador específico do sistema híbrido, o que facilita gerenciar consumo. Por falar nele, esse é o maior chamariz do modelo. Pelo Inmetro faz 11,8 km/l com etanol na cidade e quase 10 na estrada, porém na prática foi o inverso, fez em torno de 10 na cidade e chegou a mais de 17 na estrada! Além do consumo excelente, esse modelo escapa do rodízio em São Paulo por ser híbrido.


O modelo vem ainda com teto solar que traz amplitude e luz pra cabine. Mas o espaço interno é aquém do esperado para um SUV médio, são apenas 2,64m de entre eixos, 6 cm a menos que o irmão sedan, que na prática limita o conforto dos passageiros de trás. O porta malas de 440 litros, apesar de menor do que do sedan, permite acomodar grandes volumes devido ao formato, acomoda bem uma cadeira de rodas montada.


Em tecnologia senti falta de carregador de celular por indução, Auto Hold, que segura o veículo em paradas, e a função stop & go para o ACC. Pelo menos tem o piloto adaptativo com assistente de manutenção em faixas. Ajuda no conforto e viagens, e os sete Air bags tranquilizam os passageiros.


O ponto mais negativo do Corolla Cross é o freio de mão com acionamento no pé, que pega mal num modelo topo de linha que custa mais de 200 mil. Para PCD essas são as maiores desvantagens, freio de mão e preço elevado, que não permite isenção nem de IPI.


No fim das contas é um SUV econômico, confortável e seguro. Mas desanima pagar tanto e conviver com as defasagens. Que acha?



Nissan Leaf, um dos poucos hatches médios elétricos do mercado


Bora salvar algumas folhas? O Nissan Leaf, que significa folha em inglês, é o hatch médio totalmente movido a eletricidade da montadora japonesa. Importado do Reino Unido, chega ao Brasil em configuração única ao preço de 298 mil, tendo como único opcional a cor, sempre com teto preto. O Leaf foi um dos primeiros carros elétricos a aparecer no mercado nacional, e a Nissan já tentou emplacar o modelo com várias ações, incluindo na frota de táxis do Rio e como condução nas olímpiadas, por exemplo. Apesar de ser muito bem vendido fora do Brasil, por aqui raramente fica nos top 5.


Qual será o defeito do modelo? Fiquei com ele uma semana e consigo entender parte da equação. Primeiro ponto negativo do modelo é o freio de mão no pé. Sistema antiquado e que nunca agradou brasileiros, é difícil entender sua presença num modelo elétrico. A Ergonomia é prejudicada pela falta de ajuste de profundidade no volante, e para os passageiros de trás existe um túnel central enorme que atrapalha quem vai no meio. 


O plugue de carregamento já foi outro problema, solucionado nessa geração com adoção de duas saídas na frente do carro, a Chamode e a tipo 2, mais usual no Brasil. O outro "defeito" do carro é o preço. Trezentos mil reais é bem salgado, ainda mais com a chegada dos chineses neste ano por metade desse preço.


Apesar disso o modelo apresenta bons atributos como boa autonomia de 270 km, um painel de gestão da bateria que mostra o tempos variados de carregamento, bom porta malas e o curioso retrovisor central por câmera, que permite alterar a visão e até clarear à noite.


O espaço interno também é destaque, mas não tem saída de ar traseira nem porta USB. Mas tem aquecimento (!) dos bancos de trás!


O Nissan Leaf pode melhorar nos pontos negativos numa próxima geração, mas para se tornar competitivo no mercado de elétricos tem que cair muito no preço. Para PCD está longe de ser uma boa opção, tanto pelo preço quanto pelo freio de mão. Mas pelo menos cabe uma cadeira montada no porta malas!

#nissan #leaf #eletrico #hatch

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

Pulse Abarth, o carro que deu sentido ao termo HOT SUV


O primeiro HOT SUV do Brasil! E o primeiro da Abarth no mundo. Mas será que faz sentido "apimentar" um SUV, numa carroceria que é quase uma antítese de carros esportivos? No Brasil, sim. Pouca gente pode ter um SUV pra família, um hatch para o dia a dia e um carro esporte para se divertir num track Day. Nesse contexto, o Pulse Abarth é um produto muito competente.


Tem a altura maior do solo que o caracteriza como SUV, pero no mucho, já que é 3,3 cm mais baixo que o Pulse comum, tem suspensão 13% mais rígida, o que melhora estabilidade sem deixar o carro quicando nas ruas 'lunares' do nosso país, tem entre eixos curto para fazer curvas rápidas com mais competência, sem comprometer demais o espaço interno e tem um porta malas, digamos, razoável, e aí sim ele peca como SUV, mas permite levar alguma bagagem, ao contrário de outros esportivos.


Na prática ele permite um pai ou mãe de família atender quase todo mundo, inclusive a si mesmo. Leva os filhos na escola e vai trabalhar com um bom consumo e sem sofrer em ladeiras. Vai ao supermercado e descobre que o porta malas pouca coisa maior que o do Argo faz dele o pior SUV para levar bagagem. Terá problemas também ao viajar com a família, se tiver mais de um filho será uma briga acomodar as malas.


Mas a viagem será segura e divertida, a cada saída de pedágio vai poder brincar de colar a família nos bancos ao ronco do 1.3 Turbo. Em segurança, porém, deixa a desejar com apenas quatro Air bags e freios a tambor atrás. Alguns dirão que os freios dianteiros maiores dão conta do recado, e na maior parte das vezes dão mesmo. Mas se numa emergência não cumprir seu papel, já mostra que o ideal era mesmo serem a disco atrás também. E a gente sabe disso, bola fora da Fiat. 


Outro ponto negativo é o espaço interno, que não é recomendável para famílias de grande porte. Como tenho 1.95m, o espaço atrás de mim ficou bem limitado, suficiente para uma criança apenas. Porém, os 2,53 metro de entre eixos deixam a estabilidade ainda mais aguçada.


E nos fins de semana o pai ou mãe de família poderá levar o Pulse Abarth para o autódromo e não fará feio. Leve, potente, estável e seguro, poderá render horas de diversão e deixar muito carro preparado no chinelo. Inclusive Hot hatches recentes como Polo GTS e Sandero RS. Seu motor 1.3 turbo de quatro cilindros rende 185 cv no etanol, 180 na gasolina e 27,5 kgfm de torque em ambos combustíveis a apenas 1750 rotações. Pesando apenas 1281 kg, tem um dos melhores peso/potência do mercado nacional, 6,92 km/cv somente. E o peso/torque então, são parcos 46,6 kg/kgfm, o que se traduz em arrancadas dignas de carro esportivo, ainda mais com o eficiente botão "Poison" ativado. Eu já tinha ficado impressionado com o botão Sport no Pulse Impetus com motor 1.0, o quanto ele muda o comportamento do carro, e o mesmo se repete no Abarth, com alterações significativas no mapa do motor e na gestão das marchas e até o ronco fica mais grave. O 0 a 100 em 7,6 segundos parece até menos com tudo no máximo!


Enfim, o Pulse Abarth inaugura a categoria de HOT SUVs com honras, porém não tem isenção para PCD. E aí fica minha pergunta, PCD não pode se divertir? Toda linha Pulse tem mas o Abarth não. Mais uma bola fora! Fica nosso apelo para que seja incluído na isenção de IPI para PCD. Com um dos melhores índices de custo/diversão do mercado nacional, não é difícil conviver com os poucos pontos negativos do modelo. E a cadeira de rodas pelo menos fica firme no porta malas diminuto, nem precisa retirar na hora do track day!