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O hotel é bem grande e a região muito bonita. |
Hotel Fazenda por definição é um lugar mais rústico, portanto geralmente inóspito a quem tem mobilidade reduzida, principalmente se usar cadeiras de rodas. Mas alguns hotéis têm se arriscado a oferecer acomodações adaptadas e estrutura para receber cadeirantes.
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O estacionamento é todo em bloquete de cimento |
É o caso do Hotel Fazenda Lagoa Azul, no município de Esmeraldas, a 45 km de Belo Horizonte. Pesquisando onde passar o reveillon, como tínhamos apenas dois dias, já que minha esposa iria trabalhar no dia 30 e no dia 2, encontrei este hotel e liguei para saber mais. Me informaram que o hotel dispunha de quarto "com portas mais largas e mais espaço interno" e acesso a "quase todos" os ambientes. Como estou acostumado a encarar acessibilidade precária, nem perguntei sobre cadeira de banho, já que iria levar a minha.
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O quarto standard é muito grande, tanto que tem até camas para os filhos |
O caminho inclui 15 km de estrada de terra em bom estado, mas não há placas muito nítidas, porém pelo Google Maps é fácil chegar lá. Não há vagas específicas para deficientes mas os funcionários ajudam a encontrar uma vaga próxima à entrada, e se necessário auxiliam no desembarque. O estacionamento é calçado por bloquetes de cimento complicados para andar com a cadeira. Mas se parar ao lado da entrada lateral é possível desembarcar no piso liso.
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O banheiro é bem fraco em adaptações. Basicamente, só a barra dentro do box. |
A recepção é ampla mas não há balcão rebaixado, é bem alto e incômodo para cadeirantes. O quarto standard adaptado é muito grande e tem uma coisa difícil de se ver nesse tipo de acomodação: três camas, sendo uma de casal e duas de solteiro. É simples, há um pequeno frigobar, uma cômoda com gavetas, televisão e ar condicionado. A porta do banheiro é bem larga e passa a cadeira de rodas.
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O acesso ao restaurante é bom |
Os problemas começam no banheiro. Dá para fazer um jogo dos sete erros da acessibilidade com a foto dele. O espelho é muito alto. O banheiro é muito estreito, não passa a cadeira entre o vaso e a parede. Até a cadeira de banho é difícil colocar sobre o vaso, não dá para colocar a cadeira a noventa graus para transferir. Não há barras de apoio próximo ao vaso. A porta do box é apertada e tem um ressalto no chão. O suporte de sabonete é muito alto. E não há chuveirinho!! Esse para mim é o pior erro. Quarto adaptado para cadeirantes tem que ter chuveirinho.
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O espaço para circulação é razoável, e as mesas são boas para cadeirantes |
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No buffet há espaço para se servir, mas as panelas ficam muito altas |
O acesso ao restaurante é tranquilo, há rampa com antiderrapante e boa inclinação. No buffet, em fogão a lenha, há bom espaço de um lado, porém as panelas ficam em posição elevada, dificultando enxergar o alimento lá dentro. Do outro lado é possível entrar com a cadeira, mas só se volta de ré. As mesas tem pés paralelos e boa altura, boas para entrar embaixo com a cadeira.
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A rampa para acesso à área externa está bem judiada e a inclinação não é boa |
Ao sair para a área externa há uma rampa de cimento muito ruim, com inclinação acima da recomendada e cheia de buracos. Impossível subir sozinho. Para chegar até a piscina há dois caminhos, um de bloquete bem ruim e outro bom, de piso liso. Porém há um pequeno degrau, chato de subir na volta. Não há nenhum acessório que auxilie descer para a piscina ou voltar, é tudo na mão. Quem não tem força e uma estratégia para isso, tem que ser carregado.
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O acesso à piscina é bem ruim, bloquete e grama. |
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O acesso secundário à piscina é bom, mas tem um degrau para chegar lá. |
Há uma grande lagoa no hotel - que dá nome ao mesmo - que dispõe de pedalinho e waterball - aquelas bolas que se entra e são infladas. Tem também passeio de charrete em volta da lagoa, que é toda gramada com trechos em bloquete. Não dá para rodar por ali sem algum acessório, a cadeira trava o tempo todo.
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Em volta da lagoa há grama e alguns trechos com bloquete. Difícil rodar na cadeira, só com acessório. |
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A lagoa vista da sede é bem bonita, e ainda tem os pedalinhos. |
Em resumo, as adaptações são insuficientes para um cadeirante passar uma estadia tranquila principalmente por conta do banheiro apertado e sem chuveirinho. Se fosse maior, ajudaria bastante, seria mais usável com uma cadeira de banho. De resto dá para se adaptar, pois rodar pelas áreas externas com um acessório como o Freewheel é tranquilo. Se o cadeirante for aventureiro como eu, aí vale a pena, pois o lugar é muito bonito, o preço é razoável e os funcionários são solícitos e atenciosos.
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