segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Melhores porta malas de SUVs compactos para cadeirantes

Na hora de comprar um carro, quem usa cadeira de rodas para se locomover deve levar em consideração o tamanho do porta malas, pois levar cadeira de rodas, eventualmente uma cadeira de banho e ainda bagagem, precisa ter um espaço considerável. E os SUVs vem a calhar para os cadeirantes, pois seus porta malas costumam ser mais altos e a tampa do porta malas removível, o que possibilita muitas vezes colocar a cadeira de rodas sem desmontar, rebatendo apenas o encosto.
Porém o que dita se vai caber ou não a cadeira não é somente o tamanho, mas principalmente o formato. Os que são mais "quadrados" e  cujos plásticos que cobrem a tampa do porta malas não são muito volumosos, facilitam a acomodação de uma cadeira de rodas. Neste ranking eu elegi os melhores porta malas dos dez SUVs compactos disponíveis para PCD hoje no mercado nacional com isenção total, ou seja, de IPI e ICMS, baseado na experiência que tive ao fazer test drive em todos eles, quando pude testar com minha cadeira, uma TiLite ZR monobloco tamanho 44. Confira a lista, do melhor para o pior!

1- Renault Duster
O melhor SUV para acomodar uma cadeira de rodas é também o que tem o maior porta malas entre os SUVs compactos. O Duster tem 475 litros e cabe uma cadeira de rodas montada e ainda sobra bastante espaço para bagagem embaixo da cadeira e nas laterais. É um pouco alto, mas nada que dificulte a colocação e retirada da cadeira.

2 - Renault Captur
O segundo da minha lista é outro Renault, o irmão de porta malas e que tem também o segundo maior porta malas. São 437 litros e o formato ajuda para caber tranquilamente vários modelos de cadeira, deixando ainda um bom espaço para bagagens.

3 - Nissan Kicks 
O porta malas do Kicks tem as mesmas boas características do carro anterior, bom tamanho e formato. Por isso seus 432 litros acomodam com facilidade uma cadeira monobloco rebatendo apenas o encosto e ainda deixa um bom espaço em volta dela para levar bagagens. Além disso, a base baixa não demanda muito esforço para elevar a cadeira até lá dentro.

4 - Peugeot 2008
Apesar de não ser dos maiores (é o terceiro menor), com apenas 355 litros, o formato do porta malas do Peugeot 2008 favorece a colocação de uma cadeira de rodas, que mesmo sendo grande (tamanho 44 de largura) cabe inteira, rebatendo o encosto. Com a cadeira montada, o espaço embaixo dela e nas laterais pode ser melhor aproveitado. Por isso o SUV francês leva o quarto lugar.

5 - Chery Tiggo 2
Com 420 litros, o porta malas do Tiggo 2 está acima da média da categoria e oferece uma boa litragem, e ainda um bom formato, que permite colocar uma cadeira monobloco montada. Porém a base da tampa do porta malas é alta, o que dificulta a colocação da cadeira, sendo necessário elevar bastante a cadeira para colocar, e a mesma dificuldade aparece para retirá-la. Mas não dá para negar que sobra um bom espaço para bagagem.

6 - Jeep Renegade
Um dos pontos fracos do Renegade como SUV é a baixa litragem do porta malas, de apenas 320 litros, a menor do segmento. Porém, devido ao formato mais "quadradinho" da carroceria do Jeep, é possível colocar uma cadeira de rodas monobloco tamanho 44 retirando apenas uma roda e encostando-a no banco traseiro. E a roda retirada cabe facilmente atrás da cadeira, deixando um bom espaço embaixo e na outra lateral para bagagem. Cadeiras menores cabem inteiras! Por isto ele fica num bom sexto lugar.

7 - Hyundai Creta
Apesar de ter o quarto maior porta malas da categoria com 431 litros, seu formato e a cobertura plástica interna da tampa não ajudam na colocação de uma cadeira de rodas, sendo necessário desmontar as duas rodas e rebater o encosto. Com a cadeira nesta configuração, o espaço que sobre fica bem mais limitado para bagagem. Ainda assim, devido à boa litragem, o Creta encabeça a lista dos porta malas que só cabem cadeiras desmontadas.

8 - Volkswagen T-Cross
Com uma litragem modesta, mas expansível, o último SUV compacto para PcD lançado no mercado nacional tem como ponto fraco a litragem do porta malas. Mas seus 373 litros originais podem chegar aos 420 litros se a posição do banco traseiro for alterada. Ainda assim não cabe uma cadeira monobloco 44 montada, nem tirando apenas uma roda, e com as duas rodas sobre a cadeira o volume para bagagem fica reduzido.

9 - Citröen C4 Cactus
Empatado em último lugar em litragem com o Renegade, com 320 litros, o Cactus tem o mesmo problema do Tiggo 2 na hora de guardar uma cadeira, e, na verdade, qualquer bagagem: base da tampa muito alta, sendo necessário elevar qualquer coisa que for colocar lá dentro. E com uma litragem tão modesta, não sobra muito espaço além da cadeira. Só não fica em último lugar porque o formato permite deixar as rodas sobre a cadeira.

10 - Ford Ecosport
O quarto menor volume de porta malas entre os SUVs compactos, com 356 litros, não ajuda na hora de guardar uma cadeira de rodas. É preciso desmontar ela toda, e o formato não permite nem mesmo guardar as rodas sobre a cadeira, elas precisam ficar empilhadas, dificultando a visibilidade do motorista. A forma de abrir o porta malas, para o lado, ao invés de para cima, não ajuda na hora de guardar a cadeira porque pode dificultar ao estacionar em uma vaga para deficientes, estendendo o espaço necessário atrás do veículo. Por estes motivos, o Ecosport fica em último lugar no ranking.

sábado, 2 de novembro de 2019

Participação no Encontro com Fátima Bernardes

Falamos sobre a paternidade sobre rodas
Aparecer na Globo é um sonho de muita gente. Aparecer ao vivo, em rede nacional e ser entrevistado pela maior musa do jornalismo brasileiro, é um privilégio incalculável! E foi isto que aconteceu comigo e minha família no dia 29 de outubro! Tudo começou quando enviei uma mensagem para o programa através do site contando um pouco da nossa história e do meu dia a dia com os gêmeos. Depois de um mês e pouco a produção do programa me ligou chamando para participar ao vivo e mostrar o que representa a paternidade na minha vida, e como me adaptei para recebê-la. Resolvemos todos os detalhes por email, nos mandaram as passagens e fomos na segunda feira dia 28. Ficamos num hotel por conta deles e no dia um motorista nos levou cedo para o Projac. 
Fomos para o estúdio em um carrinho elétrico adaptado!
O tamanho do complexo impressiona, entramos pela portaria 3, e para chegar lá foram vários minutos rodando desda a primeira portaria. Nos identificamos, assinamos uma autorização para a entrada dos meninos e entramos. Logo ao entrar há um estacionamento de carrinhos elétricos, tipo aqueles de Golf, mas precisei esperar até buscarem o carrinho adaptado. Nele, subi com a cadeira, travaram ela no chão e seguimos para o estúdio. Nos receberam muito bem, mostraram o palco principal e onde ficaríamos. A estrutura da Globo é impecável, as pessoas muito solícitas e profissionais. A Maju, produtora da Fátima, nos recebeu muito bem, deu todas as orientações e nos deixou nos camarins, onde havia comida e bebida à vontade. Logo levaram a Gi para a maquiagem, depois eu fui, e aguardamos.
Bastidores do programa, a plateia e parte do estúdio
Faltando meia hora para começar o programa, a Maju nos levou para o palco. Ficamos na platéia e os artistas foram chegando. A Fátima chegou em seguida e foi muito simpática, disse que gostou muito da nossa história e agradeceu pela participação. Em seguida apresentaram a equipe de segurança, explicaram sobre a estrutura do estúdio e o que fazer em situação de emergência.
Max falando com a Fátima sobre meu acidente
Nossa participação foi no segundo bloco, assim que voltou dos comerciais a Fátima introduziu o assunto e nos chamou para o palco. Fiquei ao lado dela e a Gi no sofá com as crianças. Ela começou me perguntando sobre o processo para ter os filhos, e como lidei com os bebês no início, pois com a cadeira e as limitações físicas, tudo fica mais complicado. Falei sobre as adaptações que fiz na nossa casa para manusear melhor os bebês, como os berços em “L” para permitir o acesso da cadeira, com lateral deslizante para ficar no nível da cadeira, e o trocador que permite que eu entre com a cadeira de rodas embaixo, para trocar fraldas e roupas. E ainda hoje preciso adaptar o jeito de vestir e cuidar deles.
Eu e os meninos com a Fátima Bernardes!
Expliquei também que para a criança é legal ter um pai na cadeira de rodas, pois para eles ela é um carrinho grande, no qual elas podem rodar, empoleiradas no meu colo, e gostam de brincar em cima dela. Minha esposa Giordana falou sobre o início, que não queria ter filhos mas foi convencida por mim, e que os meninos já entendem as minhas limitações e até me ajudam quando fico sozinho com elas.
Com a atriz Cyria Coentro, muito simpática!
O psiquiatra Jairo Bouer contribuiu refletindo sobre como as crianças crescem com um olhar mais inclusivo por serem filhas de cadeirante. O ator Rainer Cadete falou sobre a relação dele com o filho Pietro, assim como o cantor Felipe Araújo. A Atriz Cyria Coentro também opinou sobre a paternidade, e como alguns pais sem deficiência dão desculpas para não ajudar. Falei sobre o dia a dia com os gêmeos, que tenho o privilégio de acompanhar, almoço todos os dias com eles, escovo os dentes, ajudo a arrumar e levo na escola, onde ficam na parte da tarde. Ao final do dia busco os dois, lanchamos juntos e fico sozinho com eles brincando até a chegada da minha mulher.
Max e Anne deram um show à parte. Ficaram muito à vontade no palco, falaram no microfone da Fátima, correram e pularam pra todo lado! Deram um tom divertido à entrevista e mostraram ser crianças desinibidas e felizes! Max resolveu, do nada, contar para a Fátima como foi o acidente que me deixou na cadeira. Muito espontâneo!
Com André Curvello, o cara é uma figura, muito gente boa!
Não falei tudo que queria, ao longo da entrevista a gente se envolve e esquece! O mais importante deixei de fora, que é a dor crônica que me limita mais do que a cadeira, e se adaptar a ela é muito mais difícil. Não falei também sobre meu livro, que escrevi para ajudar outros cadeirantes a se adaptarem e terem mais qualidade de vida. Mas valeu! 
Ao final da entrevista tiramos fotos e conversamos com a Fátima e os artistas, foram muito simpáticos conosco. A Fátima Bernardes é muito simpática, acessível e conhece bem os convidados, sabia de toda nossa história, do meu trabalho no blog e nas redes sociais em prol da melhoria de qualidade de vida dos deficientes.
Veja no link abaixo nossa participação no programa: