segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Como escolher melhor o porta malas

Que acha desse tantinho de bagagem? Aí tem cadeira de banho, de rodas, duas bicicletas e bagagem de quatro pessoas.
Nos vídeos de test drives que mostro sempre dou ênfase ao tamanho do porta malas e à facilidade - ou dificuldade - para colocar a cadeira de rodas nele. Desta forma, busco mostrar o grau de dificuldade para se guardar uma cadeira no porta malas, e o que determina isto é, além do tamanho do mesmo, o formato, a quantidade de plástico que tem ao redor e na tampa, e a altura da base do porta malas - que fica ali logo acima do para choques. Quanto mais alta a base do porta malas, mais alto será necessário levantar a cadeira de rodas para guardá-la dentro dele. Em geral os carros não tem porta malas muito altos, mas na categoria dos SUVs isto complica um pouco, pois uma das características deste tipo de carro é a maior altura do solo. Pensando nisso, a maioria das montadoras já deixa um recorte maior na tampa para que não seja necessário levantar nenhum tipo de carga muito alto. Mas dou dois exemplos em que isto foi "esquecido": o Chery Tiggo 2 e o Citroën C4 Cactus. Neles é preciso levantar bastante a cadeira para colocar no porta malas. No primeiro, não é necessário desmontá-la, o que torna ainda mais difícil a tarefa, pois é preciso levantar a cadeira bem alto até passarem as duas rodas daquela base. E então a cadeira pode ser encaixada lá dentro. Para retirar, é o mesmo trabalho, é necessário levantar a cadeira até ultrapassar a base para então descê-la até o chão.
Nos sedans é importante observar a largura e altura da abertura do porta malas, pois pode dificultar o acesso da cadeira
Outro ponto importante é a amplitude da abertura dele após abrir a tampa. É importante verificar a largura e principalmente a altura da "boca" do porta malas. Se for muito estreito ou muito baixo, será difícil posicionar a cadeira - principalmente as do tipo monobloco - até conseguir enfiar dentro do porta malas. A dica que eu sempre dou para carros com abertura do porta malas estreita, é enfiar a cadeira de cabeça para baixo colocando primeiro a traseira dela, depois as rodinhas, e então girar e deslisar ela até o fundo do porta malas. Desta forma a cadeira não bate muito na lataria do carro e ainda otimiza o espaço lá dentro. Muitas vezes é possível colocar as rodas por cima da cadeira, deixando ainda mais espaço para bagagens.
A vantagem dos SUVs é que em alguns cabe a cadeira de rodas montada
No fim das contas, qual o porta malas ideal? Eu sempre sugiro um porta malas que caiba a cadeira de rodas sem desmontar. Vai ter quem diga "Ah, mas não custa tirar as duas rodas na hora de guardar". Não custa porque não é você quem tira. Quem guarda a cadeira do cadeirante no porta malas é sempre outra pessoa. A esposa, o marido, o pai, mãe, e por aí a fora vai. E é muito mais fácil rebater o encosto, pegar e colocar ela lá dentro. Em alguns modelos, como a Spin, não precisa nem rebater o encosto se a cadeira não for muito alta. Além de facilitar a vida de quem guarda, é muito mais rápido. E algumas vezes, a gente está com pressa. Mas tem que esperar tirar uma roda, virar a cadeira, tirar outra roda, guardar a cadeira, depois uma, depois a outra roda. É no mínimo o triplo do tempo do que guardar a cadeira toda. Vai por mim, vale a pena investir um pouco mais e comprar um carro que caiba toda a cadeira. E que carros cabem? São poucos dentro do limite de 70 mil reais que dá para comprar com as duas isenções, posso até listar: entre os SUVs, cabe no Captur, no Duster, no Kicks, no Peugeot 2008 e no Tiggo 2; minivan, cabe na Spin e no Aircross; perua, cabe na Spacefox e na Adventure. E só. Se eu tiver esquecido algum, deixe nos comentários e eu atualizo. O melhor de todos sem dúvida é a Spin, que tem o maior porta malas, com 710 litros, e a tampa mais ampla e baixa. Facílimo de guardar a cadeira, e ainda sobra muito espaço. É ela o carro da primeira foto deste post.
Até um carro pequeno como o Mobi cabe uma cadeira de rodas, desde que rebata parte do banco traseiro
Acima do limite, aí já tem muitos outros modelos. Cabe salientar, que estes que citei eu sei que cabem mais modelos e tamanhos de cadeira, pois em todos eles testei a minha cadeira, uma monobloco tamanho 44. Não vão caber todas as cadeiras, mas a grande maioria, sim. E há outros modelos que pode ser que caiba cadeiras menores, tamanho 42 para baixo, como o Creta e o Renegade, mas aí teria que testar, e não posso afirmar com certeza. Entre os sedans, todos eles precisam que a cadeira seja desmontada, mas há alguns que esta tarefa é mais difícil, em especial modelos que tem a caída do teto tipo "fastback", como o HB20S e o Arrizo 5, pois o ângulo do teto deixa menos espaço para a tampa do porta malas, e a abertura fica mais estreita. Cito dois que a abertura é muito boa, o Voyage e o Versa. Se sua opção for por um hatch, certifique-se que a cadeira caiba "assentada" no fundo do porta malas, ou seja, com o eixo traseiro e as rodinhas dianteiras encostadas no fundo dele. Isso facilitará colocar as rodas e sobrará mais espaço para bagagens. Se a cadeira entra de lado, ocupa muito mais espaço. Nestes, caso não seja utilizado o banco traseiro, é possível rebatê-lo, ou parte dele, e aí pode caber até mesmo a cadeira montada.
Em hatches como o 208 cabe a cadeira de rodas assentada no fundo
O que sugiro é relacionar os carros que tem interesse em comprar, e então ir às concessionárias testar para ver se cabe a cadeira. Transfira para algum lugar, e peça alguém para colocar para você.
Seguindo essas dicas, espero que facilite a tomada de decisão na hora de comprar um carro, principalmente ao considerar o tipo e tamanho de porta malas ideal!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Cuidados com os aros

Eles dão uma mãozinha na hora de tocar a cadeira
Os aros de impulsão das cadeiras de rodas não podem deixar de entrar na manutenção mensal ou até semanal, se o cadeirante for muito ativo. Afinal, eles são o principal local de contato que temos ao locomover a cadeira. Além de ser limpo diariamente, uma vez por semana é importante apertar as porcas que os ligam aos parafusos que ficam por dentro dos aros das rodas da cadeira. Aproveitando o ajuste, limpem bem as porcas, pois com o tempo podem enferrujar. Quem mora no litoral deve ter especial atenção a estas peças. Os aros em si não costumam enferrujar por serem feitos de alumínios em sua maioria. Mas se forem de ferro, a limpeza diária é fundamental. 
Outra coisa importante é verificar se há arranhões profundos ou entalhes que podem gerar pequenos "pontos" no alumínio. Estes pontos, se não forem identificados, podem cortar a mãos ou os dedos em uma freada ou até numa tocada. Já aconteceu comigo e já vi acontecer com amigos. Pode parecer bobagem, mas dependendo do tamanho do "desnível" do aro, machuca bem. 
Uma chave resolve pequenas lascas no aro
Para resolver este problema basta usar a parte lisa de uma chave e raspar no aro onde estiver danificado várias vezes até sumir. Como o metal da chave é mais forte que o alumínio, ela "come" a lasca até nivelar. Outra solução é pegar uma lixa fina comum e passar no local até nivelar. Mas será preciso passar muitas vezes até conseguir um bom resultado. Com a chave é mais rápido, porém mais "grosseiro". A lixa tem a vantagem de uniformizar a superfície e tirar outros arranhões menores. 
O que sugiro é usar a chave para tirar as lascas quando aparecerem, e uma vez por mês desmontar os aros e dar uma lixada geral neles. Assim eles ficam mais bonitos e uniformes. E ainda é um bom exercício!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Comparativo entre sedans de entrada para PCD

O comparativo agora é com os sedans de entrada, que custam até 50 mil com as isenções
Nos últimos anos, com a preferência crescente dos brasileiros pelo câmbio automático, as montadoras passaram a equipar seus modelos de entrada com este tipo de transmissão. Coincidentemente, o segmento de pessoas com deficiência tem ficado cada vez mais dependentes dos modelos de entrada, já que o limite para aquisição de veículos com isenção está congelado há dez anos. Portanto, é uma categoria muito importante para quem tem deficiência e precisa de câmbio automático. E os sedans, que tradicionalmente são carros familiares, indicados para casais que resolvem aumentar a família e consequentemente a bagagem, são mais importantes ainda para quem usa aparelhos de auxílio à locomoção, como cadeiras de rodas, muletas e andadores.
Porta malas grandes é uma das características marcantes dos sedans.
E o destaque principal deles é o tamanho do porta malas, que é sempre maior do que dos hatches, e até mesmo do que muitos SUVs compactos. A desvantagem é que não cabe uma cadeira de rodas praticamente montada como nos modelos deste último segmento, por isso seria, na minha opinião a segunda melhor opção para PCDs. Infelizmente não temos mais sedans médios com câmbio automático abaixo do valor limite para solicitar as duas isenções, então temos que nos contentar com os compactos mesmo.
Dando continuidade aos comparativos entre veículos para pessoas com deficiência, elaborei uma planilha com os sedans disponíveis no mercado abaixo de 70 mil reais. Para facilitar, dividi a planilha em duas faixas de preço, de 45 a 50 mil reais, e de 50 a 55 mil reais. Procurei não incluir dois modelos da mesma montadora, já que acabam sendo muito semelhantes, e também versões muito próximas do mesmo modelos, como Prima Advantage e LT, nestes casos priorizei a versão mais vantajosa. Desta vez, além de montar a planilha relacionando as principais características de cada modelo, elaborei também um ranking pessoal com as minhas escolhas, e com os principais pontos fortes e fracos de cada um. Claro que cada um tem uma opinião e uma preferência, portanto meu ranking servirá apenas para compartilhar o que acho de cada carro. E ajudar a tomar a melhor decisão. No link abaixo, está a planilha que tenho usado para comparar os itens de cada segmento. Nela está a aba dos SUVs, dos Sedans de entrada (Sedans1) e o ranking.
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1BGVM56y_rYkOVzUpH5ifWm00RjTbu4emUYD9-3yBhSo/edit?usp=sharing
Este foi o ranking que elaborei. Espero que ajude a balizar a decisão

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Acessórios de auxílio à mobilidade

Que tal uma cadeira movida a cavalo? (imagem da Internet)
Desde a invenção da cadeira de rodas tem gente pensando em formas de ajudar o usuário a tocá-la. Provavelmente o primeiro acessório para auxiliar um cadeirante foi um cavalo... e de lá para cá surgiram inúmeros acessórios para ajudar, seja na força para tocar, seja para passar pelos terrenos acidentados que toda cidade brasileira tem. Vou listar aqui alguns acessórios que conheço.

Uma roda de 12 polegadas que transforma a cadeira em um triciclo

1- Freewheel
É uma espécie de "roda livre" que levanta as rodinhas dianteiras e facilita passar por terreno acidentado, como brita, areia e pedras. Facilita bastante passar por grama, brita, pedras e até areia. Encaixa facilmente e é compacto, fácil transportar até por aeronave. As desvantagens são que não resolve se as rodas traseiras forem muito finas, irão agarrar do mesmo jeito, e não tem motor, depende da propulsão manual. É fabricado nos Estados Unidos, e no Brasil encontra-se para comprar na Mobility (www.mobilitybrasil.com.br) ao preço sugerido de 3.000,00 reais.

É como um Freewheel com motor, direção e freios

2- Firefly ou Kit Livre
Mesmo princípio do Frewheel, é uma "quinta roda" que encaixa na frente da cadeira de rodas, com a vantagem de ter um motor elétrico no centro da roda e uma bateria que impulsionam o conjunto. Tem guidom com acelerador e freio, e até marcha a ré como opcional. As desvantagens são o tamanho e peso, o sistema complexo de encaixe na cadeira, e o pior é que não sobe morro, já que a tração é dianteira e o peso está todo atrás. E tem o preço, que nas versões intermediárias já ultrapassa os cinco dígitos. O modelo de 1000 wats custa mais de 10 mil reais.

Pelo valor de um carro usado, você empurra a cadeira com um motorzinho elétrico

3- Smart Drive
É também uma roda extra com um motor elétrico interno, com a diferença que se posiciona atrás do eixo da cadeira de rodas, e o acionamento é automático. Basta começar a tocar a cadeira que o motor entra em ação e empurra a cadeira de rodas. Só experimentei na Reatech, me pareceu fraco, não sei se aguenta um morro. Mas é mais engenhoso e tecnológico que os anteriores, porém sofre do mesmo mal, preço abusivo. No site da Mobility está por "apenas" 22 mil reais. Mais caro que muito carro.

Um triciclo que pode andar nas ruas e entrar em estabelecimentos comerciais. Serve pra tudo!

4 - Triciclos e Scooters Elétricos
Este não é um acessório que acopla à cadeira, mas um item à parte, que o cadeirante precisa se transferir para utilizar. Mas é mais confortável que a cadeira, e há modelos como o da foto acima que é forte, tem 1000 wats, a tração é traseira, portanto sobe qualquer morro, e é curto, pode entrar em supermercado, farmácia, lotérica, e ainda tem os equipamentos para rodar nas ruas, como retrovisor, farol, seta, freios a disco e até marcha a ré. Para mim, é o melhor acessório à mobilidade que conheço, e o preço, apesar de alto, não é proibitivo, pouco mais de 10 mil reais. 
http://www.blogdocadeirante.com.br/2018/11/triciclo-eletrico-para-pessoas-com.html

Estes são os principais acessórios que auxiliam quem tem mobilidade reduzida e trazem mais independência no dia a dia. Esqueci de algum? Se você conhece outros, deixe nos comentários. Gostaria que houvesse algum mais barato? Eu também! Mas infelizmente é tudo caro para pessoas com deficiência. Já que é assim, vamos tocar a cadeira do jeito que dá!

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