Quem ilustra este post é minha linda filha Anne. Ainda não tive essa conversa com ela, mas será bem mais fácil |
Algumas crianças ficaram no "que legal" outros só olhavam curiosos, até que uma menina de uns quatro anos me olhou nos olhos e perguntou:
- Porque você está nesse carrinho?
Achei de uma linda inocência e uma coragem enorme ela vir me perguntar, enquanto os amiguinhos só olhavam. Respondi:
- Isso que eu estou chama cadeira de rodas e estou nela porque tenho um dodói nas pernas e não consigo ficar de pé nem andar. Aí uso ela para andar.
Ela ficou pensativa, olhando pra mim, olhando pra cadeira. Aí perguntou:
- Mas você vai sarar?
Essa pergunta me pegou e fiquei pensando na resposta. Me sai com essa:
- Não vou sarar não, mas eu não ligo de andar nela, acho até legal.
Mais alguns segundos me olhando, e mais uma pergunta da minha curiosa amiguinha:
- Nem se sua mãe te der um beijinho?
Tive vontade de rir, mas fui pego novamente de surpresa, sem saber bem o que falar. Nesse momento a professora chamou e ela saiu correndo. No fundo pensei "ufa" pois não tinha decidido ainda o que responder. Fiquei entre contar a verdade, e estragar a crença dela que tudo que mamãe beija sara, o que ajuda ela a enfrentar o sofrimento, ou falar algo como "vou pedir para ela da próxima vez que a encontrar" mas aí ela ia achar que eu sou triste porque não tenho minha mamãe para beijar meus dodóis. Acho que o melhor seria falar a verdade, explicando que meu dodói é muito grande, que eu machuquei porque caí da moto, então não ia sarar com o beijinho da mamãe. Seria ótimo, ganharia outra adepta ao grupo anti-moto.
Não sou dono da verdade, cada pessoa pode achar uma forma diferente de explicar esta situação, mas sacho que no geral me saí bem. Queria ter mais tempo para responder a ela, e explicar que é normal usar a cadeira, muita gente usa, que é perfeitamente possível ser feliz assim, mas foi o que deu para fazer frente a essas questões tão complexas num tempo tão curto. Quem sabe da próxima vez?
- Isso que eu estou chama cadeira de rodas e estou nela porque tenho um dodói nas pernas e não consigo ficar de pé nem andar. Aí uso ela para andar.
Ela ficou pensativa, olhando pra mim, olhando pra cadeira. Aí perguntou:
- Mas você vai sarar?
Essa pergunta me pegou e fiquei pensando na resposta. Me sai com essa:
- Não vou sarar não, mas eu não ligo de andar nela, acho até legal.
Mais alguns segundos me olhando, e mais uma pergunta da minha curiosa amiguinha:
- Nem se sua mãe te der um beijinho?
Tive vontade de rir, mas fui pego novamente de surpresa, sem saber bem o que falar. Nesse momento a professora chamou e ela saiu correndo. No fundo pensei "ufa" pois não tinha decidido ainda o que responder. Fiquei entre contar a verdade, e estragar a crença dela que tudo que mamãe beija sara, o que ajuda ela a enfrentar o sofrimento, ou falar algo como "vou pedir para ela da próxima vez que a encontrar" mas aí ela ia achar que eu sou triste porque não tenho minha mamãe para beijar meus dodóis. Acho que o melhor seria falar a verdade, explicando que meu dodói é muito grande, que eu machuquei porque caí da moto, então não ia sarar com o beijinho da mamãe. Seria ótimo, ganharia outra adepta ao grupo anti-moto.
Não sou dono da verdade, cada pessoa pode achar uma forma diferente de explicar esta situação, mas sacho que no geral me saí bem. Queria ter mais tempo para responder a ela, e explicar que é normal usar a cadeira, muita gente usa, que é perfeitamente possível ser feliz assim, mas foi o que deu para fazer frente a essas questões tão complexas num tempo tão curto. Quem sabe da próxima vez?
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