Como foi para você este ano que está acabando? Fez tudo que
planejou? Realizou seus sonhos? Está mais feliz agora do que no início do ano?
É isso que a gente sempre espera ao entrar em um ano novo. Que seja um ano bom
em todos os sentidos. Que realizemos os planos profissionais e pessoais.
Emagrecer, ficar em forma, conseguir uma promoção, um novo emprego, conquistar
alguém, comprar um carro novo, uma casa nova, ter um filho, passar mais tempo
com os filhos, passar mais tempo com os pais, ser mais paciente, bondoso e
amável. Claro que não dá para fazer tudo em um único ano, por isso promessas de
ano novo raramente são cumpridas.
Com a maturidade a gente percebe isto, portanto a única promessa que faço ao
entrar em um novo ano é fazer o possível para que seja melhor que o anterior.
Este ano para mim foi um ano de extremos. Por um lado, aproveitei muito
acompanhando o crescimento dos meus filhos. Realizei um sonho de conhecer neve
e esquiar. Fiz muitos vídeos bons para meu canal do YouTube.
Por outro lado foi o ano com mais dores crônicas da minha vida. Tudo de bom que
fiz foi na raça, aguentando estas dores. Por isso não consegui fazer tudo que
quis. Fiquei muito tempo de cama, muito tempo em hospital, muito tempo
desanimado e até triste, coisa que nunca havia experimentado. E para tentar
melhorar este quadro, ao final do ano, dia 5 deste mês, fiz mais uma cirurgia
para tentar diminuir esta dor, implantando mais um eletrodo do
neuroestimulador, desta vez acima da lesão, no pescoço.
A cirurgia deu certo, porém ainda não foi eficiente no controle da dor. Há
ainda dezenas de programações para tentar acertar na mosca, e pegar bem na dor. Ainda acho que o neuro estimulador será
Entro no ano com esta esperança, de que consiga diminuir a dor e voltar a
colocar meus planos em ação. Voltar a trabalhar, votar a escrever mais no blog,
fazer mais vídeos, e ajudar mais gente. É isso que me realiza. Mas só nos
tempos vagos, pois minha felicidade é minha família. Com ela e com menos dor,
pretendo fazer este ano melhor que o atual. É o que desejo a todos vocês, que
tenham um ano melhor que o que está acabando!
Conceito Daily Life permite que deficiente seja motorista profissional
Mais uma vez a Iveco inova e mostra responsabilidade social. Durante o 2º Iveco Bus Experience, realizado no dia 7 de novembro em Sete Lagoas, foi apresentada a Daily Life, conceito baseado na Daily Elevittá, que mostrei aqui no blog ano passado. A diferença é que neste modelo o assento que é projetado para fora do veículo e desce até o nível da calçada através de um mecanismo de correias e esteira para receber uma pessoa com mobilidade reduzida, e sobe pelo mesmo sistema, é o do motorista. Uma vez dentro da cabine, através de adaptações veiculares convencionais, é possível dirigir o veículo como qualquer outra pessoa. Ao fim do trajeto, basta acionar o mecanismo - tudo por conta própria - e descer até a calçada para voltar à cadeira de rodas, muleta ou acessório de auxílio à mobilidade. A única tarefa não autônoma é guardar e receber a cadeira de rodas. Durante a apresentação do conceito pelo gerente de marketing de produto Gustavo Serizawa, foi sugerida a instalação de um Chair Topper para guardar a cadeira do motorista em cima da van. Porém este mecanismo serve somente para cadeiras dobráveis. Uma sugestão mais abrangente seria o próprio motorista guardar a cadeira no banco do passageiro, assim como fazemos em veículos de passeio. A dificuldade seria a altura da van, mas se houver uma forma de levá-la junto pelo mesmo mecanismo, facilitaria. Enfim, como é um protótipo (e eles já estão pensando nisso) tenho certeza que no produto final haverá uma forma.
O embarque é confortável e seguro com o Elevittá
A Daily Life tem espaço para até 18 passageiros, e pode também ser equipada com um assento Elevittá na lateral, que permite levar até três pessoas com mobilidade reduzida, assim um motorista com deficiência pode transportar outras pessoas com deficiência! Desta forma, será muito mais fácil a comunicação e compreensão das necessidades dos passageiros. Acontece muito de motoristas de vans ou ônibus perderem a paciência ou serem indelicados com pessoas com deficiência por não compreender suas particularidades. Se até o motorista for deficiente, a integração e inclusão serão mais completas e genuínas! Em um setor tão carente de investimentos e produtos que promovam a inclusão, esta solução permite a inserção de cadeirantes no mercado de trabalho, também na função de condutores profissionais. Há muitas pessoas que trabalhavam como motoristas e sofreram um acidente que impossibilitou a continuidade na profissão, e há também os que têm interesse em investir no segmento e esbarravam na falta de acessibilidade.
Agora é possível que motoristas profissionais embarquem com conforto e segurança
O sistema Elevittá leva a outro patamar o embarque e desembarque de pessoas com deficiência. É fácil de operar, pois os controles são simples e intuitivos, é rápido, comparativamente aos elevadores tradicionais, é confortável, pois é feito na poltrona do veículo, e é seguro, pois em todo o processo a pessoa fica com o cinto de segurança afivelado. Não há trancos fortes nem aqueles movimentos bruscos que tanto assustam quem usa elevadores de cadeiras de rodas tradicionais. A transferência da cadeira de rodas para a poltrona é rápida e segura, já que é possível encostar a cadeira nela e encontrar o melhor ângulo para jogar o corpo sem muito esforço. Uma vez na poltrona, basta descer o apoio de braço, colocar o cinto de segurança e acionar o comando para ser levado para cima suavemente. Ele vai primeiro para cima, até o nível do assoalho do veículo, depois para trás, até encaixar no lugar certo. Aí é só girar a poltrona e você está pronto para dirigir! Aponto apenas um defeito: o Elevittá estava sem a plataforma de apoio dos pés, o que deixou as pernas soltas na subida e no giro. Informei e disseram que será acrescentada na versão final. Fora isto, em todo o processo encontrei algumas dificuldades específicas da minha estatura: tive que abaixar a cabeça um pouco para passar pela porta, precisei puxar a perna por baixo do volante e posicionar a outra na diagonal para caber. Porém, tenho 1,95 metro, e mesmo assim eu coube. Poucos centímetros a menos e já não haverá estes problemas.
Dirigindo a Daily Life na pista de teste da Iveco. Alguém precisando de motorista aí?
Após testar o embarque e desembarque na apresentação oficial do produto, seguimos para a fábrica da Iveco, no complexo da CNH Industrial. Lá houveram algumas solenidades e fomos convidados a conhecer a linha de produção dos veículos e detalhes da fábrica. Logo em seguida fomos para a pista de testes da Iveco, única da América Latina destinada a veículos de grande porte. Havia stands de parceiros da Iveco e vários veículos para test drive. O único que me interessava - e que eu poderia efetivamente dirigir - era o Daily Life. Eu já havia dirigido micro-ônibus na Reatech em São Paulo, mas tive que ser carregado até a direção. Entrei novamente pela poltrona do motorista e me posicionei. O veículo estava adaptado com acelerador de aro por cima do volante, freio mecânico por alavanca embaixo do volante, e câmbio manual adaptado com embreagem automatizada. Aí realmente poderia ser melhor, a embreagem automatizada, que é acionada por um botão em cima da alavanca, não é o ideal. Com o acelerador de aro fica um pouco melhor, já que é possível manter uma mão sempre no volante, mas a operação de caixa manual é sempre mais trabalhosa para quem precisa usar as mãos para acelerar, frear, virar o volante e ainda operar seta, luzes e outras funções do veículo.
O controle é simples de operar e tem cabo extensor
Sobre o custo, o gerente Gustavo Serizawa estima que o projeto Life deve começar em valores que representem de 10%, 20% ou até 30% do valor de uma Daily Elevittá, que hoje custa em média algo em torno de R$ 160 mil a R$ 170 mil. Ele aproveita para informar que atualmente, 20% da produção da van Daily é na versão Elevittá, a maioria para o mercado interno. Fica aqui meus parabéns às equipes que desenvolveram o produto e montaram o evento de lançamento. Iniciativas como esta devem ser comemoradas e divulgadas, não conheço nenhuma outra empresa tão engajada com a inclusão e acessibilidade como a Iveco. Que venham novos produtos!!
Vejam a avaliação em vídeo:
Anoitecia em uma segunda feira tranquila. Eu e minha família nos preparávamos para descansar. Sou cadeirante, e estava na porta da varanda relaxando enquanto minha esposa preparava o banho dos gêmeos Anne e Max, de um ano e nove meses, que brincavam em cima da nossa cama. De repente, ouvimos um estrondo vindo da sala, barulho de coisa caindo e quebrando. Achando que era um dos meninos que havia caído, eu corri para o corredor e encontrei minha esposa assustada, ela achou que eu havia caído da caeira. Mais barulhos vieram da sala, e fomos juntos, lentamente para ver do que se tratava.
O bicho era bem grande e ameaçador
Chegando na sala nos deparamos com uma ave preta enorme, de quase um metro, empoleirada no parapeito da janela, tentando sair mas impedida pela tela de segurança que havia do lado de fora. Imaginamos que se tratava de um urubu. Voltamos correndo para dentro levando as crianças, que haviam nos seguido até o corredor, e nos fechamos no quarto. Usando uma câmera de segurança posicionada na sala, avaliamos a situação pelas imagens que ela transmite para o celular. O bicho, assustado, tentava freneticamente sair. Ele havia entrado pela janela da área que dá na cozinha, e só tem grades paralelas, é a única da casa sem telas. A única saída fora esta janela da área, que estava escura, seria pela porta do quarto que fica no meio do corredor e dá na varanda, mas o bicho precisaria ser espantado nessa direção, atravessar o corredor e o quarto até chegar lá. Como espantá-lo chegando pela frente dele, evitando bicadas ou suas enormes garras? Eu não conseguiria voltar rapidamente, pois precisaria virar a cadeira completamente e tocá-la até o corredor. Minha mulher estava com muito medo de tentar ir até lá.
A gata Christie foi a primeira convocada para espantar o bicho
A primeira ideia que tivemos foi usar a gata da família, que também estava no quarto com a gente. Levamos o corajoso bichano até o fim do corredor, e este, assim que avistou a ave correu em sua direção, e nós corremos de volta para o quarto para acompanhar tudo pela câmera. A gatinha correu e pulou pelos móveis atrás da ave, até que esta encontrou refúgio em cima do bar da sala, inalcançável pela gata. Elaboramos o plano B: minha mulher vestiu um pesado casaco de inverno de couro, calças, e colocou uma bacia verde sobre a cabeça para protegê-la. A ideia era ir até a sala e espantar o bicho para que ele encontrasse uma saída enquanto eu acompanharia tudo pela câmera. Lá foi ela com aquela bacia fashion na cabeça. Chegando à sala, no primeiro movimento brusco, a ave voou novamente para a janela, chocando-se com a tela. Ela voltou correndo para o quarto.
O plano B foi enviar a corajosa Gi com "equipamento"de proteção
Plano C: ligar para o Eustáquio, porteiro do nosso prédio, para pedir ajuda. Como a porta do apartamento estava trancada por dentro, ele teria que entrar no apartamento ao lado, que está vazio, pular da varanda daquele para a varanda do nosso apartamento, e então ir até a sala tentar enxotar o bicho para a cozinha ou de volta para a varanda. Liguei e não consegui contato, o telefone dele estava desligado. Não dava para irmos até a cozinha chamar no interfone por causa do bicho. Aí liguei para meu vizinho Felipe, do andar de baixo, e pedi para ele chamar o Eustáquio e explicar o plano. Alguns minutos se passaram e ouvimos alguém nos chamando, era ele já entrando na nossa varanda. Abri a porta do quarto e encontrei com ele no corredor para explicar a situação e o plano. Se não desse certo, a gente ia chamar os bombeiros.
Como os antigos cavaleiros da Idade Média, Eustáquio tentou espantar o animal com uma varinha e uma bacia!
Armado da bacia verde, ele foi até a sala, onde viu que a ave havia retornado para cima do bar. Achou o bicho muito grande e disse que era um Jacú, e não Urubu. O Eustáquio então teve a brilhante ideia de abrir a porta do apartamento e enxotar o animal para o corredor, e depois assustá-lo pelas escadas até o hall do prédio. Abriu a porta e Felipe, o vizinho, ficou do lado de fora observando. Eustáquio pegou uma vara de pescar, que serve de bandeira para minha handbike, e foi até o bar cutucar a ave para que ela voasse para a porta. Percebendo a dificuldade dele para se aproximar do bicho, gritei que iríamos ligar para os bombeiros. Felipe ouviu e ligou lá da porta, e disse que mandaram ligar para a Polícia Ambiental. Nesse meio tempo eu também estava ligando, e disseram que iam mandar uma viatura. Enquanto aguardávamos, Eustáquio resolveu atiçar o bicho e este voou rapidamente para a porta. Neste momento, Felipe viu aquele bicho enorme indo em sua direção e instintivamente fechou a porta! Sem ter para onde ir, a ave voltou para a janela. Eustáquio em um pulo foi até lá e fechou ele do lado de fora, entre a janela e a tela de segurança. O problema estava parcialmente resolvido! Mas como tirar aquele bicho de lá?
Bombeiros posicionados para capturar o Jacú
Finalmente chegaram os bombeiros! Eustáquio subiu com eles e foram entrando um,dois, três... cinco bombeiros ao todo! Não imaginei que um pássaro precisasse de tanta gente para ser capturado! Um deles usava até equipamento de rapel! Se fosse o caso poderia até descer pelo lado de fora do prédio. Impressionante o profissionalismo e preparação que eles trabalham. Posicionaram-se pela sala de forma a cercar a rota do bicho caso ele voasse, um ficou filmando, e dois deles ficaram nas extremidades da janela. Um tocou de um lado e o outro abriu mais a janela do outro, quando estava quase pegando o bicho deu uma voadora (literalmente) e saiu voando pela sala e foi para a área, passando pela cozinha! Nenhum dos outros conseguiu pegar, mas o cara do rapel foi para a área, tocou de um lado e de outro até encurralar o Jacú no canto da área e finalmente o capturou!
Dominado pelo bombeiro, o animal estava bem assustado
Chegou na sala segurando o Jacú pelas pernas, como fazem com galinhas, e aproveitou para nos dar informações importantes sobre este animal. O Jacú é animal silvestre protegido por lei, sua captura ou criação é crime ambiental e pode dar cadeira! Algumas pessoas criam Jacú e cruzam com galo índio, para gerar o Jacú Índio, que é forte e agressivo, e é usado em rinha de galo. Atividade ainda mais proibida que dá cadeia do mesmo jeito. O bicho deixou algumas penas, várias penugens e um rastro de cocô por todo o ambiente.
Meu querido e raro relógio disco do Legião...
O pior mesmo foi quebrar meu relógio-disco, que fiz com minhas próprias mão usando um disco do Legião Urbana que ganhei na adolescência... Snif... Se alguém tiver contato com este tipo de animal, chame os bombeiros pelo número 193, ou a polícia militar ambiental, se houver na sua cidade, pelo número 190. E se você for cadeirante, fique ainda mais longe deste bicho, ou ele pode furar sua roda! Ou sua pele...
Quero falar um pouco sobre a solidão da pessoa com deficiência.A deficiência, seja ela física, mental ou intelectual podem ser fatores que afasta o indivíduo dos modelos padrões estéticos, tornando assim tudo mais difícil. Estamos acostumados com a falta de acessibilidade, mas as dificuldades de convívio serão sempre maiores de se superar.
Vez ou outra aparecem aquelas pessoas que nos dizem: “Que bom que você saiu de casa!”, “Nossa, não sei como você aguenta” (já nem ligo mais kkkkkkk), e somos vistos como exemplo de superação, quando só estamos querendo se distrair, divertir… Na realidade é bem chato ficar ouvindo isso!
Quando é assim há deficientes que preferem não sair de casa, preferindo ficar no seu mundo virtual aonde “todos são aceitos”, “todo mundo é bonzinho”, e acabam se isolando do convívio social.
A mesma coisa acontece quando há um casal onde um deles é cadeirante, o que é andante se torna herói por conviver com essa pessoa, é muito amável, bonzinho, e com os olhares de fora são pregados rótulos sobre o casal.
Diante de tantas situações preconceituosas tem que se ter muito amor próprio para não desanimar. Acreditar que você é capaz, tem suas qualidades, investir nelas e não dar ouvidos a essas baboseiras que nos falam rsrs
As pessoas sem deficiência também devem deixar seus preconceitos de lado e tentar ver que no deficiente há muito mais do se vê na aparência, encontrando uma pessoa bacana, garanto que você pode se surpreender!
E digo mais, se isso não acontecer, não desanime.
“Estar junto de alguém é bom, mas estar bem consigo mesmo é delicioso”
Washington e alguns integrantes da equipe de Airsoft
O relato abaixo me foi enviado pelo amigo Washington Espíndola, que nos conta como descobriu em um esporte de estratégia uma forma de diversão e interação com os amigos.
"Queria dividir com os amigos do blog alguns momentos de mais um domingo especial, onde pude auxiliar na aplicação de mais um treinamento para a minha Equipe de Airsoft. Sou militar, hoje reformado. Fui baleado durante um assalto no Rio de Janeiro após ter sido identificado como sendo militar.
No meio da mata com amigos e empunhando a arma de Airsoft
Uma de minhas paixões é o Airsoft. Para aqueles que não conhecem, a grosso modo é um esporte de ação onde se simulam missões militares, com objetivos definidos. Após ter sido baleado tive uma recuperação bem traumática, onde tive toda a sorte de complicações, permanecendo internado por cinco meses e 19 dias. Durante todo esse período os membros de minha Equipe, que hoje são meus irmãos não me abandonaram em nenhum momento.
Não tem tempo ruim para entrar na mata com a cadeira de rodas!
Após minha recuperação não aceitaram meu afastamento e me mantém motivado a continuar. Junto a minha esposa Carolina, me estimulam e motivam a me manter ativo no esporte. E nesse domingo pude ajudar a conduzir um dos primeiros treinamentos aos novos trainees da Equipe. A intenção é mostrar aos amigos que apesar das dificuldades advindas da lesão, devemos persistir na busca da qualidade de vida, fazendo aquilo que gostamos."
Muito bacana o esporte! Parabéns e obrigado por compartilhar conosco sua história e sua paixão!
Reformar, muitas vezes altera a estrutura do imóvel. Uma coluna retirada indevidamente causa danos ao local e às pessoas. Mas, a corriqueira instalação de portas e janelas, por exemplo, também pode modificar a edificação. Por isso a importância da NBR nas reformas de casas e apartamentos. Pretende reformar? Leia esse artigo para conhecer os principais aspectos da norma que rege essas reformas.
O que é uma NBR?
NBR significa “Norma Brasileira” e representa um grupo de características ou orientações a cerca de processos, produtos ou materiais. As NBR’s são elaboradas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), entidade privada e única representante da ISO (International Organization for Standardization) no Brasil.
Entenda a NBR 16820
A ABNT NBR 16820 surgiu em 2014, para evitar tragédias como a ocorrida em 2012, após o desabamento de um prédio no centro do Rio de Janeiro. O problema foi devido uma reforma sem acompanhamento técnico, onde paredes estruturais e paredes externas foram removidas. Foram 17 vítimas fatais.
Essa norma torna obrigatória um Laudo de Reforma, elaborado por engenheiro ou arquiteto. O documento traz informações de quais procedimentos serão realizados, equipamentos protetivos para trabalhadores e vizinhança, documentação, registros pré e pós-reforma, além de especificaras responsabilidades do proprietário. Em setembro de 2015, a NBR 16280 reforma ganhou uma atualização.
Um dos principais aspectos da norma é a responsabilidade do síndico. O profissional (ou administradora) tem a responsabilidade de autorizar, autorizar com ressalva ou vetar. Voltando ao desabamento ocorrido no Rio de Janeiro, a falta de envolvimento dele com a obra foi criticada. Segundo Fábio Sciliar, delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (Delemaph), o síndico deveria ter comunicado as irregularidades da reforma à prefeitura, além de realizar Boletim de Ocorrência, citando o Código Civil.
Quando a ABNT 16280 é aplicada?
Em toda reforma de casa e apartamento que possa modificar a estrutura. Caso a intenção seja trocar suas antigas janelas e portas por portas e janelas de alumínio, com remoção de paredes, é necessário orientação e acompanhamento de engenheiro ou arquiteto. Saiba em quais situações se aplicam a essa norma:
1. Modificação de esquadrias, fachada-cortina e componentes; 2. Furos, aberturas, retirada e acréscimo de paredes; 3. Vedações que alterem a disposições iniciais da edificação; 4. Uso de ferramentas de alto impacto para alteração de revestimento; 5. Instalação e reforma de equipamentos contra incêndio; 6. Instalação e reforma de sistema de ar-condicionado; 7. Instalação e reforma de sistema de automação, dados e comunicação; 8. Instalações de sistema de gás; 9. Instalações elétricas; 10. Instalação e reforma de sistema hidrossanitário.
Você conhecia a importância da NBR 16280 para reformas? Confira aqui mais informações sobre obras e reformas.
Se tem uma coisa que me dá satisfação é descobrir algo que parece impossível de ser feito em uma cadeira de rodas e há uma forma de adaptar e fazer. Quem diria que é possível um cadeirante esquiar? Mas o que me dá satisfação mesmo, é experimentar esta coisa! E ainda por cima, realizar um antigo sonho. Meu sonho era conhecer neve e esquiar, pois um amigo de república, nos anos 90, foi aos Estados Unidos, esquiou e voltou dizendo que o esporte era minha cara, já que eu gostava de esportes radicais e descia montanha de bicicleta (antes de ser cadeirante). Mais de vinte anos depois, consegui esquiar! E ele tinha razão, esquiar é muito legal e é o tipo de coisa que eu gosto muito de fazer, pois envolve esporte, velocidade e emoção.
Chegando ao complexo Valle Nevado, um dos hotéis ao fundo
Não precisei ir aos EUA para experimentar o esqui adaptado, há alguns anos eu descobri que havia na Argentina e no Chile. Como conhecer o Chile também era uma vontade antiga, resolvi realizar dois sonhos de uma vez. Eu ia deixar este post por último, pretendia falar sobre a viagem ao Chile primeiro, mas resolvi colocar a sobremesa na frente do prato principal! Se você não quer esperar meus posts sobre o Chile, dê um pulo no Cadeira Voadora, a Laura fez posts excelentes sobre o país e ainda tive o privilégio de pegar dicas com ela pessoalmente! As informações sobre o esqui adaptado eu consegui pesquisando na Internet, em 2015! É que esta viagem estava programada para aquele ano, porém resolvi com a Gi ter filhos, e adiei esta viagem até este ano. E, apesar de minhas dores terem aumentado, juntei forças e encarei mais esta aventura. Não se aguento outra dessas...
Quanto mais sobe, a paisagem vai ficando mais branca e menos verde
Enviei alguns emails para a responsável pelo esqui adaptado no Valle Nevado, a Myrian Torralbo (mtorralbo@vallenevado.com) em 2015 e ela me explicou que o equipamento é seguro, tem instrutores especializados e toda infra estrutura necessária às aulas de esqui adaptado. Aulas? Eu me perguntei. Eu não quero virar profissional, só experimentar! Ela me explicou que, se a pessoa quiser se tornar um esquiador amador, ou até profissional, após algumas aulas você pode esquiar sozinho. As primeiras aulas, são com o instrutor te levando, segurando o "monoesqui" - é como eles chamam a cadeira. Eu iria em setembro daquele ano, mas já sabem porque não fui. Passou o tempo, e este ano resolvi ir no início de junho e experimentar o esqui adaptado. Mandei emails para a Myrian novamente, e a primeira resposta que ela me deu me deixou muito chateado: estariam fechados, só abririam no final de junho. Poxa, já tinha comprado passagem, reservado hotel... Pesquisei antes, e disseram que a temporada de esqui é de junho a setembro, por isso fiquei tranquilo. Mas não comuniquei com ela antes. Bola fora. Felizmente, duas semanas antes de embarcar para o Chile, caiu uma nevasca por lá e permitiu adiantarem a temporada. Ufa!
Loja para alugar roupa e equipamento de esqui
Reservei uma van para o Valle Nevado com antecedência, por indicação da minha irmã, que mora em SP, com a Fabiana, da BraChil Turismo, pelo WhatsApp (+56 9 6259-0772). Tudo em português, ela me disse que já tinha experiência com cadeirantes e a van me pegaria no hotel. Foi tudo como combinado, porém a van - como todas que peguei lá - era muito alta, e precisei ser carregado até o banco. Se não fosse o pessoal que estava indo junto - dois rapazes se ofereceram para ajudar - seria bem complicado subir. Seguimos viagem, e no pé da montanha, logo antes da subida principal, tem uma loja enorme para alugar roupa e material de esqui. Não deixe de alugar roupa completa, inclusive bota, e se for esquiar alugue capacete também.
Tomando um chá de coca na subida da montanha - sem ficar doidão!
A subida é longa, enjoativa (devido às curvas e à altitude) e linda. São 62 curvas, numeradas! E o visual vai mudando, cada vez mais alto, e com cada vez mais neve. No meio do caminho há um mirante onde é possível tomar um chá de coca. Sim, feito da folha que dá origem à cocaína, mas não se preocupe, não é tóxico, não dá onda e faz bem para adaptar ao ar rarefeito. Chegando à estação de esqui, tudo impressiona. Há vários hotéis, restaurantes e lojas. O visual é incrível, tudo muito branco e belíssimo. Mas nem tudo é acessível. Para chegar ao restaurante principal eu precisei ser carregado, não há elevador. Mas há gente acostumada a lidar com cadeirantes para ajudar. Há banheiro adaptado, mas estava em reforma, felizmente consegui usar assim mesmo.
Aqui o Gonzalo me explicando como segurar e utilizar os "alrrigues"
Depois de comer, com o belíssimo visual das pistas, fui para minha aula. O Gonzales foi meu instrutor, ele fala bem português e explicou detalhadamente como é o esqui adaptado. O aluno segura dois mini esquis chamados "alrrigues" (não sei se escreve assim) que auxiliam nas curvas e na estabilidade do monoesqui. O instrutor vai atrás segurando o monoesqui e o aluno vai seguindo as orientações, abrindo os alrrigues nas curvas e inclinando o corpo. O monoesqui tem dois esquis paralelos e móveis, ligados à cadeira por um amortecedor. O aluno fica preso à cadeira por vários cintos, é tudo muito seguro. E lá fomos nós!
No teleférrico, com Nicolas e o Gonzalo
O início é tenso, a gente não sabe a que velocidade vai e nem se é fácil tombar. A impressão que dá é que vai correr muito e que na primeira oportunidade a gente vai de cara na neve. Isto porque dá para perceber que há pouco atrito, é fácil escorregar. Mas logo nos primeiros metros já sentimos segurança, e dá para começar a curtir a descida. Ele desliza gostoso, o atrito com a neve é muito baixo. E a gente vai fazendo curvas para não ganhar muita velocidade. A cada curva é preciso abrir o braço para o lado que está virando e inclinar levemente o corpo. O Gonzalo vai dando as instruções, para que lado tem que inclinar, o quanto abrir o braço, e a gente começa a sentir o monoesqui. É uma delícia! O vento (gelado) batendo no rosto, as curvas, a velocidade aumentando, e ainda tem aquele visual incrível! De vez em quando passa em cima de um montinho e a gente sente o monoesqui levantando e amortecendo. Já fiz muitos esportes de aventura na vida, e este vai certamente para meu top five! Vejam no vídeo abaixo se não foi demais:
Pense em uma comissária de bordo tensa... Assim ficou a comissária do vôo Belo Horizonte/Vitória no dia 21 de abril passado. Imaginem o que ela pensou ao ver chegar na porta da aeronave um cadeirante e logo atrás dele uma mulher com um carrinho duplo com dois bebês nele. No mínimo foi "danou-se...". Foi a primeira viagem de avião com os gêmeos. Deixamos o carro no estacionamento do Aeroporto de Confins e começamos a preparação. Para simplificar levamos somente uma mala grande e uma mochila, além da bolsa da Gi que parece uma mala - dessas enormes que cabe um monte de coisa de criança. Para complicar um pouco eu levei o Freewheel, o que na verdade ajudou, pois usei ele como suporte para levar a mala atrás da cadeira!
Para levar tudo improvisei um suporte para mala
Fomos andando do estacionamento até o check in, eu levando a mala atrás e a Gi levando os gêmeos no carrinho duplo. Chegando ao check-in (da Latam) primeiro problema: a atendente disse que não poderíamos viajar na primeira fileira, pois a aeronave tem airbag (!) e com criança no colo não é permitido. Depois de argumentar que eu não ando, e que se fosse viajar em fileiras mais atrás teria que ser carregado, e que a primeira fileira é reservada para pessoas com deficiência, ela conversou com alguém lá dentro e liberou. Aí veio o segundo problema, não poderíamos viajar juntos, na mesma fileira, eu e a Gi com os bebês no colo. Isso porque há somente quatro máscaras de oxigênio em cada fileira de três poltronas, portanto se a terceira poltrona estivesse ocupada, não haveria máscaras para todos. Concordei, mas perguntei: se não tiver ninguém na poltrona, podemos? Ela disse que eu teria que negociar na hora, com as pessoas que organizam o vôo (aqueles que atendem na porta da aeronave).
Ao ver esta turma chegando na aeronave, as comissárias piraram
Despachamos a mala, pegamos mais duas etiquetas para despachar a cadeira de rodas e o carrinho dos gêmeos na porta da aeronave, e nos dirigimos para o embarque. Aí vai a primeira dica para quem está em situação semelhante e vai voar: chegar com pelo menos uma hora e meia de antecedência, pois só nosso check in demorou quase meia hora! Chegamos no embarque e veio mais uma tarefa complicada, passar pelo sensor de metal. Tive que passar, ser revistado manualmente (como é com todo cadeirante) e esperar a Gi entrar com um menino, me entregar, voltar e passar com o outro. E aí ela passou sozinha, tirou sapato, passou toda a bagagem de mão no raio X, e aquele procedimento todo que é padrão nesta passagem.
Passando com o Max pelo sensor de metal
Depois de uns minutos passando pelo raio X chegamos ao guichê de embarque e choramos com os atendentes para nos colocar juntos na mesma fileira. Foram compreensivos, conversaram com alguns clientes e conseguiram! Muito legal da parte deles. Porém no embarque, o velho problema de aeronaves antigas da frota deles, a cadeira não passa nem na porta do corredor. Tive que ser carregado até a poltrona por duas pessoas. Aí tirei a almofada e o Freewheel para guardar e esperei minha esposa trazer o meu filho. Ela veio, deixou o menino, foi buscar a menina e despachar o carrinho de bebês. Uns quinze minutos para embarcar todo mundo...
Na ida, soninho gostoso e brincadeiras no chão
No vôo de ida a Anne dormiu o tempo todo e o Max ficou comigo, eventualmente descia para meus pés para brincar e se comportou muito bem. A Gi estava com medo que nossos filhos fossem como aqueles bebês que passam uma hora inteira de vôo gritando e chorando, passamos ileso desta vez! Chegando a Vitória, mais um transtorno previsto: não há finger (aquele corredor que vai até o avião) e o desembarque é sempre por escada. A ideia era, depois de esperar desembarcar todo mundo, descer com um menino, deixar no carrinho lá embaixo com alguém vigiando, voltar para pegar o segundo, e esperar meu desembarque. Mas um dos auxiliares da companhia se ofereceu para descer com o menino, e assim foi. E eu fiquei esperando vir aquela cadeira que desce escada, assim que chegou veio aquele desconforto de ser carregado até ele. Achei que por ser estreito passaria para o corredor, mas nada feito. Desci as escadas, transferi para minha cadeira e fomos nós para o desembarque. Chegando ao desembarque, meus pais estavam esperando, aí autorizaram minha mãe entrar na sala para ajudar com a bagagem.
Na volta, cada um de um lado do corredor
Na volta, não tivemos a mesma sorte da ida e não conseguimos viajar na mesma fileira. Mais uma vez um funcionário cismou que eu não poderia viajar com um bebê no colo na primeira fileira. Teria que ser na terceira ou quarta. Expliquei os mesmos argumentos da ida, mas o cara não queria dar o braço a torcer. Outro funcionário, mais coerente, percebeu o transtorno e constrangimento que seria e tratou de ligar para o pessoal de bordo para me posicionar na primeira fileira. Assim foi, após o embarque por escada, como todos são no aeroporto de Vitória, me acomodaram na primeira fileira com a Anne e a Gi foi do outro lado do corredor com o Max. Na viagem, mais uma vez meus meninos se comportaram bem, só no finalzinho a Anne ficou um pouco nervosa. Estava entediada, normal nessa idade.
No fim das contas, fomos e voltamos sem maiores transtornos, só um grande trabalho. Foi bom como experiência para as próximas viagens, principalmente se for mais tempo do que uma hora. Já temos outra viagem programada no final de maio para São Paulo, preparem-se, comissárias!!
Ao invés do cadeirante ir até a poltrona, a poltrona vem até o cadeirante!
Se você é uma pessoa com mobilidade reduzida e já andou de ônibus de viagem, provavelmente também se revoltou com o fato de a maioria deles ostentar o símbolo da acessibilidade na lataria. Principalmente se você foi carregado por aquelas escadas estreitas, sem a menor segurança e muito menos conforto. Eu me sentia um saco de batatas, e já fui derrubado uma vez. Felizmente não machuquei as batatinhas...
O belo design da carroceria ficou a cargo da Caio Induscar
Há alguns anos recebi e-mail de uma empresa de turismo de São Paulo, a Sunflower, que dizia ter o único ônibus de turismo adaptado do Brasil. Pegaram uma carroceria comum e instalaram um elevador na lateral, embutido no porta malas, que leva o cadeirante até dentro do ônibus. Vejam a postagem que fiz clicando aqui. Realmente, foi uma solução interessante, porém o cadeirante viaja na própria cadeira, como nos ônibus urbanos. Agora a Iveco lançou o SoulClass, que é o primeiro micro-ônibus realmente inclusivo do país. A solução para embarque do cadeirante foi obtida por meio do Dispositivo de Poltrona Móvel (DPM), da marca Elevittá, que leva a poltrona até a calçada, o cadeirante transfere, e a poltrona volta para dentro do ônibus, junto com as outras poltronas.
No interior não dá para diferenciar a poltrona adaptada das outras.
O projeto do SoulClass se enquadra nas regras da portaria 269 do Inmetro, que entrará em vigor em julho, e exige dos novos ônibus do segmento rodoviário equipamentos para embarque e desembarque de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, disponibilizados também para outras versões, como os escolares. A versão executiva acomoda 24 passageiros, incluindo até dois cadeirantes, mais o condutor.
O porta malas traseiro foi pensado para caber duas cadeiras ou mais, de modelos diferentes
E a mesma quantidade de passageiros podem ser acomodados na versão escolar. Isto é uma excelente notícia para alunos cadeirantes, que correm risco todos os dias embarcando carregados pelas escadas de ônibus precários. Aguardamos ansiosamente que esta solução chegue a ônibus maiores e permitam embarque digno nas viagens intermunicipais. Se houvesse pelo menos uma unidade destas operando na linha que vai de Belo Horizonte ao Aeroporto de Confins, eu não gastaria tanto com estacionamento no aeroporto. Passou da hora de surgirem ônibus acessíveis de verdade no Brasil. Parabéns à Iveco por mais esta iniciativa inclusiva e acessível! Vejam abaixo o vídeo que fiz do lançamento do Soulclass em São Paulo. E clique neste link para ler uma matéria sobre ele em que eu participei.
Este encosto dá muita estabilidade e segurança ao tronco
Você já sentiu meio instável em sua cadeira? Já sentiu que falta alguma coisa para apoiar seu tronco? Quem nunca, não é mesmo? Os encostos das cadeiras de rodas comuns não oferecem muito apoio lateral para o tronco - na verdade, acho que não dá para considerar a curvatura do encosto como apoio para o tronco. Por este motivo, é comum cadeirantes com comprometimento alto, uma lesão acima de T5 por exemplo, passarem por algum episódio de desequilíbrio na cadeira, levando altos sustos. Comigo, que tenho lesão em T2, já aconteceram alguns "quase" tombos no início da lesão, quando não tinha nenhum controle de tronco. Era só escorregar a mão do aro de impulsão que o corpo todo caia para o lado. Só não virava um tombo porque tenho os braços longos, e conseguia me apoiar no chão. Com o tempo, adquiri bastante força no tronco, mas ainda assim acontecem alguns desequilíbrios.
Vista do encosto Baxx por trás. Muito robusto, porém muito leve.
Quem não tem esta força, ou tem lesão mais alta, passa muitos perrengues devido à falta de apoio lateral. O encosto Baxx, da alemã Ottobock, tem abas nas laterais que podem ser ajustadas em qualquer nível de altura, individualmente. Isto é bom porque geralmente temos diferentes nível de força em cada lado do corpo - e muitas vezes há uma certa tendência de cair mais para um lado do que para o outro. Dá para deixar um lado mais baixo e outro mais alto, e esta foi a preferência do Mateus, atleta de tênis de mesa e proprietário da cadeira mostrada neste post.
Detalhe da trava que permite abrir a aba para facilitar a transferência
As abas são confortáveis, pois são acolchoadas como o resto do encosto. E para facilitar a entrada, elas são rebatíveis. Basta apertar um botão vermelho que fica na lateral do encosto e ela abre completamente, possibilitando transferir normalmente para a cadeira. Aí é só voltar a aba para a posição normal que ela trava automaticamente. Muito prático. Se você se interessou pelo encosto Baxx, envie um e-mail para blog.cadeirante@gmail.com, que tenho contato direto com a Ottobock e consigo encomendar para ser entregue em qualquer lugar do país! Vejam abaixo o vídeo que fiz na Technocare demonstrando o encosto com auxílio do Mateus.
Finalmente uma cadeira monobloco com preço razoável
As vantagens da cadeira monobloco sobre a dobrável são indiscutíveis. Mais leve, mais ágil no dia a dia e em lugares estreitos, mais fácil de guardar sozinho no carro. Claro que também há desvantagens, ela não apoia tanto o corpo e alguns dizem que é menos confortável. Mas até isto tem mudado, com os opcionais que existem para uma monobloco é possível ter tanto conforto quanto em uma dobrável. Tanto que o avanço deste modelo sobre a dobrável é nítido, a cada dia mais cadeirantes estão optando pela cadeira monobloco.
Barra inferior reforça rigidez e estrutura do quadro
Outra desvantagem que sempre foi apontada das cadeiras monobloco foi o preço elevado. Historicamente, cadeiras monobloco são bem mais caras que cadeiras dobráveis, por isso muitos cadeirantes, inclusive eu, começam com uma cadeira dobrável, e depois que pegam confiança e juntam algum dinheiro, trocam pela monobloco. E nunca mais voltam à dobrável.
Outra vantagem do modelo monobloco é o visual limpo
Com a evolução da tecnologia, e com a preferência cada vez maior pelas cadeiras monobloco, era de se esperar que seu preço caísse, devido à economia de escala. Demorou, mas finalmente tem surgido modelos abaixo de dois mil e quinhentos reais. É o caso do modelo Exo, da fabricante Smart. É uma cadeira monobloco feita em alumínio T-6, muito resistente e leve, Seu quadro sem as rodas e almofada, pesa apenas 8,5 kg (informações do fabricante). O assento e o encosto são em nylon, o que ajuda na redução do peso. Minha cadeira, um TiLite ZR, tem encosto e assento também em nylon, e não sinto diferença para os rígidos. Na verdade, vejo é vantagem em usar encosto maleável, dá para regular e deixar mais confortável.
Protetor de roupa com apoio superior facilita elevação e vestir roupa
A Cadeira Exo da Smart tem garantia de 5 anos no quadro e seis meses nas peças. Aguenta até 100 kg e tem muitos opcionais, que podem deixar ela do jeito que o usuário quer. Eu gostei particularmente do protetor de roupa, que tem apoio na parte superior - no modelo que está na Technocare à venda, e está em promoção. Quem não conhece ou está querendo mudar para uma cadeira monobloco, vale a pena dar uma passada lá, a loja fica na rua Piauí, 69, loja 3. Ou na loja virtual, clique neste link e conheça a Smart Exo.
Vejam abaixo avaliação que fiz da cadeira Smart Exo.
O Blog do Cadeirante fechou parceria com a Technocare, uma das maiores lojas de tecnologia assistiva do Brasil. Através dela, contaremos com a experiência da Dra Maria de Mello, que trará informações importantes sobre produtos e serviços voltados para pessoas com deficiência e irá tirar nossas dúvidas. Afinal, é fundamental ser bem orientado para tomar a decisão certa ao investir no nosso bem estar.
Além disso, vou auxiliar no atendimento da loja virtual da Technocare, onde estarão disponíveis os principais produtos demonstrados nas postagens do blog. Aproveitaremos para fazer novas avaliações de produtos voltados para melhorar e facilitar o dia a dia dos cadeirantes. Os leitores do blog poderão pedir por avaliações de produtos que tenham interesse, e nas postagens e vídeos buscaremos tirar todas as dúvidas sobre eles.
O índice de roubo de carros em Belo Horizonte é de 40 carros roubados por dia, e esta estatística envolve carros adaptados também. O Detran não faz distinção ao divulgar as informações se o carro roubado é adaptado ou não. A violência esta presente para todos.
Meu nome é Daniel Santos e eu como Corretor de Seguros sempre recebia ligação de pessoas aqui na minha corretora com dúvidas e informações de pessoas com interesse em fazer um seguro para seus carros, mas sempre na ligação a pessoa identificava que o seu carro era adaptado. Acredito que isso se deve porque a pessoa com deficiência, ao comprar um veículo novo ou usado, tem que adaptar o seu carro à sua necessidade e por isso é um público muito bem informado. Eu como corretor de Seguros sabia das regras e das Seguradoras que atendem melhor esse público, porém não tinha despertado o interesse em fazer um trabalho direcionado. Até que o número de clientes cadeirantes começou a aumentar muito e resolvi fazer uma parceria com o Blog do Cadeirante.
O importante a você que quer fazer um seguro ficar atento é
que nem todas as Seguradoras irão te pagar 100% da tabela FIPE, No geral, o
mercado paga 75%, porque o carro para deficientes tem uma isenção de impostos, e
as Seguradoras na hora da Perda Total fazem a quitação dos Impostos de Isenção.
Verifique com o seu corretor ou nos consulte para saber as Seguradoras que são
as melhores tanto no atendimento, tanto para o pagamento dos 100% da Fipe. O
ideal é fazer o seguro sempre com 105, a 110% porque nem todas as Seguradoras
pagam despesas extras para pagamento das adaptações.
Outro detalhe importante é que como você compra o carro com
isenção de impostos, a maioria das Seguradoras irá te pagar o preço do valor do
carro na nota fiscal em caso de roubo/furto ou perca total.
Nos colocamos à disposição para atendimento e
dúvidas.
Além de linda a pick up tem espaço de sobra e motor forte
Já mostrei aqui a adaptação veicular universal portátil, que permite pessoas com mobilidade reduzida dirigir qualquer veículo automático ou automatizado. Com ela, podemos utilizar o carro de parentes ou amigos, ou ainda alugar um carro automático em uma locadora e dirigir com a adaptação. Agora vou mostrar outra aplicação muito útil para a adaptação universal: fazer test drive. Como sabem, cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida não podem fazer test drive antes de adquirir um veículo justamente por não haver veículos adaptados para test drive nas concessionárias. Acredito que não há interesse em disponibilizar veículos adaptados devido ao custo que isto pode representar e porque devem achar que não vale a pena separar um veículo para este fim por acreditarem que a demanda é baixa. Mesmo sabendo que veículos adaptados podem ser dirigidos por qualquer pessoa, podem achar que a adaptação atrapalha de alguma forma quem não precisa dela para fazer o test drive.
O fato é que a alternativa que a pessoa com mobilidade reduzida tem é pedir a alguém para fazer o test drive por ela e confiar na opinião dela ou buscar na internet test drive realizado por outras pessoas. Acontece que o test drive de uma pessoa com mobilidade reduzida deve considerar alguns pontos que uma pessoa sem deficiência não considera, como facilidade de acesso ao interior do carro, capacidade do porta malas e facilidade para guardar uma cadeira de rodas. Outra opção é comparecer a uma feira de tecnologia assisitva, como a Reatech, onde as montadoras disponibilizam veículos adaptados para test drive. Porém isto demanda tempo e dinheiro para ir à feira, e é preciso esperar até a época em que elas acontecem. Felizmente há pessoas com deficiência que fazem test drive nestas feiras e disponibilizam em seus canais, como é o caso do canal deste blog.
Por isto é importante nos mobilizarmos para demonstrar para as concessionárias que somos uma fatia importante do mercado e precisamos do mesmo tratamento de outros clientes. Se as concessionárias tivessem uma adaptação universal, possibilitaria a todos a realização de test drive. A Automax Fiat, localizada à Av. Raja Gabaglia 2222, investe na estrutura para deficientes e tem rampas para todas as dependências, banheiro adaptado e atendimento exclusivo para quem for adquirir veículo com isenção. E abriu suas portas para que eu fizesse um test drive na nova Fiat Toro 2.4 Freedom, com motor tigershark de 186 cv. É um carro muito confortável e forte, que não entra na regra de isenções por ser utilitário, mas isto não impede que uma pessoa com deficiência possa adquirí-lo. E essa é mais uma limitação que nós temos: não podemos aquirir utilitário com isenção. Mais uma regra desnecessária e sem motivo. Quer dizer que uma pessoa com deficiência não pode ter um sítio ou fazenda? Como se não bastassem as limitações que já enfrentamos todos os dias...
Muito conforto e tecnologia embarcada, aliado a prazer ao dirigir
Mas vamos às minhas impressões do test drive. A Fiat Toro é uma pick up belíssima, a mais bonita do segmento na minha opinião. E o tamanho dela agrada bastante, não é grande demais nem pequena demais. A porta tem um ótimo angulo de abertura, o que facilita aproximar a cadeira de rodas, e apesar de ser um veículo alto, não é difícil transferir para o banco do motorista. Uma vez transferido, o espaço interno surpreende. É bem fácil acomodar as pernas mesmo com uma adaptação instalada. A cadeira de rodas cabe com sobra na caçamba, que já vem com capota marítima, protegendo o que estiver lá dentro. Além da cadeira, cabe com folga cadeira de banho, kit livre, malas, e ainda dá para carregar um triciclo elétrico se tirar a capota marítima. Essa é uma das maiores vantagens de comprar uma pick up, levar um triciclo ou scooter elétrica, em uma viagem para praia, por exemplo,.
E apesar de ser um carro grande, com quase cinco metros de comprimento, ela é ágil no trânsito e fácil de manobrar. A direção elétrica ajuda bastante, e é outro item fundamental para quem tem mobilidade reduzida, principalmente pessoas com lesão alta e comprometimento de membros superiores. É importante não precisar fazer muita força para manobrar, e a direção elétrica deixa até as manobras curtas e lentas fáceis de realizar. Comandos no volante e sistema multimídia com tela touch completam o pacote de facilidades para quem precisa ficar com uma mão sempre na adaptação. É um veículo excelente para cadeirantes, porém não entra na regra de isenção. Mesmo se entrasse, esbarraria no limite de valor, que hoje é de 70 mil reais para isenção de ICMS. Mais uma vez, ficamos reféns dos limites absurdos para conseguirmos um mínimo de conforto e bem estar.