sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Hotel Mercure Vila da Serra

Bela fachada do hotel Mercure (Fonte: site www.accorhotels.com)
Nunca fiz uma avaliação da acessibilidade de hotéis em Belo Horizonte porque moro aqui, e ainda não precisei dormir fora de casa (espero que não precise, por isso me comporto...). E recebo muitos pedidos de indicação de cadeirantes que viajam para cá. Neste mês a Sandra, amiga minha de Petrolina, que já colaborou com o Blog em outras oportunidades, esteve visitando Belo Horizonte e também pediu indicação. Quando é assim, quando eu preciso ir para algum lugar e não encontro nenhuma avaliação de cadeirantes sobre hotéis, eu uso o Booking.com e faço a busca por cidade. Aí desço pela página dos resultados e escolho, no menu lateral esquerdo "Filtrar por:", a opção "Comodidades para hóspedes com mobilidade reduzida", como na imagem abaixo.
Exemplo de consulta feita no site Booking.com.
O resultado é que o site filtra só hotéis que disponibilizam quartos adaptados para deficientes. Em seguida eu verifico as avaliações de hóspedes, que tem nota e qualificação (do lado direito da dela em cada hotel) e localização, de acordo com minha programação na cidade. E, claro, comparo os preços. Definidos três ou quatro hotéis que satisfazem minhas necessidades, vou ao site do hotel e ligo para cada um para pegar as informações específicas sobre adaptações. Esta etapa é fundamental para não passar raiva, pois a gente pode perguntar detalhes que o site não informa, como acessibilidade da rua para a portaria, rampas dentro das dependências do hotel, detalhes sobre a largura da porta do banheiro e disponibilidade de cadeira de banho para emprestar. E ainda assim acontecem surpresas...
Depois de consultar para a Sandra as opções de hotéis próximos à programação dela, decidimos pelo Mercure Vila da Serra, hotel que eu conheço parcialmente pois fica bem ao lado do hospital que meus filhos nasceram. Ela ligou para o hotel, fechou a reserva e veio visitar a capital mineira. Assim que pude, fui ao hotel ouvir as impressões dela e verificar os prós e contras da acessibilidade do Hotel Mercure. A vantagem de utilizar grandes redes de hotéis é a padronização, muitas vezes eles seguem os padrões internacionais e sempre disponibilizam comodidades adaptadas para deficientes.
Fachada do Mercure Vila da Serra (Fonte: Google Maps)
A primeira impressão sobre o hotel é boa, já que ele fica recuado da calçada e tem via prórpia para desembarque, ou seja, uma entrada fora da rua em que o carro - táxi no caso - pode parar e desembarcar com calma, sem a pressão de veículos buzinando atrás. Isto faz diferença para cadeirantes, já que nosso desembarque é sempre complexo. Outra vantagem deste hotel é que há duas vagas para deficientes/idosos na frente, após um quebra molas. E logo em seguida há vagas para táxis. No desembarque próprio, há rampa em sua pequena calçada, porém esta poderia ser maior. A porta de entrada é ampla e plana, e o hall bem espaçoso.
Balcão de Check in não tem rebaixamento para atender cadeirantes
A primeira falha percebemos logo no check in: o balcão é alto e não há rebaixamento nem opção de fazer check in em outro lugar. Fica aquela conversa de cima para baixo tentando entender o que o cadeirante está dizendo, enquanto o mesmo se estica para entregar seus documentos. Na hora de assinar, lá vem aquela velha prancheta para firmar a mão. Feito o check in, no caminho para os quartos ainda encontramos outro obstáculo: escadas que levam ao hall dos elevadores, que só podem ser vencidas utilizando um mini elevador na lateral. Falta de planejamento, porque não fizeram o hall dos elevadores no mesmo nível do térreo? Abre porta, entra, desce barra de segurança, sobe, levanta barra de segurança, abre porta e enfim consegue acessar os elevadores. São panorâmicos, bonito visual, e os botões estão em boa altura. Chegando aos andares, como era de se esperar, carpete. Nem considero isto problema, de tão raro que é um hotel que não o tenha.
Para chegar ao hall dos elevadores, tem que pegar outro elevador.
O quarto é bom, tem uma sala-cozinha com bom espaço de circulação. O quarto não é lá muito grande, mas suficiente, dá para circular em volta da cama e girar cento e oitenta graus para voltar ao banheiro. A cama é um pouco alta, mas dá para acostumar. Quanto ao banheiro, tem as adaptações básicas, vaso elevado, pia sem armário embaixo e box com porta de correr ampla. Só que o chuveiro é comum, e como ficamos sentados levamos aquele jato forte na cara. Ideal seria daquele modelo que corre em uma barra e tem chuveirinho grande, de metal. 
H'á uma mini cozinha com fogão, cafeteira e microondas
Por opção dela, solicitou que emprestassem uma cadeira de plástico para utilizar no banho ao invés de uma cadeira de banho. E neste hotel há cadeira de banho para emprestar, só que é com rodas pequenas. Ficaram de verificar se conseguem uma com rodas grandes, mas não é bom contar com isto. Ou então, se for se hospedar, ligar para saber se já há disponível. O fato é que a cadeira de banho comum resolve, já que a porta do banheiro é grande o suficiente para entrar com a cadeira de rodas, e o espaço lá dentro também é bom.
Detalhes do banheiro, do vaso ao chuveiro. Bem adaptado, mas longe do ideal
A desvantagem deste hotel é a localização. Ou melhor, isto é relativo, pois para determinado tipo de viagem, a localização é ótima. A localização é ruim se o viajante pretende explorar os pontos turísticos somente da cidade de Belo Horizonte, aí fica longe da Pampulha, do Mercado Central, da Praça da Liberdade. Mas a localização é ótima se o viajante pretende conhecer, além de BH, cidades turísticas próximas como Ouro Preto, Congonhas, Tiradentes, São João Del Rei, Lavras Novas. Isto porque ele fica próximo à saída para a BR 040, caminho destas cidades todas. E fica próximo ao BH Shopping, o que facilita para dar um passeio breve, e a Macacos, como é conhecido São Sebastião das Águas Claras, a apenas vinte minutos. O hotel tem também estacionamento próprio, o que facilita se for alugar um carro. No fim das contas, é uma excelente hospedagem pela versatilidade. Se quiser vir a Minas conhecer suas belezas, este é um lugar para ficar!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

SBU tem novas Recomendações sobre Cateterismo Vesical Intermitente

A Sociedade Brasileira de Urologia divulga guia prático com revisão dos principais estudos nacionais e internacionais voltados à indicação e orientação pelo urologista do cateterismo vesical intermitente aos pacientes com disfunções miccionais.
Nos últimos 40 anos, após a introdução do cateterismo vesical intermitente como método terapêutico, a redução das complicações no trato urinário e a melhoria na qualidade de vida, principalmente dos lesados medulares, é notória.
Os crescentes índices de resistência bacteriana aos antimicrobianos, torna indispensável à prática diária do urologista, noções sobre conceitos básicos, boas práticas e incorporação de novidades, como o uso dos cateteres com revestimento hidrofílico, em busca de menores taxas de infecção urinária.
As novas recomendações 2016 são de autoria dos renomados doutores José Carlos Truzzi, Alfredo Felix Canalini, José Antônio Prezotti e Júlio Resplande e estão disponíveis no link:

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Estão acabando as opções

Quer comprar um carro bonito, cheio de opções de conforto, com isenção de impostos? Esqueça.
Quando comprei meu segundo carro após a lesão, um Bravo Dualogic em 2011, na Automax, fiquei incomodado com o limite de isenção, que era de 70 mil reais, e não permitia acrescentar um opcional que me traria mais conforto, o kit multimídia. Não entrava na minha cabeça limitar o valor para compra com isenções, se a pessoa tem o dinheiro, porque limitar? Deficiente está proibido de ter conforto? Quando meu carro completou dois anos, em 2013 - foi justamente quando saiu a lei que permitia solicitar a isenção a cada dois anos - o limite de isenção continuava o mesmo. Achei melhor esperar para trocar de carro, pois queria comprar um veículo mais completo, e acreditei que logo logo iriam aumentar este limite, que já durava quatro anos. 
A Reatech sempre tem stands de montadoras. Elas estão desanimando, não tem mais muitas opções com isenção.
No ano seguinte já haviam rumores sobre o aumento da isenção, e tudo seria discutido na Reatech, que fui, mas nada foi decidido. Levaram a discussão para o fim do ano, e nada de aumento do limite. Chegou 2015, fiquei em cima, assinei petição para aumentar o limite, mandei uns dez e-mails para a CONFAZ - órgão que regula a isenção de ICMS, que é a que tem essa regra estúpida - e nada de resposta positiva. Me mandam sempre o e-mail padrão: "o assunto encontra-se em estudo". Que estudo é esse que dura mais de seis anos??? Estão precisando de universitários para ajudar? Eu arrumo alguns!
Opções de conveniência como comandos no volante e bluetooth estão ficando fora do cardápio
Esperei, esperei e perdi a paciência. Procurei, procurei, e acabei comprando um dos últimos carros grandes remanescentes, uma Chevrolet Spin. Carros médios como Volkswagen Golf, Fiat Bravo, Ford Focus e Chevrolet Cruze já não tem modelos automáticos abaixo de 70 mil. O que as montadoras fazem é "pelar" alguns modelos automáticos para ficarem no limite e os anunciam por 69.990,00. Você compra achando que vai finalmente ter conforto e percebe que em alguns casos nem rádio o carro tem. É o que a Toyota faz com o Corolla. Vende para deficientes sem opções que ajudam no dia a dia como bluetooth e comandos no volante. E alguns itens não tem como incluir depois, ou ficam tão caros que não vale a pena. O mesmo acontece na Volkswagen, dá para comprar veículos automáticos e depois ficamos atrás de sites como este link para melhorar o veículo.
Já pensou comprar um carro e ter que carregar a cadeira assim?

Não sei o que mais podemos fazer para sensibilizar as pessoas que travam este limite insano para aquisição de veículos com isenção. Ficamos reféns das opções que diminuem a cada dia, e todos sabem que ter um carro não é luxo para quem tem limitação, é necessidade. Minha preocupação nem é com conforto, mas sim espaço. Quem usa cadeira de rodas sabe o quanto é importante um bom porta malas. Mas como comprar um carro grande se até carros pequenos estão passando do limite? Outra coisa que está passando do limite é nossa paciência...

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Especialistas defendem uso do cateter hidrofílico

Cônsul Geral da Dinamarca, Eva Bisgaard Pedersen
O Consulado Geral da Dinamarca em São Paulo, em parceria com a Coloplast, promoveu o workshop “Cuidado em Saúde Urológica para Lesados Medulares. O evento contou com a participação de médicos da Sociedade Brasileira de Urologia, lesados medulares que fazem o procedimento de esvaziamento da bexiga, enfermeiros estomaterapeutas, políticos e entidades parceiras.
A Cônsul Geral da Dinamarca, Eva Bisgaard Pedersen, mostrou aos participantes como a Dinamarca trata os lesados medulares. Desde o início da década de 90, novo protocolo de tratamento oferece aos pacientes dois centros especializados, um no oeste do País e outro em Copenhagen. Além de tratamento, as entidades colaboram na inclusão social. Mais de 50% dos lesados medulares trabalham. O cateterismo intermitente é o método adotado na maioria dos casos.
O Diretor-Geral da Coloplast do Brasil, Everson Soares, disse que a empresa desenvolve produtos para pacientes que precisam de cuidados íntimos, desde 1957. “Neste ano, no Brasil, já atendemos mais de 12mil pacientes no Programa Ativa “, destacou. A enfermeira estomaterapeuta Gisela de Assis falou sobre a introdução ao cateterismo intermitente e cateter hidrofílico e o urologista José Carlos Truzzi, da SBU, desmitificou o esvaziamento da bexiga. Os profissionais de saúde explicaram que o cateter hidrofílico oferece menos chance de infeção, de hospitalização, evita sangramento e estreitamento da uretra. “O cateterismo intermitente traz independência e socialização ao lesado medular”, afirmou o médico.
Em 1990, o policial militar Alexandre Miragaia foi baleado e ficou tetraplégico. Sem orientação e com pouco contato com outros cadeirantes não sabia que precisa fazer o cateterismo intermitente, procedimento para esvaziar a bexiga várias vezes ao dia. Passou anos com problemas de saúde e foi internado várias vezes. Ele começou a fazer o cateterismo quando entrou na Associação dos Policiais Militares Portadores de Deficiência do Estado de São Paulo. “Depois que conheci o cateter hidrofílico nunca mais fui internado”, disse.
Deputado Eduardo Barbosa
O presidente da Subcomissão de Saúde e presidente da Comissão de Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara Federal deputado Eduardo Barbosa, se comprometeu a iniciar as discussões sobre a distribuição do cateter hidrofílico pelo governo. “Já perdi muitos amigos com insuficiência renal. Espero que tenhamos desdobramentos desse assunto na Câmara”, falou o deputado.
No Brasil, segundo estimativas do Ministério da Saúde, há cerca de 6 mil novos casos de lesão medular todos os anos. Cerca de 80% das vítimas são homens jovens, que podem ter o controle da bexiga afetado. Esse órgão pode se comportar de maneira desconexa, resultando em perda urinária frequente e esvaziamento incompleto. O resíduo de urina não eliminado propicia a multiplicação bacteriana o que causa infecção urinária e pode refluir para os rins, podendo levar a perda de sua função.
O resíduo de urina pode ser removido de maneira simples e segura pela própria pessoa com lesão medular por meio de um procedimento mundialmente recomendado: o cateterismo intermitente, que consiste na introdução de um cateter, que é um tubo transparente, através da uretra para esvaziar a bexiga. O procedimento deve ser feito de quatro a seis vezes ao dia. O workshop foi realizado nesta segunda-feira (24/10), no Hotel Renaissance, em São Paulo.
O workshop no Hotel Renaissance contou com estrutura completa

Sobre a Coloplast
Multinacional dinamarquesa presente em mais de 132 países, foi fundada em 1957, emprega mais de 10.000 funcionários pelo mundo, cujo negócio inclui soluções para Estomia, Urologia e Incontinência, e Cuidados de feridas e da pele.
Elise Sørensen, uma enfermeira dinamarquesa, percebendo os problemas de sua irmã Thora, que foi submetida a uma operação de estomia, passando a temer sair de casa pelo risco de sua estomia vazar em público, criou a primeira bolsa adesiva de estomia do mundo: uma bolsa que não vazava.
No Brasil, a Coloplast está presente desde 1989, e desenvolve produtos e serviços que tornam mais fácil a vida para pessoas com necessidades em cuidados íntimos de saúde.
Em 2012, 2013, 2014 e 2015, a Coloplast foi eleita em pesquisa realizada pela consultoria independente Patient View, a empresa de Dispositivos Médicos com a melhor reputação no mundo por mais de 400 grupos pacientes. Em 2012 e 2013, foi eleita pelo Instituto Ethisfere uma das empresas mais éticas e por 3 anos consecutivos, está entre as 50 empresas mais inovadoras do mundo segundo o ranking da Forbes.

Desde 2010, o programa de atendimento gratuito, Coloplast Ativa, oferece suporte ao paciente desde o primeiro momento durante a reabilitação até o seu dia a dia em casa, através da visita de enfermeiros especializados.

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

A tábua da salvação

Essa tábua quebra um galho!
Quem é cadeirante sabe que um dos "calcanhares de Aquiles" do dia a dia são as transferências. A gente precisa fazer transferência a todo momento, desde a hora em que acorda até a hora em que deita. É da cama para a cadeira, da cadeira para o carro, da cadeira para o sofá, da cadeira para outra cadeira... Veja no vídeo abaixo como usar a tábua. Só que, quem tem lesão alta sofre para fazer estas transferências. A ferramenta mais simples e útil que temos para auxiliar nessas transferências é a tábua de transferência. Que, na verdade, nem precisa ser uma tábua, já vi tábua de transferência feita de plástico e de acrílico.
Mas onde conseguir esta bendita tábua? No Mercado Livre? Em loja de produtos ortopédicos? É, nesses dois lugares tem - para quem quer ver no Mercado Livre, clique neste link. Mas são muito caras. A mais barata no Mercado Livre custa oitenta e nove reiais! Mas que alternativa temos? Ganhei a minha no Sarah, e é onde a maioria das pessoas que tem esta tábua ganha. Só que nem todo mundo passa pelo Sarah, e aí vem me perguntar onde conseguir a tábua. A sugestão que dou é: faça sua própria tábua. Falo para procurarem a postagem sobre a tábua no blog, pegar a foto que tirei dela e mandar fazer em uma marcenaria. Só que eu estava pensando nisso outro dia, e acho que só com base no desenho é complicado fabricar esta tábua. E este é o propósito deste post. Fiz o desenho abaixo com as medidas da tábua, para quem quiser mandar fazer, levar ao marceneiro ou ao... plastiqueiro? Quem trabalha com plástico rígido, e pedir para fazer com base nas medidas. Se for de madeira, é feita de compensado e tem um centímetro e meio de espessura. Depois é só arredondar as bordas. Explicando um pouco o desenho, ela mede 72 cm de complimento por 29 cm de largura, e as medidas dentro da tábua, que pegam no início do buraco, é para orientar onde fazer o buraco. Tentei pegar bem nas bordas do buraco para facilitar, e o buraco tem dez centímetros por quatro de largura. Espero ajudar de verdade quem tem dificuldade com transferências!
Clique na imagem para ampliar e salve em seu computador

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Nove meses dos gêmeos

Sou pai coruja mesmo, eles são lindos!!
Já contei aqui como foi o processo para termos nossos filhos, através da inseminação artificial, em alguns posts - vejam link para eles ao final deste. E quem leu sabe que, ao contrário da maioria dos casais, o desejo de ter filhos era mais meu do que da minha companheira, e sabe também como foi o processo para chegar à decisão de investir nesse sonho.
Cuidar de dois não é fácil. Mas basta um olha e um sorriso para valer a pena
Agora vou falar como tem sido nossa vida após o nascimento deles - fizeram nove meses dia 14/10 - e como tem sido o dia a dia com nossos bebês. Após o nascimento tenso deles, em que ficamos todos internados, saímos do hospital aos dezoito dias de vida deles. Fomos para casa, eles se ambientaram aos novos berços, e começamos a cuidar - com ajuda da minha mãe nos primeiros dias. Como eu estava de licença médica do trabalho, pois fiz uma cirurgia nas costas há pouco tempo, e a Gi de licença maternidade, resolvemos cuidar deles sozinhos, sem ajuda de babá, até o fim da licença da Gi. A primeira coisa que preciso falar a todos os meus amigos que me aconselharam dar valor ao sono antes dos meninos nascerem é... Vocês estavam certos! Nos primeiros meses a gente não dorme. Nos meses seguintes dorme um pouco, chega a umas três, quatro horas por noite! Tá, não é bem assim, e na verdade não posso reclamar, meus filhos dormem bem desde três meses de idade.
Segurar os dois juntos não e fácil!
Nossa rotina nos primeiros meses era assim: durante o dia, a Gi dava peito para um, trocava fralda, às vezes precisava trocar roupa, limpar, ficava no colo um pouco, e logo o outro queria a mesma coisa. Era dedicação exclusiva, trabalho durante o dia inteiro. Ao chegar a noite, combinei com a Gi que eu ficaria responsável por cuidar deles para que ela pudesse descansar. Meu turno iniciava às 11 da noite e terminava às 5 da manhã. Eles dormiam perto de meia noite, e por volta de duas, quase três da manhã, alguém começava a chorar. Aí eu levantava, trocava fralda, dava mamadeira e fazia dormir. Quando estava colocando no berço, o outro acordava, e fazia o mesmo processo. E quando acaba com o segundo, o primeiro acordava de novo. E começava tudo de novo. Interessante é que raramente os dois acordavam ao mesmo tempo. Achei que por estarem no mesmo quarto, quando um chorasse o outro acordaria e ia chorar junto, mas não era assim. Ainda bem. Quando isto acontecia de madrugada, aí eu tinha que chamar a Gi para ajudar. Ela vinha cambaleando, e cuidávamos dos dois juntos. E assim foi até o terceiro mês, quando eles começaram a dormir mais durante a noite. Aí meu turno ficou fácil... eu dormia e quando algum deles chorava eu ia lá ver e fazer o processo. Às vezes era só um chorinho bobo, como temos babá eletrônica, eu via pela tela se estava tudo bem, o choro parava e eu voltava a dormir.
Batizado dos gêmeos em Paula Cândido, terra da Gi
A Gi voltou a trabalhar no dia 1º de julho, e eu permaneci de licença médica - até hoje - pois minhas dores não diminuíram, pelo contrário, aumentaram. Decidimos então contratar uma babá para me ajudar. Demoramos três "experiências" até acertar, mas hoje estamos com uma pessoa ótima. A Gi sai para trabalhar pela manhã e ela fica com os dois, dá mamadeira, deixa eles no cercadinho brincando, e fica de olho, e quando vai fazer almoço eles ficam na cadeirinha. Eu acordo por volta de onze horas - não é preguiça, é que ainda durmo muito mal devido às dores, acordo às sete com a Gi, faço mobilização passiva e volto a dormir. Se eles ainda estiverem no cercadinho - alguns chamam de chiqueirinho, mas não acho eles tão porquinhos assim - fico no sofá, puxo para perto de mim e brinco com os dois. Atualmente eles gostam de ficar de pé segurando na beirada, eu coloco eles assim e ajudo a dar uns passinhos. Depois de algum treino aprendi a tirar eles do cercadinho e colocar, o que ajuda quando alguém fica nervoso. Também consigo tirar eles da cadeirinha e puxar para cima do sofá. Em outras atividades, dou sempre um jeito de levá-los. Quando saímos de casa sem o carrinho, eu uso o Canguru, é uma mão na roda, eles gostam de andar nele. Chega na garagem, antes de tirar e colocar no carro, fico dando voltas e girando a cadeira, eles se divertem!
Passeando no calçadão da Praia do Morro com o Max no Canguru
No dia a dia eles são muito bonzinhos. Não dão muito trabalho, aliás dão menos trabalho que muito bebê sozinho. Ficam quietinhos na cadeirinha vendo TV, se comportam bem no cercadinho. Comem muito bem, só a Anne faz uma carinha estranha a cada comida nova, mas acaba comendo. E estão crescendo muito! Aos nove meses, apesar de serem prematuros, já estão acima da média dos bebês nesta idade. A Anne está pesando 8,80 kg e o Max 8,40. Ela mede 75 cm e ele 71,5. Desde o nascimento ela é um pouco maior. Acho bom ele crescer logo, senão vai apanhar da irmã, já pensou que feio? Está avisado!
Já ficam de pé no cercadinho, daqui a pouco estarão andando
Apesar de bonzinhos, há momentos em que provocam o caos. Estão em uma fase que não param quietos, querem ficar de pé e ficam doidos para ir para o chão. Imaginem segurar dois bebês com pouco controle de tronco? Não é fácil, mas a gente dá conta. E é um ótimo exercício para o tronco. Na atual fase deles, só segurar no colo já é um exercício. Eles ficam se mexendo, tentando ficar de pé, querendo ir para o chão, e a gente tem que segurar eles com firmeza. Para não correr risco, procuro ficar próximo ao sofá ou outro lugar que eu possa me apoiar em caso de emergência. Ainda não ocorreu. Uma coisa interessante, eles já começaram a perceber que o papai é um pouco diferente. Às vezes estão na cadeirinha, no chão, e eu chego perto. Eles olham para a cadeira, depois para mim. É ótimo para a criança aprender desde o nascimento a conviver com as diferenças.
Além de tudo isto, é uma alegria muito grande poder acompanhar o dia a dia dos meus filhos, apesar de estar passando por dores muito fortes. Cada dia é um novo aprendizado, perceber eles aprendendo coisas novas, novos sabores, as primeiras sílabas e as brincadeiras diárias é muito bom. Poder dar comida a eles, carinho, colo, me faz esquecer um pouco das dores absurdas que estou sentindo. Espero controlá-las um pouco para ter forças para cuidar e acompanhá-los todo dia!

Posts sobre antes e depois do nascimento dos nossos babies!
http://www.blogdocadeirante.com.br/2015/09/paternidade-sobre-rodas.html
http://www.blogdocadeirante.com.br/2016/02/alegrias-e-perrengues.html
http://www.blogdocadeirante.com.br/2016/06/fertilizacao-na-pratica.html
http://www.blogdocadeirante.com.br/2016/03/pai-quarentao-cadeirante-de-gemeos.html

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Hotel Blue Tree Premium em São Paulo

Fachada do Blue Tree Premium Faria Lima (foto do site do hotel)
São Paulo é um dos meus destinos mais frequentes, e não é somente porque lá acontecem os principais eventos do país, nem pela diversidade cultural ou pela rica gastronomia. O principal motivo de ir tanto a São Paulo são meus três lindos sobrinhos que lá residem, e meus dois irmãos. Por isso, nunca uso hotel para hospedagem naquela cidade, prefiro ficar na casa de um dos meus irmãos, para aproveitar bem o pouco tempo com todos.
Hall do hotel, alto nível em tudo
Mas eis que recebi o convite da Iveco para cobrir o lançamento da Daily Elevittá, da qual sou garoto propaganda. E eles disponibilizaram um hotel para que eu ficasse próximo ao evento. Solicitei as adaptações necessárias e reservaram para mim o Blue Tree Premium Faria Lima, que fica na Avenida Brigadeiro Faria Lima, 3989, Vila Olímpia. Por ser de uma grande rede, fiquei mais tranquilo em relação às adaptações, pois geralmente seguem o padrão internacional e prestam atenção às necessidades dos clientes.
Na entrada do quarto, uma sala com sofá e TV
Ao chegar, já me impressionei bem com o funcionário que me recebeu, perguntou como faria para auxiliar o taxista a montar minha cadeira e depois perguntou se eu queria ajuda para desembarcar. Parece coisa simples, mas pouca gente faz isso, geralmente vão pegando a cadeira, segurando de qualquer jeito, ou até tentando puxar a gente para fora do carro. Perguntou também se eu queria ser empurrado, outra coisa básica. Não preciso de ajuda para estas tarefas, declinei educadamente. No balcão, achei que havia encontrado uma falha, ele é alto e não tem nenhuma parte rebaixada, mas me direcionaram para uma mesa para fazer meu check in. Tudo certo.
A cama é enorme e muito confortável
Feito o check in, me acompanharam até o apartamento, no vigésimo quinto andar. O quarto é enorme, com bastante espaço para circulação, dividido em uma ante sala, cama e escritório. A sala tinha duas mesinhas de centro, que atrapalham a aproximação da cadeira de rodas, e um sofá, muito baixo e macio. Não arrisquei me transferir par ele. A TV é visível da cama, portanto não foi necessário utilizar a sala. A cama tem boa altura, pouco acima da cadeira de rodas, e não tinha obstáculo. Me aguardava em cima da cama o programa do lançamento do veiculo da Iveco e uma sacola da Kopenhagen de brinde (hummm). O escritório fica atrás da cama, é composto por uma mesa com gavetas e uma cadeira, a mesa é bem vazada e a cadeira entra com facilidade. A vista do apartamento é belíssima, para quem gosta de prédio... Dá para ver boa parte da cidade.
Até escritório tem no quarto
Vista do 25º andar
O banheiro, como era de se esperar, era muito bem estruturado. Tinha barras para todo lado, inclusive barra móvel ao lado do vaso, que felizmente não tem aquela abertura na frente. O assento, este sim tem abertura, e esta eu acho útil, facilita a higiene. Para a lixeira, nota dez, aberta por cima porém mais estreita que a boca. No box, um banco para banho, recomendável para quem tem bom controle de tronco. Como é meu caso, utilizei sem dificuldade.
O banheiro é top, completo e com todas as adaptações necessárias
O hotel conta também com piscina, academia, sauna e área de lazer no último andar, porém como fiquei pouco tempo não tive oportunidade de conhecer. A esta altura você deve estar pensando que este hotel é caríssimo, e não está longe da verdade. Fiquei lá porque foi cortesia, não gastei nada, mas em uma busca rápida pelo Trivago, descobri a diária fica em torno de quatrocentos reais. Bem puxado, mas para quem não abre mão de luxo e sofisticação, é uma boa pedida.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Evento Cultural Inclusivo para crianças com deficiência

O evento será gratuito e as vagas são limitadas
O Blog "Santa de Casa Faz Milagre" está realizando um projeto que pode parecer modesto,  mas é de enorme valia a famílias confinadas ao cárcere de seu próprio lar, e sabemos bem que lazer e esporte pode transformar  nossas vidas, tornarem  mais leves nossas dificuldades.

O Blog é composto por pais de crianças com deficiência e realizará o evento no Teatro Francisco Nunes, em Belo Horizonte. Será um cinema inclusivo, mas não só para autistas, e sim para pessoas portadoras com deficiência em geral.
O evento trata de gentilmente receber as pessoas e suas famílias, já que a oportunidade de um espaço totalmente adaptado às suas necessidades é rara. Eles querem espalhar a inclusão! Para crianças autistas, por exemplo, que normalmente não têm muita concentração, serão passados curtas. O evento é gratuito, não tem patrocínio e estão contando com a colaboração de várias pessoas. 

Nesta oportunidade as crianças terão luzes semi-acesas, som mais baixo, liberdade de ir e vir e caminhar pelo espaço, ambiente paralelo de musicoterapia com uma musicoterapeuta e circuito sensorial com educador físico, para que possam se reorganizar e reequilibrar. Será dentro do Parque Municipal, pois assim poderão passear e voltar, aproveitando o verde. São esperadas 200 famílias, aproximadamente 350 pessoas, sendo que já estão chegando ao preenchimento total das vagas, tamanha a demanda e carência deste tipo de evento destinado a este público.
Será na semana das crianças, no dia 15 de outubro. Contarão com 40 estagiários de psicologia e pedagogia para auxiliar na lida com as crianças. As crianças são, na maioria, portadores de paralisia cerebral, cadeirantes, autistas, Síndrome de Down e crianças com epilepsia. Vamos apoiar esta causa!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Com foco em tecnologias assistivas, empresas mostrarão potencial de produtos brasileiros em feira na Alemanha

Rehacare é o evento mais importante da Europa no setor de reabilitação
Com o propósito de fomentar as exportações brasileiras de produtos voltados para tecnologias assistivas e reabilitação, empresas associadas à ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) e que fazem parte do Projeto Brazilian Health Devices, executado pela entidade em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), estarão presentes na Alemanha, entre os dias 28 de setembro e 1 de outubro para participação na Rehacare. A Freedom, fabricante de cadeiras de rodas, a Ibramed, produtora de equipamentos para reabilitação física, assim como a Politec, companhia que produz aparelhos auditivos e a Jumper, desenvolvedora de cadeira de rodas personalizadas para a prática de esporte, estarão presentes apresentando produtos e representando o Brasil nessa primeira participação do país no evento.
A Rehacare é a feira mais importante da Europa no setor de reabilitação. O evento, que acontecerá na Messe Düsseldorf, será uma plataforma ideal para qualquer pessoa com necessidades de cuidados ou doenças crônicas, bem como para os idosos, pois proporcionará troca de experiências e uma ampla variedade de atividades. A diversidade de temas, tais como prevenção, mobilidade, inclusão, turismo, esportes, oportunidades de carreira e muito mais estarão à disposição dos participantes, pesquisadores, bem como os mais de 900 expositores e especialistas de todo o mundo.
Na Alemanha a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida é regra e não exceção. Além de as cidades serem pensadas e construídas para ser completamente acessíveis - calçadas bem-feitas, niveladas e sem obstáculos; bondes com piso baixo que facilita o acesso ao transporte público; sistemas de orientação para cegos e pessoas com baixa visão -, o país tem a maior indústria de tecnologia assistiva do mundo, seguido dos Estados Unidos.  Para Laísa França, coordenadora de promoção comercial da ABIMO, a participação brasileira na Rehacare fortalecerá a imagem da indústria de reabilitação e mostrará a capacidade de negócios nesse setor. "Há grande potencial industrial brasileiro, porém ainda precisa ser organizado e muito apoiado. O objetivo da nossa participação nesse importante evento é impulsionar as exportações brasileiras deste tipo de produção com foco na saúde, funcionalidade e bem-estar do paciente".
Durante o evento, alguns para-atletas farão demonstrações de produtos brasileiros, e no dia 30 de setembro, haverá um Happy Hour no pavilhão para promover networking entre os visitantes da feira e os fabricantes do Brasil.                                                                               
Oportunidade de mercado 
Um estudo realizado pelo CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos) a pedido da Secis/MCTI (Secretaria de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) identificou que o Brasil tem grande competência para o desenvolvimento de tecnologia assistiva, mas, para que ocorra, é fundamental que ações planejadas e integradas sejam implementadas considerando a participação de governo, associações de classe e indústria.
Para incentivar e incrementar os negócios na área, a Apex-Brasil tem voltado esforços a fim de aumentar o número de empresas brasileiras da área de tecnologia assistiva no exterior. A agência firmou parceria com a ABIMO para colocar em prática um plano de negócios que indicará potenciais mercados no exterior. Nesse projeto se pretende organizar internamente uma parte do setor, regulamentá-lo e prepará-lo para o mercado internacional. Segundo Clara Porto, gerente de marketing e exportação da ABIMO, a ideia é fazer um planejamento estratégico que impulsionará as exportações dos fabricantes brasileiros de produtos de tecnologia assistiva de saúde.
Além de fazer um estudo detalhado sobre o mercado local - com mapeamento dos fabricantes, identificação de lacunas e pontos a melhorar para fortalecer a indústria nacional -, a ABIMO trabalhará em conjunto com associações de países cujo segmento de tecnologia assistiva já está estrategicamente organizado.
SOBRE O BRAZILIAN HEALTH DEVICES
O Projeto Setorial (PS) executado pela ABIMO, em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), denominado Brazilian Health Devices tem como missão fomentar as exportações das indústrias de artigos e equipamentos da área da saúde. Brazilian Health Devices é a marca que reúne as indústrias exportadoras do setor e as representa internacionalmente.
SOBRE A ABIMO
A Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO) é a entidade representante da indústria brasileira de produtos para a saúde que busca representar e promover o crescimento sustentável do setor no mercado nacional e internacional.
SOBRE A APEX-BRASIL

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) tem a missão de desenvolver a competitividade das empresas brasileiras, promovendo a internacionalização dos seus negócios e a atração de investimentos estrangeiros diretos. A Apex-Brasil apoia, atualmente, mais de 12 mil empresas de 83 setores produtivos da economia brasileira, que exportam para mais de 200 mercados. A Agência também coordena os esforços de atração de investimentos estrangeiros diretos (IED) para o País.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Paralimpíadas 2016: Cícero Valdiran bate recorde das Américas no Rio

O esportista disputou na classe F57 do lançamento de dardo nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro e ficou em quarto lugar. O lançamento feito por ele atingiu a marca 42m e 90cm, novo recorde das Américas. Por apenas seis centímetros não conquistou a medalha de bronze na competição. "Foi uma experiência que valeu ouro. Nada pode pagar essa experiência". 
Natural de Igaracy, no Sertão da Paraíba, Valdiran, de 24 anos, pratica o paratletismo há três anos. Ele nasceu com má formação congênita na altura do tornozelo, mas a deficiência não o parou. Antes de chegar ao atletismo, praticou basquete adaptado.
O esportista faz parte da AAPD/PB (Associação Atlética das Pessoas com Deficiência), da Paraíba. A entidade conta com apoio da Coloplast, que é nossa parceira aqui no blog. Juntos, vamos divulgar informações importantes sobre tecnologias, produtos e serviços que tornam mais fácil a vida de pessoas com necessidades íntimas de saúde.

Sobre a Coloplast
A Coloplast desenvolve produtos e serviços que tornam mais fácil a vida de pessoas com condições médicas muito pessoais e realmente íntimas. Trabalhando próximo aos usuários finais e profissionais que usam seus produtos, criam soluções sensíveis às suas necessidades especiais.

sábado, 10 de setembro de 2016

Apex e ABIMO realizam evento sobre tecnologias assistivas

Painel da Apex/ABIMO discutiu o panorama da industria brasileira e os desafios para exportação
Nos dias 7 e 8 de setembro a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) e a ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) realizaram na Casa Brasil, que fica dentro do Boulevard Olímpico da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, um painel com palestras e discussões sobre Soluções Brasileiras Inovadoras e Sustentáveis em Tecnologias Assistivas. O painel contou com a presença de empresas parceiras da Apex e da professora Izabel Maior, ex Secretária Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Primeiro dia do Painel
No primeiro dia, intermediado por Paulo Henrique Fraccaro, superintendente da ABIMO, palestraram a fisioterapeuta Elisandra, da Ibramed, que demonstrou um aparelho que trabalha com a corrente Aussie, que produz mais resultados tanto em estimulação quanto em analgesia. Em seguida, os proprietários da Jumper Equipamentos contaram a história da empresa e seus produtos. À tarde foi a vez de Márcio Weissheimer, da Freedom, falando sobre seus produtos, e Erika Foureaux, da ONG Noisinho da Silva, de Belo Horizonte, que criou uma cadeira para crianças com deficiência interagirem com outras em brincadeiras no chão. Em todas as apresentações foram ressaltadas as inovações dos produtos no sentido de aumentar a qualidade de vida dos usuários, e os desafios enfrentados no mercado nacional e para exportar.
Professora Izabel Maior palestrando na Casa Brasil
No dia seguinte, o grande destaque foi a palestra da professora Izabel Maior, que mostrou um panorama das leis nacionais e internacionais voltadas ao deficiente, finalizando na LBI - Lei Brasileira da Inclusão, destacando os pontos positivos e os que demandam atenção. Explicou o que é considerado tecnologia assistiva e a posição do Brasil, que hoje é grande importador deste tipo de produto, elogiando os incentivos da Apex para exportar os produtos aqui desenvolvidos. Em seguida ressaltou a importância das Paralimpíadas como painel de produtos assistivos de alta tecnologia, comparando com a Fórmula 1, que desenvolve tecnologia que acaba nos carros que dirigimos. Izabel discorreu também sobre incentivos fiscais e financeiros para empresas que atuam no setor, e sobre o papel da universidade no desenvolvimento de tecnologia assistiva. Foi uma palestra muito rica, a professora Izabel tem um vasto conhecimento da legislação e dos desafios para inclusão da pessoa com deficiência.
O representante da Deca falou sobre a experiência em exportar
Em seguida, intermediados pelo Gilson Spanemberg, da Apex, outros empresários falaram rapidamente sobre seus produtos, a atuação no mercado nacional e os passos para exportar com apoio da Apex. Foram eles a Erika Foureaux, da Noisinho da Silva, Júlio Oliveto, da Kit Livre, Leda Rosa, da Larqtec, e um representante da Deca, e foi formada uma mesa redonda em que discutiram a situação do mercado nacional e os problemas e incentivos para exportar. Ao final foi aberto para o público interagir questionando a mesa, o que gerou um bom debate, contando com a participação da platéia e de todos da mesa.
Este tipo de evento é muito importante para divulgar e debater o mercado de produtos de tecnologia assistiva, tão carente de incentivos e estímulos no Brasil. Foram apontados os problemas enfrentados pelos empresários, como falta de escala e incentivos fiscais e o custo da pesquisa e desenvolvimento, que majoram o preço final dos produtos, diminuindo sua competitividade. O que percebemos é que há no Brasil boas ideias e vontade, porém devido aos problemas de burocracia, falta de investimento e falta de incentivos, fica difícil oferecer produtos de qualidade e a preço justo, o que dificulta também a competitividade no exterior.

SpeediCath

Sonda prática, simples de usar
SpeediCath® é o cateter hidrofílico pronto para uso da Coloplast®. Seu revestimento exclusivo e os orifícios polidos e também lubrificados garantem um cateterismo seguro, simples e prático todos os dias. Não é preciso adicionar água, lubrificação ou esperar a ativação do revestimento. Não dá para ser mais rápido ou mais simples do que isso.
SpeediCath® foi projetado para aumentar o conforto, minimizar o risco de danos à uretra e evitar complicações relacionadas ao cateterismo intermitente. Garante cateterismo extremamente suave, tanto durante a inserção quanto na retirada do cateter.
Até quem tem pouca mobilidade nas mãos consegue abrir a sonda
O anel permite abertura fácil e o ponto adesivo garante que o cateter permaneça onde foi colocado mesmo para quem tem destreza manual limitada, a qualquer hora e em qualquer lugar. Está disponível em diferentes comprimentos e tamanhos para se adaptar a homens, mulheres e crianças. 
O fato de vir lubrificado agiliza o cateterismo
SpeediCath® é um produto livre de PVC e garante que a saúde nunca será comprometida, além de limitar o impacto ambiental. Lembre-se, ele não é reutilizável. É um cateter estéril, de uso único.
Se você precisa realizar o cateterismo intermitente, solicite a visita de um(a) enfermeiro(a) especializado(a). Ligue para 0800 285 86 87 (ligação gratuita – de seg. a sexta das 8h – 20h). O programa Coloplast® Ativa pode tornar a sua vida mais fácil.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Como evitar escaras

É feio, e choca, mas é muito importante evitar.
Quando a pessoa sofre uma lesão medular e vira cadeirante, ela conhece uma terrível enfermidade chamada escara. Para quem não sabe, as escaras, também conhecidas como úlceras de pressão, são lesões que ocorrem na pele devido a falta de irrigação de sangue em regiões que ficam muito tempo sob pressão. Portanto, é o tipo de lesão que acontece com pessoas com mobilidade reduzida. Mas como evitar o aparecimento de escaras? Darei foco nesta matéria para as formas de evitar as escaras mais comuns em cadeirantes, as que aparecem nos glúteos, também conhecidos como bumbum, bunda, popô, aí você escolhe. 
A regra número um para evitar escaras vale para qualquer parte do corpo: mudar de posição frequentemente. Se estiver deitado, tem que mudar de decúbito (posição deitado). Se for frontal, é de barriga para baixo, se for lateral, é de ladinho mesmo. Quanto à posição sentado, principalmente na cadeira de rodas, quem é cadeirante e já passou pelo Hospital Sarah conhece o termo "elevação", que é o ato de levantar o corpo segurando nos para lamas ou rodas da cadeira de rodas, mantendo a bunda no ar por alguns minutos. A elevação é muito importante para aliviar um pouco a pressão nos glúteos e alterar a posição do corpo, pois as escaras surgem justamente quando a pessoa se mantêm por longos períodos na mesma posição.
Almofada Roho Quadtro Select Low Profile. Palavrão para proteger o popô
Outra forma de evitar o aparecimento de úlceras de pressão nos glúteos é a utilização de almofadas anti escaras. Há diversos modelos com preços variados - alguns até abusivos - que prometem auxiliar na prevenção das temidas escaras. As mais simples são almofadas de ar ou gel feitas de plástico, com preços que começam em menos de trinta reais! Mas será que são mesmo eficientes? No início da lesão, logo no primeiro ano, percebi o quanto são desconfortáveis as almofadas que vem nas cadeiras de rodas, feitas de espuma comum. Descobri as almofadas de ar e adquiri uma bem simples, de plástico. E houve alguma melhora, senti mais conforto e mais mobilidade. Porém a almofada é instável, barulhenta e sensível a furos. A que tive durou menos de seis meses, mesmo sem usar todo dia. Eu só usava quando ficava longos períodos sentado na cadeira. Aí vem mais uma dica para evitar escaras: transferir com frequência. Sempre que for a algum lugar que tenha um sofá, ou uma cadeira confortável, procure transferir, tanto para mudar a posição quanto de superfície.
Após quase três anos na cadeira de rodas, utilizando uma M3, fui à Reatech, feira de produtos para deficientes. Lá conheci a almofada Roho, uma marca americana que fabrica almofadas e colchões anti escaras. Achei que fosse barata e quase caí para trás quando descobri que custava mais de mil reais. Isso em 2009. Um ano depois consegui comprar direto na fonte, nos EUA, pela metade do preço. Comprei o modelo Quadtro Select Low Profile - é uma almofada composta por dezenas de gomos, de perfil baixo (5 cm de altura) com tecnologia que divide a almofada em quatro partes, cada uma delas pode ficar com uma quantidade de ar diferente, e rigidez diferente. Isto é importante pois o peso do nosso corpo não é simétrico, e dependendo de acidentes ou problemas no corpo, pode haver ainda mais diferença de peso em cada lado do corpo. Portanto, a almofada se ajusta ao peso e formato do corpo do usuário. E por ser inflada com ar, permite uma certa movimentação com estabilidade, e realmente previne a formação de escaras.
Para quem não tem tanta grana - ou não está disposto a vender um rim - há um modelo mais simples da Roho, a Mosaic. Ela é composta por gomos maiores, e não tem divisória. Mas o material é o mesmo, e o princípio também. Previne escaras da mesma forma, e é quase tão confortável quanto. E custa um quarto do preço. Vale a pena? Eu acredito que sim. Principalmente para quem passa longos períodos sentado na cadeira de rodas.
Assento Ortopédico Fibrasca Saúde
A boa notícia é que a concorrência se mexeu e hoje há outros modelos de almofadas de ar ou de látex que também evitam escaras. Uma empresa brasileira, a Fibrasca Saúde, me procurou para pedir auxílio no desenvolvimento de uma almofada de látex com desenho próprio para evitar escaras. Me enviaram o primeiro protótipo, testei por alguns dias e dei algumas sugestões. Alteraram a forma de fixar na cadeira e enviaram outro protótipo, que testei por alguns meses. E fiquei bem satisfeito com o resultado. É uma almofada confortável, facilmente lavável e ajuda mesmo a prevenir escaras. E é relativamente barata, custa em torno de cem reais. Muito melhor do que uma almofada original, melhor do que uma almofada de plástico, e a um preço justo. Veja no vídeo abaixo algumas considerações sobre prevenção de escaras e análise de alguns modelos.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Alcançando Sonhos

Crianças atendidas pelo projeto Alcançando Sonhos
Fico extremamente feliz quando descubro projetos e pessoas engajadas em melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência. Ainda mais se forem crianças. Quem vive a realidade de uma vida com limitações, sabe o valor destas iniciativas. Nesta matéria venho mostrar a vocês um projeto de sucesso. O relato é da Aryanne Fernandes, enfermeira que participa do projeto.
"O projeto “Alcançando Sonhos” foi um projeto idealizado com vistas a despertar os sonhos já adormecidos nos corações de crianças e pais. Para que, através das lentes de uma câmera, fosse possível enxergar todo o potencial das crianças com deficiência. Onde foco não esteja nas incapacidades das crianças e sim em suas capacidades, para que as mesmas possam ser potencializadas. Como resultado através das imagens é possível perceber que crianças com deficiência, são apenas crianças, que tem sonhos, medos, alegrias, tristezas, gostam de brincar e viver a vida da melhor forma possível.
As crianças são pacientes do Centro Especializado em Reabilitação Física e Intelectual (CER II), localizado no município de Mantena – MG. O CER II integra o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência - Viver sem Limite. 
A clínica atende a 8 municípios da região, e possui uma equipe multidisciplinar, com médicos neurologista, psiquiatra, ortopedista, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, psicólogas, terapeutas ocupacionais, enfermeiras e técnicas de enfermagem, nutricionista e assistente social. 
A maior parte das crianças nas imagens possuem diagnóstico de paralisia cerebral, síndrome de Down, entre outras patologias."
Parabéns às pessoas que tocam e participam do projeto. Que este exemplo se multiplique por todo o país!

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Restaurante Gaeta - Guarapari

Restaurante Gaeta, em Meaípe (imagem da internet)
É sempre uma satisfação conhecer pessoas que se preocupam com a acessibilidade sem obrigação ou necessidade própria. Infelizmente, estes são os motivos mais comuns para alguém investir em adaptações para atender pessoas com mobilidade reduzida. Por isso me alegrei por saber que os donos do Restaurante Gaeta, em Meaípe, uma das praias mais badaladas de Guarapari - onde fica a famosa boate Mais.
Curiosa rampa dupla, funciona bem e transmitiu segurança
Eu estava buscando um restaurante legal para passar meu primeiro dia dos pais em Guarapari, onde moram meus pais, e me deparei com este restaurante no site Trip Advisor, onde havia informação que ele dispunha de acesso para cadeirantes. Liguei para lá para saber mais e me disseram que havia sim o acesso, e ainda banheiro adaptado e espaço para circular. Fiz a reserva na hora, informando ainda que iria com dois bebês, em carrinho duplo. A pessoa me garantiu que teria um lugar adequado. Confiei.
Conseguiram espaço para carrinho de bebê duplo e cadeirante
Chegamos lá e percebi a dificuldade que seria encontrar um lugar para estacionar. A praia é pequena e está sempre cheia, ainda mais em um domingo de dia dos pais. Felizmente ao chegar ao restaurante vi uma placa informando que havia estacionamento nos fundos para clientes. Entrei e me deparei com uma rampa meio longa, duas curvas e o estacionamento ao fundo. Meio longe, mas achei que não seria problema, já que meus pais estavam comigo e me ajudariam se fosse o caso. Depois do (longo) processo de desembarque, a Gi foi na frente e eu segui pelo estacionamento. Logo apareceu um funcionário do restaurante para auxiliar na subida da rampa - que nem é tão íngreme assim - mas aceitei numa boa.
Comemorei meu primeiro dia dos pais com meu pai e meus filhos - perfeito
Chegando na porta, encaixaram duas rampas de madeira sobre os dois degraus da entrada. Achei estranho e um pouco temerário duas rampas, uma para cada lado da cadeira, mas percebi que o funcionário deles tem experiência com cadeiras de rodas e ele me posicionou de costas, empinou a cadeira e subiu suavemente. É uma adaptação meio precária, mas funciona bem. Reservaram a última mesa de uma fileira, no canto, de forma que deixaram um bom espaço para alocar o carrinho dos bebês. Fiquei bem satisfeito com este cuidado. O espaço entre as mesas é suficiente para circular e a mesa reservada era adequada para cadeirantes, com pés paralelos, e a cadeira entra por completo. O banheiro fica nos fundos, tem uma rampa leve e ele é bem adaptado, porém não tem pia lá dentro, somente no cômodo ao lado, e a lixeira, como sempre, é de pedal. É utilizável, porém poderia ser melhor.
O cardápio é variado em frutos do mar, tem moquecas variadas, mas o mais famoso é a lagosta gratinada. É cara, mas vem bem servida para duas pessoas, acompanha arroz, pirão e moqueca de banana da terra, e é uma delícia. Como todos pediram o mesmo prato, não posso avaliar outros, mas pela foto da lagosta dá para ter uma ideia da delícia que é.
Visual da praia de Meaípe
Após o almoço demos uma volta pela praia - ou melhor, por cima da praia, já que ela fica abaixo do nível da rua, embaixo de um muro, e não há nem rampa boa o suficiente para descer com a cadeira de rodas. Vale pelo visual, curtindo um fim de tarde, sugiro um doce de jaca como sobremesa - é bem gostoso. Ao final conversei com os donos do restaurante, que disseram ser o único da região que se preocupou em adaptar para cadeirantes. Fica a dica para um passeio saboroso quando estiver em Guarapari.
Mais informações:
http://www.soues.com.br/plus/modulos/estabelecimento/detalhe.php?cdgrupo=1&cdestabelecimento=555
http://oviajantecomilao.blogspot.com.br/2013/10/guarapari-gaeta-e-suas-moquecas.html