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Cadeirante arrebentando no palco! |
No último sábado de março realizei um projeto de mais de cinco anos: estive em um show no Chevrolet Hall, uma das maiores casas de shows de BH. E justo em um show de um cadeirante, o Hebert Viana, do Paralamas do Sucesso. Não estive lá antes por falta de vergonha na cara, já que morei bem próximo de lá por cinco anos, dava para ir a pé. Ou melhor, a roda. Dava até para tomar uma cervejinha no show... Mas agora, morando a dez quilômetros de lá, com lei seca e tudo, só deu para tomar refri!
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Primeiro elevador para chegar aos camarores |
Eu já sabia que o lugar era acessível, lendo relatos de outros cadeirantes que estiveram lá. Nos shows, eles reservam um "quadrado" para os cadeirantes no canto esquerdo do palco, e para chegar lá o caminho é sinuoso, mas totalmente acessível, com um elevador no meio. Mas eu não fui para ficar na pista, a Gi ganhou dois ingressos de camarote! Estávamos ensaiando ir ao show do Paralamas desde o ano passado, e desta vez eu estava disposto a ir de qualquer jeito, já tinha visto preço de ingressos, e de repente somos premiados com este mimo.
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Camarote do Chevrolet Hall, menos vip que eu esperava |
Se a pista era acessível, imaginei que o camarote seria mais ainda, por ser "vip". Que ilusão... O caminho para lá até que é bem tranquilo, apesar de ainda mais sinuoso que a pista. Rodei por um corredor, até o fundo do prédio, passando por um mini elevador (esse da foto acima), depois mais uma curva, outro elevador, que pelo menos era grande, e então outro corredor, e finalmente o camarote. Fiquei decepcionado, achei muito simples e nada vip. E para piorar, sem acesso para ficar perto da grade. Tem um "buraco" ao longo de todo o camarote, como se fosse um banco, mas de cimento mesmo, que é acessado por dois degraus, nas pontas e ao longo do buraco. Não tem rampa, mas poderia facilmente ter em uma das pontas.
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Dei um jeito de chegar perto da grade para curtir melhor o show |
Como eu queria porque queria chegar próximo à grade para ter uma visão melhor e ficar ao lado da Gi, pedi aos seguranças para providenciarem a descida. Veio um homem e... uma mulher. Não ia dar conta de me segurar, afinal eu precisaria ser literalmente carregado. Um cara que estava ao lado se ofereceu e me carregaram para o "buraco". As pessoas ficam sentadas no chão, no duro mesmo, e tem um bar que vende bebidas e salgados, bem simples. Banheiro? Tem dois, masculino e feminino, nenhum deles adaptado. Os dois com portas estreitas. Se eu quisesse ir ao banheiro, só no térreo, teria que pegar o caminho todo de volta. Não podia ficar apertado...
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A visão do camarote é muito boa, e estava bem cheio |
Quanto ao show, foi muto bom, curti muito, revivi as décadas de 80 e 90 com as melhores músicas dos Paralamas, como "Meu Erro", "Alagados"e "Ska". A parte mais legal foi durante a música "Óculos", em que o Hebert Viana mudou um dos refrões, em que diz "por trás destes óculos também bate um coração" e falou "em cima destas rodas também bate um coração". Bem oportuno, pois a música fala do preconceito sofrido por ele quando chegava de óculos nos lugares e as pessoas olhavam diferente, não davam ideia. A acústica do lugar não é muito boa, já tinha ouvido falar, e acho que no camarote é pior ainda. Eu cantava as músicas e tudo porque as conhecia, mas quando o Hebert falava ao microfone, eu não entendia nada. Parece que o som rebate em algum lugar e volta, misturando tudo. Bem ruim.
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Disposição da banda, incomum, mas harmônico |
Achei interessante que ele ficou durante o show sobre uma plataforma, na mesma altura do baterista, e o Bi Ribeiro, baixista, ficou no meio, de pé, e o rosto deles ficou na mesma altura. Diferente, já que na maioria das bandas o vocalista é que fica no meio. Ao final do show ele desceu e foi lá na frente, mas não deu muita ideia para os cadeirantes que estavam no "quadrado" e fizeram esforço para chegar mais perto do palco nesse momento. Ele foi ao centro do palco, agradeceu, foi ao outro lado e vazou. Poderia ter sido mais atencioso.
ótimo shows...:)
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