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A varanda na entrada é muito gostosa |
Sabendo que o arquipélago de Fernando de Noronha já é famoso por ser um lugar rústico e preservado, não esperava encontrar acessibilidade perfeita em lugar nenhum. Ao buscar hospedagem adaptada para deficientes, encontrei poucas opções em sites de hotéis como Booking e Hotel Urbano. Ai apelei para o Dr. Google, e em uma busca direta por pousada adaptada em Noronha encontrei o blog
O Viajante Especial, da Adriana Braun, que foi uma das primeiras cadeirantes a visitar o arquipélago. Lá ela faz avaliação de algumas pousadas da ilha, e uma delas me chamou a atenção pela localização e charme, a
Monsieur Rocha. Pela descrição da Adriana, a pousada estava em processo de adaptação, mas já tinha estrutura suficiente para receber um cadeirante com algum conforto.
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Hall na entrada, com sala de leitura ao fundo |
Busquei ainda
outra fonte para encontrar a pousada ideal, a
Econoronha. Me deram oito opções de pousadas adaptadas para deficientes: Beco de Noronha, Monsieur Rocha, Topazio, Mar Atlântico, Tia Zete, Triboju, Zé Maria e Dolphin. Procurei no Booking.com para maiores detalhes, e depois de descartar as carérrimas, fiquei entre a Monsieur e a Topazio. Acabei decidindo pela primeira pelo preço, negociei direto com o pessoal de lá e o valor caiu em um quarto. Todas elas tem incluso no preço o traslado do aeroporto.
Chegando ao aeroporto, o Sr. Rocha, proprietário da pousada, nos buscou. Ele tem um exótico e raro jipe 4x4 indiano da Mahindra. O carro é alto, um pouco difícil de subir, mas confortável, com ar condicionado e tudo. Chegando na pousada, me assustei um pouco com a rua, toda esburacada. Mas a localização é mesmo muito boa, próxima ao centro, com bares e restaurantes. E descobri que logo na esquina de baixo passa uma linha de ônibus.
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As mesas são ótimas e o café da manhã uma delícia |
A pousada é muito charmosa, com redes na varanda, mas uma enorme rampa na entrada. Muito difícil de subir sozinho, mas é possível cortar caminho pela garagem. Há sofás e uma mesinha no hall da entrada, e ainda uma sala de leitura, com muitos livros em uma estante. O café da manhã é simples, mas muito gostoso. Para chegar no refeitório, há um degrau, mas o Sr. Rocha fez uma rampa por fora, dando a volta. Se estiver chovendo, como estava em um dia pela manhã, molha um pouco. As mesas são excelentes, altas e com pés paralelos, entra facilmente a cadeira de rodas.
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O banheiro é bom, mas faltam itens básicos, como cadeira de banho |
O quarto é bem grande, há três camas, uma de casal e duas de solteiro, e a circulação é ótima. Tem frigobar e uma TV de meia polegada - tá bom, quatorze polegadas - mas a verdade é que ninguém vai a Noronha para ver novela. O banheiro é muito grande, o espaço lá dentro é bom, pia sem armários embaixo, e o box é muito grande. Falta cadeira de banho mas a porta do box é larga e passa a cadeira de rodas
. Com uma cadeira de plástico lá dentro, dá para transferir e tomar banho. Foi o que fiz.
O Sr. Rocha foi muito simpático conosco e ouviu minhas queixas sobre acessibilidade da pousada, e prometeu melhorar na medida do possível. Entendo que é muito difícil chegarem itens no arquipélago, mas se chega avião, chega encomenda. Basta boa vontade.
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