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Cadeirante pode curtir o Instituto numa boa! |
No início de dezembro realizei uma vontade que já vem de anos: visitei o
Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico Inhotim, em Brumadinho, a 55 km de Belo Horizonte. É um dos mais importantes museus de arte contemporânea do Brasil. Eu já sabia que o lugar tem uma certa acessibilidade, pois a Laura Martins, do blog
Cadeira Voadora, fez dois ótimos posts sobre o lugar (
vejam aqui), que li com antecedência para saber o que me esperava. Descobri nos posts da Laura que há uma jardineira elétrica lá que leva o cadeirante com cadeira e tudo para conhecer as obras, e ainda é gratuito.
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Nossos companheiros de viagem, Leo e Iris |
Aproveitamos a visita da Íris e do Leo, ambos de Brasília, para finalmente conhecer o instituto. Saímos num sábado nublado rumo a Brumadinho passando pelo posto Chefão e por Casa Branca (há pelo menos três caminhos para lá), em um caminho de quase 60 quilômetros. Escolhi este trajeto pela beleza, é uma estradinha sinuosa que passa pela beirada da cordilheira da Serra da Moeda, dá para ver algumas cidades lá de cima e tem alguns mirantes no caminho. Pouco mais de uma hora, chegamos ao Instituto.
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A jardineira cabe o cadeirante com cadeira e tudo e até cinco passageiros |
Chegando lá, há várias vagas para deficiente próximas à entrada, e basta solicitar a jardineira elétrica e te buscam rapidinho, te deixando na portaria, a poucos metros dali. Na portaria a gente paga a taxa para entrar no parque (R$ 28,00 em dez/13 - cadeirante não é isento, nem paga meia) e faz a solicitação da jardineira para um passeio de 50 minutos guiado. O ideal é reservar com antecedência, por telefone. A vantagem deste passeio é que você pode ditar a rota, passando pelas obras que mais te interessar. Recomendo traçar uma "volta olímpica" ao parque, pegando as atrações mais distantes da portaria. Há banheiro adaptado na recepção e nos restaurantes.
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O visual do Instituto é um espetáculo |
O Instituto é enorme, não tente ver tudo em um dia só - é impossível, ainda mais contando com o tempo de embarque e desembarque da jardineira. As obras são todas sensoriais - Inhotim, para mim, é uma experimentação para os sentidos. Desde o visual do lugar, com dezenas de tons de verde, às obras que mexem com a audição, e até como tato. Algumas obras não tem indicação para cadeirantes, como a Galeria Cosmococa, que tem vários ambientes com texturas diferentes no chão, de almofadas a uma piscina, tudo para sentir com os pés. Mas vale a visita para viajar nas pessoas se divertindo.
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Cadeira Off Road que eles emprestam. Tem até amortecedor traseiro! |
Como há muitos caminhos "tortuosos", muitos deles com grama e pedras, eles emprestam cadeiras "off road". São cadeiras com rodas traseiras de mountain bike, suspensão no eixo traseiro e rodas dianteiras grandes e infláveis. As dianteiras tem até um extensor, creio que para não virar para trás. Elas são pesadas, mas dão conta do recado. Rodei por bloquetes, pedras, grama e até terra, sem agarrar. Em alguns lugares só consegui subir com ajuda, mas no entorno da portaria é tranquilo. E foi por ali que iniciei o passeio, em direção à obra de Zhang Huan, um artista chinês. Demos uma volta ao lago que fica atrás da portaria, onde pudemos ver várias outras obras, de Edgard de Souza, Paul McCarthy, Hélio Oiticica e Yayoi Kusama, e a galeria Marcenaria.
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Invenção da Cor, de Helio Oiticica (foto do Leo) |
Voltamos para a portaria bem na hora do passeio de jardineira. Iniciamos o passeio em direção à galeria de Adriana Varejão. A cada obra, a jardineira para e aguarda o pessoal voltar. Esta galeria tem três andares e não tem elevador, portanto só dá para conhecer o primeiro andar, e o terceiro, se você animar dar a volta por trás. Não animei, mas acho que valeu pelo visual em frente à galeria. De lá fomos para a Cosmococa (já falei dela), e aí para a de Carlos Garaicoa (uma maquete feita de velas), passando no caminho por obras ao ar livre, como Giuseppe Penone e Chris Burden (muito legais).
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Viewing Machine, de Olafur Oliasson |
Depois disso pegamos um temporal em um trecho de mata fechada, que eu comentei dizendo que era a obra "Tempestade na Floresta", bem interativa! Hehehe. Chegamos sob chuva forte à Galeria Psicoativa Tunga, que hesitei em sair da jardineira, porque além da chuva, o caminho é de terra, e estava pura lama. Ah, não falei, mas eles emprestam um guarda chuvas grande nestes casos. Iris e Leo desceram e ficamos lá, mas não resisti, já estava meio molhado, e encarei a lama. Valeu a pena, esta galeria é incrível.
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Há vários bancos de madeira espalhados pelo Instituto |
De lá, voltamos até a obra "The Murder of Crows", com 98 alto falantes contando um pesadelo, imperdível. Essa dá para viajar. Resolvemos dispensar a jardineira e fazer o resto a pé e passamos pelo caleidoscópio de Olafur Eliasson, bem interessante, e pela galeria Praça, que também valeu a pena. Almoçamos (ou quase jantamos) no restaurante Oiticica, um self service de boa qualidade e acessível para cadeiras de rodas.
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Algumas panorâmicas de Inhotim tiradas pelo Leo |
A avaliação final é que vale a pena e é ótimo para cadeirantes, mas para uma experiência mais completa e divertida, recomendo ir com alguém que aguente empurrar a cadeira em pontos íngremes e esburacados. Pretendo voltar para conhecer o resto! Agradeço à Iris e ao Leo pela companhia e força. Ah, e principalmente ao Leo pelas panorâmicas!
Ficou ótimo seu post, Sam!
ResponderExcluirE, se pretende voltar para conhecer o resto, volte muitas vezes, porque sempre há coisas novas para ver! A criatividade desse povo não tem limites. ;)
Abração!
Obrigado Laura! Vou voltar sim, em breve! Abraços
ExcluirAle...passando pra dar aquele oi e dizer que vc continua arrasando nas matérias! Um beijo grande...que 2014 seja um ano repleto de coisas boas pra vc e pra Gi.... <3
ResponderExcluirObrigado Fê! Te desejo o mesmo! Beijão!
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