segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Fernando de Noronha para cadeirantes - Parte 2

A cadeira anfíbia no PIC Sueste
A primeira coisa que sugiro fazer na ilha é conhecer o PIC (Posto de Informação e Controle) da praia do Sueste. Os PICs são feitos nos moldes dos parques americanos, a gente entra e sai por uma loja de lembranças e tem uma estrutura completa, com estacionamento (para deficientes e idosos na porta), lanchonete, banheiros (adaptado inclusive) e sempre com guias treinados e acostumados com cadeirantes. No PIC Sueste há cadeira anfíbia e o guia explica sobre o viveiro de tartarugas que é mantido ali e ainda te leva para entrar na água e, se quiser, mergulhar de snorkel.

Gilson me levando para mergulhar
No mergulho ele te leva mesmo, não precisa nem saber nadar, basta alugar o colete (a máscara e o snorkel são gratuitos) que ele vai nadando e puxando uma bóia (essa da foto acima), onde você se segura e vai só apreciando as belezas do fundo. Me deparei com várias tartarugas, muitos peixes, pedras e até um pequeno tubarão lixa, que passou bem do meu lado e foi em direção à minha amiga Cris. Não há perigo algum, eles estão acostumados com "visitantes" e não atacam. Aliás, esta espécie de tubarão não tem costume de atacar gente. Tudo em uma água transparente como em um aquário. Quem me atendeu e explicou tudo foi o Gilson, muito simpático e atencioso.

PIC Golfinho Sancho
Como segundo programa, minha sugestão é conferir os mirantes adaptados que fazem parte da trilha adaptada do PIC Golfinho Sancho. De lá é possível acessar os mirantes dos golfinhos e do morro dois irmãos. Resolvemos ir para o lado direito, que vai até o mirante Dois Irmãos. São 320 metros de trilha de madeira, a maior parte com corrimão. Me ofereceram o auxílio de um dos guias no PIC, e eu não quis porque achei que seria fácil ir empinando nas descidas, mas depois de descer alguns trechos bem íngremes, eu já estava com as mãos doendo e pedi ajuda para meu amigo Fabrício. Se estivesse com luvas, daria para ir sem ajuda, mas na volta, só alguém empurrando mesmo, a não ser que eu quisesse subir lentamente segurando no corrimão quente. De qualquer forma recomendo ir com luvas, nem que seja para ajudar a frear ou subir.

As trilhas são feitas com material reciclado e imitam madeira
E adivinhem quem eu encontrei lá embaixo, no mirante? O Gilson! Cada dia eles ficam em um PIC diferente, e dei sorte de encontrá-lo novamente. Ele não só me levou na volta como foi nos contando várias histórias no caminho. Há dois mirantes nesta trilha, no primeiro é possível ver a bela praia do Sancho, com cores incríveis e algumas manchas marrons... calma, não é poluição, não, é que a água é tão clara que dá para ver cardumes nadando! Haviam algumas pessoas mergulhando e era legal ver os cardumes se afastando quando os mergulhadores avançavam. Parecia que estavam dançando!

Mergulhadores em meio aos cardumes na praia do Sancho
Mais alguns metros na trilha de madeira, bem na beirada do paredão de pedras, e chega-se ao cartão postal mais famoso de Fernando de Noronha: o morro Dois Irmãos. É de tirar o fôlego. A cor da água, a beleza dos morros, o mar azul ao fundo, e até mesmo a posição privilegiada do mirante, tudo te deixa de boca aberta. Dá para pensar na vida, na pequenez do ser humano frente à natureza, no nosso papel nesse planeta... Mais uma experiência inesquecível neste paraíso. Ah, um detalhe, no caminho há um mirante bem peculiar. Os mirantes em Noronha são todos ótimos, lindos, perfeitos, mas este... é uma bosta! Literalmente, uma bosta só. É que acima dele ficam algumas árvores "eleitas" como casas pelos pássaros da região. São centenas deles! Dá para imaginar porque o mirante é uma bosta, né?

O mais famoso cartão postal de Noronha
Voltando para o PIC, para o lado direito está a trilha Sancho/Mirante Dois Irmãos, com 320 metros. Chegamos ao mirante e nos deparamos com uma vista maravilhosa da baía dos Golfinhos. Tem esse nome porque é para lá que os golfinhos da região se dirigem pela manhã para descansar, para depois saírem para o alto mar. Havia uma estagiária do PIC lá que conta os golfinhos que entram na baía, e naquele dia passaram por lá 360! Para quem anima acordar cedo (cedo mesmo, tipo umas 5 da manhã para chegar às 6) vale a pena ir lá para ver a saída dos golfinhos.

Vista do mirante dos golfinhos
Outro programa muito bacana é curtir o por do sol no Forte do Boldró. Há um mirante no alto do morro, onde há um bar, em que eles tocam Bolero de Ravel assim que o sol se aproxima do horizonte. Belíssimo espetáculo. Não é adaptado, e mesmo empinando é difícil passar pelo chão de terra com buracos e pedras. Vale o esforço, é bem legal. E ainda tem outro por do sol fantástico, na capela de São Pedro, padroeiro dos pescadores. É outro lugar bem complicado de ir, até mesmo de Bugue, pois ela fica em um morro com uma estradinha bem ruim. Mas se tiver um motorista fera como meu amigo Fabrício, pode arriscar. É outro que vale a pena! E você ainda pode conhecer a capela, são dois degraus na porta.

Visão panorâmica do por do sol na capela de São Pedro
No próximo post tem mais Noronha!

4 comentários:

  1. Belas imagens, Alessandro.
    Grande exemplo e incentivo de viver com alegria e capacidade, sempre!
    Abraço,
    Mel

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  2. Favor continua dando dicas, restaurantes, etc

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    Respostas
    1. Claro, programei quatro posts sobre Noronha! E ainda um sobre a pousada que fiquei lá. Abraços

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