Gustavo, Will e eu, ao final do check out. O sinal é de "OK" viu? |
Sabe aquela expressão "aos 45 do segundo tempo?" Foi assim meu check out, ou batismo, do curso de mergulho adaptado que fiz no início de outubro. Este batismo é necessário para concluir o curso e receber a certificação da HSA, que regulamenta o mergulho adaptado. É necessário que seja em águas abertas, conhecido popularmente em Minas por "marzão". E foi aos "45 do segundo tempo" porque no dia seguinte ao check out estava marcada minha viagem para Fernando de Noronha. E eu precisava da certificação para aproveitar bem os mergulhos em Noronha. Dividimos a turma ao meio, pois só há duas pousadas em Arraial do Cabo que tem dois quartos adaptados cada uma. Gilberto e Múcio ficaram na maior, Varandas ao Mar, e eu e Gustavo fomos para a Pousada Pilar. É uma pousada pequena, apenas oito quartos (e ainda assim dois adaptados!), mas bem charmosa, com belíssima decoração, bem próxima do porto, de onde saem os barcos de mergulhadores. Falarei dela em outro post.
Na estrada, depois de trânsito e chuva, consegui andar bem. |
Como eu trabalharia até o dia 1º de novembro, precisaria fazer o check out nos dias 2 e 3, para então viajar para Fernando de Noronha no dia 4. Tudo bem, dava tempo, mas o detalhe é que Arraial do Cabo, no estado do Rio, fica a 600 km de BH! E a única opção seria ir de carro, dirigindo sozinho o tempo todo (a Gi não "curte" estrada). Mas topei o desafio, trabalhei na parte da manhã, saí às 16hs, peguei a Gi, abasteci o carro, e saímos de BH às 16:30. Pela previsão do GPS, levaria 7 horas para chegar lá, só que o GPS não me contou que haveria chuva e trânsito no caminho... Mesmo assim, aproveitando os trechos "bons" da BR 040 e de algumas estradas no Rio, cheguei em Arraial do Cabo exatamente às 00:00hs, na frente da pousada, que na minha cabeça era "Varandas ao Mar". Tocamos na recepção, entrei com o carro na garagem, a Gi tirou a cadeira, pegou uma das malas, fomos para a recepção, e todo mundo olhava pra gente com cara de surpresa. Enquanto procuravam a reserva inexistente, a Gi preenchia a ficha e eu conferia o e-mail da Daniela da Mar a Mar, quando cai em mim e percebi a confusão. Quase apanhei da Gi, que teve que guardar mala, cadeira, e tocamos para a pousada certa.
Cadeirante a bordo!! |
Desfeita a confusão, chegamos, desembarcamos, tomamos um banho e fomos dormir por volta de uma e meia. Eu estava exausto, capotei na cama e acordei às sete e meia, tomamos café e fomos encontrar o Will na outra pousada, de onde saímos para o porto. O primeiro desafio foi entrar no barco, pois mesmo ancorado ele se mexe bastante devido às ondulações do mar, mas com jeitinho e três caras ajudando, fui "içado" para dentro do barco. Me posicionei de lado e travei a cadeira, e saímos para o primeiro ponto de mergulho. Assim que o barco parou o William nos deus as primeiras instruções e começou a "luta" para vestir a roupa de neoprene. Assim como na piscina, a melhor forma de vestir é deitado no chão do barco, com alguns ajudantes para agilizar.
Murchando a barriga para colocar o cinto de lastro. |
Depois vem o cinto de lastro, bem apertado na barriga para não descer, e o equipamento, colete com cilindro e regulador, tudo bem fixado e apertado. Coloca-se a máscara e snorkel e é só cair na água! Ou ser jogado, sei lá... A gente fica bem na beirada do barco, põe o regulador na boca e a mão na máscara, e cai na água já virando para ficar com o rosto para cima. Estando tudo ok, fazemos o sinal para o barco e para os colegas de mergulho. Mais algumas instruções do Will, e fazemos o sinal de "afundar", com o dedão para baixo. A primeira dificuldade que encontramos é estabilizar as pernas na descida. Como não controlamos, é necessário descer devagar, mantendo o tronco ereto, evitando que as pernas subam muito e causem uma "cambalhota". Ao atingir uma boa profundidade, o instrutor faz o comando para virar de peito para baixo, e iniciar o mergulho. Neste check out, fizemos vários exercícios e simulações, para ver se estamos aptos às possíveis situações que podemos encontrar em um mergulho. Outro desafio é manter a flutuabilidade, sem ficar afundando ou subindo demais. Uma vez dominada esta técnica, nosso trabalho é nadar utilizando somente as mãos, sem encostar na vida marinha.
Ao fim do curso ganhamos uma "chuva de champagne"! |
Depois de "passar" nos exercícios, a gente pode curtir um pouco o visual. Dei muita sorte nas mergulhos que fiz, logo de cara nos deparamos com uma tartaruga, nadando tranquila, consegui seguir ela um pouco. Depois vi moréia, estrelas do mar, diversos peixes e outra tartaruga, que estava comendo alguma coisa no fundo. Fui em direção a ela e filmei um tempão ela se alimentando. A água é muito fria naquela região, na saída da água é importante nos aquecer bem. Saí da água e aguardei o tempo necessário para voltar a mergulhar - é importante dar um tempo entre um mergulho e outro, isso a gente também aprende no curso. Há até uma tabela que mostra o tempo mínimo entre um mergulho e outro.
Ao final de dois dias de mergulhos, tudo OK! |
No domingo saímos cedo novamente, fizemos mais exercícios, vimos mais animais, corais, esponjas e peixes, e ainda deu para curtir um pouco o balanço das ondas e o sol na proa do barco. Depois dessa maratona, almoçamos, fechamos a pousada, preparamos o carro e caímos na estrada de novo. Mais 600 km até BH, sete horas e meia, e finalmente, caminha de casa! Para dormir um pouco antes de sair para o aeroporto de Confins, pegar quase cinco horas de vôo, troca de avião, e enfim, Fernando de Noronha! Foi muito legal voltar a ver de perto este mundo tão diferente do nosso! O Will realmente é um tremendo instrutor, mandou tão bem no mar quanto na piscina. Fiz muitos vídeos, mas não tive tempo para editar. Nos próximos posts vou contar sobre a experiência de mergulhar em Noronha!
UPDATE: Confundi os mergulhos, o tubarão lixa eu vi foi em Noronha! É que um foi dois dias depois do outro, dá um desconto... rsrs
Vejam abaixo o depoimento do Gilberto Porta, que fez o check out com o Múcio, nos dias 31 e 1.
http://www.bhlegal.net/blog/mergulho-adaptado-em-aguas-abertas/
UPDATE: Confundi os mergulhos, o tubarão lixa eu vi foi em Noronha! É que um foi dois dias depois do outro, dá um desconto... rsrs
Vejam abaixo o depoimento do Gilberto Porta, que fez o check out com o Múcio, nos dias 31 e 1.
http://www.bhlegal.net/blog/mergulho-adaptado-em-aguas-abertas/
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