segunda-feira, 30 de setembro de 2013

TCC - Cadeirantes em Cinemas, Teatros e Casas de Show

Cadeirantes em cinemas
O link abaixo é para uma pesquisa de um TCC relacionada a experiência de cadeirantes em Cinemas, Teatros e Casas de Show na cidade de São Paulo, tem como objetivo encontrar estas experiências e, assim, conscientizar a população sobre estes dados através de um projeto audiovisual!

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

TCC - Produtos para facilitar o dia a dia nas ruas

O TCC deste post vem de duas estudantes do 4º período de administração do CEFET/RJ. A ideia delas é desenvolver produtos para facilitar o dia a dia dos cadeirantes nas ruas, por isso desenvolveram um questionário para entender melhor as dificuldades que passamos. Vamos ajudá-las? É só clicar no link abaixo e responder.

sábado, 21 de setembro de 2013

Cadeirante, coitada...

Para aprender a não ser má, vai virar cadeirante!
O post de hoje trás à tona um tema controverso: o papel dos cadeirantes nas tramas das novelas. Quem levantou a bola foi a Suzi, leitora do blog que mora em Brasília, e se indignou com o "castigo" que a personagem Leila, vivida pela Fernanda Machado, recebeu na novela "Amor à Vida". A Leila é uma das piores vilãs da novela, tramou a morte de uma pessoa para ficar com a herança dela através do próprio namorado, fez mil armações para se dar bem, fora o destrato com a própria família, principalmente com a irmã, que é deficiente, autista. Depois de tanta sacanagem com um monte de gente, ela cai da escada ao ver um vestido e, para destruir com a vida dela, sofre uma lesão medular, perdendo os movimentos das pernas. Bem feito pra ela, né?
O que indigna é que sempre o vilão “merece” ser castigado ficando preso para o resto da vida em uma cadeira de rodas. Será que não se importam o que pensam as pessoas que sofreram uma lesão assim e fazem das tripas coração para viver uma vida digna? Será que é legal passar essa imagem de que uma limitação física ocorrida com uma pessoa normal é associada a alguma maldade passada? Nas palavras da Suzi, "Não acho justo que em todas as novelas o vilão fique em cadeira de rodas, é de uma pobreza imaginária muito grande, um autor de novela mostrar a situação de uma pessoa que se torna cadeirante como pagadora de maldades anteriores... o que dizer então de uma criança que nasce com os movimentos limitados?" Faz sentido, viu.
Bem feito, né?
Essa novela já está sendo alvo de protesto de muitos médicos, já que o hospital retratado na trama só não é mais podre do que o Congresso Nacional. Tem todo tipo de falcatrua ali, de erro médico a infidelidade com funcionários, até transa lá dentro já mostraram. E agora o autor vem com essa, tacar uma lesão medular na vilã para ela deixar de ser má. Nunca criam um papel de uma pessoa cadeirante que obteve êxito em seus projetos, que leva uma rotina normal, trabalha e corre atrás de seus sonhos. Até a novela que mostrou uma cadeirante se recuperando, a Aline Moraes em "Viver a Vida", ela só ficou cadeirante porque desobedeceu o pai e foi para o exterior para fazer frente à rival nas passarelas. Sempre tem uma coisa ruim por trás.
Fato é que este tipo de "publicidade" estigmatiza os cadeirantes e deficientes em geral como "pagadores de pecados", de uma forma ou de outra. Será que não está na hora de mudar essa cena?

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Pernas com vida própria 2

Ela tá viva!
Em 2010 publiquei aqui um post falando sobre os espasmos nas pernas, que tanto incomodam quem sofre uma lesão medular. Incomodam tanto que atrapalha até a gente dormir. Os espasmos sempre tem um motivo, e há formas de combatê-los. Ou, pelo menos, de amenizá-los. Tem gente que dorme mal só por causa dos espasmos, e ainda atrapalha a companheira ou companheiro a dormir. A mulher de um amigo descobriu um colchão com densidade diferente de cada lado, e agora o espasmo não atrapalha ela! Espertinha...
Um dos motivos da ocorrência de espasmos é algum incômodo no corpo. Como não sentimos o corpo da lesão para baixo, se algum músculo estiver dolorido, se algum osso estiver pegando em algum lugar, ou mesmo se houver algum início de úlcera de pressão, os espasmos surgem para avisar. Portanto, se estiver deitado ou sentado e começarem os espasmos, tente mudar de posição para ver se resolve. Estique uma perna, mude de lado, ou sente um pouco. Procure identificar o local que te traz incômodo, veja se há áreas onde a pele está começando a ficar vermelha. Pode ser um início de escara.
No caso dos homens, se os testículos estiverem sendo apertados, taí um bom motivo para aparecer um espasmo. Se estiver deitado de lado, eles podem estar sendo apertados. Nós homens sabemos como dar aquela "arrumadinha" nas bolotas para deixar tudo mais folgado. Às vezes isto basta para parar os espasmos.
Outra coisa que causa espasmos são necessidades fisiológicas. Se a bexiga estiver cheia, a perna começa a puxar. No meu caso, isso é batata. A maior parte das vezes que tenho espasmos constantes, daqueles que a perna mexe três vezes, para, passam cinco segundos, e ela mexe de novo três vezes. Posso até ter feito cateterismo há pouco tempo, mas às vezes meus rins estão "frenéticos" e produzem muita urina de uma vez, e a bexiga enche rapidamente. Faço outro cateterismo, e pronto, adeus espasmos. Intestino cheio também causa espasmos. Um tempinho no "trono" fazendo massagens no abdômen podem trazer algum alívio.
Ah, o mais importante: exercícios. Eu sempre faço exercícios nas pernas à noite, a famosa mobilização passiva. A falta de movimento também ajuda nos espasmos. Os músculos encurtados, os tendões, eles precisam de movimento, mesmo que pouco.
Há um paliativo para os espasmos, o famoso Baclofeno. Eu tomo todo dia, de oito em oito horas, foi recomendação do Sarah. Quando fico sem, percebo que fico com mais espasmo mesmo.
Mas, infelizmente, pode ser que nada disso dê resultado. E os espasmos continuem perturbando. Aí, amigo, o negócio e contar isso para um médico da área. De repente, ele te ajuda. Mas que dá raiva, dá, as pernas não funcionam para o que é importante, mas ficam se mexendo sem ninguém mandar. Que desobedientes!
Alguém tem outra receita para evitar espasmos?

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Falcessibilidade

Qualquer engenheiro que queira hoje projetar uma construção, certamente se deparará com um inconveniente chamado acessibilidade. É inevitável olhar para o tema com certo desconforto, afinal o mal é recente. Há pouco tempo, era absolutamente incomum tratar do assunto em qualquer que fosse a ocasião, uma vez deficiente, sua vida social estava restrita ao ambiente doméstico.
Para nossa sorte, os tempos mudaram. Novos ventos trouxeram à sociedade a consciência de que deficiência limita, mas o motivo real não é a condição física do deficiente. A limitação é imposta pela falta de acesso a lugares com boa infraestrutura, que envolvam adaptações internas e externas. E vamos combinar que estamos todos aceitando quem estabeleceu arbitrariamente esta condição. Concluída esta etapa de conscientização, a questão agora é outra: o que significa hoje o termo acessibilidade?
Simples. Atualmente ele é sinônimo de falcessibilidade. Inclui uma rampa, um elevador, uma vaga no estacionamento, uma porta de banheiro maior! Mas está longe ainda de priorizar calçadas e incluir estruturas que tornem possível o acesso de cadeirantes a todos os lugares do ambiente. É revoltante olhar um ônibus com um adesivo enorme que indica acessibilidade e descobrir que a cadeira de rodas entra pela porta, porém não passa no corredor, que é estreito demais. Ou então encontrar aquela rampa linda que leva a uma escada. A acessibilidade esta lá, porém não significa que esteja sendo eficiente.
Ainda bem que tem rampa!
Esta situação é mais comum do que imaginamos. Salvo pouquíssimas exceções, o que vemos em restaurantes, lanchonetes, universidades, bibliotecas... são adaptações mal feitas que mascaram o problema e nos fazem crer que estamos em um ambiente adaptado. Aceitar esta condição porque o prédio é antigo e a reforma teria um alto custo, já é difícil, agora aceitar que construções atuais sigam o mesmo caminho, é no mínimo incoerente.
A verdadeira inclusão de pessoas com qualquer tipo e grau de deficiência só será possível quando todos estiverem atentos à questão e conscientes de que não há barreiras naturais, porém estruturais. Os problemas de acessibilidade seriam facilmente resolvidos simplesmente se lançássemos um olhar diferente para a sociedade que nos cerca e para as relações que nos permeiam. Tornar todos os lugares de um ambiente acessível é garantir igualdade de direitos.
Essa aí só dá para subir guinchado!
Uma mudança de postura parece estar a caminho, mas ela demandará tempo e custo. Duas palavras que já nos desanimam. Mas, sinceramente, sou otimista por natureza e acredito que em breve estaremos discutindo outras questões que vão além de se fazer uma porta maior ou se colocar uma rampa no lugar de um degrau. Acredito na quebra de paradigmas enraizados em nosso modo de pensar e de enxergar o nosso semelhante. Quero ser a primeira a sorrir ao acordar e perceber que são novos tempos, que todos vivemos dias melhores. Que o preconceito, o descaso e, sobretudo, o desconhecimento deram lugar a igualdade, ao respeito e ao amor. Sou demasiadamente sonhadora? Talvez. Mas antes de qualquer coisa sou demasiadamente humana para aceitar que as coisas continuem como estão.

Fernanda Ribeiro
Estudante de Física