quinta-feira, 18 de julho de 2013

INCLUSÃO - por Patty Lorete

O texto abaixo foi escrito pela Patty Lorete, cadeirante de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, que nos traz uma reflexão sobre o que é inclusão de verdade. Excelente a reflexão que ela busca e a avalição sobre o que de fato entendemos como inclusão. Agradeço a participação no blog!
"Dizem... estamos vivendo a era da inclusão (será?). É, não podemos negar que é um dos termos mais falados do momento, que, de acordo com o dicionário, é: Ato ou efeito de incluir, inserir, pôr, colocar para dentro, compreender, tornar parte de. 
Um monte de leis que a visam têm sido criadas. Que bom! Elas são, sem dúvida, necessárias e importantes (quando cumpridas), dentro de uma sociedade que ainda não convive tão harmoniosamente com a diferença. No entanto, muitos acham que estão fazendo um ato de caridade aos “coitadinhos” excluídos. Ahhh, fico até comovida com tamanha generosidade! rsrs...
A política de inclusão não é favor, pois, ao abrirem escolas, cinemas, teatros, faculdades, museus, para receber os que estão à margem da sociedade, na verdade, estão promovendo inclusão a eles mesmos. Afinal, se os chamados normais estão segregados e, se é fato que a pluralidade é enriquecedora, então todos saem ganhando com a inclusão. É a inclusão inversa? Sei lá, pode ser!
Acho engraçado... de uma forma geral, ao ouvirmos a palavra inclusão, imediatamente a associamos ao mundo da deficiência. Mas, será que só os def’s precisamos ser incluídos? Só a minoria precisa? Não, não mesmo!
Na realidade, se a minoria fosse mesmo o critério, nós, deficientes, nem seríamos tão beneficiados assim. No último Censo, falou-se algo em torno de 25 milhões. Mas...você acredita nesse número? Eu não... A recenseadora não perguntou se aqui em casa havia alguma pessoa com deficiência. Fiquei de fora, menos um. É a tal da pesquisa por amostragem, que não consigo entender nem por um decreto. Aff!
Mas isso é assunto para outro dia, voltando...
Inclusão é se importar, respeitar, valorizar a todos. Dos superdotados aos que têm dificuldade de aprendizagem. Dos sem limitações (visíveis) aos tetraplégicos. Dos índios aos loiros de olhos azuis. Dos analfabetos aos que são P.H.D.
Precisamos entender que incluir, vai muito além de colocar um deficiente em uma escola regular, inserir o negro ao ensino superior, criar novos métodos educacionais, para atender às necessidades individuais. Inclusão é a soma de valores e experiências. Mas, ela só é verdadeira quando conseguimos criar uma consciência de respeito e aceitação à diversidade. Quando se remove o conceito padrão de normalidade. Quando a cor da pele, a condição física, a idade, a altura, o peso, forem vistos como detalhes.
Enfim... quando conseguirmos colocar “todos juntos e misturados”, aí sim, estaremos vivendo a era da inclusão, de fato!"

6 comentários:

  1. oi me chamo juliano e acompanho seu blog a muito tempo e muito bom parabêns aprendi muita coisa aqui.sou cadeirante por causa de uma paralisia cerebral então des que me conheço por gente sou deficiente,mais não cadeirante eu andava apoiando nas paredes e afins, só com 16 fui pra cadeira de rodas, a coisa que eu mais vejo e esssa falsa inclusão pois eu tenho 28 anos e ate hoje nao consegui emprego pois tem empresas que dizem que querem pessoas com deficiência nas suas empresas mais quando vc diz que e cadeirante eles negam a vaga alegando falta de acessibilidade quer dizer querem pessoas com minima deficiência possivel ,ate quando eu estudava eu tinha que ficar de fora da educação fisica pois o professor nao ligava de arrumar uma atividade que eu pudesse fazer(eu estudava num ciep )e então eu ficava de fora so meu amigo que era muito meu amigo que arrumava alguma atividade pra mim nao ficar parado num canto. assim hoje vejo a presidente lçançar programas mais infelizmente e so pra fingir que infelizmente não funcionam. no brasil a palavra inclusão so e algo bonito de ser dizer mais nao se faz nada .abraço desculpa o texto grande rs.

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    1. Oi Juliano, fico feliz que o blog esteja te ajudando, e você tem razão, grande parte dos programas de inclusão são "para inglês ver". Resultados, de fato, muito poucos.

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  2. Concordo com a questão de que inclusão vai muito além de atender necessidades individuais, sendo que uma verdadeira inclusão comportaria a minoria à sociedade em geral, E a incluiria a sociedade geral dentro da minoria. Na minha opinião, é aqui que encontra-se o problema. A inclusão para nós (deficientes) em direção à sociedade está progredindo (pelo menos nos papéis feitos pelos nossos legisladores), mas a sociedade implicitamente não está incluída nas nossas questões. Externamente está, pois é fácil observar muitas "falas" em defesa dos deficientes, falas que dizem que "deficiente dever ter um lugar na sociedade, sim" e outras frases da sociedade em geral, que no seu "eu" interior busca soluções para seus iguais( vemos as últimas manifestações em todo o país), e esquecem de incluir na pauta de melhorias questões voltadas as minorias.

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    1. Muito bem colocado Adonis. A inclusão demanda ações voltadas à mudança de cultura, através da educação, preferencialmente nas bases da sociedade. Aí será apenas questão de tempo.

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  3. valew abraço alessandro.bom domingo pra vc

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