segunda-feira, 29 de abril de 2013

Reatech 2013 - Cadeiras de Rodas

Strix, primeira cadeira de rodas com suspensão do Brasil
Uma das coisas que mais me perguntaram da Reatech 2013, é sobre as cadeiras de rodas que vi na feira. Haviam boas novidades, mas a maior delas, na minha opinião, foi o lançamento de dois modelos de cadeiras de rodas nacionais, que vi no stand da Vemex. A empresa nasceu em São José do Campos, SP, da inquietude de um engenheiro com as condições das calçadas para cadeirantes. Para ajudar e ainda permitir rodar por terrenos irregulares, criou um modelo com suspensão, o Strix. O amortecedor utiliza sistema de amortecimento semi ativo com controle eletrônico.
O projeto começou a ganhar vida assim que saiu um financiamento da Finep em 2008, e os primeiros protótipos já passaram por testes de resistência em laboratório e em campo, por dois cadeirantes, na cidade de Parati. Para quem não sabe, a cidade tem muitas ruas pavimentadas com pedra fincada, um belo teste de fogo para uma cadeira com suspensão. O quadro dela é de alumínio e tem peças de fibra de carbono, em busca de baixo peso. Sem as rodas, ela pesa apenas 10 kg, contando com a suspensão. O lançamento dela está previsto para novembro e vai custar entre 8 e 10 mil reais.
Falco, o outro modelo da Vemex
O outro modelo apresentado pela Vemex foi o Falco, uma cadeira monobloco feita também em alumínio, com estrutura de perfil tubular, e a principal diferença é que os tubos não são cilíndricos, como a maior parte das cadeiras, mas "oblongos", meio achatados, e tem paralamas de fibra de carbono. A cadeira pesa em torno de 7 quilos sem as rodas, o que é excelente, comparativamente a minha TiLite pesa 7,5 quilos sem as rodas! Ela tem várias regulagens, assim como as melhores cadeiras do mercado. Quanto ao preço, ela deve custar entre 5 e 7 mil reais e o lançamento será entre agosto e setembro. Ambos modelos em exposição não puderam ser testados, por se tratarem de protótipos.
TiLite com freio a disco
No stand da Mobility, reinavam as cadeiras de titânio da TiLite, com todos os acessórios possíveis, inclusive freios a disco! Achei meio desnecessário, mas... imaginei um cara descendo um morro a mil e freindo lá em baixo: a cadeira fica, e o cadeirante... sai voando! Os preços das TiLite estavam com desconto na feira, mas mesmo assim partindo próximo dos dez mil reais, dependendo do modelo. É muita grana para dar numa cadeira, mas como sou usuário de uma, se você for um cadeirante muito ativo, vale a pena. Haviam outros equipamentos bacanas no stand da Mobility, como uma handbike que encaixa na cadeira e um "empurrador" elétrico, que falarei em outro post.
A tão sonhada Panthera X, de fibra de carbono
O stand da Cavenaghi também estava recheado de cadeiras de rodas. Muitas da Ortobrás, muitas da Ortomix. A Dinâmica New Ajustável está muito bonita, por menos de quatro mil reais. Mas chamava a atenção mesmo a Panthera X, cadeira de rodas de fibra de carbono que pesa só 2,1 kg o quadro, sonho de consumo de 11 em 10 cadeirantes. Estava em promoção na feira, só 16,5 mil reais! Pechincha! Pra quem ganhou na mega sena, claro. Mas o destaque mesmo no stand da Cavenaghi, para mim, foi a Ottobock Ventus, uma cadeira de rodas monobloco alemã que estava por R$ 4.190,00. Isso sim é pechincha. O quadro é leve, em torno de 8 kg, e os materiais de qualidade. Comparando com outras monobloco brasileiras, está com excelente custo benefício. Confira na página da Cavenaghi.
Observer, sobe até parede!
Mas a cadeira que mais me impressionou foi essa da foto acima, chamada Observer, no stand da Performance. Bonito nome, para um verdadeiro trator para deficiente. Ela sobe escadas, anda na areia, em piso liso, passa por cima de pedras, paus, e de quem estiver na frente te perturbando. Um tratorzinho mesmo! O que atrapalha é só o preço: 32 mil reais. Quem sabe se eu vender meu carro? Aí, sai da frente...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Resultado do concurso da cadeira de rodas Freedom

Esta belezinha já tem novo dono!
Desde o início da promoção, recebi dezenas de e-mails, muitas histórias tristes e de muita luta de gente com deficiência que viu neste blog uma oportunidade de melhorar a qualidade de vida. Infelizmente não posso contemplar a todos, portanto usei como critério o contexto em que a pessoa vive, considerando situação econômica, atividades que desempenha e como irá ser útil a nova cadeira.
Ângelo Gabriel, o ganhador da cadeira
E o grande ganhador foi... Ângelo Gabriel, de Ribeirão das Neves, MG! Este simpático garoto participa de uma equipe de tênis de mesa em sua cidade, e sua cadeira, além de estar em péssimo estado, não é adequada ao seu tamanho, e nem aros para tocar ela tem! Já conversei com fisioterapeutas e sei o quanto é prejudicial rodar em uma cadeira de rodas de tamanho errado, você acaba comprometendo ainda mais o corpo do cadeirante. Além do mais, para uma criança em desenvolvimento, isto é ainda mais preocupante. E para quem está investindo no esporte, com vontade de mostrar seu valor e se socializar, é importante um "veículo" bom e adequado.
A cadeira dele está inadequada e em péssimo estado
A história e as fotos do Ângelo Gabriel chegaram até mim através de amigos dele, pois a família humilde não tem acesso à internet. Espero que o Ângelo curta este presente do Blog do Cadeirante, em parceria com a Cecília Acessibilidade.
Agradeço a todos que participaram do concurso mandando histórias e fotos, e ao Eduardo Tardiolli, da Cecília Acessibilidade, que tornou possível esta boa ação, ajudando a quem precisa!

terça-feira, 23 de abril de 2013

Reatech 2013

Entrada da Reatech 2013
No primeiro post sobre a Reatech 2013, que aconteceu de 18 a 21 de abril no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo, vou dar um panorama geral sobre o que vi na feira. A primeira vez que estive na Reatech foi em 2009, e de lá para cá a feira cresceu e se multiplicou. A quantidade de expositores e de visitantes cresceu bastante, tanto que estou achando que o local está ficando pequeno. Fui na sexta e já achei muito cheio, mas no sábado a coisa estava tão lotada que ficou difícil rodar por lá. Tinha engarrafamento de cadeira de rodas e fila para o banheiro, e aí que o bicho pegou: eram três banheiros para deficiente, um de cada lado e um nos fundos, cada um deles com duas "baias" para deficiente, muito pouco para uma feira deste porte. Cheguei a esperar mais de meia hora para conseguir utilizá-los.
Deputada Federal Rosinha da Adefal
As palestras ministradas no evento foram muito boas, destaque para as deputadas Rosinha da Adefal e Mara Gabrilli. A deputada Rosinha informou em primeira mão que a Câmara dos Deputados aprovou, por unanimidade (361 votos), o PLP 277 de 2005, que trata da diminuição do tempo de contribuição à Previdência Social e de idade para a aposentadoria da pessoa com deficiência. O projeto segue para a sanção presidencial. De acordo com o projeto, o tempo para aposentadoria de pessoas com deficiência grave cai para 25 anos para homens e 20 para mulheres; com deficiência moderada, 29 anos para homens e 24 para mulheres e com deficiência leve será de 33 anos para homens e 28 anos para mulheres. A aposentadoria por idade também poderá ser requisitada com cinco anos a menos que a idade exigida atualmente, que é 65 anos para homens e 60 para mulher. Ambos deverão ter contribuído por um mínimo de 15 anos.
A primeira coisa que se via na feira eram os stands de montadoras
Uma coisa que impressionou nessa feira foi o tamanho dos stands das montadoras de veículos. Sem dúvida os maiores stands, e em quantidade: nada menos que sete montadoras tinham grandes stands na feira, fora os de auto escolas e outros veículos para deficiente, sem contar a área externa para test drive. Tudo bem que acho fundamental a ter exaltar as possibilidade de dirigir e adquirir um veículo, mas esperava stands maiores de equipamentos para deficientes, que são mais importantes para o dia a dia.
Stand do Comitê Paralímpico Brasileiro
Nos stands de lojas para cadeirantes, destaque para o da Cavenaghi e da Mobility, com dezenas de modelos diferentes e vários acessórios. Só que, devido ao tamanho, no sábado estes stands estavam quase impossíveis de entrar. Tinha fila de cadeirantes nas imediações. Mal dava para ver todos os modelos. Porém, gostei bastante do atendimento nestes stands (quando consegui chegar neles), que nos deixavam testar os equipamentos quando possível. O stand do Comitê Paralímpico também estava muito bacana, com  muita informação, inclusive sobre a Olimpíada do Rio em 2016, e até sessão de autógrafos com paratletas brasileiros.
Hardcore Sitting na Reatech
Mas a verdadeira diversão estava nos stands secundários. Ali vi mais novidades e novas tecnologias, com destaque para uma nova marca de cadeiras de rodas nacional e "subidores de escada" bem modernos. Falarei sobre eles nos próximos posts. A área para esportes também estava bem agitada, com eventos simultâneos e até uma área para esportes radicais, com o pessoal do Hardcore Sitting, que dá até cambalhota em cadeira de rodas! Infelizmente não consegui ver nenhuma apresentação... Mais fácil que descrever o que vi, é mostrar, portanto fiz um vídeo "on board", atarrachando uma câmera GoPro à minha cadeira de rodas enquanto eu dava um rolé geral pela feira. Acompanhem!

Nos próximos posts, mais novidades!

sábado, 20 de abril de 2013

Cadeira motorizada controlada por computador

No stand da Cecília Acessibilidade, está em exposição uma cadeira motorizada controlada por computador.  O sistema se chama Freedom Connect, e pode ser utilizado em modelos de cadeiras de rodas motorizadas da Freedom.
Interface do sistema
Com um software próprio, o "motorista" programa velocidade média e máxima, sensibilidade do manete e potência, de acordo com o tipo de uso e de terreno que vai enfrentar. Verifica também o tempo de stand by e a roda livre. E pode salvar vários perfis para não ficar programando toda hora, quando for sair carrega o perfil desejado. Vale conferir!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

"Sorteio" de uma cadeira de rodas Freedom Plus

Cadeira manual Freedom Plus
 A primeira novidade que trago da Reatech 2013 é também uma ação social. O Blog do Cadeirante, em parceria com a Cecília Acessibilidade, vem trazer aos seus leitores um "sorteio" diferente. Vamos doar uma cadeira de rodas manual dobrável Freedom Plus para quem mais estiver precisando. Como decidir isso? Mandem para o e-mail do blog (blog.cadeirante@gmail.com) sua história contando porque você merece ganhar esta cadeira de rodas, e se possível mande fotos da sua atual cadeira de rodas até a próxima quarta feira, dia 24/04/2913. Se você conhece alguém que precisa mais da cadeira do que você, envie a história que iremos considerar. Mande também as medidas da cadeira, para que enviemos de acordo com suas necessidades.
Stand da Cecília Acessibilidade
Não deixe de participar, essa promoção vem para ajudar quem mais tem necessidade. E não deixe também de visitar a Cecília Acessibilidade no stand 222, na rua 200. E a partir do próximo post, novidades fresquinhas da Reatech!

domingo, 14 de abril de 2013

Apoio para as pernas

Meu apoio para as pernas
Já comentei sobre a importância de manter as pernas para cima de vez em quando, para melhorar a circulação, quando falei sobre o sofá com chaise. O sofá resolve o problema quando estamos em casa, mas e no serviço? É lá que passamos a maior parte do tempo, às vezes nove ou dez horas, e é quando ficamos com os pés para baixo a maior parte do tempo. Há uma alternativa que eu uso no trabalho, que foi uma solicitação que fiz ao pessoal do RH do banco, um local para que eu possa me deitar por alguns minutos a cada três horas para diminuir as dores que sinto no corpo e melhorar a circulação. Ajuda pra caramba.
Mas mesmo assim estava sentindo dores nas pernas e de vez em quando meus pés inchavam um pouco. Aí pensei nessa solução: um apoio para os pés para esticar as pernas de vez em quando. Conversei com as fisioterapeutas do banco e elas aprovaram a ideia, sugerindo como deveria ser feito (sim, o prédio tem fisioterapeuta o dia inteiro à nossa disposição, elas rodam os andares fazendo ginástica laboral em todos).
Apoio de pernas em ação
Mandei então um e-mail para o pessoal da manutenção para construir o tal apoio. No mesmo apareceram dois dos competentes funcionários para pegar comigo as diretrizes. Passei as medidas combinadas com as fisioterapeutas, no meu caso, cinquenta centímetros de altura, vinte e cinco de largura e quarenta de comprimento. Essas medidas foram específicas para mim, pensando na altura que minha cadeira de escritório fica e a distância ideal para as pernas. E ainda pedi para colocarem uma espécie de almofada em cima, para não machucar as pernas. Em dois dias entregaram o apoio! Tenho usado diariamente, sempre que começo a sentir dores nas pernas. Para quem passa pelo mesmo problema, taí a sugestão.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Acessibilidade no Metrô

Exemplos de estações de metro
O metrô é utilizado por milhões de brasileiros todos os dias, e é um meio de transporte muito eficiente, mas como será para os cadeirantes? Em uma reportagem que fiz em 2010 mostrei que em BH estamos longe de ter acessibilidade no metrô, mas nesse post meu irmão, o arquiteto Bruno Ribeiro, mostra que há uma lei para que esse quadro mude até 2014 e sugere ações para melhorar a acessibilidade.
Rampa para acesso às estações
"A Lei Federal 5296/2004, que estabeleceu o prazo até 2014 para que seja implantada a acessibilidade nos espaços públicos, está provocando ações das empresas de transporte na adequação das estações, trens e metrôs e concepção de projetos acessíveis, gerando novas diretrizes de projeto seguindo as normas NBR 9050 e NBR 14021 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Em São Paulo, a primeira linha do Metrô foi inaugurada na década de 70, quando os conceitos de acessibilidade e desenho universal não eram vigentes. Com o tempo, muitas estações e sistemas de transporte sofreram adaptações à essa nova realidade e, atualmente, a legislação não permite que as novas edificações e espaços públicos sejam concebidos sem atendimento desses conceitos.
As soluções desenvolvidas no Metrô de São Paulo podem servir de exemplo para o resto do Brasil, mas ainda há muito caminho a percorrer até que as estações e seu entorno sejam plenamente acessíveis, a começar pela diminuição da superlotação em estações e trens através da ampliação e modernização da rede metroferroviária e integração com terminais metropolitanos e ônibus urbanos.
A seguir são apresentadas algumas ações que podem tornar os espaços do Metrô mais acessíveis:
Instalação de elevadores, plataformas elevatórias e escadas rolantes;
Instalação de sistema de supervisão, permitindo que os usuários sejam monitorados e que seu auxílio seja mais rápido e eficaz;
Instalação de sistema de comunicação, para que o usuário possa solicitar auxílio;
Instalação de sistema de controle de acesso, os bloqueios acessíveis junto aos elevadores;
Instalação de piso tátil direcional e de alerta desde os acessos até os locais de embarque e desembarque na plataforma;`
Substituição dos corrimãos das rampas e escadas pelo modelo recomendado nas normas de acessibilidade;
Substituição das grelhas de captação de água pluvial pelos modelos recomendados para evitar prender da roda frontal da cadeira de rodas;
Instalação de sinalização tátil e visual de orientação para uso dos elevadores e plataformas elevatórias;
Adequação dos sanitários públicos segundo as normas de acessibilidade;
Adequação do mobiliário nas estações e trens, como os assentos para obesos nas plataformas;
Aquisição de cadeira de rodas para auxílio dos usuários;
Aquisição de equipamentos para resgate;
Implementação de telefones acessíveis para pessoas surdas e pessoas em cadeira de rodas;
Implementação de nova identidade visual para indicação dos assentos preferenciais, elevadores etc.
Capacitação dos empregados para atendimento, condução e auxílio a pessoas com deficiência física, visual e auditiva.

Arq. Bruno R. Fernandes
BIBLIOGRAFIA: artigo “Ações de Acessibilidade” na Revista da Engenharia n. 594/2009.

domingo, 7 de abril de 2013

TCC - mesa para cadeiras de rodas

Mesa criada pelo Múcio, que fez sucesso aqui no blog
Estudantes de Engenharia da USP estão desenvolvendo um projeto, com fins acadêmicos, de uma mesa para cadeiras de rodas. Vai ser semelhante à mesa criada pelo Múcio, que publiquei aqui no Blog em 10/10/12 (clique aqui para ler o post). Não sei se eles se inspiraram no post para criar o projeto, mas já é uma prova do quanto a criatividade pode ajudar no dia a dia de um cadeirante.
Como a mesa do Múcio foi construída artesanalmente, pelo cunhado dele, que foi seguindo a ideia que ele teve, a diferença principal seria a capacidade dela ser produzida em escala comercial, sendo ajustável a diversos modelos de cadeiras de rodas, além de ajuste na altura também. Eles buscarão ainda atender outros aspectos, como baixo custo, portabilidade e leveza.
Para prosseguir com o desenvolvimento do projeto, seria importante compreender melhor as necessidades e o que os possiveis usuários esperam de um produto como esse. Para isso, desenvolveram um pequeno questionário, e esperam aplicar no maior número possível de cadeirantes. Vamos ajudá-los preenchendo a pesquisa, é curta e direta, e está no link abaixo:

Pesquisa de Opinião - Mesa Acoplável à Cadeira de Rodas

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Guarapari para cadeirantes

Boteco com uma vista dessas? Em BH não tem...
Tem um ditado que diz que santo de casa não faz milagre. Tem outro que diz que em casa de ferreiro, o espeto é de pau. Ambos me servem muito bem, eu geralmente esqueço de fazer postagens sobre os locais que mais conheço. Guarapari, para quem não sabe, é praticamente a praia de Minas Gerais. Já houve ocasiões em que eu encontrei mais da metade dos meus amigos lá sem combinar com nenhum. E é lá também que atualmente moram meus pais. Então, sempre que tenho uma chance, dou uma fugidinha pra lá. Fiz isso nesse último feriado.
Orlas urbanizadas com largos calçadões
A cidade cresceu bastante desde que a conheci, nos anos 80, e hoje a maioria das praias tem orla urbanizada, com quiosques de alvenaria e calça larga e acessível. As faixas de travessia nas principais praias de ruas são elevadas, no nível da calçada. E os motoristas param para os pedestres atravessarem as ruas, sem necessidade de semáforo. Um exemplo para o resto do Brasil. Estou falando das praias da região central da cidade, que conheço mais. As fotos deste post são de lá.
Calçadas lisas e mirantes estão por todo lado
Guarapari tem algumas facilidades para cadeirantes. A cidade é quase toda plana, com poucos desníveis, e tem rebaixamento na maior parte das esquinas nos locais movimentados. Saindo um pouco da orla, a coisa fica feia. Não há mais rebaixamentos nas esquinas e as calçadas são péssimas, algumas tão estreitas que o cadeirante é obrigado a ir para a rua.
Há alguns estabelecimentos com acesso para cadeirantes, sem degraus na entrada. Mas infelizmente nem todos tem banheiro acessível. Um lugar que frequento sempre que vou lá é o Beco da Fome, um calçadão com vários restaurantes e botecos. Só frequento porque há várias mesas no calçadão, pois quase todos os bares tem escadas na entrada. E pra piorar, as mesas não são de pés paralelos, eu estaciono "de lado" e para comer é desconfortável. Banheiro adaptado nos bares, nem pensar. Bola fora.
Outro é o restaurante que dá para ir é o da Pedra da Paquera, uma península entre as praias das Castanheiras e da Areia Preta. O visual é fantástico e a comida muito boa. Uma coisa que vale a pena na praia é comer frutos do mar, na Choperia Informal, no Beco da Fome, serve lagosta por menos de cem reais para o casal (preço fora de temporada).
Dá para curtir praia com alguma ajuda
Há muitos hotéis com quartos adaptados na cidade, como o Porto do Sol, Meaípe e Vista Bela. Não tenho como avaliá-los aqui pois minha única hospedagem lá é a casa da mamãe, essa totalmente adaptada. Mas sei que hotéis adaptados não costumam trazer muitas novidades, só recomendo ligar antes para saber sobre as adaptações do banheiro, que costumam trazer surpresas.
Ao fundo o restaurante da Pedra da Paquera
Infelizmente não há praia adaptada em Guarapari, mas em Vila Velha, a menos de 40 km de lá, está a melhor que já fui até hoje. Falei dela neste post. A opção que temos é ir até a areia com nossa cadeira mesmo, com ajuda de alguém. Há praias com faixa de areia curta, como a de Meaípe, o que facilita chegar até lá e passar para uma cadeira de praia.
Gosto mesmo da cidade pelas orlas urbanizadas, com quiosques que atendem muito bem. É uma delícia passear pelos calçadões e parar em um quiosque ou restaurante para bater papo com a família ou amigos. Recomendo.