sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Desrespeito em Show - 2

Decepção em BH
O relato abaixo me foi enviado pela Mariane Ster, cadeirante que mora aqui em BH e é minha colega de trabalho. É um caso pior ainda do que o relato anterior, me deixou indignado. Confiram.

"Está acontecendo em BH o evento "BH Music Station", que promove apresentações artísticas em estações do metrô. No sábado, dia 10, houve a apresentação de Mutantes e Moraes Moreira. Eu e mais três amigos resolvemos comparecer, entusiasmados com as apresentações destes artistas.
Antes de comprar os ingressos, entretanto, procurei saber junto à produtora Nó de Rosa se havia adaptações para receber cadeirantes. Foi garantido que o evento estava preparado para receber cadeirantes, havendo inclusive banheiros adaptados. Com este "sinal verde" da produtora, comprei meu ingresso. 
No sábado, no entanto, quando cheguei à Praça da Estação, qual não foi minha surpresa quando vi que o acesso para o evento era uma escada. E mais, que na estação Vilarinho, onde aconteceriam os shows, também havia escada e pior que a da Praça da Estação. Três seguranças muito solícitos se ofereceram para me carregar pela escada, mas não aceitei, tendo em vista que me foi garantida a acessibilidade ao evento. Bem, um dos amigos que estavam comigo, Francisco, desceu a escada e foi ter com o produtor do evento. 
Este produtor informou que o único acesso era realmente aquela escada e que não havia banheiros adaptados, mas numa tentativa de contornar a situação, pensou em oferecer-nos um carro da produção para nos levar à estação Vilarinho e lá eu entraria por trás do palco e usaria um banheiro que foi utilizado pelo Hebert Vianna quando ele fez uma apresentação naquele mesmo lugar. Logo em seguida, entretanto, ele ficou sabendo que o banheiro não estava disponível para o evento. 
Não critico a atitude do produtor naquele momento, mas fiquei indignada com a produtora ao saber que havia um local com elevador, mas que não estava em uso no dia deste evento. Resolvemos, nós quatro, não prestigiar. Devolvemos nossos ingressos, pegamos nosso dinheiro de volta e fomos para outro lugar. Vale ressaltar aqui que não houve qualquer problema nessa negociação com o produtor; no que diz respeito à devolução dos ingressos, fomos ressarcidos corretamente, até no valor dos táxis que utilizamos. Nisso, não há o que criticar. 
Mas como pode um evento realizado em um espaço público não garantir a todo e qualquer cidadão os seus direitos constitucionais de ir e vir, à cultura e ao lazer? Como uma produtora não pensa nesse aspecto ao organizar um evento deste porte e não sendo a primeira vez que ele ocorre? Sinto muito, mas houve uma falha gigante da Nó de Rosa Produções. Ou o funcionário que me atendeu e disse que o evento contava com adaptações era extremamente mal informado (o que já é bastante negativo para uma empresa) ou a empresa não sabe o que é adaptação. 
Não fui de graça, paguei pelo meu ingresso e nem como consumidora eu fui respeitada. 
Apesar de reconhecer que o produtor (desculpem-me, não sei o nome dele) propôs aquilo que era possível propor naquele momento, a sua proposta era de uma gambiarra. Se o evento é no metrô, por que eu iria de carro, sendo que nos vagões acontecem algumas intervenções artísticas? Se é pra ser assim, que os preços dos ingressos sejam diferenciados. 
Mas pior ainda é pagar para ir a um evento no metrô e descobrir que ele também não é nenhum exemplo de acessibilidade. O local que tem o elevador, conforme fui informada, era a uns 50 metros de onde eu estava (na boca da escada). É triste, mas parecem tempos de apartheid. Há entrada para os ditos normais e há entrada para "os outros". Sinto muito se a comparação é forte, mas incluir vai tão além de construir rampas e colocar elevadores e nem isso ainda conseguimos fazer plenamente! 
Este episódio mostra que estamos longe de atingir uma maturidade cidadã. Se ela já tivesse sido atingida, não seria sequer necessário falar a respeito de acessibilidade. O assunto já estaria no DNA de políticos, artistas, produtores de eventos, empresários, enfim, de todos. 
Peço a quem leu esta mensagem, que a compartilhe, pois minha vontade é de gritar bem alto e fazer com ela chegue ao maior número possível de olhos, ouvidos e cérebros, principalmente. Quando falo em acessibilidade, não estou pedindo favor. Só quero o cumprimento do que está previsto em lei."
Mariane Ster

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Desrespeito em show - 1

O relato abaixo me foi enviado pelo Cláudio Medina, de Santo André, São Paulo. É mais um exemplo de desrespeito com cadeirantes, que infelizmente ainda acontece muito no Brasil.


Espaço dedicado aos cadeirantes - muito baixo!
"Fui assistir ao show de duas bandas de rock, com minha namorada e um amigo nosso, sendo todos os três cadeirantes. Obviamente em eventos assim nós não podemos ficar no meio da galera, já que não conseguiríamos ver nada com as pessoas em pé e nós sentados na cadeira de rodas, por isso ficamos em locais elevados ou dependendo das condições, ficamos próximos do palco. Pois bem, infelizmente nada disto ocorreu neste dia.

Chegamos a Casa Espaço das Américas com mais ou menos uma hora e meia de antecedência, justamente para ver como era a área reservada para os deficientes. Com a casa vazia, a nossa visão era até boa, apesar de ser longe podia se ver o palco perfeitamente. Depois que a casa foi lotando complicou, as pessoas que estavam na Pista Premium ficaram em pé na nossa frente, já que o local onde estávamos tinha apenas uns 40 cm de elevação.
Vale ressaltar que daquele local, os deficientes que podiam ficar em pé conseguiam ter uma boa visão do palco, mas os cadeirantes como nós que ali estávamos viam quase nada. Chegamos a citar este exemplo com uns responsáveis lá antes do show, mas disseram que não poderíamos ficar em outro local porque não teríamos segurança. Argumentamos que nos sentíamos lesados e que se fosse assim processaríamos a Casa, porém nos responderam: ‘‘a Casa sede o espaço, não estamos descumprindo a Lei’’.

É bom deixar claro que a nossa intenção não era arrumar briga ou criar uma situação constrangedora, nada disso. Nós apenas tentamos levantar este simples argumento de que daquele ponto não conseguiríamos ver praticamente nada, mas insistiram em nos alegar que ali era o único local seguro pra gente. Além de falarmos com dois gerentes da Casa, conversamos também com alguns seguranças e bombeiros, com um representante da produtora Free Pass, e até com managers da própria banda Slash. Mas com nenhum destes obtivemos sucesso, ficou um jogando a culpa no outro e nessa quem saiu no prejuízo fomos nós cadeirantes, que ficamos com a nossa visão encoberta e tivemos de ver (ou tentar ver) o show daquele local mesmo.

Vista de quem estava no espaço - que vista?
Durante o show, uma das gerentes da Casa veio até nós e disse que poderíamos ficar próximos ao palco, e nos encaminhou ao local. Pois bem, nos deslocamos até lá com nossas cadeiras de rodas, mas chegando lá não fomos muito bem recebidos. O chefe dos seguranças de palco imediatamente veio e nos mandou sair dali, falando sem nenhuma educação. Essa atitude fez que nos sentíssemos desrespeitados, mas com o som alto do show em andamento, não pudemos debater muito e acabamos saindo dali. No fim do show, obviamente que procuramos este cidadão, mas ele rapidamente sumiu do mapa. Só espero que ele um dia aprenda a respeitar os deficientes.

Sobre a Casa, confesso que até entendo esta preocupação deles com a nossa integridade física, de termos um espaço separado do publico em geral, isso é muito válido sim. Mas poxa, o que adianta estar seguro e não conseguir ver o show? Se fosse assim eu ficaria na comodidade da minha casa e assistiria pela TV ou pela internet. Eu só queria poder ver de perto um artista que sou fã desde criança. Eu paguei pra estar ali, como qualquer outro expectador. Deficientes não tem desconto para eventos assim como muita gente pensa, nós pagamos o valor do ingresso normal (que aliás, é absurdamente caro), então temos direitos iguais. Não queremos privilégios, somente igualdade e respeito.

Enfim, este relato tem a função de demonstrar como é a situação dos deficientes em alguns locais públicos por aí, pra ver se as pessoas tomam consciência deste problema, que pra algumas pessoas, pode até parecer simples e sem gravidade. Se você acha isso, experimente um dia ir a algum show de um artista de seu agrado, comprar o ingresso, e lá na hora ficar sentado em uma cadeira, com várias pessoas em pé na sua frente. Só quem vivencia na pele sabe como essa situação é constrangedora e revoltante.

Esperamos que os responsáveis de casas de shows e eventos deem mais condições dignas aos deficientes para que possam estar no meio e se socializem como qualquer pessoa normal, e que as autoridades fiscalizem aos que descumprirem ou que desrespeitarem o nosso direito de ir e vir, de se divertir e se entreter, o direito de nos sentirmos cidadãos e de sermos felizes!

Aquele papo de que ‘‘a esperança é a última que morre’’ definitivamente não vale para nós deficientes. Nas nossas vidas passamos por inúmeras dificuldades e mesmo assim nunca deixamos de lutar e de sorrir, porque pra nós a felicidade é o que nos move e a esperança nunca morrerá!

Claudio Medina Junior
Santo André, 12 de novembro de 2012
Para ler o texto completo no facebook clique aqui.

sábado, 24 de novembro de 2012

Scooter elétrico no Extra

Fazendo compras motorizado!
Há alguns dias experimentei pegar emprestado um Scooter elétrico no supermercado Extra, que fica na saída de Belo Horizonte pela BR 040 (em frente ao BH Shopping). Eu já tinha visto estes scooters estacionados lá, mas achei que era bobagem pedir, e era mais prático tirar minha cadeira e rodar mais à vontade por lá. Mas por que não fazer um teste? Parei na vaga para deficiente e chamei um dos guardas do estacionamento, e pedi o scooter. Ele foi muito solícito e disse que buscaria rapidinho, e em menos de cinco minutos veio ele dirigindo o bichinho. 
Scooter posicionado para transferência
Aí veio o primeiro problema: como passar do carro para ele, já que ele é grande e não chega muito perto do carro. O guarda disse que o outro scooter gira o banco, e seria mais fácil fazer a transferência. Ótimo, mas porque ele já não trouxe o outro? Lá se foram mais dez minutos entre levar o primeiro e trazer o segundo. O negócio é pedir de cara o scooter que gira o banco.
Transferência feita, foi só girar o corpo.
Começaram então as manobras para aproximar o scooter do carro de forma a não ficar muito longe de mim. Depois de alguns minutos chegamos à conclusão que o ideal é aproximar ele de ré, girar o banco 180 graus, passar do carro para ele, e depois afastar um pouco o scooter e girar o corpo até chegar na posição correta. Assim fizemos, e foi bem tranquilo, tanto a transferência quanto o giro.
Acelerando pelos corredores! A quase 6 km/h....
Uma vez no scooter, os comandos são simples: há duas alavancas, que tem a mesma função, só que invertidas: de um lado, puxando ele vai para frente, empurrando vai para trás, e do outro lado o contrário. Não tem freio, basta parar de acelerar para ele frear e parar. Um problema para quem é lesado medular são as pernas, que ficam abertas, ainda mais as minhas que são enormes, ficaram saindo para fora do scooter. A solução foi simples: amarrei minha pochete nas pernas, como podem ver na foto acima. Eu achei bem gostoso de dirigir, e também fácil de manobrar, o volante gira até mais de 180º, o que permite girar facilmente entre os "obstáculos" que tem no supermercado. E a cestinha (ou melhor, cestona) que tem na frente ajuda na hora de carregar as compras. Enfim, foi uma boa experiência, aconselho quem for lá fazer compras. Só não espere um desempenho de fórmula 1, ele é bem lerdinho. O que é bom para evitar acidentes!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Levando a cadeira no suporte de bike

Suporte para bicicletas, por que não para cadeira?
Essa é uma ideia que eu tive há algum tempo, mas nunca tive coragem (nem necessidade) de testar. Mas eis que o Rafael Marajó (que contribuiu no post sobre a Caminhar) me disse que já utiliza esse método, pois a família é grande e economiza espaço no porta malas. O carro dele é um Spin, da Chevrolet, que tem cinco ou sete lugares, e se utilizado nessa última configuração, a cadeira não cabe nem desmontada. Por isso ele acaba usando o suporte de bike. Ele mandou fotos mostrando como faz, e garantiu que a cadeira vai com segurança, nunca teve problema.
Cadeira no suporte com as duas rodas
O negócio é simples: utilizando um suporte de bicicleta (o dele é daqueles que encaixa no engate de reboque), ele passa a cadeira com as duas rodas ou com uma só pelas barras de suporte da bike, amarra bem ela com fitas de fixação e mais elásticos com ganchos. Quando vai em percursos pequenos, ele deixa ela toda montada, mas quando viaja, prefere tirar as rodas e a almofada. Isso facilita muito nas paradas, pois não precisa tirar muitas bagagens para retirar a cadeira e montar para que ele saia do carro também.
Cadeira presa no suporte, sem uma roda
Importante observar que a cadeira dele é uma M3, monobloco, com rodas X-core3. A cadeira monobloco pode ser mais fácil de carregar, pois ela tem menos partes móveis, e fica firme no suporte. O suporte dele é para três bicicletas, mas em um para duas pode funcionar também. Eu tenho um suporte de bike que encaixa sobre a tampa do porta malas, mas não testei ainda porque ele está faltando a borracha que protege a tampa do carro. Mas assim que comprar uma substituta, faço o teste. De fato é bem mais prático para tirar e colocar a cadeira, principalmente em uma viagem. Mas ela tem que ficar muito bem presa, para não correr o risco de ficar pelo caminho...

domingo, 18 de novembro de 2012

Volta da Pampulha

Curtindo o visual na volta na lagoa
Hoje cumpri uma promessa de reveillon, daquelas que você faz na hora da empolgação, com os fogos do ano novo e a vontade de realizar projetos e desafios: dei uma volta completa na lagoa da Pampulha de handbike. Não parece um desafio muito grande, afinal são 18 quilômetros, quase tudo em terreno plano, e com ciclovia a maior parte do percurso. Porém há muitas subidinhas chatas, que exigiram bastante esforço.
Há que se que considerar que eu não sou nenhum atleta, e nenhum menino também. Além disso, fiquei quase três meses sem pedalar, estou bem fora de forma e tenho tido fortes dores no ombro esquerdo, que já foi luxado no passado. 
Enfim, foi mesmo um desafio a cumprir, precisei lutar contra dores no corpo e falta de preparo físico, mas com um valioso apoio do meu amigo Fabrício, que fez um competente trabalho de batedor, andando na frente e avisando as pessoas para se afastarem para eu passar. Isso foi importante, pois a handbike é baixinha e as pessoas não vêem ela chegando. Além disso, o apoio moral dele foi muito bacana, ele falava para eu descansar os braços nas descidas e fazer força nas subidas, otimizando o esforço.
Equipe de apoio no desafio: Fabrício, Cris e Danilo
Agradeço também ao Danilo, que também deu grande apoio, e à Cris, esposa do Fabrício, que também debutou nas duas rodas dando a volta completa na lagoa com a gente, e me dando forças para completar também a volta.
Na chegada, até o Lucas veio nos receber!
Agora meu próximo desafio será fazer trilha com minha nova handbike, que é feita para terreno misto. Meu parceiros da volta da Pampulha já confirmaram que estarão juntos comigo!

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Isenção de ICMS para deficiente não condutor

A partir de janeiro de 2013, valerá para pessoas com deficiência física, visual, intelectual, e autistas
A deputada federal Mara Gabrilli está comemorando mais uma importante vitória das pessoas com deficiência e suas famílias. Recente decisão do CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária -, garante que deficientes físicos, visuais, intelectuais, e autistas poderão comprar carros novos mais baratos, com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida, que passa a valer a partir de janeiro de 2013, beneficia não só as pessoas com deficiência com autonomia para dirigir (que já possuem desconto), mas também representantes legais, desde que o valor do veículo com impostos não ultrapasse R$ 70 mil.
Essa mudança na legislação é uma luta antiga de Mara. Desde que era vereadora de São Paulo, ela pedia a isenção do ICMS às pessoas com deficiência, não condutoras. “Essa isenção sana uma injustiça que ocorria. Sem dúvida, é mais uma importante vitória de grande parcela da população”, afirma. No início deste ano, já como deputada federal, Mara participou, em Brasília, de reunião no COTEP - Comissão Técnica Permanente do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias, uma espécie de encontro que antecede à do CONFAZ, na qual sensibilizou os presentes. “Até agora, pessoas com deficiência que não dirigiam só tinham direito à isenção do IPI e do rodízio municipal, mas só o condutor tinha direito à isenção do ICMS”, explica.
Mara Gabrilli na câmara dos deputados
Convênio
Publicado no Diário Oficial da União de 9 de abril, o Convênio ICMS 38, afirma que “ficam isentas do ICMS as saídas internas e interestaduais de veículo automotor novo quando adquirido por pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal”.
Além disso, o adquirente não pode ter débitos para com a Fazenda Pública Estadual ou Distrital e o veículo deverá ser adquirido e registrado no Departamento de Trânsito do Estado – DETRAN, em nome da pessoa com deficiência.
Caso o veículo seja transferido dentro do período de dois anos a uma pessoa que não teria o mesmo benefício, o comprador deverá recolher o tributo devido. Após dois anos, a transferência fica livre.
Para ter direito ao desconto, a pessoa com deficiência ou seu representante deve apresentar os seguintes documentos em uma unidade da Secretaria de Fazenda:
- Laudo médico que comprova o tipo de deficiência;
- Comprovação de disponibilidade financeira ou patrimonial para fazer frente aos gastos com a aquisição e a manutenção do veículo a ser adquirido;
- Cópia autenticada da Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- Comprovante de residência;
- Cópia da CNH de todos os condutores autorizados (no máximo três);
- Documento que comprove a representação legal, se for o caso.
A medida iguala a isenção do ICMS à isenção já em vigor do IPI. Saiba mais sobre o IPI em: http://www.receita.fazenda.gov.br/GuiaContribuinte/IsenIpiDefFisico/IsenIpiDefiFisicoLeia.htm

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ortostatismo em casa

Já disse aqui o quanto é importante praticar o ortostatismo, mas essa prática às vezes esbarra na falta de estrutura, para que o cadeirante consiga se levantar com segurança, ou de tempo para colocar as talas, posicionar a cadeira e se levantar, o que muitas vezes precisa também da ajuda de alguém.
Barra paralela de porta
Mas o Sérgio Lucas, leitor do blog, resolveu a questão com uma solução simples e eficiente: utilizando uma barra paralela, daquelas que encaixam na porta. Ele posiciona a cadeira embaixo da barra e trava ela, coloca os pés no chão, segura na barra e levanta o corpo. Fácil, simples e seguro. Qualquer problema, é só abaixar o corpo e sentar na cadeira de novo. Com cuidado, claro.
Sérgio Lucas se segurando na barra
Uma forma simples de praticar sempre o ortostatismo e aproveitar todas as vantagens dessa prática. Recomendo, porém, consultar um fisioterapeuta para saber se há alguma limitação para a prática desta atividade. Há pessoas que não podem fazer por problemas ósseos ou musculares. O Sérgio fez até um vídeo ficando de pé e fazendo barra. Essa é mais uma vantagem de utilizar a barra paralela, você pode fazer exercícios para os braços. Confiram:

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Malhando

Tentando sorrir enquanto faço força
Nunca tive paciência para musculação. Cheguei a entrar na academia umas cinco vezes, com boa intenção e até com recomendação médica (para fortalecer o ombro que operei devido a uma luxação). Mas em todas as vezes não durei nem três meses. Achava chato ficar repetindo aqueles exercícios fazendo uma força danada sem sair do lugar. Acho que eu era hiperativo mesmo, não conseguia ficar parado muito tempo. Além disso, eu adorava fazer esportes, principalmente mountain bike, que envolvia muito movimento e velocidade.
Fortalecendo os braços
Hoje em dia, com a idade e maturidade (além da lesão), fiquei mais paciente. E novamente, por recomendação médica (e de fisioterapeutas), voltei a malhar. Só que desta vez assistido por fisioterapeutas, na Aquafisiobh. Como eu já disse aqui, ela instalou uma verdadeira academia adaptada na clínica. É possível fazer quase todos os exercícios de uma academia normal, inclusive os aparelhos para perna, caso a pessoa tenha alguma força.
Tríceps com peso
É muito importante para o cadeirante fazer musculação, pois o condicionamento físico é fundamental para conseguir tocar a cadeira pelas calçadas esburacadas e superar todos os obstáculos que encontramos. Chega a ser fundamental em alguns casos, dependendo do quadro do cadeirante, do tipo de lesão e do comprometimento da musculatura. Ajuda também para manter o peso e minimizar a perda muscular. Mas o exercício deve ser orientado, pois pode causar lesões e piorar o quadro. Na Aquafisiobh tem um Fisioterapeuta que é Educador Físico também, o Claudinei, que sugere uma sequência de exercícios direcionada para a necessidade da pessoa.
O peso é pequeno, mas estou começando, vai aumentar...
Para quem pratica esportes por lazer ou para competição tem ainda mais necessidade de praticar musculação  que nesse caso serve como um complemento e forma de preparo para as atividades esportivas. Tem até gente que pratica fisioculturismo em cadeira de rodas, participando de campeonato e tudo! Sei não, acho meio exagerado... Cliquem aqui para ver.
Mas um dos maiores benefícios é mesmo manter o corpo forte para garantir mais independência e agilidade nas diversas atividades e desafios que nós cadeirantes enfrentamos, como transferências, manobras, superação de degraus e ressaltos. E a gente ainda fica gatinho para o verão...

domingo, 4 de novembro de 2012

TCC - calça para cadeirantes

Duas simpáticas xarás minhas (Alessandras - belo nome) estão fazendo um projeto de desenvolvimento de calças voltadas para cadeirantes, e bolaram o questionário abaixo para conhecerem um pouco mais sobre as necessidades de quem usa uma cadeira de rodas.
É sempre um processo complicado vestir calças sozinho, ainda mais as jeans, um verdadeiro desafio. Cada um tem uma técnica, eu uso os para lamas da cadeira para me levantar e puxo com os dedos a calça para cima, "pulando" dentro dela até chegar no lugar. 
O questionário é voltado para as pessoas do sexo masculino, idade entre 18 e 80 anos, cadeirantes e que fazem o uso do coletor de urina. Quem sabe daí pinta mais um produto elaborado especialmente para nós:
Questionário: