domingo, 30 de setembro de 2012

Vida normal?

De triciclo no trânsito de BH
Quinta feira foi um dia normal na minha vida. Acordei oito da manhã, liguei a TV enquanto fazia exercícios com as pernas (mobilização passiva). Tomei café da manhã na cama com minha mulher (todo dia ela traz para mim na cama), me vesti e saímos. Eu dirigindo, como sempre.
Deixei ela no trabalho às nove e segui para a Aquafisiobh, onde faço fisioterapia. Cheguei lá e comecei com musculação, depois fiz exercícios no saco de pancadas com luva de boxe (muito divertido), e aí fiz fisioterapia com a Rosa. Saí de lá, com uma música muito boa e animada no carro, com o teto solar aberto, passei no Mc Donald's (drive thru) e pedi um sorvete (estava calor pra caramba). Cheguei em casa, peguei minha cadeira e subi. Fui para o sofá e fiquei batendo um papo sobre o mercado de ações com minha mãe (que está me visitando). Trocamos uma ideia sobre os rumos do mercado e fui almoçar - uma comidinha caseira feita pela Zélia (minha diarista).
Socando na fisioterapia
Fui para o quarto, troquei de roupa e desci para a garagem. Peguei o triciclo elétrico, acoplei a cadeira de rodas no para choque dele e saí para o trabalho. No caminho, dei uns três ou quatro jóias para motoristas que me olhavam rindo e acenando. Um motorista parou ao lado da "figura" aqui e me perguntou quem teve a ideia, respondi que fui eu e ele me parabenizou.
Cheguei no trabalho e de cara fui para uma reunião com um colega sobre uma ferramenta importante para a gestão financeira do banco. Depois fui para minha "baia", conversei com alguns colegas e trabalhei. Na hora do café, chamei dois colegas e ficamos batendo papo e contando piadas e casos. Voltei para o computador e trabalhei até as 18:30, um trabalho dinâmico e de muita responsabilidade, além de muito importante para a empresa.
Saí do trampo de triciclo, com a cadeira a reboque, e fui pra casa. No caminho, mais gente falando comigo, elogiando a ideia e se surpreendendo. O trânsito estava meio parado, mas fui me encaixando entre os carros, curtindo o trecho e a pilotagem, conferindo de vez em quando se a cadeira estava bem.
Cheguei em casa, peguei a cadeira, subi e não tinha ninguém em casa. Passei para a cadeira de banho, tomei um banho muito relaxante, coloquei a roupa e fui lanchar. Minha mulher chegou, falamos sobre o dia, batemos papo, programamos um pouco do fim de semana e assistimos um pouco de tv enquanto eu conferia e-mails. Meus pais chegaram, batemos mais papo assistindo jornal e depois novela, e mais tarde fomos dormir.
E tem gente que diz que não é possível ter uma vida normal em uma cadeira de rodas... Que bom! Prefiro ter uma vida ativa, animada, divertida e cheia de desafios. Vida normal? É muito chata...

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Cadeira Fashion

Bolsão Traseiro
Na busca por acessórios para cadeiras de rodas, como o porta copos do último post, encontrei uma pessoa especializada nisso: a Flávia, de Porto Alegre, percebeu este nicho e montou uma empresa para produzir e vender acessórios para cadeiras de rodas. De muito bom gosto, ela tem produtos para várias necessidades dos cadeirantes.
De mochilas a toalhas impermeáveis, os produtos da Cadeira Fashion, marca que ela criou, são desenhados especialmente para se encaixarem perfeitamente em cadeiras de rodas, tanto do tipo dobrável quanto monobloco. Os produtos contam até com estampas diferenciadas, voltadas para o público feminino ou masculino.
Bolsão Traseiro com estampa
O Bolsão Traseiro é uma mochila que é fixada na cadeira por tiras de nylon ajustáveis com velcro. Serve em cadeiras dobráveis ou monobloco, de vários tamanhos. Ela é ideal para carregar objetos maiores, é confeccionado em Nylon Cordura, resistente a água, as laterais podem ser expandidas através de pressões (botões) que liberam mais espaço interno. Tem bolso externo e fechamento em velcro. Ele custa R$ 56,00 na cor preta (o da primeira foto) e por mais um real você leva a com estampa.
Pochete interna, super discreta e funcional
Outra forma legal de carregar objetos do dia a dia com mais discrição, é usando a pochete interna. Esta pochete tem a mesma função da que eu uso, só que é especialmente desenhada para servir em cadeiras de rodas. Muito prática, ela é confeccionada em Nylon Cordura preto e é fixada na cadeira por tiras de nylon com velcro para regulagem de acordo com a largura do assento, tem porta-objetos com bolsos em tela externos na frente e nas laterais. O fechamento é por zíper e tem um cursor com uma adaptação para facilitar a abertura e fechamento. Custa R$ 42,00 e só tem na cor preta.
Pochete lateral, muito chique!
A pochete lateral é uma grande sacada. Ela desenhou uma pochete para se encaixar perfeitamente na lateral do braço das cadeiras dobráveis. A pochete é confeccionada em Nylon Cordura, resistente a água, com ótimo espaço interno para colocar objetos pessoais, tem bolso externo em tela e um bolso menor para celular e outros eletronicos, mp3, etc...além disso, tem também um porta-garrafas. Ela é fixada no braço da cadeira com tiras de nylon ajustáveis em velcro e custa R$ 42,00 na cor preta e R$ 43.00 estampada.
Pochete frontal, muito legal!
Para quem tem cadeira monobloco e já está com inveja de quem tem cadeira dobrável, a Flávia bolou uma pochete frontal que encaixa perfeitamente na barra do apoio de pés. Claro que ela serve também nas cadeiras dobráveis, pois é fixada por tiras de nylon com velcro. Ela conta com bolso interno com espaço suficiente para chaves, carteira, objetos pequenos, e na frente tem um bolso com tela e elástico, podendo colocar uma garrafa, como na foto. O preço da pochete frontal é R$ 35,00, tanto a preto quanto a estampada.
Além de bolsas e pochetes, a Flávia tem também protetor de quadro, que ajuda a manter a cadeira em forma - se eu tivesse comprado um desses, a minha não estaria toda arranhada. Assim como os outros produtos, tem nas cores preta e com estampas, e custa R$ 29,00.
Toalhas impermeáveis para cadeira monobloco e dobrável
Outro produto bem inovador e útil é a toalha impermeável, que vem em modelos para cadeiras dobráveis ou monobloco. Para dobráveis, custa R$ 65,00 e para monobloco o preço é R$ 53,00.
Quem se interessar pelos produtos da Cadeira Fashion, pode pedir diretamente comigo, pelo e-mail do blog (blog.cadeirante@gmail.com). Estamos fazendo essa parceria para difundir os produtos e chegar a todo o Brasil. Todos os preços são dos produtos sem frete, para cálculo do frete é preciso informar o CEP.
Deixe logo sua cadeira bem fashion com os produtos da Flávia e saia por aí arrasando!

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

TCC - Análise de esforço dos cadeirantes

Hoje inauguro um novo "serviço" aqui no blog. Recebo com bastante frequência pedidos de alunos de diversos níveis para responder questionários a respeito de um artigo ou trabalho de conclusão de curso cujo tema tem relação com cadeirantes. Uns são muito interessantes, outros nem tanto, mas o objetivo geralmente é o mesmo: facilitar a vida dos cadeirantes.
Eu não queria publicar no blog por dois motivos: primeiro porque a maior parte das pessoas odeia responder questionários. E segundo, porque recebo tanto pedido que teria que fazer um blog só para isso. Mas pensando no benefício que esses estudos podem trazer a nós, cadeirantes, vou passar a publicar aqui os estudos mais interessantes, ou úteis. Vou registrar sempre com o marcador TCC. Então, caro leitor do blog, quando quiser conhecer os últimos estudos sobre produtos para cadeirantes e responder os questionários para ajudar os estudantes, é só clicar no marcador.

O estudo de estréia vem de Resende, no Rio de Janeiro, de um grupo de graduandos de engenharia que está escrevendo um artigo sobre análise dos esforços que os cadeirantes estão sujeitos quando não é obedecida a norma ABNT nas especificações, aumentando o esforço e causando o risco de Lesões por Esforços Repetitivos (LER), um stress de tanto subir rampas indesejadas com uma inclinação medonha, e que por vezes ainda teriam que pedir ajuda em rampas mais ingrimes.
Eles elaboraram um questionário ilustrado para identificar o quanto o aumento da inclinação interfere no esforço que o cadeirante faz ao subir. Para responder, é só clicar no link abaixo:


Com as respostas, ele vão fazer um levantamento qualitativo e quantitativo de usuários das rampas para aplicar em um método de esforços. E pretendem levar em congressos, palestras e outros, com a intenção de mostrar que para atingir acessibilidade não basta apenas construir rampas de qualquer maneira.

domingo, 23 de setembro de 2012

Porta copos e garrafas para cadeiras de rodas

Porta copos do Múcio
Pouco depois que voltei à fisioterapia em solo (eu só fazia piscina), encontrei com um colega e leitor do blog, o Múcio, e me chamou a atenção alguns acessórios da cadeira dele. Ele é tipo professor Pardal, inventa um monte de coisa para facilitar o dia a dia. O mais interessante que percebi foi uma grande sacada: ele pegou um porta latinhas, daqueles antigos que se usava nas janelas dos carros e instalou na cadeira.
Esse pequeno acessório resolve um grande inconveniente que nós cadeirantes sempre passamos: tocar a cadeira segurando um copo, lata ou garrafinha. E isso acontece muito, na verdade, comigo é todo dia. Eu chego ao trabalho e a primeira coisa que faço é pegar minha garrafinha de água para encher no filtro que tem na copinha. Como não tenho onde colocar, deixo ela no meio das pernas mesmo (o que já é estranho, aquela coisa metálica no meio das pernas instigando mentes maldosas). Tenho que rodar apenas dez metros, mas já é suficiente para uma ou duas quedas da garrafa, já que passo por um ressalto no chão e qualquer topada da cadeira joga a garrafa longe. Ainda mais que trabalho de calça social, o que ajuda a escorregar.
Quando é preciso carregar um copo então, o risco é dobrado: além de ser possível cair no chão, ele pode virar em cima de mim e molhar tudo, e aí sou obrigado a ir pra casa com aquela aparência de "me mijei todo". Já aconteceu algumas vezes, mas felizmente estava de calça escura e não apareceu. Este inconveniente é ainda mais perigoso em festas ou comemorações: te servem a bebida em um copo e se você precisar rodar dois metros para pegar um salgadinho, tem que colocar o copo entre as pernas, deixar ele em algum lugar ou tentar tocar a cadeira com uma mão enquanto segura o copo com a outra - uma manobra ainda mais arriscada a acontecer acidentes.
Porta copos e garrafas com braço moldável
Fui então à caça do porta latinhas igual ao do Múcio, e não é que encontrei um produto ainda mais adequado? Descobri um porta copos que se adapta a qualquer cadeira de rodas! É esse da foto acima, ele vem com uma tira de alumínio totalmente moldável, que pode ser instalado em qualquer modelo de cadeira e em vários lugares dela. Abaixo alguns exemplos do porta copos instalado em cadeiras dobráveis (tipo X) e monobloco. Outra vantagem da tira de alumínio, é que o porta copos fica bem firme na cadeira.
Instalado em uma cadeira dobrável
Encontrei este produto na internet, e aproveitei para comprar algumas unidades para disponibilizar aqui e mandar diretamente para os leitores do blog que quisessem esse acessório. Comprei um lote grande e vendi tudo em poucos dias.
Em uma monobloco, com um copo de água seguro
Para quem tem mais de uma cadeira, é bom ter um para cada cadeira, assim não precisa ficar tirando. O porta copos carrega também garrafas de até 750 ml com facilidade, desde que a garrafa seja do diâmetro de latas de alumínio. Garrafinhas de água mineral geralmente cabem.
Carrega também garrafas com praticidade

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Equipe IGT

Da esquerda para a direita: Paulo Polido, Thiago Cenjor e Tales Lombardi
Sou fã de automobilismo desde criança e acompanho quase tudo relacionado ao esporte, além de ter verdadeiro fascínio por carros. Tenho muita vontade de ingressar no kart adaptado, mas aqui em Minas Gerais não há nenhuma iniciativa nesse sentido, e há somente duas pistas de kart perto da capital, e nenhuma dispõe de kart adaptado. Estou sempre pesquisando, e não é que em minhas "andanças" pela internet me deparei com uma equipe de automobilismo composta somente por cadeirantes!
Interior do Mini adaptado
Eles são denominados Equipe IGT, que significa "Equipe Igualdade de Todos", e tem como proposta principal colocar em todos os esporte automotores pessoas portadoras de deficiência, em competições. Em 2006 promoveram a participação de Paulo Polido no Rally Internacional dos Sertões e nesse mesmo ano constituiu a 1ª Equipe formada por deficientes a competir na prova mais tradicional do kartismo brasileiro, as 500 Milhas de Kart da Granja Viana, sendo um dos pilotos foi o Thiago Cenjor e Paulo Polido. Em 2008, idealizaram o 1º Campeonato de Kart Adaptado. Para 2012 eles apresentam uma proposta inovadora: formar e colocar a 1ª equipe de deficiente na mais charmosa categoria do automobilismo brasileiro, a Mini Challange, com os pilotos Paulo Polido, Tales Lombardi e Thiago Cenjor.
O Thiago me concedeu a seguinte entrevista para explicar melhor os objetivos da Equipe IGT:
Blog do Cadeirante - De quem foi a ideia de criar uma equipe de cadeirantes para participar de uma competição de esporte a motor? Quem são os componentes? Algum de vocês já teve experiência neste esporte?
Thiago Cenjor - Sou cadeirante desde 2001 decorrente de um assalto em que fui baleado, e em 2006 conheci o kart adaptado, e quem me apresentou foi meu amigo e integrante da equipe, o Paulo Polido. Montamos campeonatos paulistas e brasileiros, e me tornei Campeão Paulista em 2009, e em 2010 e 2012 me tornei Campeão Brasileiro de Kart. Hoje sou o único piloto Bicampeão Brasileiro de Kart Adaptado. Eu e o Paulo gostamos muito de velocidade e começamos a ter ideias e a realizar projetos para crescermos no automobilismo, irmos além do kart, e em 2010 tentamos na Copa Montana da Stock Car, depois tentamos na antiga Itaipava GT onde iríamos pilotar um Maserati e nesse ano apareceu a Mini Challenge para pilotarmos o Mini Cooper. A equipe é composta por 3 pilotos: eu, Thiago Caro Cenjor, Paulo Polido e Tales Lombardi, e todos temos experiencia em kart, sendo o Tales Vice Campeão Brasileiro em 2012, perdendo para mim.
Isso que é piloto, até fora do carro está sobre rodas!
BDC - Foi muito difícil conseguir apoio para tocar o projeto?
Thiago - Não só foi como ainda está difícil tocar esse projeto, muitas empresas e pessoas demostram interesse,  mas na hora não apoiam com verba, com patrocínio, isto está muito difícil, pois deveríamos ter estreado há um tempo já, mas decorrente da falta de patrocínio ainda não conseguimos e estamos correndo demais atrás, e caso você conheça alguém que queira nos patrocinar e se tornar parceiro da equipe agradeço a ajuda, para que possamos correr em Curitiba em 2012. Sem contar a dificuldade que tivemos em nos aprovar na CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo),  onde tivemos que fazer escola de piloto para carros, exames médicos e também dificuldade com a adaptação do carro, mas esses dois casos já foram resolvidos, a unica coisa que ainda dificulta muito é a questão do patrocínio, do dinheiro para tocar o projeto, porque por etapa se gasta em torno de R$ 40.000,00
Segue o link do projeto:
BDC - Já participaram de corridas? Como foi? Se não, quando será a estréia?
Thiago - Como disse, infelizmente ainda não participamos de corrida e temos de qualquer jeito que participar da última corrida do ano da categoria, que será em Curitiba no dia 21 de Outubro.

BDC - Quais os próximos projetos da equipe?
Thiago - Os próximos projetos da equipe serão permanecer na categoria no ano que vem, não somente para participar, mas sim para competir mesmo, pois temos potencial para isso e também entrarmos em outras categorias como Marcas e Pilotos, estamos estudando tudo isso, mas como disse, precisamos de patrocínio.

Admiro muito a garra e empolgação desses caras que acreditam, assim como eu, que nada é impossível quando temos sonhos e força de vontade. Espero que a Equipe IGT alcance seus objetivos, e quem quiser apoiar ou souber de alguma empresa que tenha interesse em patrocinar, entre em contato pelo e-mail equipeigt@equipeigt.com.br ou thicenjor@hotmail.com. Abaixo um vídeo de apresentação da equipe:

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Plataforma vibratória

Terremoto, terremoto! Ah não, é só a plataforma vibratória!
Se tem um aparelho que nunca imaginei que seria útil a um paraplégico é a plataforma vibratória. Quando penso nela, a primeira imagem que me vem à cabeça é daqueles comerciais da Polishop com uma mulher super sarada em pé, paradinha, chacoalhando toda e sorrindo, enquanto o locutor garante que ela só tem aquela barriguinha porque passa horas na plataforma... Mas sempre tive a impressão de que aquilo ajuda é a "cair" muita coisa na mulher, já que chacoalha tudo...
Quando vi o aparelho na Aquafiosiobh, achei que a Joyce estava querendo investir em serviços de estética e modelagem corporal. Mas depois que ela me explicou a intenção do aparelho, resolvi experimentar. Ele é alto, fica a uns 25 cm do chão, e quando subi parecia que ia bater a cabeça no teto! Claro que é necessário calçara as talas (órteses) para travar o joelho. Fiquei com um pouco de medo no início, afinal era ela de um lado e a Solange do outro segurando um homem de quase dois metros com pouco movimento de quadril para ajudar... tenso! Mas logo peguei confiança e consegui me segurar sozinho. O bom é que logo que você consegue se segurar, pode começar a fazer os exercícios que a fisioterapeuta vai ditando. Inicialmente, ela pede para você movimentar para frente e para trás, para um lado e para o outro. A vibração da plataforma ajuda a buscar o músculo certo para manter o corpo ereto. Além disso, a vibração causa uma certa atividade na musculatura, que é predominantemente estática.
Para exemplificar o processo, fiz uma pequena filmagem do Múcio, artista do vídeo abaixo, já se segurando sozinho e fazendo alguns exercícios com o corpo.

domingo, 16 de setembro de 2012

Punto 2013

Na versão T-Jet ficou um espetáculo
Essa semana estive na Automax para saber das novidades com o Geraldo Amaral e aproveitei para avaliar o Punto 2013. O carro ficou bem mais bonito e moderno, o painel dele me surpreendeu pela beleza e novas funções, como o Blue & Me Social Drive, que lê notícias da internet e de redes sociais. Muito show!
O Punto Dualogic vem de série com airbag duplo, ABS, vidros elétricos dianteiros com one touch e antiesmagamento, direção hidráulica, lanterna traseira de LED, abertura interna da tampa do tanque de combustível, computador de bordo, My Car Fiat, porta-óculos, travas elétricas, trava automática das portas a 20 km/h, volante com regulagem de altura, ar-condicionado, retrovisores elétricos, farol de neblina, computador de bordo B, piloto automático, entre outros itens. Ufa, é coisa pra caramba!
Espaço interno de carro grande!
Vamos ao que interessa aos deficientes: facilidade de entrar, espaço interno, porta malas. Para entrar, percebi que o ângulo de abertura da porta melhorou, eu costumo ter sempre dificuldade para entrar em carros menores, mas desta vez foi muito mais fácil. Só que a Fiat ainda pecou na trava da porta, que é pontiaguda, e não arredondada como no Bravo. Isto pode gerar machucados nas costas, como já aconteceu comigo em outros carros. Mas como o espaço para entrar é generoso, basta ter cuidado e passar com as costas o mais longe possível.
O espaço interno também me surpreendeu. Por incrível que pareça, achei melhor do que o do Bravo, passei as pernas com facilidade por baixo do volante e sobrou uns dez centímetros da minha cabeça ao teto do carro. Com a regulagem de altura do banco, consegui encontrar a melhor posição facilmente. O interior do carro está demais, o painel é lindo e a textura do painel parece de carro de luxo.
A cadeira coube inteira! E essas lanternas? Ficaram lindas!
Mas a grande surpresa ficou por conta do porta malas. Com fama de muito pequeno, achei que seria impossível caber a cadeira toda desmontada, ainda mais que a minha é muito grande. Achei também que se coubesse a cadeira, as rodas teriam que ir no banco traseiro. Que nada! Coube cadeira com roda e tudo e ainda sobrou espaço! Impressionante. E o câmbio Dualogic Plus faz as trocas de marcha com muito mais precisão e suavidade.
Cadeira no porta malas fechado, visto por dentro
O Punto Essence 1.6 16V Dualogic está com preço de fábrica por R$ 44.140,00, mas com a isenção de ICMS e IPI, o valor cai para R$ 34.714,90! Com a tecnologia embarcada que esse carro tem, aliada à beleza e segurança que oferece, é um dos melhores carros para cadeirante.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Acessibilidade e Cidadania

Até meu chefe foi prestigiar a palestra
Nessa semana está ocorrendo no BDMG, onde trabalho, a SIPAT, Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, e fui convidado pela CIPA, da qual faço parte, para dar uma palestra sobre acessibilidade, abordando as necessidades que as pessoas com mobilidade reduzida tem e as dificuldades que encontramos na cidade. Além disso, procurei falar sobre uma solução simples para um problema de acessibilidade que encontramos demais pelas cidades: na maior parte dos lugares há um ou dois degraus que impedem nosso acesso, e a construção de uma rampa móvel pode resolver. Claro que acessibilidade não é só uma rampa na porta. Mas já é um começo.
O problema da acessibilidade é uma questão cultural, pois as pessoas não têm o hábito de imaginar que os locais possam ser utilizados por pessoas em cadeiras de rodas ou com problemas de mobilidade, e geralmente privilegiam a outras características, como diferenciação, beleza, design, e outros atributos. O fato é que as pessoas só começam a pensar em acessibilidade quando há alguma necessidade própria ou de algum parente ou amigo.
O assunto gerou discussão e cometários positivos
Na minha opinião, o maior problema é a falta de bom senso, tanto de comerciantes como de proprietários de imóveis, que podem, com criatividade, aliar tudo que necessitam à acessibilidade, conseguindo assim um atributo ainda mais importante em seus imóveis: democracia!
Abaixo o vídeo que preparei para a palestra, complementando uma apresentação em power point.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Deficiente é obrigado a votar?

Apesar dos políticos... vale a pena votar
Nessa semana um leitor do blog me deu a ideia de falar sobre a obrigatoriedade ou não dos deficientes votarem. Pesquisei um pouco e descobri que a resposta à pergunta acima é: sim e não. O deficiente, a priori, é obrigado a votar, mas pode pedir a dispensa, desde que fundamentada. Ou seja, no fim das contas, é facultativo, já que ele pode pedir para deixar de votar. E fiquei sabendo que, na prática, basta informar qual é a deficiência e pedir a dispensa, nem precisa fundamentar tanto.
Nos termos da resolução 21.920 art. 1º, a regra é que o Deficiente físico é obrigado a alistar-se e também ao ato de votar. Porém, no parágrafo único do art. 1º existe uma exceção: "Parágrafo único. Não estará sujeita a sanção a pessoa portadora de deficiência que torne impossível ou demasiadamente oneroso o cumprimento das obrigações eleitorais, relativas ao alistamento e ao exercício do voto."
Se o eleitor enquadrar-se nesse contexto ele deve proceder ao que prescreve o art. 2º:
"Art. 2º O juiz eleitoral, mediante requerimento de cidadão nas condições do parágrafo único do art. 1º ou de seu representante legal ou procurador devidamente constituído, acompanhado de documentação comprobatória da deficiência, poderá expedir, em favor do interessado, certidão de quitação eleitoral, com prazo de validade indeterminado.
A Resolução do TSE nº 21.920/2004 não impede o portador de deficiência de exercer o direito de votar, antes, faculta-lhe o de requerer, motivadamente, a dispensa da obrigação, dadas as peculiaridades de sua situação.
Portanto, de acordo com o TSE, o deficiente físico não é obrigado a votar. O Tribunal Superior Eleitoral aprovou a formulação desenvolvida pelo ministro Gilmar Mendes, uma vez que a Constituição Federal de 1988 não cuidou do assunto. A resposta do TSE foi dada à uma consulta feita pela Corregedoria Regional Eleitoral do Espírito Santo.
O ministro Gilmar Mendes defendeu a “facultatividade do alistamento e do voto aos cidadãos que apresentem deficiência que impossibilite ou torne extremamente oneroso o exercício de suas obrigações eleitorais”. Ele ressaltou que a Constituição Federal “nada diz sobre os inválidos” nessa questão eleitoral. Os ministros do TSE acolheram a formulação feita por Gilmar Mendes.
Apesar de ser desanimador pensar em escolher políticos no Brasil, é a única forma de participarmos do processo de escolha dos dirigentes do nosso país. Eu particularmente adoro votar, acho muito importante e recomendo. Já fui até mesário, por dois anos consecutivos em um colégio estadual aqui em Belo Horizonte. No último ano (geralmente te convocam por três anos) eu sofri um acidente de bicicleta e quebrei o maxilar uma semana antes, aí não compareci (depois justifiquei, claro). E para verem como eu gostava, geralmente as eleições caíam no meu aniversário (01/10), pois é no primeiro domingo de outubro, e ainda assim eu passava o dia todo lá.
Encontrei uma cartilha interessante da Prefeitura de São Paulo sobre o assunto, vale a pena ler, clicando aqui.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

NBR 9050 em revisão

A norma brasileira de acessibilidade, que tem o código NBR 9050, está em revisão. E para tornar o processo mais democrático, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) abriu uma consulta pública nacional, para que todos possam enviar sugestões e dicas de como tornar a norma mais eficiente, acrescentando aí experiências e ideias de pessoas interessadas ou enviolvidas com a acessibilidade.
E se tem gente que pode falar sobre isso somos nós, cadeirantes e deficientes em geral que usam cadeiras de rodas ou outros aparelhos para se locomover, como muletas, bengalas ou andadores.
A nova norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) vai ditar como as edificações deverão ser construídas e reformadas para permitir a promoção do Desenho Universal, visando à participação de todos, sem discriminação.
Durante os próximos dois meses, todas as pessoas, com ou sem deficiência, profissionais e demais interessados, poderão acessar seu conteúdo e enviar considerações do que precisa ser alterado, acrescido ou suprimido.
Todas as sugestões serão avaliadas e compiladas pelo grupo que organiza a elaboração da norma e serão apresentadas em nova reunião aberta a todos.
Além da NBR 9050, outras duas normas estão em consulta simultaneamente: a norma sobre sinalização tátil de piso e sobre acessibilidade em estádios.
Para ver os textos propostos para a norma basta clicar no link a seguir:
As normas de acessibilidade fazem parte do CB-40. Para acessar o texto (visualizar, imprimir e gravar) é preciso fazer um login de acesso (passaporte) no site da ABNT. Depois esse passaporte será necessário para mandar suas considerações.
Para mais informações entre em contato pelo e-mail consultanacional@abnt.org.br.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Vagas para deficientes em BH

Oportunidades para vários níveis
O Projeto Oportunidades Especiais estará com um estande montado no Shopping Cidade, entre os dias 15 e 30 de setembro, para cadastrar currículos de pessoas com deficiência. 

Os futuros profissionais poderão concorrer às vagas ofertadas pelas empresas participantes do projeto como: Banco Mercantil, Sotreq entre outras. 
O objetivo do projeto é beneficiar pessoas com deficiência, propiciando um ambiente de acesso a um grande número de ofertas de emprego e uma futura inclusão no mercado de trabalho. Há vagas em diferentes áreas de atuação e para todos os níveis de escolaridade (ensino médio, técnico e superior). 
Ao final da etapa, os currículos serão encaminhados para as empresas que farão os seus processos seletivos de acordo com o perfil de cada profissional. 
As pessoas que se cadastrarem receberão, gratuitamente, cursos de aperfeiçoamento na área de informática (Word, Powerpoint, Excel, entre outros).


Local do Projeto
Shopping Cidade (Rua Tupis, 337 - Centro  Belo Horizonte - MG)

domingo, 2 de setembro de 2012

Triciclo elétrico rebocando cadeira de rodas

Solução para o Tribike!
Quando conheci o Tribike, da Electrobike, percebi que era um produto inovador que resolve um grande problema dos cadeirantes que utilizam ou tem vontade de utilizar uma cadeira motorizada: ele trafega no trânsito com facilidade e segurança, já que tem rodas maiores do que as cadeiras motorizadas convencionais, além de contar com setas, farol alto e baixo, acelerador manual, buzina, luz de freio, e os principais equipamentos que as motocicletas possuem.
Porém, por ter mais vocação para as ruas, é um pouco inadequado para lugares fechados, como bancos, supermercados e comércio em geral, apesar de ser perfeitamente possível, e há relatos de pessoas que usam em todos esses lugares sem problemas, já que, no fim das contas, trata-se de uma cadeira motorizada com cara de scooter. Mesmo sendo possível, acho que em um lugar mais fechado é complicado, pois ela é um pouco maior do que as cadeiras comuns.
Mosquetões de escalada
Para resolver este problema, pensei em uma forma de rebocar a cadeira de rodas no Tribike, para que eu pudesse passar para ela e entrar onde quiser (ou melhor, onde for acessível). Como recebi um modelo do Tribike com para-choques, imaginei uma forma de travar a cadeira de rodas nele de forma que suspendesse as rodas dianteiras, assim não corre o risco delas baterem em algum lugar ou trepidarem excessivamente. Percebi que o pedal da cadeira encaixa perfeitamente sobre o para-choques, então foi só buscar um "elo" para uní-los. Aí me lembrei dos mosquetões, que são elos utilizados em escalada para travar os ganchos e cordas que seguram o escalador.
Cadeira travada no para-choque do Tribike
Pesquisando, descobri que há uma loja de produtos de esportes de aventura pertinho da minha casa, a Nerea, e fui lá buscar o modelo ideal. Quem me atendeu foi o Bruno, e assim que expliquei minha ideia ele curtiu o negócio, e trouxe alguns modelos para eu escolher. Peguei os maiores, pois seria preciso passar pelos tubos da cadeira e do para-choques, cada um custou trinta e oito reais. E não é que deu certo? 
Para engatar a cadeira no Tribike é muito simples, basta se virar no assento, posicionar a cadeira sobre o para-choque e travar um mosquetão do lado esquerdo da cadeira. Depois, é só travar do lado direito e pronto! Aí é só sair acelerando! O mosquetão é dotado de um mecanismo de segurança e pode ser travado  para evitar que se abra sozinho. Como há um pouco de folga, nas curvas a cadeira de rodas gira um pouco, mas se a curva for muito fechada, ela quica um pouco. Mas isso não causa nenhum perigo, pois ela é travada dos dois lados. Fiz dois vídeos, o de cima mostra como engato a cadeira no triciclo e o outro era para mostrar o processo inverso, mas o Daniel, meu amigo "cameraman", finalizou a filmagem antes da hora, e eu só fui conferir o filme todo em casa. Quando der, faço outro.
O pessoal da Nerea gostou tanto da ideia que estamos fechando uma parceria, e me informaram que há uma trilha que está sendo adaptada para cadeiras de rodas, que vou conhecer assim que possível.
E quem tem interesse no Tribike, eu represento ele em BH e região, veja como comprar clicando aqui.