De triciclo no trânsito de BH |
Quinta feira foi um dia normal na minha vida. Acordei oito da manhã, liguei a TV enquanto fazia exercícios com as pernas (mobilização passiva). Tomei café da manhã na cama com minha mulher (todo dia ela traz para mim na cama), me vesti e saímos. Eu dirigindo, como sempre.
Deixei ela no trabalho às nove e segui para a Aquafisiobh, onde faço fisioterapia. Cheguei lá e comecei com musculação, depois fiz exercícios no saco de pancadas com luva de boxe (muito divertido), e aí fiz fisioterapia com a Rosa. Saí de lá, com uma música muito boa e animada no carro, com o teto solar aberto, passei no Mc Donald's (drive thru) e pedi um sorvete (estava calor pra caramba). Cheguei em casa, peguei minha cadeira e subi. Fui para o sofá e fiquei batendo um papo sobre o mercado de ações com minha mãe (que está me visitando). Trocamos uma ideia sobre os rumos do mercado e fui almoçar - uma comidinha caseira feita pela Zélia (minha diarista).
Socando na fisioterapia |
Fui para o quarto, troquei de roupa e desci para a garagem. Peguei o triciclo elétrico, acoplei a cadeira de rodas no para choque dele e saí para o trabalho. No caminho, dei uns três ou quatro jóias para motoristas que me olhavam rindo e acenando. Um motorista parou ao lado da "figura" aqui e me perguntou quem teve a ideia, respondi que fui eu e ele me parabenizou.
Cheguei no trabalho e de cara fui para uma reunião com um colega sobre uma ferramenta importante para a gestão financeira do banco. Depois fui para minha "baia", conversei com alguns colegas e trabalhei. Na hora do café, chamei dois colegas e ficamos batendo papo e contando piadas e casos. Voltei para o computador e trabalhei até as 18:30, um trabalho dinâmico e de muita responsabilidade, além de muito importante para a empresa.
Saí do trampo de triciclo, com a cadeira a reboque, e fui pra casa. No caminho, mais gente falando comigo, elogiando a ideia e se surpreendendo. O trânsito estava meio parado, mas fui me encaixando entre os carros, curtindo o trecho e a pilotagem, conferindo de vez em quando se a cadeira estava bem.
Cheguei em casa, peguei a cadeira, subi e não tinha ninguém em casa. Passei para a cadeira de banho, tomei um banho muito relaxante, coloquei a roupa e fui lanchar. Minha mulher chegou, falamos sobre o dia, batemos papo, programamos um pouco do fim de semana e assistimos um pouco de tv enquanto eu conferia e-mails. Meus pais chegaram, batemos mais papo assistindo jornal e depois novela, e mais tarde fomos dormir.
E tem gente que diz que não é possível ter uma vida normal em uma cadeira de rodas... Que bom! Prefiro ter uma vida ativa, animada, divertida e cheia de desafios. Vida normal? É muito chata...