E agora, quem poderá me ajudar? Chapolim?? |
Depois, de março pra cá, a coisa piorou. Ela passou a estudar à noite duas ou três vezes por semana e vai direto do trabalho para a aula. Aí eu saio do trabalho sozinho, chego em casa, tomo banho sozinho, preparo meu lanche sozinho e vou para o sofá sofrer (ou melhor, jogar Playstation ou ficar na internet). Fiquei então pensando: qual o maior desafio para um cadeirante que mora sozinho?
Aí entra uma divisão: se a pessoa tem condições de pagar uma empregada (ou empreguete, sei lá) ou uma diarista que vá pelo menos duas vezes por semana, o maior desafio será se virar com coisas pessoais, como trocar de roupa ou preparar comida. Mas se o recurso financeiro está faltoso, então acho que o maior problema deve ser arrumar a casa. Não imagino o trabalho que deve dar segurar uma vassoura, varrer, empurrar a cadeira um pouco, depois varrer mais um pouquinho. E para limpar embaixo da cama ou do sofá? Deve ser um exercício. Físico e de paciência.
Para o primeiro grupo (em que me incluo), uma tarefa chatinha é vestir calça jeans. Cada um tem uma técnica, uns vestem deitados, mas eu prefiro na cadeira mesmo. Como minhas mãos são grandes, consigo apoiar no protetor de roupa da cadeira, seguro a calça com os polegares, me levanto e puxo, ou melhor, "pulo" dentro da calça. Ou seja, jogo o corpo para a frente e puxo com os dedões. Depois faço uma "dança" (muito sexy, por sinal) para acabar de chegar a calça no lugar, enfiando a mão pelas costas e puxando a calça pra cima, jogando o corpo ao mesmo tempo. Complicado né? Outras coisas como banho e lanche, são mais fáceis. Ainda mais em cidade grande, onde é possível pedir quase tudo em casa (no meu caso, a namorida já deixa tudo arrumandinho).
Para quem não pode contar com ninguém para dar uma mãozinha nas tarefas de casa, o trabalho é dobrado. Acho que a cozinha também é um grande desafio, pois cozinhar, lavar louça e panela, e ainda arrumar tudo depois, deve dar uma danada duma canseira. Sem contar que o cadeirante não alcança muito alto, então a cozinha tem que ser toda adaptada, inclusive os armários.
Só sei que cada dia mais eu tiro o chapéu para quem é cadeirante e mora sozinho. Uma hora ou outra, a pessoa passa raiva. Mas faz parte, é melhor ser independente e passar por isso do que depender dos outros. No fim das contas, é gratificante se sentir capaz, e dono do próprio nariz.
Aí entra uma divisão: se a pessoa tem condições de pagar uma empregada (ou empreguete, sei lá) ou uma diarista que vá pelo menos duas vezes por semana, o maior desafio será se virar com coisas pessoais, como trocar de roupa ou preparar comida. Mas se o recurso financeiro está faltoso, então acho que o maior problema deve ser arrumar a casa. Não imagino o trabalho que deve dar segurar uma vassoura, varrer, empurrar a cadeira um pouco, depois varrer mais um pouquinho. E para limpar embaixo da cama ou do sofá? Deve ser um exercício. Físico e de paciência.
Para o primeiro grupo (em que me incluo), uma tarefa chatinha é vestir calça jeans. Cada um tem uma técnica, uns vestem deitados, mas eu prefiro na cadeira mesmo. Como minhas mãos são grandes, consigo apoiar no protetor de roupa da cadeira, seguro a calça com os polegares, me levanto e puxo, ou melhor, "pulo" dentro da calça. Ou seja, jogo o corpo para a frente e puxo com os dedões. Depois faço uma "dança" (muito sexy, por sinal) para acabar de chegar a calça no lugar, enfiando a mão pelas costas e puxando a calça pra cima, jogando o corpo ao mesmo tempo. Complicado né? Outras coisas como banho e lanche, são mais fáceis. Ainda mais em cidade grande, onde é possível pedir quase tudo em casa (no meu caso, a namorida já deixa tudo arrumandinho).
Para quem não pode contar com ninguém para dar uma mãozinha nas tarefas de casa, o trabalho é dobrado. Acho que a cozinha também é um grande desafio, pois cozinhar, lavar louça e panela, e ainda arrumar tudo depois, deve dar uma danada duma canseira. Sem contar que o cadeirante não alcança muito alto, então a cozinha tem que ser toda adaptada, inclusive os armários.
Só sei que cada dia mais eu tiro o chapéu para quem é cadeirante e mora sozinho. Uma hora ou outra, a pessoa passa raiva. Mas faz parte, é melhor ser independente e passar por isso do que depender dos outros. No fim das contas, é gratificante se sentir capaz, e dono do próprio nariz.
Pois é, Sam... Faz 15 anos que moro sozinha, por escolha minha. Já tive empregada doméstica, mas hoje me viro com uma diarista 2X por semana.
ResponderExcluirPraticamente não faço serviços domésticos, a não ser de vez em quando cozinhar um prato especial, que é uma coisa que eu curto muito, ou lavar umas vasilhas eventualmente, tarefa que acho muito chata.
Qdo recebo visitas, elas costumam ajudar na arrumação pós-festinha. Minha mãe eventualmente me fornece "marmitas" e me ajuda com comprinhas de supermercado e padaria. No mais, peço refeição e almoço no serviço quase todos os dias, para simplificar a vida. E peço lanches por telefone, quando é necessário.
Meus vizinhos são gente boa e me ajudam com tudo de que necessito.
Não tenho dificuldades para o banho nem para me trocar, então fica mais fácil morar só.
Em termos de privacidade e autonomia, é sensacional. Acho mesmo que a gente fica viciado! Então, só posso dizer que, no final das contas, dá muito certo, pode ter certeza!
Abraços em vc e na Gi!
Ei Laura, você sabe bem as dificuldades e vantagens de morar sozinha, de fato é compensador, ter o nosso lugarzinho, do nosso jeito, não tem preço! Ah, os vizinhos sempre podem dar uma mãozinha mesmo!
ExcluirBeijão!
Concordo com a Laura, também morei só por muito tempo, hoje estou casada mas mesmo assim tem horas e coisas que marido não está por perto e sobra mesmo pra mim. Uma diarista ajuda sim e muito mas também não tem como conta com elas sempre, vira e mexe nos deixa na mão aí já viu, temos que dar nossos "pulos".Claro que uma casa bem projetada e adaptada ajuda demais, graças a Deus é o meu caso.Até cozinharia mais se eu gostasse o que não é o caso, eu simplesmente "odeio" cozinhar, infelizmente também não tem como me livrar disso pois as vezes (quase sempre)acabo indo pra cozinha. Mas eu adorava minha independencia de poder ter minha vida e minha casa.No fim tudo dá certo. Beijos
ResponderExcluirOi Keke, a casa tem mesmo que ser adaptada para nossas necessidades, isso ajuda muito. Estive pensando em outras coisas que podem ser complicadas: lavar e passar roupa, e trocar uma lâmpada. Felizmente, nos adaptamos a tudo, e como você disse, no fim tudo dá certo! Beijos
ExcluirCara eu fico pensando tbm ,morar sozinho deve ser dose,mas ao mesmo tempo é a independencia,ser dono do seu próprio nariz!!Eu como estou casada a 19 anos..A minha filha e meu marido sai 7h da manhã,daí a dona de casa aqui fica sozinha,e depois do café lá vai eu com vassoura,roupa pra lava,fazer almoço,e sem falar na sujeira que meus cachorros fazem kkkk.Mas claro tem uns momentinhos de raiva as vezes,mas são muito raro.Empregada não tenho não ,mas quando tem que fazer um limpeza daquelas,coloco filha e marido pra ajudar!!bjss
ResponderExcluirÉ Aldrey, cadeirante dona de casa devia ter remuneração, pois o trabalho não é pouco não! Com cachorro então, nem se fala! Com a prática a gente pega o jeito e nem acha complicado. Mas que dá trabalho, dá! Bjos
ExcluirSam, o gatinho poderá te ajudar! Que figurante lindo na foto! Ah, adoro seu blog, leio sempre. Parabéns!
ResponderExcluirAh, se eu conseguisse ensinar a gatinha a lavar a louça, metade do problema estava resolvido!
ExcluirOi Sam!
ResponderExcluirLogo apos o acidente, sai do hospital e em 15 dias estava morando sozinho, tinha uma senhora que trabalhava lá em casa e me dava uma mão, porem passava a maior parte do dia sozinho, então tive mudar de lugar os copos, panelas e roupas que ficavam em lugares altos e passar para um lugar mais baixo.
Outra coisa que é ruim de fazer morando sozinho e levar as compras do carro até dentro de casa, sempre arrebenta uma sacola ou cai do colo e dai é ruim.
Nessa época adotei uma tatica sempre ter dois sabonetes no box do banheiro pois um sempre cai no chão em lugar dificil de pegar....mas morar sozinho foi super importante para minha total independencia
Cara, você foi muito corajoso, com tão pouco tempo de lesão e encarando um desafio destes! Parabéns! Carregar compras é mesmo complicado, esses dias comprei uma caixa plástica desmontável que ajuda nessa hora. A Gi acaba usando para facilitar a vida dela, mas quando eu preciso, tá na mão! Abraço
ExcluirOlhar,tudo bem?Mim chamo Flaviana,já te acompanho em algumas reportagens,orkut,face,e agora no blog,adoreiiii,parabéns!!!!!,esse blog pode ajudar muito,pessoas que como eu convivo com deficiente e se acha muitas vezes perdido,com duvidas.sabe Sam,há 2 anos tenho um relacionamento,com um cadeirante,nos damos muito bem!nos amamos,ele é uma pessoa encrível,há 1 ano resolvemos morar juntos,só que a familia dele,ñ aceita,que fala que ñ quero ele,pelo fato dele ser paraplégico,fico muito chateada,pois vejo o preconceito,na família,nos amigos,que se afastaram-se todos,quando saímos juntos viramos atração na cidade,todos mim olham torto,parece que estou cometendo um crime,é muito chato essa situação...vc enfrentou preconceito no seu relacionamento?como vc lida com isso? um grande beijo!! parabéns pelo blog.
ResponderExcluirFlaviana, essas coisas são assim mesmo, eu também passei por muitas dessas, pais e mães que criticavam e eram contra, outros que eram totalmente a favor, outros que se incomodavam mais não diziam nada, outros que jogavam indiretas. Porém, minhas irmãs e meus amigos davam total apoio, nunca tive essa debandada, isso que me pareceu estranho. Mas se vcs se gostam sigam em frente, as pessoas vão se acostumar por livre vontade ou na marra mesmo. Só não se engane a si própria ou ao seu companheiro, se ver que não dá mais é como qualquer relacionamento. Ah, sou muito bem casado há 6,5 anos com uma linda e especial mulher, que cuida de mim, batalhamos e trabalhamos juntos e vamos seguindo em frente. Os pais dela nunca se intrometeram, mas por um bom tempo houve desconfianças e indiretas, imagina só quando resolvemos casar de papel passado e tudo.
ExcluirCara, quando li o título do post fiquei curioso pra ler tudo e saber o q vc tem feito sozinho, enfim, me separei a três anos e a principio não sabia o q fazer...mas graças a Deus me adaptei bem, faço quase tudo dentro de casa, só não me dei bem na cozinha por isso compro comida (almoço),mas no geral me readaptei de novo e estou bem.
ResponderExcluirForça e abraço!
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ResponderExcluirFala! Moro sozinho faz sete meses em Brasília. Sou cadeirante, tive paralisia cerebral. No começo, morava em uma kitnet. Mas após analisar prós e contras, vim para um flat. A diferença foi pouca em relação ao aluguel da kit, há faxina diária...quanto à comida...bom...sucrilhos, marmitas e rua...o mais difícil foi vir para Brasília com conhecimento só de Google...
ResponderExcluirAbraço!
Nossa! Quase me vi na mesma situação que você, minha prima e cadeirante e para começar os estudos ela e minha tia precisaram mudar de estado. Hoje em dia elas tem as rotinas mais definidas, apesar da van da minha prima deixar ela em casa primeiro a única coisa que ela precisa mesmo é esquentar o jantar (minha tia deixa preparado antes do serviço). Quando elas foram se mudar eu pesquisei muito a estrutura do apartamento (acho que ajuda bastante nas rotinas quando os espaço são acessíveis), por isso pesquisei imóveis que não fossem em ladeiras, nem que tivessem corredores muito estreitos e que tivessem elevadores (caso fossem apartamento). No site ImovelVIP consegui ver as fotos todas certinhas antes delas se mudarem para o RJ, assim elas não cairam em furada e achamos um bom apartamento.
ResponderExcluirGostei bastante do seu post, parabéns! :)
Um dia vai ter que tomar essa decisão... Já parou pra pensar como o semblante da sua companheira está triste,desgastado e cansado... atrás daquele sorriso meigo?
ExcluirSe um dia tiver que tomar, já estou preparado. E da minha companheira, cuido eu, sei o quanto ela é feliz comigo.
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