terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Inclusão dá trabalho

Matéria que saiu na Folha Universal do último domingo
Essa matéria elaborada pelo jornalista Fernando Poffo para a Folha Universal e aborda as dificuldades que os Portadores de Necessidades Especiais encontram na hora de buscar um emprego. Colaborei contando uma situação que passei em 2007 quando procurava emprego e não fui contratado por ser cadeirante. Fiz um processo seletivo e fui escolhido por unanimidade, mas a empresa não possuía as instalações necessárias para receber um cadeirante, por isso fui cortado. Não me disseram exatamente isso, mas para o bom entendedor, um pingo é letra.
Outro fato que citei na reportagem foi a grande distância entre empresas públicas e privadas no tratamento do deficiente. As empresas privadas geralmente contratam deficientes só para cumprir a lei 8.213/91, que estabelece que empresa com mais de 100 funcionários deve preencher uma porcentagem do seu quadro de pessoal com pessoas com deficiência. E como é só para cumprir a lei mesmo, geralmente colocam os deficientes em cargos inferiores, com baixa complexidade e baixos salários. Quando vejo isso, me parece mais caridade do que contratação de uma pessoa com potencial de crescer e contribuir para a empresa como qualquer outro funcionário. Já as empresas públicas disponibilizam nos editais vagas para deficientes em quase todos os cargos disponíveis, de nível fundamental ou superior, possibilitando ao deficiente ganhar maiores salários, com a garantia de um ambiente adaptado às suas necessidades.
Eu falei aqui outras vezes sobre o assunto trabalho, e minha dica é sempre procurar emprego, se qualificar, estudar e buscar seu lugar no mercado de trabalho como qualquer outra pessoa, respeitando, claro, as limitações que tenha. Hoje em dia há muitos deficientes plenamente capacitados para ocupar cargos importantes e crescer dentro das empresas como qualquer outro.
Muita gente é aposentado por invalidez e, mesmo com potencial para trabalhar e crescer na profissão, ficam com medo de perder o benefício. Se for trabalhar com carteira assinada perde o benefício mesmo, mas se não trabalhar perde a oportunidade de se desenvolver profissionalmente, socializar com as pessoas no ambiente de trabalho e melhorar muito sua renda mensal.
Na minha cadeira ou na do escritório, sou o mesmo trabalhador
Na foto acima estou na minha mesa de trabalho, da mesma forma que todos os outros analistas da empresa, contribuindo para o desenvolvimento e crescimento da companhia, e a única diferença para meus colegas de trabalho é a minha cadeira que, diga-se de passagem, é mais bacana que a deles! Eu costumo passar para a cadeira do escritório, pois tenho mais conforto e posso me movimentar mais, mas quando vou para reuniões, geralmente fico na minha mesmo. Felizmente encontrei na Gasmig um excelente clima de trabalho e jamais sofri qualquer tipo de preconceito, desenvolvi meu trabalho com liberdade e igualdade com todos.
Aproveito para contar que estou de mudança de emprego, há algum tempo contei que estava em dúvida, mas já me decidi e fui chamado para trabalhar no BDMG, semana que vem já começo. Espero encontrar por lá o mesmo clima de profissionalismo e respeito que tive na Gasmig. Se for assim, eles ganharam mais um excelente profissional (que além de tudo, é modesto)!
Quem quiser ler a matéria completa, é só clicar aqui. Agradeço ao Fernando, à Ivonete, que já considero uma amiga, e ao pessoal do jornal pela matéria muito bem feita.

7 comentários:

  1. Bacana isso....vc demonstra profissionalismo e competencia, além de ser um exemplo para quem acha que se tiver uma deficiencia, tem que ficar em casa.....
    Parabéns e mto sucesso no seu novo emprego, certamente eles ganharão mais que vc, porque deve ser ótimo trabalhar com alguém com astral tão alto!!!!!!!!!!!!!!

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    1. Muito obrigado!! De fato é bem difícil não me ver animado! Abraço

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  2. Na minha opinião, o laudo é um problema dos concursos públicos. Os editais sempre pedem laudos com datas recentes como se a pessoa com deficiência pudesse deixar de ter uma deficiência de uma hora para outra! Muitas vezes, é difícil conseguir o laudo e, em muitos casos, é necessário pagar uma consulta médica só por causa disso. Deveria ser diferente!

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  3. É verdade, deveriam pelo menos extender um pouco esse prazo né?

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  4. Saaaaaaaaaaam que bonito vc saiu nessas fotos, hein? Parece até que tomou banho! Hahahah... Brincadeira (o lance do banho, claro... pq bonitão c ficou mesmo)!

    Eu adorei tudo que vc falou, concordo e assino embaixo. Mas me detive à uma frase específica: aquela que vc colocou na foto "Na minha cadeira ou na cadeira do escritório, sou o mesmo trabalhador". Achei fantástico isso! Resume bem a ideia de que somos tão competentes quanto!

    Beijinho.

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    1. Obrigado Kaká!! E olha que eu nem tinha tomado banho (ainda)!! rsrs
      Com certeza somos competentes, mais do que muita gente sem deficiência... basta que nos vejam como o que realmente somos: pessoas!
      Beijão, kerida! Ah, e obrigado pelos elogios! São seus olhos! rsrs

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  5. Que exemplo de vida em Sam?
    Parabens mesmo,pois estou desenvolvendo um projeto sobre inclusão de pessoas com necessidades (cadeirantes)e vendo seu blog vejo que seria muito mais facil se pessoas se aceitassem como voce, a grande barreira que eu vejo para inclui-los é sua própia aceitação.
    Parebéns grande
    abraço,att

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