sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Um mega 2012 pra todo mundo!

Este ano foi o melhor como cadeirante. Logo no início do ano já realizei a maior parte dos meus projetos.  Como eu disse no último post do ano passado, esse ano eu saltei de parapente, comprei uma handbike e voltei a pedalar, viajei com a Gi para Buenos Aires, e ainda fiz um monte de coisas que tinha vontade. Estive em Floripa depois de quase cinco anos, visitei meus pais e irmãos várias vezes, assisti o GP de F1, comprei o carro que eu sonhava, e outras coisas que planejei.
Mas infelizmente um sonho não se realizou, apesar de várias tentativas: acabar com a dor crônica. Foram três cirurgias este ano, mas o efeito foi quase nulo. Tem dia que me sinto ainda pior do que antes. Mas a esperança é a última que morre, e para o próximo ano, novas tentativas virão. Já estou em contato com um médico de São Paulo que dizem ser o bambambam em dor de lesado medular.
Além disto, tenho outros projetos legais para 2012: mergulhar, viajar mais (quem sabe para a Europa), visitar mais meus pais e irmãos, e escrever um livro. Este é um projeto que vem desde o ano passado, mas desse ano não passa. Quero colocar nele minhas experiências como cadeirante e as dicas para viver bem em uma cadeira de rodas.
E espero que todo mundo viva melhor neste novo ano, tenha boas surpresas, realize muitos sonhos. Espero também que este ano seja melhor que anterior. Então, vamos entrar o ano com o pé direito! Ou com a roda direita!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cadeira de rodas que entra no mar chega a mais 5 cidades de SP

Em março deste ano estive no Rio de Janeiro de férias e aproveitei para conhecer o projeto AdaptSurf, uma instituição sem fins lucrativos que dá aulas de surf adaptado a deficientes e permite entrar no mar com uma cadeira especial. Contei a experiência neste post e achei fantástico poder entrar no mar depois de quase cinco anos sem ter esta sensação.
Ontem fiquei sabendo que em São Paulo o Programa Praia Acessível, que também tem o objetivo de integrar pessoas com deficiência a praias, foi ampliado e agora está presente em mais cinco cidades. Espero que este projeto chegue a outros estados, vou muito ao Espírito Santo e gostaria de poder contar com esta opção de lazer. Abaixo a matéria que saiu na Folha de São Paulo.
A Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência fechou convênio com cidades do litoral de São Paulo para ampliar o programa Praia Acessível, de cadeiras de rodas especiais que permitem a deficientes e idosos tomarem banho de mar.
A formalização do convênio, que envolve as prefeituras de Guarujá, Iguape, Cananéia, Mongaguá, Itanhaém, São Sebastião e Ubatuba, será feita nesta quinta-feira (29).
Arnaldo Klajn/PMSS
Usuários na cadeira de rodas anfíbia em praia de São Sebastião
Usuários na cadeira de rodas em praia de São Sebastião
O programa foi lançado pelo governo do Estado em fevereiro do ano passado, em Santos, Praia Grande e Ilhabela. Depois foram contempladas Guarujá, Bertioga e São Sebastião.
Ele prevê a entrega de cadeiras de rodas anfíbias que não afundam na areia e flutuam no mar - é necessário um acompanhante para auxiliar o usuário.
As cadeiras ficam em postos instalados nas praias. Para usar, o deficiente precisa apresentar documento dele e do acompanhante, e assinar um termo de responsabilidade. Monitores são responsáveis por transferir o deficiente da própria cadeira para a anfíbia e acompanhá-lo na praia.
A promessa do governo era entregar mil cadeiras até 2010, a serem distribuídas para todas as praias do Estado. O número final não foi divulgado.
Entre os critérios para a escolha das praias estão a presença de itens de acessibilidade como rampas, piso tátil, vagas específicas, banheiros acessíveis e postos de salvamento.

Moda sobre rodas

A matéria abaixo foi indicada pelo Rene, e retirada com autorização do site Deficiente Ciente. Achei bem interessante e útil.

O cenário, uma mistura urbana, composição da diversidade arquitetônica, público e estilo. Estamos falando do centro de SP. Essa foi à escolha da Casa dos Criadores para realização da terceira edição do Fashion Mob Brasil 2011, que aconteceu no domingo, dia 11 de dezembro. Na terra da garoa,  a chuva deu uma trégua abrindo um sol, quente e escaldante, para o maior desfile ao ar livre, uma passarela de 1,5 Km, começando na Praça do Patriarca com término no Boulevard São João.  O Objetivo era mostrar que a moda está ficando democrática, abrindo espaço para os mais diversos tipos de beleza, servindo como vitrine e mostrando a criatividade dos estilistas de todo o país. Revelando novos talentos da moda brasileira e também abrindo espaço para manifestação como o movimento “Homofobia – Fora de Moda”.  A música não pode faltar em um desfile Fashion, um trio elétrico puxou esse desfile por quase duas horas.
Algumas coleções se aproximavam muito das tendências apresentadas nas passarelas. Transparência, color blocking, high low e estampas étnicas também se fizeram presentes no Fashion Mob 2011.
O destaque ficou com a presença de duas modelos com deficiência da agência Kica de Castro. Fotografias: Caroline Marques e Pamela Suellen. Mesmo sentadas em suas cadeiras de rodas o salto alto fez parte da composição do look. Mostrando todo o profissionalismo e provando que beleza e deficiência não são palavras opostas.
O conceito de moda inclusiva, roupas adaptadas para cada tipo de deficiência, foi pensado pela estilista e pesquisadora em moda para lesão medular, Cândida Cirino, que veio do Paraná, mostrar que a moda inclusiva também pode ser conceitual e presente nos desfiles Fashion. A composição do look foi uma pesquisa sobre o caminhar sobre rodas, justamente as rodas deram inspiração para o figurino que ganhou todos os olhares de quem estava presente no evento. A estampa floral deu um ar romântico às peças e o salto alto ficou com o apoio da Melissa, que aposta na diversidade e inclusão. A moda está ficando democrática, cabe a cada estilista apostar na diversidade nas passarelas. Trabalho como esse, precisa estar presente em todos os desfiles de moda. As rodas além de meio de locomoção também serviram de inspiração para moda conceitual dessa nova estilista em moda inclusiva.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Leão do Ano 2011

Governadora Cal. Maria Diniz e esposo C.L. José Nobre parabenizando o Major Marcelino pela sua luta pela acessibilidade em Arcoverde-PE.
Boas notícias vindas do nordeste: o Major Marcelino Carvalho, da Polícia Militar de Pernambuco, recebeu uma homenagem do Lions Clube daquele estado pela sua luta pela acessibilidade na cidade de Arcoverde. Marcelino é leitor do blog e já contribuiu com um post denunciando a falta de acessibilidade na Universidade Federal de Pernambuco. Parabéns Marcelino, pessoas como você tornam o mundo melhor para todos nós, com mais igualdade e acessibilidade a todos. Abaixo, a notícia completa sobre a homenagem:
"Na noite do dia 16 de dezembro de 2011, no Democrático Esporte Clube, o Presidente do Lions Clube Arcoverde-PE, Dr. Edimir Filho deu início a celebração do jantar de natal em companheirismo com a visita da governadora do Distrito LA-5(toda PB e RN e oeste de PE - Pesqueira a Petrolina), a Cal. Maria Diniz acompanhada do esposo e também Leão C.L. José Nobre, além de várias autoridades e integrantes da sociedade arcoverdense.
Entrega do troféu Leão do ano 2011 pelo C.L. Dr.Aldênio Ferro ao C.L. e cadeirante Major Marcelino Carvalho pela luta incansável em prol da cidadania, da fraternidade, da igualdade e da defesa permanente da justiça em sua luta pela acessibilidade em Arcoverde-PE.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Mudanças no Rancho do Boi

Agora os cadeirantes podem desembarcar com mais conforto
Há alguns meses, fiz um post reclamando da incoerência encontrada no restaurante Rancho do Boi, que fica na saída de Belo Horizonte pela BR 040. Fizeram lá duas vagas para deficiente no estacionamento principal, que ficam bem na entrada, e são bem sinalizadas. Só que o piso das vagas era de pedras de brita, portanto o cadeirante tinha que sair do carro e enfrentar pedrinhas que tornavam muito difícil tocar a cadeira, sendo necessário outra pessoa empurrando a cadeira, sob risco do cadeirante "empacar" no meio das pedras.
Gosto muito do lugar, o restaurante é localizado no alto de um morro, e a vista das montanhas é linda. Além disso, servem deliciosas carnes preparadas na chapa. E pra quem tem criança, é o lugar ideal, pois tem um grande parque com vários brinquedos, como escorregadores, balanço e até uma cama elástica. Esta última é muito legal ficar vendo os pequenos pulando e tentando se equilibrar no piso móvel e instável.
Diversão para crianças e comida boa para os adultos
Como este ano resolvemos fazer a ceia de natal em casa, os pais da Gi vieram, juntamente com a irmã dela e o sobrinho de cinco anos. Quando perguntaram sobre um lugar bom para almoçarmos no sábado pensei logo no Rancho do Boi, e estava disposto a fazer o sacrifício nas pedrinhas, já que havia gente para me ajudar. Felizmente tive a grata surpresa de ver que meus lamentos foram atendidos, asfaltaram as vagas de deficiente e sinalizaram ainda mais, pintando o chão e colocando cones (estes, nem sempre gosto, mas se não colocam...). Quando fiz o primeiro post, mandei e-mail para eles, mas não responderam. Pelo menos, me atenderam! Ponto para nós, que ganhamos acessibilidade, e para o restaurante, que melhor atende seus clientes, inclusive os cadeirantes.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Chuveiro acessível

Há alguns dias resolvi trocar meu chuveiro, pois ele estava começando a ratear. Esquentava pouco e estava com uma goteira chata, daquelas que pinga gelada bem nas costas da gente no banho quentinho. Procurei, então, um modelo mais moderno e maior, pois também achava a área de banho pequena.
Quando escolhia, um modelo me chamou a atenção. Ele tinha uma extensão que permitia colocar o seletor de temperatura na parede. Excelente para um cadeirante, pois se tem uma coisa chata é quando alguém muda a temperatura que você está acostumado e é necessário trocar de novo. Eu sempre resolvia isto dando umas "chuveirinhozadas" na parte de troca de temperatura, que sempre fica no alto do chuveiro, em posição ruim até para quem fica de pé. Eu passava alguns segundos batendo o chuveirinho na alavanca de troca até conseguir. Podia pedir a mulher pra trocar, mas e o desafio? rsrs
Agora meus problemas acabaram! Com o seletor na parede, ao alcance da minha mão, troco com facilidade a temperatura. Não preciso mais ficar lutando param mudar na marra nem preciso chamar ninguém para mudar. E não foi caro, como muita gente pode estar pensando, esse modelo, o Banhão Hand Control Corona, encontrei por R$ 65,00 no Leroy Merlin. Além do controle de temperatura na parede, a ducha é bem ampla e forte, uma delícia. Afinal, sou cadeirante mas sou limpinho!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Velhinho adaptado

Se eu fosse cadeirante na época do Uno Egg, eu adptava
Muita gente pergunta se vale a pena adaptar um carro manual, principalmente se o cara "vira" cadeirante, como eu, devido a uma lesão medular. Ainda mais se a pessoa já tem o carro, e desenvolve um "sentimento" por ele. Não riam, nós homens gostamos tanto destas máquinas que rola mesmo uma paixão, um amor verdadeiro. E a coisa se completa quando se trata do primeiro carro. Aí não tem como negar o sentimento, costuma virar prioridade sobre muita coisa e gerar até ciúmes nas namoradas.
Meu primeiro carro foi assim, um Uno 1.5R amarelo, e foi amor à primeira vista. Era o único carro amarelo da cidade (Viçosa), o que logo gerou o apelido de Uno 1.5 EGG. Era super confortável, com rodas de liga leve e ar condicionado. E eu achava ele lindo, amarelinho, com faixas cinza nas laterais, cintos de segurança vermelhos. Mas sempre me denunciava... Quando eu dava um "perdido" nas namoradas, logo descobriam todos os lugares por onde eu passava, de botecos a ... motéis. E eu não tinha como negar, o máximo que conseguia era dizer que emprestei o carro para um amigo "cúmplice".
Pick up C10 antiga adaptada
Portanto, se você realmente gosta do seu carro, mesmo sendo manual, vale o esforço para adaptá-lo. Deve ter sido este o motivo que levou um deficiente de Ponte Nova a adaptar uma C10 muito antiga. Foi o carro mais velho que vi adaptado até hoje. Claro que não é automática, portanto foi instalada uma embreagem automatizada, que é acionada ao colocar a mão sobre o câmbio. Mas o incrível é que ela é tão antiga que o câmbio fica na coluna de direção! 
Marchas na coluna com embreagem automatizada
Achei muito legal, na foto dá pra ver o botão da embreagem em cima da alavanca de câmbio. Deve ser uma aventura dirigir um carro desses adaptado. Já dirigi uma caminhonete dessas há muitos anos, antes de virar cadeirante, e foi muito interessante passar as marchas na coluna de direção. Bem difícil no início, mas depois fui pegando o jeito e foi bem divertido.
Acelerador manual e pomo. Esse volante parece de navio!
Enfim, se você tem muita vontade de adaptar seu velhinho, vai fundo, tenho certeza que ele vai gostar e retribuir.

sábado, 17 de dezembro de 2011

L 700 - Chair Topper

Esses dias tive contato pela segunda vez com o Chair Topper, mecanismo que é instalado no teto do carro para puxar e guardar a cadeira de rodas. Só que desta vez pude fazer test drive e filmei o resultado, para que possam ver na prática o funcionamento do sistema. Eu já havia falado dele em outro post, mas agora que testei posso dar meu veredito.
É um equipamento fabricado pela americana BraunAbility, que também faz outros produtos destinados a cadeirantes. Apesar de parecer complexo, é de fácil instalação, basta colocar sobre um rack no teto do carro e passar o controle para dentro. E sua operação não poderia ser mais simples: o cadeirante faz a transferência para o carro, tira a almofada da cadeira, dobra-a, e aciona um comando que fica dentro do veículo, uma espécie de botão de liga-desliga, em que, segurando para baixo ele abaixa o equipamento e segurando para cima ele o suspende. O processo todo não demora nem dois minutos, contando com a transferência. A elevação da cadeira é feita em menos de trinta segundos. Vejam no vídeo:
O único problema é que ele só funciona com cadeiras tipo X, que dobram no meio. Para cadeiras monobloco como a minha, não conheço um sistema destes. E também não é muito barato: na Hélio Adaptações ele é vendido instalado por R$ 15.900,00 (leva dois dias para ser instalado). Mas a praticidade que proporciona no dia a dia, não tem preço. Só de não depender de ninguém para tirar a cadeira do carro, vale o investimento.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Prefeitura e Fórum sem acesso na Bahia

Prefeitura Municipal de Conceição da Feira
Sempre que me deparo com falta de acessibilidade, reclamo, publico e cobro mudanças. Mas o que me revolta mesmo é ver que ainda há prédios públicos sem acesso. Como o próprio nome diz, o lugar é público, portanto deve atender a todo tipo de público, certo? Infelizmente, nem sempre.
O relato que me chega vem do Antônio Venas, que mora em Conceição da Feira, cidade de 21 mil habitantes que fica a 100 km de Salvador. Antônio me conta que lá, nem o Fórum, nem a Prefeitura tem acesso para deficientes. Tudo bem que é uma cidade pequena, mas tem muita gente que precisa de acesso para estes lugares, não só cadeirantes como o Antônio, mas também idosos e pessoas com mobilidade reduzida.
Entrada do Fórum da cidade - fácil fazer uma rampa aí
O Antônio ainda lembrou que, pela lei, devemos procurar o Ministério Público para denunciar falta de acessibilidade, só que naquela cidade ele fica no mesmo prédio do Fórum "Desembargadora Guardina do Arte", este da foto acima. Sempre que precisa de algum documento ou coisa assim, ele precisa ficar no carro esperando a boa vontade de algum funcionário que tenha acabado o atendimento de outras pessoas para finalmente antedê-lo. É uma situação constrangedora e cansativa para quem já passa tantas dificuldades.
Portanto, fica aí o apelo do Antônio e de todos os moradores de Conceição da Feira para que o poder público local tome atitudes em relação à acessibilidade da cidade, não só em prédios públicos, mas em outros lugares também.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Comando Manual Elite

Comando Manual Elite e Pomo giratório de engate rápido.
"Tropa de Elite, osso duro de roer, pega um pega geral..." Não sei porque, mas quando vejo o Comando Elite, penso nessa música. Tudo a ver, né? Acontece que, já que eu ia trocar de carro, resolvi trocar também de adaptação. Mas tive muito receio ao trocar, pois estava muito acostumado com a antiga, que era paralela, e eu conseguia operá-la só com os dedos, apoiando a mão sobre o joelho. E ela era muito precisa e funcionava muito bem, me dava total controle do veículo. Tanto que eu recebia elogios dos manobristas do estacionamento do Amadeus, e outros. Ouvia coisas como "você dirige melhor que muita gente normal". Eu agradecia, fazer o que?
Ainda dirijo com três dedos, apoiando a mão no joelho. Não cansa.
Mas este este post é para avaliar o comando manual do Capitão Nascimento, o Elite. Com esse nome, só pode ser forte, né? E como. Ela não tem folgas e não é dura, pelo contrário, super macia para operar, e oferece total controle de aceleração e frenagem. Aproveito para tirar uma dúvida de muita gente: não há perigo de o carro voltar ao sair arrancando em uma subida. As pessoas acham que, por ser na mão, o motorista pode ter alguma dificuldade se parar em um morro e depois precisar sair acelerando, o carro teoricamente voltaria para trás. Ledo engano. Garanto que meu carro não volta nem dez centímetros, quando volta. Acho ainda mais fácil sendo na mão, o reflexo é maior e a velocidade para puxar a alavanca também.
Detalhe da Elite, moderna e muito bonita
Outra grande diferença entre ela e a antiga que eu tinha é a posição de utilizar: a alavanca faz noventa graus com a barra principal. E era isso que eu tinha mais receio de demorar a acostumar. Felizmente estava enganado, esta posição é mais segura e prática, permite o acesso ao volante e à alavanca de setas e faróis sem tirar a mão do acelerador, ou do freio. Tudo isso torna a direção mais segura e tranquila.
Além disso, o fator estético também conta. A adaptação é mais fina e anatômica, percebam a curva que faz no final, para não esbarrar na perna. O acabamento é perfeito, sem rebarbas, e ainda tem uma proteção plástica embaixo do parafuso principal. Esse parafuso sempre machucava minha perna na transferência na outra adaptação.
O Pomo Giratório de engate rápido
Ah, aproveitei também para comprar outro pomo giratório. Escolhi o modelo de engate rápido e acabamento em couro. Ele é ótimo porque solta facilmente, e não atrapalha quem não está acostumado, é só tirar. E é muito bem feito e bonito, combinou perfeitamente com o volante, que também é em couro, com uma parte lisa e outra com acabamento de furos. Enfim, valeu a pena, ficou harmônico o conjunto. Estou completamente satisfeito com os produtos, superaram minhas expectativas, trazem conforto e segurança ao dirigir, o que é mais importante. Podem chamar os bandidos, agora tenho o Comando Elite no meu carro!
O Comando Manual Elite está à venda na Hélio Adaptações por R$ 1.380,00 e o pomo giratório de engate rápido por R$ 398,00 (preços incluem instalação). Valem cada centavo!
P.S.: Não recomendo a ninguém dirigir com as pontas dos dedos como eu, o correto é pegar firme na alavanca com a mão toda, para garantir mais segurança.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1

Curtindo a F1
Pensa numa criança feliz. Daquelas que está sempre brincando, sorrindo, se divertindo. Imagina que ela acabou de ganhar um presente de natal. E pra completar, era o brinquedo que ela sonhou o ano inteiro. Ou melhor, já sonhava com isso há uns anos (desde que nasceu, pra comparar). Agora imagina a empolgação desse moleque brincando com o danado do brinquedo. Pronto, era assim que eu estava no último fim de semana de novembro em Interlagos, São Paulo, no Grande Prêmio de Fórmula 1.
Como já contei aqui, a corrida foi um presente do meu pai, que, nos idos dos anos 80, me disse que um dia ia me levar na corrida. E eu fiquei sonhando com o negócio. A cada ano, pintava uma prioridade, tipo trocar de carro, de casa, de mulher, ops, isso não, ele está com mãe até hoje, felizmente. Mas eu entendia, e me contentava com um presente diferente (afinal, eu era uma criança feliz). Mas de vez em quando eu dava uma cutucada sobre aquela prometida corrida. E não é que este ano, vinte anos depois, ele cumpriu a promessa! Cara apressado, heim? Ele não foi pessoalmente me levar, mas me deu os ingressos e fui com meu cunhado que também adora automobilismo.
Como falei no post anterior, fui com meu cunhado com muita rapidez e conforto na van do Atende. No sábado, foram os treinos livres e tomada de tempos para classificação. Quando cheguei ao autódromo, percebi que havia um lugar próprio para cadeirantes, uma plataforma por cima da arquibancada. Uma não, haviam três. Mas a mais bem localizada era em frente aos boxes, dava para ver uns 80% do circuito. Mas como tenho um certo fogo em uma certa parte do corpo, eu quis descer a arquibancada para ver mais de perto a pista.
Montamos então uma "operação cadeirante mala", correndo atrás dos bombeiros e funcionários do autódromo para me descer até o final da arquibancada. Encontramos a escada menos alta e os caras me pegaram e levaram até onde eu queria. Fiquei impressionado em como é próximo da pista, na foto acima dá para ter uma ideia, dá uns cinco metros da grade até o grid de largada. E logo que cheguei neste lugar vi os primeiros carros passando, os "safety car" da Mercedes apostando pega. Tomei um baita susto. Vendo na TV a gente não tem ideia do tanto que o barulho dos motores é alto e muito menos da velocidade. É muito, muito rápido. E muito, muito barulhento. Mas para quem gosta, é música para os ouvidos.
Aí percebi que a área de cadeirantes era bem melhor para ver a corrida, pois perto da pista não dá tempo de ver quase nada. Sem contar no torcicolo que deve dar ficar olhando para um lado e para o outro toda hora. Fomos então, montar outra operação cadeirante mala. Mas para ninguém tacar cerveja na minha cabeça nem vaiar, resolvi rodar até a outra ponta da arquibancada para subir, discretamente, como se nada tivesse acontecido. Meu cunhado foi buscar a ajuda, e quando o bombeiro viu perguntou: "como é que ele conseguiu chegar lá embaixo?" E meu cunhado: "pra cadeirante mala é fácil!".
Na foto, estão sorrindo, mas pensando "que mala"
E lá foram os caras subir comigo de novo. Foram super atenciosos e prestativos, e nem fiquei com medo. Também, quatro caras carregando, só se pisassem os quatro em cascas de banana. E voltei para a "bancada dos cadeirantes". Engraçado que não tinha só cadeirantes não, um cara levou a vovó, colocou em uma cadeira de plástico e ficou lá, todo todo, num dos melhores lugares para ver a corrida. Mas eis que apareceu o cara que montou o lugar, responsável por garantir acessibilidade aos cadeirantes, e deu uma bronca nele, se houvesse mais cadeirantes precisando, ia pular fora.
Porsches batidos, ainda saindo fumaça
Mas vamos à corrida. Antes da Fórmula 1 houve uma corrida de Porsches, muito bacana, e aconteceu um grande acidente bem na minha frente. Muito louco, impressionante o barulho da porrada e os pedaços de carros voando.
E então, a tão esperada corrida de Fórmula 1. Apesar de pouca expectativa quanto a vitória, já que o Vettel ganhou com antecedência, o fato de presenciar uma corrida é uma emoção. Antes da corrida fizeram desfile de pilotos, um caminhão com todos eles percorreu a pista, e ver esses caras de tão perto foi muito bacana. Carros no grid, começou. Muito legal ver os bólidos juntos acelerando e disputando posições, e onde eu estava, rolaram muitas ultrapassagens. Dava para ver os caras pegando vácuo e jogando para o lado para ultrapassar. A gente fica maluco com tanto carro correndo tão rápido, com tanto barulho. Foi uma grande emoção, e ao final o Felipe Massa fez uma gracinha pra galera, dando cavalos de pau de Ferrari. Abaixo um vídeo para terem uma ideia.
No fim das contas, dou dez em acessibilidade e tratamento para cadeirantes no autódromo. Recomendo.

Atende

Serviço eficiente e bem bolado
Quando estive em São Paulo para assistir o Grande Prêmio de Fórmula 1, no dia 27, fiquei preocupado com o transporte, pensei que iria com meu cunhado de carro e enfrentaríamos trânsito e dificuldade para estacionar. Imaginei que deveria haver vagas para deficiente bem próximo ao autódromo de Interlagos, mas para conseguir uma delas seria necessário sairmos de casa muito cedo, o que me deixaria ainda mais cansado no fim do dia. Mesmo assim achei melhor levar minha credencial para estacionamento especial, pois poderíamos dar sorte de encontrar uma vaga.
Só que, no meio da semana, meu cunhado me ligou dizendo que haveriam vans próprias para levar cadeirantes para o autódromo. Fiquei meio desconfiado, achando que poderia ser demorado ou não nos deixaria muito próximo ao local de entrada e teríamos que andar/rodar muito. Aí ele me disse para ver no site do Grande Prêmio como seria o transporte especial.
Foi o que fiz e lá dizia que as vans sairiam de lugares estratégicos da cidade, e que haveriam várias unidades para servir a todos, com pontos de chegada bem próximos aos portões de entrada. Acabei botando fé no serviço e decidi testar no dia do treino de largada, sábado. Cheguei em Sampa na sexta à noite e depois de me esbaldar brincando com meu sobrinho (que está muito lindo) fui descansar. Combinei com meu cunhado de sairmos no outro dia às nove da manhã, já que, apesar do treino ser de tarde, eu fiquei com medo de demorar para chegar e eu queria aproveitar bastante.
Daniel preparando o elevador para me embarcar
Fomos pegar a van no ponto da Avenida Paulista, mais próximo da casa deles. Chegamos por volta das nove e meia e haviam duas vans esperando. Logo o Jair, que estava organizando os embarques, veio ao nosso encontro para saber se precisava de ajuda para sair do carro. Ele nos levou até a van, que tem elevador e estrutura para comportar dois cadeirantes com segurança e conforto. O Daniel, motorista que aparece na foto, opera com tranquilidade o equipamento e instala o cadeirante em minutos, e com muita simpatia.
No caminho, Daniel foi me explicando que o Atende é um serviço da Prefeitura de São Paulo, coordenado pela SPTrans, que faz o transporte de cadeirantes de porta a porta, ou seja, pega o cadeirante na casa dele e o leva até onde precisa, e ainda pega de volta no horário combinado. Para isto, basta que se cadastrem em um dos postos de atendimento e informem os trajetos com antecedência. O serviço destina-se prioritariamente a reabilitação, tratamento de saúde, educação e, caso haja oferta de veículos, trabalho, esporte, lazer, cultura e outras atividades da vida diária. E o mais interessante: é totalmente gratuito!
Pesquisando no site descobri que existe desde 1996, e o Daniel me informou que hoje há mais de 600 veículos à disposição dos cadeirantes e pessoas com deficiência grave, que causem muita dependência.
Pronto para ir para o autódromo
Chegamos rapidinho ao circuito e me deixaram bem em frente ao portão A, que dá na arquibancada com lugares especiais para cadeirantes (em outro post falo disso). Foi só atravessar a rua e eu já estava dentro do autódromo. Fiquei impressionado com o sistema do Atende, muito eficiente e importante para garantir qualidade de vida aos cadeirantes da cidade. Belo Horizonte precisa urgentemente de um serviço destes, fica a dica para a prefeitura municipal e a BHTrans. Parabéns ao pessoal do Atende! Atende mesmo!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Voltei

"Eu voltei, agora pra ficar, porque aqui, aqui é o meu lugar"... Músicas barangas à parte, estou de volta às postagens no blog! Ainda não acabou completamente a correria do mestrado, mas a pior parte já passou. Agora é só acabar de dar a matéria Derivativos, aplicando uma prova especial, para quem ainda não passou, na outra terça. Mas a dissertação, infelizmente não vou conseguir defender este ano. Devido aos problemas de saúde que tive nos últimos meses, com cirurgias e internações seguidas, não consegui finalizar os testes estatísticos que a pesquisa demandava. E provavelmente não vou conseguir finalizar o mestrado. Mas tudo bem, a vida continua. Aprendi bastante coisa, um dia pode ser útil. A bem da verdade, finalizar este mestrado não muda nada na minha vida hoje. Não pretendo virar professor, e profissionalmente não fará a menor diferença.
Agora minha vida volta ao normal, voltarei a pedalar, ver filmes, seriados, novela, ir a mais botecos (isso não deixei de fazer, só diminui) e principalmente, a fazer novas postagens. Tenho muita coisa nova pra contar, muita bronca pra dar e novidades em adaptações e acessibilidade. Bem, vamos ao que interessa. Os primeiros posts serão sobre a viagem que fiz a Sampa pra assistir o GP de Fórmula 1. Tô na área!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Ausência temporária

Leitores do blog, até o fim do mês estarei mega ultra ocupado, portanto farei poucas postagens. O motivo é a dissertação de mestrado que estou finalizando para defender dia 15 de dezembro (se Deus quiser). Tenho muito trabalho pela frente, e ainda nem sei se vou conseguir fechar a tempo. Mas vou tentar. 
Ainda assim farei algumas postagens, pois minhas aventuras não param. Na próxima sexta estou de viagem marcada para São Paulo para realizar um sonho de adolescência: assistir ao Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. É um presente que meu pai me prometeu há algum tempinho, algo em torno de 20 anos, e este ano ele resolveu cumprir! Vai ser uma volta ao tempo, sei que vou ficar que nem criança vendo e ouvindo os lindos bólidos acelerando pela pista a velocidades incríveis.
Claro que vou aproveitar e avaliar o autódromo de Interlagos quanto à acessibilidade, incluindo aí estacionamento, facilidade para entrar, tratamento ao cadeirante, posição para assistir, banheiros, e outros. Espero não ficar atrás de uma parede de gente tentando encontrar uma brecha.
Até mais!!

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas

Pelo segundo ano consecutivo irá acontecer no próximo dia 29 o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas em diversos estados pelo Brasil. Abaixo mais informações:

Mostrar a importância da acessibilidade em parques temáticos e atrações turísticas de todo o Brasil. Esse é o principal objetivo do 2º Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas (DNPD) que acontece no próximo dia 29 de novembro. A iniciativa de responsabilidade social visa a compor o maior movimento de inclusão de pessoas com deficiência.
Idealizada pelo Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) em parceria com a Associação das Empresas de Parques de Diversões do Brasil (Adibra), essa foi a forma que os complexos de lazer encontraram para proporcionar a esses visitantes momentos de total conforto, tranquilidade e segurança.
Neste dia, empreendimentos associados as duas entidades estarão abertos, simultaneamente, recebendo de forma gratuita entidades que atendam a pessoas com deficiência. Com programação especial, parques e atrações oferecem sem custo a todos os participantes passaporte para as atrações e muitos deles lanches e refrigerantes.
O apoio das instituições é fundamental para o sucesso do DNPD. “Para garantir maior conforto e total segurança durante o evento, todas as pessoas com deficiência estão acompanhadas de alguém indicado pela instituição, um amigo, familiar ou monitor”, diz Alain Baldacci, presidente do Sindepat. Além disso, os empreendimentos contam com a ajuda de voluntários capacitados para auxiliar no atendimento aos presentes.
Muitos parques e atrações já possuem programas de atendimentos específicos às pessoas com deficiência. “Isso facilitou a decisão de se realizar uma data em que todos pudessem realizar a atividade no mesmo dia, assim como é o Dia Nacional da Alegria, em que parques e atrações abrem gratuitamente para receber crianças carentes. A realização desse evento proporciona a todos os empreendimentos a oportunidade de aprimorar cada vez mais seus serviços e promover a esse tipo de visitante uma estadia com total segurança e diversão”, finaliza Baldacci.
O padrinho oficial do evento é o cartunista Maurício de Sousa, que inclusive cedeu gratuitamente o personagem Luca, um menino cadeirante, para compor a logo do DNPD. Além dele, cada empreendimento participante conta com a presença de uma autoridade, artista ou atleta que apadrinhará o DNPD. Participam da ação: Hopi Hari, Playcenter, O Mundo da Xuxa e Wet n’ Wild no Estado de São Paulo; Beach Park no Ceará; Alpen Park no Rio Grande do Sul; Beto Carrero e Unipraias em Santa Catarina e Bondinho do Pão de Açúcar e Trem do Corcovado no Rio de Janeiro, Hot Park em Goiás e Complexo Turístico de Itaipu no Paraná.
Sobre o Sindepat: O Sindepat surgiu em 2003 como fruto da união dos principais parques temáticos e atrações turísticas do Brasil. Atualmente conta com 17 associados de nove Estados brasileiros dando suporte institucional e político a cada associado. Entre os empreendimentos associados estão Hopi Hari, Magic City, Playcenter, O Mundo da Xuxa e Wet n’ Wild no Estado de São Paulo; Beach Park no Ceará; Alpen Park no Rio Grande do Sul; Beto Carrero e Unipraias em Santa Catarina; Bondinho do Pão de Açúcar e Trem do Corcovado no Rio de Janeiro; Vale Verde Parque Ecológico e Alambique em Minas Gerais, Cataratas do Iguaçu e Complexo Turístico de Itaipú no Paraná; Hot Park em Goiás, Mirabilandia em Pernambuco e Ma-noa no Rio Grande do Norte.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Bravo

Confortável e gostoso de dirigir
Como prometido, vou fazer a avaliação do carro que acabei de adquirir, um Bravo, da Fiat. E, como é objetivo deste blog, a avaliação será feita do ponto de vista de um cadeirante.
Em primeiro lugar, facilidade de acesso. Desde a primeira vez que entrei em um Bravo, lá na Automax, pouco tempo depois que foi lançado, já achei mais fácil entrar do que o Stilo por dois motivos: o banco é mais baixo e a trava da porta é arredondada. No Stilo eu tinha um pouco de dificuldade devido à altura do banco e à aba que há ali, que traz conforto mas dificulta para entrar, principalmente para um cara alto como eu. O banco já tinha regulagem de altura, mas mesmo usando no mínimo continuava mais alto do que a cadeira. No Bravo isso não acontece. No início achei que fosse devido às rodas de perfil baixo, mas como são maiores do que as do Stilo, no fim das contas ficam do mesmo tamanho, o que muda é altura que o motorista fica em relação ao carro.
A trava da porta, agora arredondada
A trava da porta, para mim, foi a maior evolução. Mas isso é importante mesmo para cadeirantes grandes como eu, pois a única escara que tive na vida foi devido à trava do Stilo. Minhas pernas, como são enormes, ficavam a conta para entrar no carro, o joelho batia na porta e as costas passavam rente à trava da porta, e três vezes ela rasgou minhas costas, uma depois da outra, o que acabou gerando uma escara que só sarou com tratamento e o dobro do cuidado ao entrar no carro. Agora esse problema acabou, pois a trava é menor e arredondada. Além disso, achei a porta mais ampla, portanto nem passo perto dela mais.
Porta malas espaçoso, mas alto e com abertura mais estreita
Outro quesito importante para cadeirante, o porta malas. O Bravo tem um porta malas bem generoso, de 400 litros, vinte a mais que o Stilo. Portanto cabe a cadeira de várias formas, e nem precisei tirar a tampa do porta malas, como havia feito no Stilo. E se cabe bem uma monobloco, com certeza caberá uma duplo X. Mas há um problema, a tampa do porta malas, além de mais alta, é mais estreita, o que demanda mais força para levantar mais a cadeira e colocar lá dentro (de preferência sem arranhar o para choques). Mas a Gi, minha colocadora oficial de cadeira no porta malas, disse que isto não incomoda, nem dá mais trabalho.
Sistema de comando de voz ajuda a manter a atenção na direção
Mais um item que acho importante, tecnologia. Pedi meu carro com o opcional Blue&Me, um sistema de gerenciamento de celular e outras funções no carro. Agora tenho ainda mais segurança para usar telefone ou o som, pois basta apertar um botão no volante do carro e falar o comando desejado. Até mensagens do celular o sistema lê, e ainda pergunta se você quer ligar para o número que mandou a mensagem. Para controle do sistema de som, há vários comandos como "avançar" para passar para a próxima música, ou até para ouvir músicas de um determinado cantor é só dizer o nome e ele organiza tudo. As chamadas funcionam como o Connect que havia no Stilo, é só dizer "chamar" e o nome de uma pessoa da agenda que ele faz a ligação. Enfim, um carro completo, confortável, cheio de tecnologia e muito bonito. Qualquer cadeirante, ou melhor, qualquer um fica satisfeito em um desses.
No próximo post falo sobre a adaptação que instalei nele.

sábado, 12 de novembro de 2011

Suporte dos pés

Minha cadeira de rodas, uma M3 da Ortobrás, fez dois anos neste mês de novembro. E por incrível que pareça, só no mês passado descobri que o suporte para os pés estava invertido. E só descobri porque um cadeirante de Lages, o Daltivio, me avisou pelo Facebook. Ele viu uma foto no blog e me perguntou porque eu não havia virado o suporte para os pés, pois ele vem assim de fábrica para ocupar menos espaço no transporte. Me explicou que o lado vazado fica pra frente, e sugeriu a mudança.
Como estava desde que comprei a cadeira
No mesmo dia fiz o teste, invertendo o suporte. E não é que ele tinha razão? Ficou muito melhor, e até mais bonito. Eu sempre achei que ficava muito pé para fora do suporte, mas achei que fosse devido ao tamanho dos meus pés - calço 45. Imaginei que em cadeira nenhuma ia encontrar um suporte que coubesse.
Como ficou com a inversão do suporte
Apesar de parecer bobagem, este assunto é importante, pois se o paraplégico fica sempre com os pés soltos ou caídos por longos períodos, corre o risco de ficar com "pé equino". Não é que o cara vira um cavalo, apesar de ter uns por aí que já são, mas é o nome que se dá ao encurvamento dos pés por inatividade. Mas o que evita o pé equino não é a posição do suporte, longe disso, o que evita é a mobilização dos pés através de exercícios realizados pelo próprio cadeirante. Eu faço todo dia de manhã, pego cada um dos pés e giro em todas as direções várias vezes. Além disso, movimento também os dedos dos dois pés, também em várias direções. A dica do suporte também é importante, se deixar os pés o dia inteiro caídos, pode agravar o problema.
O que impressiona nessa história do suporte é eu descobrir isso só agora. O problema é que a cadeira não veio com manual, então fui descobrindo tudo na marra, no teste, ou trocando experiências com pessoas que me contactavam pelo blog. Acho isso um absurdo, principalmente uma cadeira toda regulável como esta, Ouvi dizer que agora elas vêm com manual, mas não tenho certeza. Pra quem fabrica, fica a dica.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fim da novela - carro na mão!

Geraldo Amaral entregando a máquina
E essa novela foi mexicana, viu? Mas o mexicano que só faz bobagem e deixa a história comprida fui eu mesmo. Isso porque cometi uma série de erros que agora compartilharei com vocês, para que não façam a mesma coisa. Dei entrada no primeiro pedido, de isenção de ICMS, no dia três de maio, pelos site da Secretaria de Fazenda. Achei o processo bem simples e rápido, na semana seguinte estive na Secretaria e disseram que ficaria pronto em poucos dias. Mais alguns dias, liguei para saber e disseram que o documento estava pronto, era só buscar quando eu fosse comprar o carro. Só isso. Como ia demorar até tudo ficar pronto, fiquei tranquilo.
Como já contei os passos em posts anteriores, vou resumir só com as dicas dos vacilos e link para os posts:
- Guardar uma via autenticada do laudo médico do Detran para futuros pedidos;
- Procurar saber se há algum impedimento na Receita Federal para sair a isenção de IPI, pois no site só mostra a mensagem "Em andamento". Eu tinha um erro na minha declaração e só descobri quando fui lá pessoalmente;
- A isenção de ICMS caduca se não for buscar em 90 dias. Como eu não sabia, fui buscar quando saiu a de IPI e tive que entrar novamente com o pedido.
No fim das contas, entre a primeira solicitação e o dia em que coloquei as mãos no carro, foram seis meses. Isso devido aos vacilos que dei, mas poderia ser muito mais, se não fosse a eficiência do Geraldo Amaral da Automax, e do Léo, da Hélio Adaptações, para agilizar o pedido do carro. Só consegui fazer o pedido no dia 10 de outubro, e como pedi o carro mais completo, com teto e tudo, a previsão da Fiat era entregar em 60 dias pelo menos. Resolvi esperar assim mesmo, pois preferi o carro do jeitinho que eu queria. Mas eis que no dia 25 de outubro, apenas 15 dias depois do pedido, o carro foi produzido e faturado!
Lindo carro, não?
Semana passada o Léo pegou o carro para adaptar e ficou pronto ontem. Coloquei uma moderna adaptação da Guidosimplex, a Elite, que avalio em outro post. Hoje levei para certificar a adaptação na Certificar (Rua Uberaba, 131), onde fui muito bem atendido, já estou com o laudo na mão, e até o fim da semana vou emplacar. O carro é muito melhor do que minhas expectativas, depois faço um post sobre ele. Creio que, se a pessoa não der os mesmos vacilos que eu, consegue por a mão no carro em uns três meses no máximo. E vale a pena esperar, eu garanto!
Aproveito para agradecer a todos que me deram força para concretizar este sonho, principalmente o Geraldo e a Luciana, da Automax, e o Léo, da Hélio Adaptações.

sábado, 5 de novembro de 2011

Virando para trás

Gente, essa é uma preocupação constante na vida de um cadeirante ativo. Digo ativo porque quem não sai de casa ou sempre sai acompanhado, dificilmente passa por essa situação. Mas uma pessoa que sai sozinho, que toca a cadeira pelas calçadas esburacadas das nossas cidades, sobe e desce meio fio, tem que tomar muito cuidado. Principalmente com uma cadeira monobloco, pois o centro de gravidade costuma ser um pouco mais avançado.
Uma situação que causa apreensão em muita gente é quando empinamos a cadeira. Tem gente que acha que já estamos virando e corre para acudir. Esta prática é comum e até importante, pois muda os pontos de pressão nas costas e nádegas. Ajuda a descansar o corpo. Uma dica que dou: quando se sentir cansado ou com dores e não quiser ficar equilibrando a cadeira, procure uma parede, empine, encoste as costas na parede e trave o freio da cadeira. Resolve direitinho.
Outro cuidado ainda mais importante é ao descer degraus ou meio fio. Sim, é possível e comum o cadeirante precisar descer um degrauzinho de vez em quando. Nesses casos, se a pessoa errar a mão e virar pra trás depois de descer, ainda corre o risco de bater a cabeça ou o pescoço. Já imaginou um paraplégico cair com a cadeira e virar tetraplégico? Seria muito azar!
Eu virei para trás poucas vezes em cinco anos como cadeirante. A primeira foi engraçada, estava em Maresias, litoral paulista, e resolvi descer um morrinho de grama que separava a piscina dos chalés. Quando cheguei no meio do morro a cadeira travou em um desnível e virou para trás. E quando o cadeirante vira para trás há duas preocupações: que a cabeça não bata no chão e que os joelhos não batam na cara. Eu levei joelhada na cara algumas vezes, pois o mais importante é proteger a cabeça. Mas corre-se o risco de perder um dente, pois o joelho vem com tudo na cara da gente. O ideal é virar o rosto ou tirar a cabeça da reta.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Decepção no Banco do Brasil

Gente, tenho uma opinião sobre determinadas empresas, como a CEF e Banco do Brasil: devido sua abrangência e público de interesse, deveriam ser totalmente acessíveis. Deveriam. Já publiquei aqui que a CEF não exige que as casas lotéricas tenham acesso, e na sexta passada passei por uma situação com o Banco do Brasil que me deixou profundamente revoltado.
Apesar de realizar 95% das atividades bancárias pela internet, na sexta feira eu precisei pagar um boleto de valor acima do limite da internet, e teria de ir pessoalmente na agência, não podia ser nem em caixas eletrônicos. Aproveitei a deixa para conhecer a agência do Banco do Brasil mais próxima da minha casa, que fica na Av. Contorno, 5722. Não é a agência que tenho conta, pois quando transferi minha conta para BH (era em Coimbra/MG) eu morava no Gutierrez, e escolhi a agência do Santo Agostinho, na Raja Gabaglia. Detalhe: sou correntista do BB desde 1998.
Uma agência com degrau, em que não posso nem usar o caixa eletrônico
Como era muito perto (uns 150 metros), resolvi ir rodando. Sai de casa por volta das 14:00hs debaixo de um sol de rachar. Atravessei algumas ruas e me deparei com a fachada da agência. Pra começar, um belo de um degrau. Mas como era só um, pedi a uma pessoa que passava para subir comigo. Subi, e lá dentro veio me atender um funcionário do banco. De cara ele já disse que lá não atendem cadeirantes, pois há uma placa na porta avisando que o atendimento a deficientes é na Rua Paraíba, 1279. Eu já conhecia esta agência, já estive lá uma vez e lembrava que tem uma grande rampa na porta, como podem ver na foto abaixo.
Pois bem, lá fui eu rodar mais 700 metros para chegar na outra agência. Com muito esforço e ajuda de alguns pedestres, já que estou recém operado e não podia fazer muita força, fui lentamente até esta agência. Chegando lá, subi a rampa, muito bem feita, e entrei na agência. Mais uma decepção. Lá dentro me disseram que não há atendimento em caixa físico, só atendimento eletrônico e outros serviços. Fiquei decepcionado, pois fui encaminhado por um funcionário da outra agência.
Uma agência enorme dessas e sem atendimento
Me informaram, então, que eu deveria ir até a próxima agência, na rua Sergipe, pois lá era acessível e havia caixa físico. Era só descer a rua Tomé de Souza, atravessa a Av. Cristóvão Colombo e subir um pouco a rua Sergipe. Felizmente, como era só descida, resolvi encarar mais 500 metros rodando. Só que nem tudo é acessível no caminho. Me deparei com várias esquinas sem rebaixamento, buracos, desníveis, e o pior: a "subidinha" da rua Sergipe era bem pesada, vejam na foto abaixo. A agência está escondidinha no canto esquerdo.
Já no meio da subida da rua Sergipe
Depois de um imenso esforço para subir, finalmente fui atendido na agência. Para voltar, só de táxi mesmo, pois pelas subidas que enfrentaria demoraria uns três dias pra chegar em casa. Me deparei com mais um problema: na frente da agência tem um estacionamento de motos, para que um táxi se aproximasse e permitisse meu embarque, só se descesse a rua toda. Foi o que fiz, e finalmente consegui pegar um táxi para ir pra casa. Ah, e vaga para deficiente próxima, não vi nenhuma.
Se tivesse ido de carro, onde estacionaria??
O que me revolta, nessa história toda, é fazer o cliente de bobo, mandando de um lado para o outro, e mesmo assim não oferecer estrutura adequada. E o pior, a agência do Banco do Brasil "acessível" mais próxima da minha casa fica a 1300 metros. Haja braço.

sábado, 29 de outubro de 2011

Colocando a cadeira no táxi

Estou "a roda" desde o início do mês, já que vendi meu carro e o novo ainda não chegou - na verdade, chegou essa semana (dia 25), mas só vou conseguir pegá-lo na próxima sexta, pois será instalado o sensor de estacionamento na Automax e depois ele segue para a Hélio Adaptações, para instalar uma adaptação Elite, que mostrarei aqui depois, e então vai para o Inmetro para certificar. Portanto, meus deslocamentos tem sido feito de táxi.
Já mostrei como é o passeio no Dobló adaptado que roda aqui em BH e agora vou dar dicas de como colocar uma cadeira monobloco em táxis com porta malas pequenos ou com cilindro de gás. Em carros pequenos, como Gol ou Palio, tem um macete para caber uma monobloco no porta malas com roda e tudo - desde que não vá mais ninguém no carro, no banco traseiro. O jeito é dobrar a cadeira, tirando a almofada, tirar a tampa do porta malas e colocar as rodas dianteiras por cima do banco traseiro, como na foto abaixo. Se arredar ela um pouco para o lado, cabe uma pessoa no banco de trás.
Cadeira monobloco no porta malas de um Gol
Há ainda uma solução para o caso de precisar ir alguém no banco de trás, como mostrei neste post. Nesse caso tem que soltar o banco traseiro e empurrar um pouco para frente, para conseguir fechar o porta malas. Quem for atrás fica um pouco desconfortável, pois o banco traseiro fica um pouco pra frente. Há ainda outra forma interessante de colocar a cadeira no banco de trás, demonstrado pelo Christian Matsuy no blog Mão na Roda, cliquem aqui para conferir.
"De ladinho" cabe bem a cadeira, e as duas rodas
Um outro problema que encontramos ao andar de táxi é o cilindro de gás natural. Mesmo em carros com porta malas grande, como o Siena, o cilindro diminui bastante o espaço disponível e pode ser um transtorno para colocar uma cadeira monobloco. Mas há algumas formas de colocar que cabe com tranquilidade, até com as rodas, como nas fotos acima e abaixo. 
Outro jeito de colocar uma monobloco, mas uma roda vai na frente
Isso me lembrou um episódio que passamos em Buenos Aires. Tínhamos saído para jantar no restaurante Cabana Las Lilas (muito bom, por sinal) e na volta pedimos um táxi. Apareceu um Siena, entrei no carro tranquilo, pois o porta malas é grande, mas o cara tinha um cilindro de gás natural lá dentro. Ao tentar colocar a cadeira, junto com a Gi, o motorista cismou que ia caber, e eu já estava dentro do carro e ouvindo o cara enfiando a cadeira, batendo no porta malas, e a Gi gritando "No moço, no cabe, no cabe". Detalhe, ela estava "altinha" pelo vinho que tomamos antes e não parava de rir. No fim das contas, o cara tanto bateu que conseguiu colocar a cadeira, e fomos embora. Mais um detalhe: era um desses taxistas que dirige como louco, enfiando o carro onde mal cabe uma moto, e a Gi ficou tão nervosa que não parava de rir e gritar "calma moço, devagarito!" Eu, claro, só ria!