sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dúvida cruel

O prédio é bonito, mas o da Gasmig é mais
Gentem, passei em outro concurso! Dessa vez para o BDMG, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Foi outra vez um concurso que fiz por fazer, sem muita expectativa, pois já estou empregado. E nem estudar eu estudei. Tudo bem que estou fazendo mestrado e tenho estudado, e muitas matérias tem relação com o que cai em concursos. Mas acho que é justamente essa tranquilidade que me permitiu fazer as provas com calma, pensando bem nas respostas.
Agora estou avaliando os prós e contras de mudar de emprego, mas uma coisa está me deixando animado a mudar, a carga horária, que é de seis horas. E isso, para quem sente dores crônicas como eu, é muito importante. Só que são seis horas corridas, sem pausa, que podem me deixar quebrado do mesmo jeito. E o serviço pode ser mais repetitivo, menos desafiador. A área que atuo hoje é estratégica na empresa e acabo coordenando vários projetos, sempre uma coisa nova. Por outro lado, é legal mudar de ambiente, e a própria mudança de tipo de serviço já é um desafio. Mas estou balançado: gosto muito do que faço, da empresa e dos colegas de trabalho, mas ir para um banco pode ser uma boa oportunidade de colocar em prática os estudos do mestrado em finanças, área que sempre gostei muito e entendo um pouco. E tem a carga horária 25% menor.
Ah, desta vez fiz o concurso e passei como deficiente mesmo, mandei o laudo médico no prazo (ao contrário do que aconteceu no concurso da Gasmig). E este post, no fim das contas, é para estimular os deficientes a buscar esta excelente alternativa, os concursos públicos. É só estudar, pois as vagas existem, são obrigatórias por lei, e há para todo tipo de cargo. Na iniciativa privada também há esta obrigatoriedade, pela Lei nº 8.213, que estabelece um percentual de vagas destinadas a portadores de deficiência de acordo com o número de funcionários da empresa: até 200, 2% do total; de 201 a 500, 3%; de 501 a mil, 4%; e acima de mil funcionários, 5%. Só que, além de nem todas as empresas cumprirem esta lei, as que cumprem costumam deixar os cargos mais baixos e simplórios para os deficientes.
Mas o fato é: se a pessoa se esforçar e correr atrás, sem trabalhar não fica. Mas tem outro porém: muita gente não se anima a buscar um trabalho para não perder o benefício do INSS. Já recebi algumas indagações neste sentido. E minha opinião é: vale a pena, e muito, perder este benefício para trabalhar. Primeiro porque nos sentimos mais úteis, segundo porque podemos crescer e ganhar mais, e terceiro porque o trabalho é uma das melhores formas de inclusão social que conheço. Então, bora trampar, galera!

9 comentários:

  1. Sam, trabalhar 6 horas não tem preço! Coloque esse fator na balança com carinho...

    Sou funcionária pública, fiz concurso há 24 anos para a Assembleia Legislativa. Trabalhar meio período me deu a oportunidade de fazer várias outras coisas sem correria e, principalmente, me permite refazer as energias quando estou muito cansada ou mesmo me recuperar das dores e problemas musculares que nós, cadeirantes, enfrentamos no cotidiano..

    Abração e boas escolhas!

    Laura
    http://cadeiravoadora.blogspot.com/

    ResponderExcluir
  2. Parabééééééns, Sam!
    Mais sucesso pra vc, moço!

    Abraço e Deus te oriente nessa iportante escolha!

    Simone Tavares.

    ResponderExcluir
  3. O perrengue dos concursos com vagas para pessoas com deficiência é que você sempre tem que estar "correndo atrás" do laudo, pois os concursos estabelecem um prazo de validade para eles como se a deficiência fosse algo temporário e não permanente. Na minha opinião, isso deveria ser mudado, pois é um GRANDE transtorno ter que conseguir um laudo a cada novo concurso!!!! Adriana

    ResponderExcluir
  4. Sam, querido! Parabéns! Fico muito feliz que vc tenha passado no concurso e, seja qual for a tua decisão, torço muito pra que seja a opção mais acertada, pois vc merece ainda mai sucesso.

    Em relação a trabalharmos, eu tbm acho que o trabalho vale bem mais a pena do que ficar recebendo benefício, mas parado. O trabalho é realmente inclusivo.

    Beijo,

    ResponderExcluir
  5. Sam,

    Sou funcionário público há 23 anos. Antes de entrar para o serviço público trabalhava 12 horas por dia. Quando tomei posse do meu cargo, foi como bater no muro a trezentos kms por hora! De repente o ritmo mudou completamente e não conseguia entender como podia ganhar 5X mais trabalhando 10 vezes menos! Precisei de terapia para não me sentir culpado!Rs. Serviço público pode ser desafiador e estimulante mas exige outras competências. O ambiente de trabalho e a lógica são diferentes da iniciativa privada. Mas, acredite, VALE MUITO A PENA!Boa sorte na sua escolha!

    ResponderExcluir
  6. Querido Sam, (olha a intimidade)

    Você, realmente, é um grande exemplo de pessoa a ser seguido. Não pelo fato de ser cadeirante, mas levamos esse quesito em consideração sim. Visto que as pessoas já encontram, no alto de suas normalidades, dificuldades para "levar a vida", imagina então para alguém que porta algum tipo de deficiência, a dificuldade é maior ainda se considerarmos fatores como locomoção, preconceitos, dores e a necessidade de mais tempo ou ajuda extra para a realização de algumas atividades a qual não conseguimos realizar sozinhos. Tudo isso contribuem, para muitos, ao desânimo e é aí que você entra para nos animar e mostrar que é possivel sim levar a vida na normalidade (mesmo que haja dificuldades e elas existem sim).

    Agora, quanto ao novo emprego acho que você deve mesmo colocar tudo na ponta do lápis ou da caneta. Deve levar em consideração não só a jornada de trabalho mas outros fatores relevantes como: Acessibilidade, salário e beneficios, percurso casa/trabalho, localização, poluição, transito/estacionamento e etc e talz. Feito a comparação é só respirar fundo e decidir. Não que eu queira ensinar "pai a fazer filho", mas eu só queria dá a minha humilde opinião mesmo.

    E parabéns pelas conquistas!!!

    Um abraço!

    Nilson

    ResponderExcluir
  7. ME AJUDEM, fiz um concurso ficaria em primeiro lugar se tivesse mandado meu laudo médico informando CID, mas não mandei o laudo, sou portador de sequela de polio no membro inferior direito CID-B91.
    Fiz para um cargo que é compatível com a minha deficiencia e logo estarão convocando os aprovados para o meu cargo, tem como eu lutar pelo meu direito de ser considerado como deficiente físico apesar de não ter enviado o laudo médico, sendo que no edital pedia pra enviar no ato da inscrição? Minha deficiência a tenho desde os onze meses, posso alegar direito adquirido pra justificar a falta do laudo? Alguém pode me ajudar ou indicar alquem que possa?

    ResponderExcluir
  8. Amigo, infelizmente creio que você não tem opção. Aconteceu o mesmo comigo quando fiz o concurso da Gasmig, e nesses casos vale o que está no edital: se não entregar o laudo no tempo definido, é concorrência normal. Procurei saber na época, e não há o que fazer, nem entrar na justiça.

    ResponderExcluir