quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Reformada mas sem acesso

E os cadeirantes, vão na concorrente?
Na última segunda feira fiquei feliz ao ver que a lotérica perto da minha casa providenciou acesso a cadeirantes, mas logo acima fiquei triste, pois a padaria Santíssimo Pão (Rua Grão Mogol, 65) que acabou de passar por uma grande reforma, não se lembrou de quem tem problemas de locomoção.
Ela ficou fechada por um bom tempo, alguns meses, e reabriu há algumas semanas. Eu já estava curioso para saber se resolveram o problema de acesso, mas fiquei decepcionado. Na verdade eu nunca havia tentado ir lá rodando, eu sempre parava em frente de carro enquanto a Gi ia comprar alguma coisa para o lanche. Eu esperava no carro porque sabia que não tinha como entrar, pois havia dois degraus em uma entrada e um na outra. E a Gi geralmente estava comigo.
Moro na região há três anos, e no início não tínhamos alternativa de outra padaria por aqui. Mas há uns dois anos abriu uma unidade da Trigopane alguns metros acima, na Grão Mogol mesmo. Naturalmente, eu dava preferência para a Trigopane devido ao acesso facilitado, mas eu gostava muito do pão de laranja da Santíssimo, e quando a Gi estava comigo, comprava lá mesmo.
Mas eis que há alguns meses a padaria fechou e entrou em uma grande reforma. E quando reabriu, de cara percebi um "puxadinho" que fizeram pro lado do estacionamento, para ampliar a lanchonete. Ficou bem bacana, com grandes janelas. Mas a entrada.... Além de não fazerem uma rampa, mantiveram os degraus e fecharam a outra entrada, que tinha só um degrau. Perguntei à menina do caixa se tinha outra entrada, e ela disse que era só aquela. E rampa móvel? Muito menos.
Desse jeito, além de perder definitivamente um cliente, ficarão mal vistos por quem se preocupa com acessibilidade. E as pessoas estão cada vez mais atentas a isso. Eu, pelo menos, sempre estou. E divulgo aqui, para quem quiser ver. E, de preferência, me ajudar a cobrar.

Mais um lugar ganha acesso

Agora sim, acessível
Há quase dois anos, falei em um post aqui no blog sobre o absurdo que é casas lotéricas não terem acesso para cadeirantes. São lugares voltados para o público em geral, respaldados por um dos bancos mais populares do país, a Caixa Econômica Federal. O mínimo que deviam ser é acessíveis.
Naquele post dei o exemplo de uma lotérica na Av. Alfredo Balena e de outra no início da Rua Grão Mogol, perto de onde moro, a São Judas Tadeu. Só que de um tempo para cá percebi que colocaram uma escada de metal nesta segunda lotérica. Não sei se foi por causa do meu post (eu mandei e-mail para a Caixa reclamando na época, mas faz tanto tempo que devem ter esquecido), mas o fato é que parecia que o problema tinha sido resolvido. E segunda feira passada fui lá conferir.
Chegar até lá rodando já é um desafio, há muitas árvores no meio da calçada e é preciso ir pela rua em alguns trechos encarando os carros que vêm na contramão. Depois precisei subir na calçada por uma entrada de garagem que mais parecia uma escada, com dois pequenos degraus. Mas não desanimei e fui embora.
Chegando na lotérica, percebi que a rampa é feita de duas peças, uma rampinha pequena subindo um pequeno ressalto e depois a rampa maior sobre os três degraus descendo. A rampa é mais inclinada do que deveria, mas possui corrimãos dos dois lados, que ajudam a frear a cadeira na descida e a puxar a cadeira na subida. Mas não dava para ser menos inclinada devido ao espaço.
A subida é meio puxada, mas o corrimão ajuda
Para subir o esforço é grande, e só fiz metade dele, pois um cara, vendo a força que eu fazia, empurrou a cadeira até o final. Mas dá para subir sozinho, numa boa. Parabéns ao dono da lotérica pela iniciativa, ou à Caixa pela cobrança, ou mesmo a mim pela denúncia!

domingo, 28 de agosto de 2011

Krug Bier

Ontem estive novamente no Krug Bier, faz tempo que quero fazer um post sobre o lugar, que considero um dos mais acessíveis de BH. Mas eu não tinha nenhuma foto do banheiro, e desta vez tirei. O bar/restaurante/choperia fica na Rua Major Lopes, 172, São Pedro, BH. É uma avenida bem plana e com muitas vagas de estacionamento, mas as reservadas para deficientes ficam um pouco longe. Mas tem um estacionamento pago bem ao lado, e se a pessoa estiver indo ao Krug paga oito reais independente do tempo que fique lá.
A entrada conta com uma rampa suave, com inclinação adequada. E eles deixam bastante espaço entre as mesas, o que facilita a circulação com cadeira de rodas. Mas quando enche, os espaços diminuem, mas basta pedir uma liçencinha aqui e outra ali para circular com tranquilidade. Só que a maioria das mesas tem pés centrais, o que dificulta posicionar, mas basta ficar um pouco de lado para ficar bem acomodado. Além disso, há enormes mesas de madeira vazadas, onde a cadeira entra com facilidade e os joelhos não ficam esbarrando. Recomendo utilizar sempre esta opção, mas tem que ter bastante gente junto, senão fica sub utilizado.
O banheiro é ótimo, não é tão grande mas o suficiente para circular bem. A porta é a mais bonita que já vi, com espelho e madeira, como percebem na imagem acima, mas é muito pesada e costuma travar, aí só pedindo ajuda para conseguir fechar. Este é um ponto falho que poderia facilmente ser corrigido.
O motivo de ir lá foi participar de um encontro com ex-estudantes da Universidade Federal de Viçosa que estão morando em BH. A ideia do encontro surgiu de um grupo montado no Facebook, e após montado o evento o pessoal foi aderindo e no final contou com mais de 30 pessoas. Foi muito bom rever alguns amigos que eu não via há anos, encontrar outros que vejo sempre e ainda conhecer alguns da mesma época em que morei naquela cidade inesquecível. Eu morei 13 anos lá, de 1992 (quando passei para Administração aos 18 anos) a 2005, e ainda tenho alguns bons amigos que moram lá. Viver em Viçosa é uma experiência fantástica,  a gente aprende muita coisa, tanto profissional quanto pessoalmente. Vai gente de tudo quanto é estado brasileiro, e até de outros países. A diversidade cultural que reina num lugar desses é coisa rara, e se a pessoa souber aproveitar, sai com uma importante experiência de vida. Eu posso dizer sem medo que foi a melhor época da minha vida!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Acessibilidade no Aeroporto Regional da Zona da Mata

O Nilson Baptista, de São João Nepomuceno, nos brinda com um relato sobre a situação da acessibilidade do Aeroporto Regional da Zona da Mata, localizado na cidade de Goianá e fica a 35 km de Juiz de Fora. O aeroporto é novo, foi inaugurado em 2007, mas as operações de vôos comerciais de passageiros iniciaram agora no dia 23 de agosto. Vejam abaixo as impressões e análises do Nilson, ao qual deixo meus agradecimentos pela colaboração.
"Minha chegada ao aeroporto foi num táxi Palio Weekend Adventure que estacionou na vaga para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Dirigi-me, pela faixa azul e branca até a entrada sem nenhuma dificuldade. Já no saguão verifiquei a existência de telefones públicos com altura apropriada, balcões para atendimento a cadeirantes e banheiro adaptado espaçoso e limpíssimo. 
Para o acesso ao terraço panorâmico existe elevador para cadeirante. Pelo fato de as aeronaves que a Azul Linhas Aéreas utilizará nesta rota (Viracopos/Aeroporto Regional da Zona da Mata) serem do modelo ATR 72/200, turboélice, de 66 lugares, ainda não está disponível o equipamento denominado Ambulift (um carrinho com elevador para colocar o cadeirante no interior da aeronave), mas um outro equipamento utilizado em aviões menores e mais baixos, como é o caso dos que estarão operando. 
A nota que eu dei em termos de acessibilidade foi 9,5 porque não embarquei, e assim não pude avaliar o procedimento de colocar-me no interior da aeronave. Mas existe uma funcionária chamada Andréa Santana que cuida dos detalhes no atendimento a pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. 
O diretor da empresa que administra o aeroporto, Denilson Duarte, foi muito gentil, concedendo-me uma entrevista para o jornal do qual sou editor em minha cidade: São João Nepomuceno."

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Aprenda a lidar com a deficiência dos outros

Vejam que barato esse vídeo elaborado pelo pessoal do Hospital Albert Einstein, que dá dicas de como ajudar um cadeirante, um cego, surdo, enfim, qualquer pessoa com deficiência. São dicas simples, que parecem óbvias mas muita gente não se toca, e pela dúvida, enfiam os pés pelas mãos. Grande sacada!

domingo, 21 de agosto de 2011

Peças de metal

Porque não vem assim de fábrica?
Mais um post com a M3 como protagonista... e mais uma vez uma crítica. Para não ficar repetitivo, nem tudo que acontece com a cadeira eu coloco no blog. Dessa vez foi o nove de novo. Para quem não lembra, é só clicar aqui para ver do que se trata.
Como contei naquele post, passei por São Paulo e o Luciano, da Casa Ortopédica, resolveu meu problema substituindo a peça por uma de metal, e ainda me deu outra de plástico para ficar de reserva. E eis que no começo do mês o outro nove, que ainda era original de fábrica (e de plástico), resolveu quebrar. Mas fiquei tranquilo na hora, pois tinha outro de reserva em casa.
Cheguei em casa e fui logo convocando minha mecânica de cadeira de rodas improvisada, a Gi, minha namorada. Ela trouxe as chaves e começamos a "desmontação" da cadeira. Desaperta daqui, desaperta de lá, e tiramos o encosto, pois para colocar o nove tem que tirar o encosto todo da cadeira. Só que para o danado do nove entrar... Parece que era mais apertado do que o original. Dei umas marteladas, passei um óleo para entrar mais fácil (ui!) e conseguimos colocar o nove. Ficou bem justo, e difícil de rodar em torno do eixo. Mas funcionou.
No outro dia, na hora de ir embora do trabalho, fui passar para a cadeira e... ploft! Quebrou de novo o nove. Não durou dois dias. Mas acho que o motivo foi a pressão em que ele estava. Cheguei em casa e fui atrás do Luciano de novo. Não literalmente, mas por e-mail. Contei para ele meu novo drama da cadeira e ele, como sempre, se prontificou a me mandar um novo nove, desta vez de metal. Ele não me deu mais daquela vez porque não tinha outro de metal, só um de plástico.
E semana passada chegou a encomenda do Luciano, ilustrada na foto deste post: ele me mandou um par de "noves" de metal e ainda um par de apoiadores de aba, que ficam parafusados no quadro para segurar a aba, também de metal. E eu já havia quebrado um destes, que também vem de plástico de fábrica. Esta peça é ainda mais crítica do que o nove, pois recebe todo nosso peso quando fazemos elevação. Mais uma vez o Luciano brilhou, me quebrou um mega galho, e foi super atencioso. Deixo aqui registrado meus agradecimentos ao Luciano, que ajuda tanta gente na conquista de melhor mobilidade. 
Agora eu pergunto: porque estas peças não vem de fábrica de metal (no caso, alumínio)? Será que é para quebrar e fazer a gente passar raiva? Ou será que são só algumas cadeiras mais antigas que vêm assim? Alguém sabe se as novas vem de metal? Ah, o Pablo Gustavo me alertou que a dele veio de metal, e com o tempo fazem barulho em piso irregular. Bem, pelo menos duram mais!
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Dúvida cruel

O prédio é bonito, mas o da Gasmig é mais
Gentem, passei em outro concurso! Dessa vez para o BDMG, o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. Foi outra vez um concurso que fiz por fazer, sem muita expectativa, pois já estou empregado. E nem estudar eu estudei. Tudo bem que estou fazendo mestrado e tenho estudado, e muitas matérias tem relação com o que cai em concursos. Mas acho que é justamente essa tranquilidade que me permitiu fazer as provas com calma, pensando bem nas respostas.
Agora estou avaliando os prós e contras de mudar de emprego, mas uma coisa está me deixando animado a mudar, a carga horária, que é de seis horas. E isso, para quem sente dores crônicas como eu, é muito importante. Só que são seis horas corridas, sem pausa, que podem me deixar quebrado do mesmo jeito. E o serviço pode ser mais repetitivo, menos desafiador. A área que atuo hoje é estratégica na empresa e acabo coordenando vários projetos, sempre uma coisa nova. Por outro lado, é legal mudar de ambiente, e a própria mudança de tipo de serviço já é um desafio. Mas estou balançado: gosto muito do que faço, da empresa e dos colegas de trabalho, mas ir para um banco pode ser uma boa oportunidade de colocar em prática os estudos do mestrado em finanças, área que sempre gostei muito e entendo um pouco. E tem a carga horária 25% menor.
Ah, desta vez fiz o concurso e passei como deficiente mesmo, mandei o laudo médico no prazo (ao contrário do que aconteceu no concurso da Gasmig). E este post, no fim das contas, é para estimular os deficientes a buscar esta excelente alternativa, os concursos públicos. É só estudar, pois as vagas existem, são obrigatórias por lei, e há para todo tipo de cargo. Na iniciativa privada também há esta obrigatoriedade, pela Lei nº 8.213, que estabelece um percentual de vagas destinadas a portadores de deficiência de acordo com o número de funcionários da empresa: até 200, 2% do total; de 201 a 500, 3%; de 501 a mil, 4%; e acima de mil funcionários, 5%. Só que, além de nem todas as empresas cumprirem esta lei, as que cumprem costumam deixar os cargos mais baixos e simplórios para os deficientes.
Mas o fato é: se a pessoa se esforçar e correr atrás, sem trabalhar não fica. Mas tem outro porém: muita gente não se anima a buscar um trabalho para não perder o benefício do INSS. Já recebi algumas indagações neste sentido. E minha opinião é: vale a pena, e muito, perder este benefício para trabalhar. Primeiro porque nos sentimos mais úteis, segundo porque podemos crescer e ganhar mais, e terceiro porque o trabalho é uma das melhores formas de inclusão social que conheço. Então, bora trampar, galera!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Eu não ando... mas corro!

Se tivesse uma dessas, facilitaria muito meu dia!
Calma, não é de handbike nem de carro que eu corro. Corro é no dia a dia. Minha vida é mais corrida do que de muita gente que anda. E como vocês sabem, o tempo de cadeirante costuma ser dobrado para algumas coisas, como entrar e sair do carro. Mesmo assim dou meus pulos e consigo dar conta de tudo que eu preciso e me disponho a fazer.
Começa assim: segunda feira vou pro trabalho às 08:30, trabalho e tenho hidroterapia às 12:15 e tenho que almoçar no carro, no trecho do trabalho até a Aquafisio. A Gi faz panquecas recheadas com frango e requeijão ou outros recheios e vou comendo quando o semáforo fecha. Não como rápido, vou saboreando as panquecas tranquilamente, mesmo porque é meio longe e demora uns vinte minutos. Faço a sessão, tomo banho, me troco (só para me trocar são vinte minutos) e volto pro trabalho. Saio do trabalho lá pelas seis e desço para o centro para pegar a Gi (casal em que só o cadeirante dirige é raro, heim).
Na terça, é o dia mais pesado. Tenho acupuntura às 14:30, portanto só saio do trabalho quinze para as duas, almoço às duas e dez e vou para a acupuntura. Volto para o trabalho, fico até as 18:00 e saio correndo para a universidade, onde dou aula das 19:00 às 20:40. Depois vou pra casa. Quarta feira, tem hidro de novo. E na sexta, acupuntura de novo, mas pelo menos não tenho aula.
E porque faço tanta coisa? A hidro faço porque é fisioterapia na água (e não hidroginástica) e há vários motivos para fazer: melhorar a postura e musculatura abdominal, manter a integridade dos ossos, fazer ortostatismo (ficar de pé) e outros tantos. A acupuntura faço para melhorar as dores crônicas, e deitar um pouco, já que, como disse há alguns posts, não consigo fazer isso no intervalo do trabalho. E funciona pra caramba, saio de lá novinho.
E as aulas fazem parte do mestrado, é condição para conseguir a titulação. Enfim, andar, não ando, mas corro pra cima e pra baixo!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

As rodas que marcaram minha vida

Essa semana chutei o balde (não literalmente, claro) e realizei uma vontade que eu tinha desde os dezessete anos de idade: fiz uma tatuagem. Não chegava a ser sonho, porque nunca tive taaaanta vontade assim, mas era um desejo latente. E também faltava um motivo real, um desenho que tivesse algum significado, pois acho que para a pessoa marcar a pele para o resto da vida deve ser com algo marcante.
Minha primeira tattoo: bicicross, carro, mountain bike e cadeira de rodas.
E há alguns meses, o desenho pintou! Conversando com alguns amigos sobre minha vida antes da cadeira, percebi que eu viva mais sobre rodas do que fora delas. Nunca gostei de correr, mas de andar de bicicleta, sempre. Quando descobri o prazer de dirigir, foi paixão à primeira volta. Quando consegui comprar meu primeiro carro, foi a verdadeira realização de um sonho. E nunca mais fiquei a pé (literalmente).
Mas paixão mesmo eu sempre tive por bicicletas. Ganhei a primeira com sete anos e tive dezenas depois dela. Comecei com uma BMX Turbo, que mais parecia uma moto, com tanque e suspensão. Depois veio a Caloi cross, que fui "tunando" devagar, e tinha a roda dianteira de nylon. Aí veio uma Freestyle Light, top de linha na época. Depois uma Búfalo, quadro quadrado, muito estilosa. E depois vieram as mountain bikes, vários modelos, a melhor delas uma KHS Team com peças de titânio, sem contar duas full suspension com freio a disco.
Minha bicicross com roda de nylon
Então resolvi tatuar as rodas que mais marcaram minha vida, que mais me deram prazer. Vou explicar e ilustrar cada uma. A primeira é uma roda de "Nylon" da segunda bicicleta de cross que eu tive, nos anos 80, e a primeira com a qual ganhei medalhas no bicicross, em Ouro Branco, quando eu tinha 13 ou 14 anos. Foi quando me apaixonei por pistas de terra, trilha, saltos, manobras, e comecei a curtir a adrenalina das competições e das manobras de bicicleta. Eu andava sobre uma roda, saltava fazendo poses e manobras, "surfava" em cima da bike, "esquiava", e mais um monte de manobras radicais maneiras.
Em Viçosa com o Uno 1.5R em frente ao casarão que morei
A segunda roda é do meu primeiro carro, nos anos 90, um Uno 1.5R amarelo, da foto acima. Foi uma grande conquista, eu ralei em estágio e deixei de ir em algumas festas só para juntar dinheiro e comprar o bichinho. E vivi altas emoções a bordo do "1.5Egg", como era carinhosamente chamado, devido à cor. Me sentia muito bem naquele carro, que era completaço, tinha vidro elétrico, ar condicionado, bancos tipo recaro, super confortável, e as belíssimas rodas de liga, que mais tarde mandei diamantar e ficaram um espetáculo.
Descendo montanha com a Caloi SK full suspension com freio a disco
A terceira roda é da minha primeira mountain bike "full suspension" (suspensão dianteira e traseira), uma Caloi SK, que eu nomeei Sheila Karvalho (todas minhas bikes tinhas nome). Nela peguei mais gosto e me especializei em "Down Hill", e desci centenas de montanhas em alta velocidade, com a segurança do freio a disco. Vivi altas emoções nas loucas descidas com essa bike, passei também muitos arregos e tomei muitos capotes. Depois dela comprei outra full, mais leve e completa, e continuei pirando nas descidas das belas montanhas de Minas (e de outros estados também).
X-core radicalizando na praia
A quarta roda é da minha atual cadeira de rodas, a X-core 3. Acho o desenho dela muito bonito, dá um astral jovial e esportivo para a cadeira de rodas. Desde que a vi pela primeira vez fiquei doido para colocar na minha cadeira, mas o preço era abusivo, pois são importadas. Mas eis que no começo do ano pintou a oportunidade de comprar um par semi-novo, quase sem uso, por um preço legal. Não pensei duas vezes, e fiquei muito feliz com a compra, deu outra cara para meu veículo!
Interessante notar que cada uma delas representa bem uma década da minha vida, respectivamente a de 80, 90, 00 e 01 (estranho as depois do ano 2000, mas acho que é assim mesmo). Agora só falta acrescentar a roda da minha Ferrari... tenho que comprá-la até a próxima década!
Fiz a tatuagem lá na Angel's Tattoo, que fica na Pampulha. O tatuador foi o Paulo, e mandou muito bem, o desenho ficou perfeito, como podem ver acima. Mas infelizmente o lugar não tem nada de acessível, pra começar o "mini-shopping" onde fica tem dois níveis na parte de baixo separados por uma escada de três degraus, que pega toda a largura do prédio, e tem muito espaço para fazer uma rampa. Lá na Angel's, que fica na parte de baixo, as tatuagens são todas feitas no segundo andar, e pra chegar lá é uma escadinha estreita com uma curva impossível de passar com a cadeira. O jeito foi me carregarem nos braços, deixando a cadeira no andar de baixo. 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Primeiro dia de aula

Quem quer ganhar bala?
Todo mundo já passou pelo primeiro dia de aula várias vezes na vida. Se bem que, infelizmente, no Brasil nem todo mundo passou por isso... Mas a maior parte das pessoas, sim.
É sempre uma situação que traz fortes sentimentos, muitas vezes contraditórios. Tem a ansiedade e o frio na barriga por causa das novidades, a tristeza pelo fim das férias, a empolgação para reencontrar os amigos, e até o medo da rejeição. E essas emoções ficam mais intensas ainda quando é tudo novo: escola, turma, ano, matérias... E este segundo tipo é mais incomum, só acontece quando mudamos de escola, ou de cidade, ou entramos em um curso novo.
Mas comigo aconteceu na terça feira passada um primeiro dia de aula bem mais incomum: do outro lado da sala. Não que eu estudasse do lado direito e resolvi ir para o esquerdo, nem que eu era da turma do fundão e resolvi virar CDF (isso aí, com certeza eu jamais teria feito, sou da turma do fundão desde pequenininho!). É que dessa vez foi como professor!
Comecei na terça feira passada o estágio docente, uma malandragem que rola na universidade, em que o professor recebe o mestrando rala e se vira para dar a matéria. E no meu caso foi mais complicado, meu orientador me passou um material que teria que ser dado, entrou de férias e sumiu. Eu não sabia se tinha que preparar aula, se ele iria estar na sala, e nem se faria chamada ou não. Mas como precaução preparei uma apresentação e fui com a cara e a coragem.
Chegando lá, fui assinar o ponto e peguei a ementa da disciplina, Derivativos, uma forma de investimento em papéis que são baseados em outros ativos. O Zé Maria, que recebe os mestrandos sofredores e dá as orientações, disse que era só chegar na sala, ligar o computador e o data show e esperar que o pessoal da infra faria o login. Chegue na sala e tinha meia dúzia de alunos, alguns do lado de fora. Liguei tudo e esperei. Cinco minutos e nada. E foi chegando mais gente na sala.
Para tentar resolver, fui correndo na sala de informática. Só que correndo de cadeirante é quinze minutos. Tive que pegar elevador, atravessar para o outro prédio e pegar um corredorzão até a sala de controle. Chegando lá o cara falou: ah, acabei de logar aqui, era só ter esperado. Valeu, heim. E lá vai cadeirante correndo de novo, esperando elevador e chegando na sala bufando.
Tomei um arzinho e comecei me apresentando e perguntando alguns detalhes do meu público, como curso que faziam e período em que se encontravam. A maioria é de Administração mesmo, alguns em fim de curso, e como a matéria é optativa, deve ter alguns que a pegaram só pra cumprir tabela.
Falei, falei, respondi algumas perguntas e acabaram-se meus slides antes do fim da aula, que era para acabar 20:40. Perguntei se alguém mais tinha dúvidas e liberei os meninos mais cedo. Alguns vieram conversar comigo, perguntar mais sobre a matéria e minha experiência no mercado de ações, e uma aluna ficou conversando comigo até o estacionamento. Achei a turma bem receptiva, prestaram atenção e questionaram pontos importantes. E quanto ao fato de ser um cadeirante dando aula, não senti dificuldades, pois o equipamento audiovisual ajuda, e também não senti olhares diferentes nem preconceituosos dos alunos. Essa geração, pelo menos em alguns lugares, tem demonstrado muita maturidade para lidar com diferenças. Que bom, pois afinal, somos todos diferentes, né não?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Deitar é preciso

Estou numa luta há alguns meses para que a empresa em que trabalho coloque uma maca lá dentro para que eu possa me deitar a cada três horas. Preguiça? Soninho? Nada disso. Necessidade.
Para qualquer cadeirante, é importante deitar de tempos em tempos, o que varia é o intervalo de tempo necessário. A importância que existe para cadeirantes é devido à circulação, que fica prejudicada quando se está sentado por muito tempo. Além disso, é importante para aliviar a pressão sobre os glúteos e as costas, deitando de lado ou de bruços. 
E para quem tem sensibilidade então, fica mais importante ainda, pois as dores começam a incomodar e nenhuma posição fica boa.
Mas o caso fica clínico mesmo quando o cadeirante sofre do problema que eu sofro: dores crônicas. Aliada a alguma sensibilidade, é um verdadeiro tormento ficar o dia inteiro sentado, sem muita opção de movimento. No meu caso, o paliativo que encontro é passar para a cadeira do escritório, para conseguir pelo menos alguma liberdade de movimento. E duas vezes por semana faço acupuntura, onde fico deitado de bruços por uma hora. Saio de lá novinho.
E sei que o caso é clínico porque a recomendação de deitar foi do Dr. Gabriel, neurologista do Hospital Sarah. Ele recomendou que eu me deite de três em três horas por pelo menos meia hora. E isso ajuda bastante, pois mesmo sem acupuntura, quando venho almoçar em casa faço a recomendação e melhora bastante minhas dores.
E enquanto isso vou esperando o pessoal da empresa tomar uma atitude para melhorar um pouco minha qualidade de vida. Mais alguém passa por isso?

domingo, 7 de agosto de 2011

Palio Essence Dualogic 1.6 16V Flex

Quer comprar um carro zero quilômetro com isenções, mas o dinheiro está curto? O Palio Dualogic é o carro automatizado com melhor custo/benefício do mercado. O que se destaca é o pacote de conforto e tecnologia que não se encontra nos concorrentes.
É um carro que já vem de fábrica com computador de bordo, que dá autonomia, distância, consumo médio, consumo instantâneo, velocidade média e tempo de percurso. Destaco duas funções que acho fundamentais: a autonomia, que te diz quantos quilômetros você vai conseguir rodar com o combustível que tem no tanque, muito útil em viagens, e o consumo instantâneo, que te ajuda a dirigir de forma mais econômica e eficiente, te dizendo quanto o carro está consumindo em tempo real. E aí a Fiat se destaca: os carros são econômicos e andam bem. O motor do Palio é o novíssimo 1.6 16V eTorq, que produz 117 cv de potência com etanol, garantindo segurança em ultrapassagens e bom desempenho no dia a dia. Além disso, o Palio vem também com alerta de limite de velocidade, que ajuda muito para evitar multas nas avenidas que tem radar, o do meu carro fica ligado o tempo todo e quando passo de 60km/h ele avisa, no painel e com um bip.
Outra grande sacada que ajuda muito no dia a dia são as travas elétricas com travamento automático a 20km/h, de série no Palio Dualogic. Vidros elétricos dianteiros com one touch (sobe todo com um só toque) e antiesmagamento também estão incluídos.
Com jeitinho cabe até minha cadeira, que é grande
Mas a grande questão para quem é cadeirante é: e o porta malas? Não dá para negar que é pequeno: só 290 litros. Mesmo sendo um dos maiores da categoria, para colocar uma cadeira de rodas, às vezes é preciso criatividade. Mas sempre cabe. As cadeiras dobráveis em X cabem com tranquilidade, mas algumas monobloco, não. A minha mesmo até cabe, como podem ver na foto acima, mas só fecha se soltar as travas do banco traseiro. É aí que está a criatividade: soltando as travas do banco traseiro o porta malas fecha, o único problema é que diminui a inclinação do banco traseiro. Não impede de ser utilizado, mas não é o ideal para viagens, pois quem for atrás tem um pouco de desconforto.
Outra alternativa é colocar a cadeira "sentada" no banco traseiro. Com as rodas para baixo e o encosto dobrado (ou não), ela ocupa o lugar de uma pessoa, mas não atrapalha os outros dois lugares do banco traseiro. É uma ótima alternativa, quando puder eu tiro uma foto em um Palio para demonstrar.
Enfim, o mais importante: o preço. O Palio Essence Dualogic sai por pouco mais de 39 mil sem isenções, mas com as isenções de IPI e ICMS que nós cadeirantes temos direito, o valor cai para R$ 28.228,30 (preço em agosto/2011). São 28% de desconto. Bom demais, né?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A novela da compra do carro... de novo - parte 3

Falar que processo de cadeirante está "em andamento" é sacanagem...
Faz tempo que não atualizo a situação da minha segunda compra de carro, então lá vai. Dei início ao processo no dia 3 de maio, fazendo o pedido na Secretaria da Fazenda diretamente pelo site. Achei muito bacana esta nova opção, sem precisar se deslocar até o endereço do lugar para dar início ao processo.
Na mesma semana (06/05), como contei aqui, fui ao Detran pedir segunda via do laudo médico para entrar com o pedido na Receita Federal (na Estadual não foi necessário, mas na Federal disseram ser imprescindível). Lá disseram que ficaria pronto em no máximo 30 dias. Calculei a data aproximada e liguei pra lá no início de junho. Ainda não estava pronto. Mais uma semana, liguei de novo. Nada. Finalmente, na terceira semana, disseram que podia ir lá pegar. A Gi foi pra mim e pegou o bendito laudo médico (50 dias para ficar pronto).
Na semana seguinte, fui na Receita Federal, que fica ao lado do prédio que trabalho, entrar finalmente com o processo. Chegando lá, uma grande coincidência: encontrei o Thirê, amigo de infância, dos tempos de Ouro Branco. Foi ele que me deu a Juliete, cadelinha que ficou na minha família por quase doze anos e nasceu da cadela que ele tinha. Thirê hoje anda de bike e faz trilha, como eu curti a vida toda. Seria um bom companheiro de trilhas em BH.
Mas minha luta pelo carro ainda está longe do fim. Como podem ver na imagem acima, entrei com o processo dia 05/07, com toda a documentação necessária, e até hoje, um mês depois, está "em andamento". Já vi que vai pelo menos mais uns quinze dias... Até o momento, já são 90 dias desde que comecei a busca pelas isenções. E ainda tem a fila de espera pelo carro, que já fiquei sabendo que chega a quase dois meses. Ô carrinho difícil...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Voltando a pedalar de handbike

Como contei semana passada, finalmente chegou o encosto da minha handbike e pude voltar a pedalar neste fim de semana. Mas na montagem do encosto tive um probleminha: como o encosto foi alongado, a barra de ajuste de altura não passou por cima do quadro e o encosto ficou no ajuste máximo de inclinação (em destaque na foto abaixo). Tem gente que acha essas bikes muito deitadas mesmo, mas o ajuste serve para isso, aumentar ou diminuir a inclinação do encosto. Só que, ficando muito alto, impede que os braços estiquem, tornando a pedalada incômoda. A solução vai ser serrar o cano na altura que for mais confortável para mim. Vou perder o ajuste, mas vai melhorar o conforto. Se bem que é bobagem ficar alterando o encosto, basta servir bem para mim.
O encosto ficou bom para mim, mas a regulagem já era
Como eu estava na pilha, resolvi pedalar assim mesmo. E o lugar escolhido foi novamente a Pampulha, apesar da minha ideia inicial de sair de casa pedalando e conhecer a recém inaugurada ciclovia da Savassi, que começa na Avenida Professor Morais, pertinho do prédio que moro. Mas a Gi protestou dizendo que era perigoso porque teria que atravessar a Contorno, e a handbike é muito baixinha, difícil de ser vista pelos motoristas. Ela até vem com um lugar próprio para colocar uma bandeirinha, que facilita ser vista no trânsito, mas ainda não tive coragem de colocar. Acho que parece aqueles táxis de antigamente com aquelas antenas gigantes para rádio...
Mas pintou mais um motivo para ir para a Pampulha: meu amigo Fabrício estava com Habeas Corpus de liberdade provisória (a mulher viajou), e, ao contrário de mim, ele preferiu ir pedalar no fim de semana, ao invés de ir para um boteco (deu mole...). E o cara tem um óculos super bacana que filma em HD, capta áudio e ainda tem fones de ouvido para ir ouvindo um sonzinho. Chique demais. Combinamos às 10:30 do domingo e encontramos em frente ao Parque Ecológico da Pampulha. O vídeo ficou muito bacana, dá pra ver exatamente como funciona a handbike, e dá pra ter uma ideia da sensação. Confiram abaixo:
Foi muito bom voltar a pedalar, sentir o vento no rosto, ouvir o barulho da corrente e liberar endorfina no exercício (e adrenalina, no vídeo dá pra ver que quase atropelo alguns - e o Fabrício narra tudo...). Pedalei pouco menos de nove quilômetro, mas pra quem está voltando agora, até que está bom. No próximo fim de semana, se Deus quiser, tem mais!