segunda-feira, 21 de março de 2011

Primeira pedalada ao ar livre

Pedalando no Parque Santa Lúcia
Hoje finalmente estreei oficialmente minha handbike. Colocá-la no carro foi um parto, além de pesada ela é sem jeito de pegar, o guidon fica virando e pesa pro lado. Mas depois de uma pequena luta conseguimos colocar no porta malas, e mesmo com o banco traseiro rebatido a frente dela ficou entre os dois bancos dianteiros. Mas felizmente coube a bike e ainda sobrou espaço para colcoar a cadeira de rodas (claro que tinha que ir, afinal eu não ia passar do carro direto pra bike).
Eu queria mesmo ir para a lagoa da Pampulha, um dos cartões postais de BH, mas como saímos de casa tarde, pois fiz hidroginástica antes, resolvi ir para o Parque Santa Lúcia, que fica bem perto da minha casa (a uns três quilômetros) e tem uma bela lagoa com pista de ciclismo em todo o entorno. Chegamos lá e ao tirar a bike do porta malas já virou atração. Tinha uns garotos saindo da escola e pararam em volta para entender do que se tratava. Cada um dava uma opinião, começaram a perguntar e expliquei que se tratava de um triciclo para pedalar com as mãos. Montamos com alguma dificuldade, afinal era a primeira vez, e comecei o difícil processo de passar pra ela.
A bichinha é muito baixinha, eu pensei em colocá-la em cima da calçada pra ficar mais alta, mas não tinha uma calçada com descida pra ciclovia. Resolvi pular direto da cadeira, mas esqueci de um detalhe: passar a perna por cima do banco. Quando caí no banco percebi a cagada, e aí veio uma luta pra conseguir passar a perna para me posicionar corretamente.
Passada a luta, coloquei a fita de fixação nos joelhos, que a Gi confeccionou hoje à tarde, e parti para as pedaldas. Pensem bem, eu fui ciclista por mais de 20 anos, fiquei paraplégico, com nenhuma esperança de voltar a pedalar, e depois de quatro anos e oito meses dou novamente pedaladas em cima de uma bike. Como diz um amigo meu, correu até uma lágrima no canto do olho...
A visão de quem pedala
A partir daí foi uma festa. Pedalei em volta da lagoa por quase uma hora, dei umas sete voltas. Passei muito tempo regulando as marchas, e ainda não consegui deixar 100%, mas amanhã tem mais pedal e acabo o serviço. O Parque tem altos e baixos, deu pra ver como é fácil subir morros com marchas mais leves, e quanto ela corre na descida, colocando marchas pesadas. Cheguei a quase 40 km/h. Não tenho ainda computador de bordo mas meu celular tem um aplicativo (Sportstrack) que faz o monitoramento de todo o percurso, registrando velocidade máxima e média, tempo de duração, altitude e até calorias gastas. Mas só usei por duas voltas, depois dei pra Gi tirar umas fotos. Amanhã vou fazer vídeos, depois posto aqui. E gente, é incrível a sensação de pedalar uma handbike. Sentir novamente o vento na cara, o barulho da corrente e das rodas no asfalto, as marchas trocando e diminuindo a força... não tem preço. Tô feliz que nem pinto no lixo! (apesar de nunca ter entendido esse ditado...)

10 comentários:

  1. E lá vou eu te dizer isso de novo: vc é um exemplo, Sam! Te admiro pela força e alegria! Que bom saber que vc voltou ao esporte. Quem te acompanha (tipo eu) também sentiu uma lágrima no canto do olho.

    Beijo, amigo.

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  2. Fantástico, parabéns por mais uma conquista. Já to doida pra ver o vídeo. Bjos.

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  3. Parabéns, Sam! Só a gente que é cadeirante para saber o que significa um prazer desses! Bjs

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  4. agora é só treinar e participar das corridas de rua...parabéns

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  5. Sam,
    Acompanhando seu blog descobro tantas novidades legais do mundo PNE! Já fiz ótimas compras por informação do blogdocadeirante: almofada gel para cadeira de banho, cadeira M3, roda x-core, almofada roho. Agora, acho que já quero planejar para uma nova aquisição: uma handbike. Beijo.
    Liliad

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  6. OI Sam!
    Parabes meu amigo! Gostaria de ver como vc faz para passar da cadeira para bike e depois como voltar se puder arrumar no video te agradeço.
    Tenho muita vontade de comprar uma bike e o que me impede ate agora é ver este detalhe de como entrar e sair dela.

    Grande abraço

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  7. Sam, minha primeira pedalada (com as mãos) tb foi assim. Muito foda! Eu tb era ciclista e tive que esperar 10 anos pra dar a primeira pedaladinha. Não foi só uma lágrima que escorreu não... foram muitas e me emociono pedalando até hoje! Viciei e só largo a handbike quando estiver embaixo da terra, ehehe! Bem-vindo ao clube e curta bastante a sua bike!

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  8. Parabéns pela conquista. Parece-me um tanto difícil sentar neste triciclo pois é muito baixo, né? Claro que no início é sempre + complicado, porém com o tempo fica melhor. Uma dúvida: Como fica a situação do acento sem uma almofada? Ou vc conseguiu adaptar alguma? Fico pensando na situação de "Escaras", vc sabe como é complicado para a gente se não nos cuidar-mos.

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  9. Parabéns Sam fiquei muito, mais muito feliz por essa mais nova conquista em sua vida. Agora se a altura dela fosse mais alta seria bem melhor hem! Curta sua bike bastante.

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  10. Encantadíssima! Minha primeira experiência assim foi com um triciclo walk machine, ha anos atrás. Como nunca andei, foi inclusive minha primeiríssima experiência de "andar" só, sair só, chegar só a alguns lugares, nossa, lembro que foi impagável e ninguém entenderia aquela emoção, satisfação e encantamento, lembro que eu ria muito sozinha. O primeiro e mais lindo passeio foi um final de tarde, saia do trabalho e fui até perto do Jatobá, o rio tava lindo. Claro que corri riscos, fiz coisas que a idade permitia, cheguei a atravessar (em pleno carnaval)a ponte Petrolina/Juazeiro à noite, com amigos atrás de carro, claro! Mas pôxa, precisava? Me pergunto, afinal é uma BR, que loucura.
    Depois veio o carro, o juízo e tudo bem. Mas desde que buscava a M3, vi sobre essa handbike, que como vc e o blog Mão na Roda vem mostrando, parece mesmo sensacional. Mas tenho dúvidas, de como ela funciona para os que temos sequelas de pólio, os "malacabos", como diz Jairo Marques.
    Sim, nossas pernas são mais curtas, a postura não é tão certinha, vc tem alguma informação sobre isso?
    Abraços e boas mãodaladas!

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