quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Decepção japonesa

Ainda me me surpreendo muito com a falta de acessibilidade em BH. Mas esse exemplo de hoje beira o ridículo. Falo do restaurante Rokkon, localizado na rua São Paulo, 2164. Já conhecia o restaurante, fui várias vezes no que fica no Shopping Pátio Savassi, perto da minha casa, passei o último dia dos namorados lá. É especializado em comida japonesa, uma dos melhores que já comi em BH. Mas hoje me decepcionou muito. A rua é uma leve descida, e não encontrei nenhuma vaga de deficiente, mas consegui estacionar perto.
É uma casa que foi adaptada para o restaurante, e  ficou bem charmoso, com uma varandinha muito agradável. Aí começa o absurdo. A varanda termina no nível da calçada (como podem ver na foto abaixo), mas a entrada é mais embaixo, e tem uma escada com três degraus na porta. E não tem rampa móvel, nem entrada alternativa, só mesmo pedindo aos garçons para te levarem escada acima.
Aí me pergunto: será que custava fazer a entrada do outro lado aproveitando o nível da calçada e deixando o lugar mais acessível? Custava fazer uma rampa móvel que pudesse ser colocada em cima da escada quando necessário?
E um lugar que não tem acesso, obviamente não tem banheiro adaptado. Pra que? Quantos clientes seriam atendidos a mais? São poucos os usuários de cadeira de rodas e mesmo assim não saem de casa, então não tem porque se preocupar, certo? Errado. Além de atender mais um cliente, este pode trazer seus amigos, familiares, e o estabelecimento ainda fica bem visto por se preocupar em atender a todos, pois não são só cadeirantes que se beneficiam com melhor acesso, há os muletantes, idosos e diversas outras pessoas que terão outros motivos para voltar.
Pelo menos a comida é muito boa, hoje experimentei polvo grelhado com batata e combinado de sashimi e sushi. E como sou brasileiro, que não desiste nunca, faço questão de sair de casa, conhecer novos lugares, provar novos sabores. Esses estabelecimentos devem, então, para garantir acesso de todo mundo, pagar academia para seus garçons, pois a qualquer momento pode aparecer um cadeirante por lá. Se não tiver lido esse post, claro.

7 comentários:

  1. Muito boa observação, aqui na cidade onde resido é assim o setor "privado" é repelto de obstáculos. Parabéns pela postagen com fotos ficou muito legal. Pode me ensinar a postar essas fotos? Desde já agradeço, abraço!

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  2. Olááá :)
    estou fazendo meu tcc sobre a nbr9050 e achei o seu blog! É bem legal, e parece que vai me ajudar dar uma lida aqui!

    Parabéns pelo blog !
    Carol

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  3. Sam, e eu que pensei que os japoneses fossem inteligentes...

    Que absurdo!

    Bjinhos.

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  4. Nossaaaaa, seu blog está me tirando várias dúvidas..Meu namorado é tetraplégico e li várias coisas das quais me identifiquei..
    Parabééns seu blog é show!

    Essa questão de acessibilidade é muito dificil, aqui na minha cidade são poucos os lugares adaptados.Mas sempre damos um jeitinho =))
    Abraços!

    Karine

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  5. Mesmo uma rampa fixa poderia ser fácil de adaptar no lugar dessa escadinha por causa do desnível pequeno.

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  6. isso e que realmente acontece em nosso país, como também em fortaleza que me deparo com a inassecibilidade, recentemente viajei para a alemanha para realizar transplante de células tronco quase tudo perfeito, mas as ruas são totalmente acessiveis. Denyson luiz silveira, CE-Fortaleza, denyson23@hotmail.com

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  7. O problema maior é esse, citado no post: é só "um cliente a mais", pra quê eles vão gastar dinheiro com uma adaptação?... isso faz toda a diferença e a adaptação nem custa tanto assim ou daria tanto trabalho, mas enfim.

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