Faz tempo que quero falar sobre isso. É um dos fatores que mais atrapalha na reabilitação de um lesado medular ou uma pessoa que passa um grande trauma na vida, que causa limitações (vou chamar de "estrupiado" pra facilitar). A família ou companheiro(a) (vou chamar de "quem cuida") fica sensibilizado com a situação e faz de tudo pra ajudar, veste, dá banho, carrega no colo, tudo pra evitar que a pessoa faça qualquer esforço. Não acho isso errado, o problema é o excesso. Por medo de acontecer alguma coisa e piorar a situação, não deixam o estrupiado nem tentar fazer alguma coisa, transferir sozinho, se vestir, e às vezes nem comer.
Quando acontece o excesso, é tão prejudicial para o estrupiado, que acaba ficando mesmo mais dependente, não fortalece os músculos que funcionam nem estimula outros músculos; quanto pra quem cuida, que acaba dedicando muito tempo e preocupação para fazer coisas que o próprio estrupiado poderia estar fazendo.
E fica pior quando algum profissional de saúde explica que o estrupiado é capaz de fazer as coisas e mesmo assim quem cuida continua com excesso de zelo, tratando como se fosse uma porcelana. E é isso que quem cuida, junto com o estrupiado, devem fazer: se informar com profissionais sobre as reais limitações e o que deve ser estimulado, e passarem a deixar o estrupiado tentar se virar mais sozinho. Sei que no início é muito ruim, corta o coração de quem cuida ver o estrupiado fazendo uma força enorme pra realizar tarefas que poderiam ser mais fáceis com uma ajudinha; e para o estrupiado é difícil, e passa muita raiva nas primeiras tentativas, mas depois dá uma enorme satisfação pra todos descobrir que o estrupiado não é tão estrupiado assim e pode se virar bem sozinho.
Não me crucifiquem por criar um apelidinho exdrúxulo pra quem tem limitações, lembrem-se que me incluo na categoria. Já tô imaginando minha mãe me ligando depois de ler este post pra me zoar: "cadê o estrupiadinho da mamãe?"
Verdade! Se eu deixar meu marido me dá até a comida na boca mesmo! Mas foi legal o post pq "ando" meio preguiçosa pra novas possibilidades. Me fez pensar. Valeu! Abraços!
ResponderExcluirNem só com deficientes físicos, com idosos isso acontece bastante. Tudo bem que em alguns casos não é bom abusar, mas às vezes chega a ser absurdo mesmo. Na casa da minha avó já está assim, se depender do meu pai e das irmãs dele porta ela nem abre mais...
ResponderExcluir"Não acrescente dias a sua vida, mas vida aos seus dias." (Harry Benjamin) Assim deve ser com todo ser humano. Por não sabermos as reais limitações acabamos por "superproteger", mas a superação irá engrandecer qualquer avanço, por menor que seja,pois gera independência.
ResponderExcluirOK... puxei minha orelha com querer mimar demais hehehe
Olá Alessandro, parabéns pelo blog e por este post que traz uma excelente reflexão sobre a necessidade do indivíduo se ocupar.
ResponderExcluirBom, a quem interessar possa, eu estou para lançar um livro denominado "Pitando a Vida" que trata justamente dos portadores de necessidades especiais (em particular o cadeirante) e gostaria de uma foto para por na capa. Andei buscando nos sites de fotos mas não achei nada muito legal.
Os interessados em saber mais detalhes sobre o livro e também em ceder a sua imagem, poderão mandar e-mail para mim pelo josmanlima@feiradeideias.com.
Aguardo contato para mais detalhes sobre a foto.
Muito obrigado!
Isso é uma triste realidade. Temos que ajudar os deficientes "iniciantes" dentro das "reais necessidades" e não em tudo, pois conheço cadeirantes que hoje poderiam estar bem melhor se alguém lhe tivesse dito: "Você consegue", "vamos tentar", "É para seu bem" e tantas outras palavras.
ResponderExcluirNo início ficava bravo com minha esposa pois em várias situações que eu lhe pedia ajuda ela me induzia a tentar fazer sozinho. (Hoje eu sei que ela aprendeu isso com uma fisioterapeuta do hospital em que eu fui internado). Conheço uma pessoa que sofreu uma lesão parecida com a minha e até hoje sua esposa passa faz o cateterismo, o auxilia para evacuar e em tudo mais. Já falei para ele "Você consegue sozinho", depende de seu esforço. (e nesse caso da esposa ser mais rasão do que emoção)
Oi, mano Alessandro!
ResponderExcluirMuito interessante seu texto, viu!
Parece que essa superproteção acontece muito não só com os cadeirantes... Digo porque já trabalhei com alunos cegos e baixa-visão. A família cuida tanto que chega a ser um pouco humilhante pra pessoa.
Gostei muito do teu blog e da tua maneira de escrever, tu é talentoso! Mas... "estrupiado", mano? (risos)
Abraços! Fique com Deus.
Simone Fernandes (Faith)
Mas p outro lado, Alessandro, tem familiares como o meu pai, de origem alemã e o meu filho q tem 13 anos, q solicitam esforço demais de mim. Isso tb me faz mto mal, no sentido de q tem vezes q eu necessito de cuidados, ainda mais q o meu acidente ( queda de 1 Mirante em Ilhabela / 3 metros ) faz só 1 mês mais ou menos, os médicos falam q eu vou me recuperar mas demora, fraturei a T 12 e operei p colocar pino de titânio. Mas o maior problema são as dores ainda, a falta de mobilidd embora eu movimente as coxas e as pernas, só os pés q tem menos sensibilidd pq ainda estão mto inchados.O meu maior problema é fora as dores, a questão pélvica q estou c sonda urinária e uso fraldas, tda vez q eu evacuo é 1 terror a qquer hra do día, não tenho enfermeira, 1 senhora q cuida de mim c o meu filho de 13 anos e tenho q contar c o auxílio dos porteiros do meu prédio p me transportarem, 1 sufoco! O q vcs puderem me ajudar em termos de dicas e apoio desde já agradeço!
ResponderExcluirFiquem c Deus
Karin Brinckmann.
Oi Karin, te respondi no facebook, mas como te disse fique tranquila, aos poucos você aprende a lidar com essas limitações, o negócio é treinar os movimentos e ter força de vontade para buscar a independência.
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