quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Um mega 2011 pra todo mundo!



Minha rizotomia esbarrou na burocracia e foi adiada, só vou conseguir fazê-la ano que vem, dá pra acreditar? Ano que vem!! É muita burocracia, heim? Peraí... mas ano que vem já é semana que vem!! Então vai ser na próxima semana! Eeeee!!
Já que toquei no assunto, quais são seus projetos pro ano que vem? Eu estou cheio de ideias, entre elas fazer um salto de parapente. Já entrei em contato com um professor daqui de BH, assim que definir a data posto no blog. Pretendo também comprar uma handbike. E nas minhas primeiras férias da empresa, estamos programando uma viagem para Buenos Aires e Montividéu.
Mas meu maior desejo, minha prioridade pro ano que vem é acabar com as dores que sinto. São elas que me impedem de ter uma vida próximo do normal. Que venha então 2011! De preferência sem dores. Assim que fizer a cirurgia conto aqui no blog.
E como o blog támbém é um meio de notícias, espero poder dar muitas boas notícias aqui. Estou vendo retrospectiva agora e impressiona o tanto de notícias ruins. Portanto, desejo a todos um ano novo cheio de boas notícias! E como nós cadeirantes não podemos entrar o ano com o pé direito, entremos então com a roda direita!!
Published with Blogger-droid v1.6.5

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Rizotomia

Da primeira vez que ouvi esse nome achei que fosse um risoto feito com carne de gato (risoto-mia). Mas na verdade esse é o nome de um dos procedimentos a que vou me submeter nesta semana para dar uma controlada na dor crônica. Decidi fazer a cirurgia pois nas últimas semanas minha situação piorou muito, tenho tido crises constantes e até minha pressão tem caído. Hoje mesmo não consegui voltar pro trabalho à tarde.
A rizotomia posterior seletiva (nome bonito, heim) é uma técnica neurocirúrgica em que se produz a secção seletiva da raiz nervosa posterior da coluna lombossacral. Devido ao fato de não seccionar toda a raiz nervosa, as sensações táteis e proprioceptivas são mantidas intactas. Vi isso num site e foi o que me tranquilizou para realizar este procedimento, pois eu estava cabreiro com esse negócio de "queimar" nervos, já que recuperei parte dos movimentos e não quero retroceder este quadro. A lesão é produzida por uma agulha que irradia calor, controlada externamente na sala de cirurgia, é introduzida na região lombar e acompanhada por radioscopia para atingir o alvo com precisão .
Mas a parte que mais me interessa é a injeção de anestésico na região da medula, que vai efetivamente contribuir para diminuir a dor generalizada. E um dos projetos para 2011 é controlar definitivamente a dor. Abaixo links para saber mais sobre a rizotomia:
Só tem um probleminha: se fizer essa semana mesmo vou passar o reveillon de cama. Vendo tv... pelo menos meu irmão vai estar por aqui. Já meus pais, minha irmã, meu cunhado e meu afilhado estão na Nova Zelândia passeando pelas belíssimas paisagens do país e só voltam depois do reveillon. Uma pena, pois depois de uma cirurgia dá uma vontade de colinho da mamãe...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

É natal!!

É, gente, 2010 passou rapidinho e já chegou o natal. Nessa época todo mundo troca mensagens bonitas, cheias de esperança e fé. Porque não fazemos isso o resto do ano?
E pra nós cadeirantes, que esperar do natal? Uma cadeira nova? Uma roda? Uma almofada Roho? Quem sabe uma muleta?...
E não se esqueçam que um dos melhores empregos pra cadeirante é Papai Noel de Shopping: sempre sentado e aguenta fácil qualquer peso nas pernas. Quem sabe ainda dá tempo de descolar um trampinho? Ou melhor, nesse caso aí, um trampão!!
Brincadeira gente, desejo a todos um feliz natal, cheio de paz, saúde e encontros, e claro, muitos presentes!!

Sozinho na hidro

Há uns dois meses passei minhas sessões semanais da hidroterapia para segunda e quinta no início da tarde, e como é no meio do expediente, tenho ido sozinho. No estacionamento da empresa os manobristas colocam a cadeira no porta malas, chegando lá peço pra alguém tirar do porta malas e me ajudar na rampa pra piscina (a rampa é meio íngrime). No banheiro tiro a roupa sozinho e passo pra cadeira de banho, essa aí de baixo. É aquela feita de tubo de PVC, cara pra caramba, tem a vantagem de ser muito leve e não enferrujar. Mas bóia na piscina e o braço não solta, dificultando a transferência.
Passar pra ela é moleza, encosto na parede, travo a minha e passo. Pra ir até a porta do banheiro é meio complicado, já que ela não tem rodas grandes. Mas me viro, na verdade nem preciso fazer isso, é só gritar pela Marcela. Mas não fico esperando, vou puxando daqui e dali até chegar ao elevador, já passo pra ele e começo a descer até onde o braço alcança (tenho que fazer uma arte...). Faço a sessão, volto pro elevador e vou pro banheiro tomar um banho antes de voltar pro trabalho. Aí já começam as dificuldades, tirar a sunga é difícil por causa do corpo molhado e por ser justa. Mas já peguei a manha.
Depois do banho que começa a luta. Primeiro, pra passar pra minha cadeira é complicado, tá tudo molhado e a roda não segura tão bem assim, e pra piorar não solta o braço. Travo ela na parede, seguro na barra de apoio e dou um pulo pra minha cadeira. Apesar do perigo, nunca passei arrego. Mas o desafio maior é na hora de vestir a calça. Mas descobri algumas técnicas.
Primeiro, em dia de hidro vou de calça social, ela escorrega e é mais fácil vestir. Depois coloco os pés sobre o banco que tem lá e passo a calça toda pelos pés primeiro e depois puxo, ela vem rapidinho. É um pouco perigoso, a cadeira às vezes balança, mas é a forma mais rápida de me vestir. E o processo todo demora quase meia hora... Realmente o tempo de cadeirante é outro, né?
O negócio é tentar e tentar até encontrar uma forma mais fácil de fazer as coisas, e principalmente não desistir e acreditar que é capaz de se virar, de se adaptar às situações.

domingo, 19 de dezembro de 2010

Bomba

Estive no neurocirurgião que me acompanha há um mês e diante das minhas queixas de dor crônica ele passou um remédio pra dor que é "primo da morfina": o jurnista, ou cloridato de hidromorfona. Ele de cara avisou que só posso tomar um por semana, pois o remédio é forte e causa dependência. E dá "barato", ainda mais se misturado com álcool (confesso que deu vontade de tentar... rsrs).
Logo na primeira semana precisei tomar, na sexta feira. Ainda bem que tomei na sexta, pois não contava com um efeito colateral tão violento: o remédio deixa a gente mole, sem ânimo pra nada. Parecia que eu tinha tomado uma surra de uns cinco depois de correr uma maratona. Fiquei o sábado inteiro lesado, deitado e com sono. Ainda bem que não tinha que trabalhar, senão não ia dar conta. Mas a dor diminuiu bastante, resolveu mesmo.
Mas eis que quarta feira passada tive outra crise de dor, muito forte. Tomei um Tilex, que não fez nem cosquinha e não consegui dormir. Na quinta não dei conta de trabalhar, a crise continuava e resolvi tomar mais um jurnista logo cedo. Mas desta vez o efeito foi muito pequeno, continuei sentindo muita dor e fui parar no hospital de tarde. Felizmente consegui consultar com meu neurocirurgião, que me internou e mandou Tramal e outro remédio na veia, desta vez com efeito. E ele me deu uma sugestão para acabar com a dor por um tempo, um procedimento cirúrgico para injetar anestésico direto na região da medula aliado a outro que queima algumas terminações nevosas responsáveis pela dor na região lombar. Confesso que fiquei cabreiro com essa segunda parte de queimar nervos, mas perguntei no Sarah e o Dr. Gabriel (médico da dor de lá) disse que é um procedimento normal, que fazem muito por lá. Alguém já fez algum desses procedimentos? Recomenda?
UPDATE: resolvi fazer essa cirurgia, não aguento mais sentir dor, e nos últimos dias as crises pioraram. Semana que vem entro na faca...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Matéria na Folha Universal

Mais uma matéria sobre mim, desta vez na Folha Universal, jornal de circulação nacional da Igreja Universal. A reportagem fala sobre a Fernanda Fontenele, que trouxe para o Brasil o método Project Walk, em um centro de recuperação de São Paulo, e traz num box minha história e do blog. Clicando na imagem acima, ela amplia e dá pra ler a matéria. Gostei muito do resultado, a Ivonete (reporter) fez um ótimo trabalho. E eu adoro aquela foto!

Santa Fé

Há alguns dias estive em um restaurante chique de BH, que eu jurava que se preocupava com acesso: o Santa Fé, na rua Santa Rita Durão, 1000. Devia ser acessível por ser um restaurante caro e tradicional, além de ficar em terreno plano. Mas além de ter um degrau na porta, coisa simples de resolver, como já disse aqui, lá dentro para chegar ao bufê há mais dois degraus. Coisa também simples de resolver, ainda mais com o espaço que eles têm lá, dá pra fazer uma rampa sem atrapalhar o ambiente.
As mesas são boas e tem altura suficiente para entrar sem problemas, e os pés são baixos, apesar de centrais, dá pra chegar bem próximo. O ambiente é super refinado e bonito, e a comida de lá é uma delícia, tudo muito bem feito e a variedade impressiona, com vários pratos chiques e diferentes. Mas bem que eles podiam pensar na acessibilidade, né?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mancando

Semana passada contei sobre a unha que arranquei e a bricadeira da minha chefe que 'pelo menos eu não estava mancado'. Pois ontem ela perdeu a piada: cheguei na empresa mancando! Culpa da roda dianteira, que se partiu quando tentei subir um desnível.
Mais uma decepção com a tão falada "soft roll". Acho que o problema é justamente ser "soft" demais, não aguenta o tranco do dia a dia. E olha que eu rodo muito pouco na rua, geralmente paro o carro perto dos lugares e "ando" no máximo uns 20 metros. Acho que deviam adaptar essas rodas para a 'realidade brasileira', como fazem com os carros.
Mas o fato é que fiquei que nem mulher quando quebra o salto, andando no estilo 'tá fundo, tá raso, tá fundo, tá raso...'
O jeito é trocar de novo a roda, dessa vez por outro tipo, provavelmente inflável, como me recomendou minha amiga Sandra de Petrolina.
Published with Blogger-droid v1.6.5

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Reportagem no Jornal Nacional

Fui surpreendido hoje ao me ver no Jornal Nacional! Quando fiz a reportagem pro MG TV ninguém me avisou que poderia passar em rede nacional. Foi legal que apareceu a parte do boteco que eu tinha falado aqui e os problemas de acessibilidade da cidade.
Do blog mesmo não passou nada, apesar de terem me filmado postando, entrevistaram sobre o objetivo do blog, como surgiu, etc. Quem sabe ainda vai passar uma hora dessas?
Pra quem não viu, clique no link abaixo para a reportagem no site do JN:

domingo, 12 de dezembro de 2010

Passando raiva no Life Center

No sábado passado, depois de arrancar a unha no shopping, fui direto para o Life Center, um dos mais conceituados hospitais de BH... só conceituado mesmo, porque passei foi raiva lá. Em primeiro lugar, a emergência fica em local péssimo para estacionar, e nem vaga de deficiente tem por perto. Parei o carro na outra portaria, na Contorno, e fui tentar entrar por ali e passar por dentro até a emergência. Detalhe, é só um andar de diferença. Mas fui informado que não seria possível, teria que dar a volta pela rua, subindo a Contorno até chegar na portaria da emergência. Se quisesse ir por dentro, o cara me mandaria para a garagem (G4), para eu sair do elevador, entrar em outro, parar na portaria de novo do outro lado (separado por um vidro), pedir uma moça pra me acompanhar e aí então apertar o andar de cima e aguardar abrir a porta. Brincadeira, né? A foto acima tirei no G4, da placa explicando como chegar no pronto socorro. Acho que o cara morre antes de chegar lá, se estiver muito grave.
Mas chegando lá, fui para a triagem, da triagem para o guichê, do guichê para o elevador. Apertei para descer um andar (de novo) e esperei. Chegou e estava lotado, pois era troca de turno, e o pessoal ao invés de descer e ir um andar de escada, para que eu pudesse entrar, deixaram a porta fechar. Aí o elevador subiu de novo, até o vigésimo andar parando de andar em andar e quando voltou... lotado de novo. Essa hora minha mãe já tava puta e pediu pro pessoal sair, mas só uma pessoa desceu, e lá foi o elevador de novo.
Finalmente cheguei no andar dos consultórios e esperei "só" 40 minutos para ser atendido. No fim das contas, foram três horas desde que cheguei lá. E isso porque tenho plano de saúde, imagina se fosse SUS? O fato é que o nome "paciente" não é só conicidência, tem que ter muuuuita paciência mesmo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Unha e carne

No último fim de semana aconteceu uma das coisas que dá mais gastura no ser humano: arranquei a unha do dedão. De uma vez. Ela simplesmente levantou a 90º. E por um vacilo à toa.
Tudo começou com um sábado que tinha tudo pra ser desastroso. Minha família estava me visitando e eu queria levar meu sobrinho pra conhecer o aquário do Zoológico de BH. Acabamos atrasando pra sair, e ia ser a conta pra pegar a portaria aberta. Chegando na Pampulha, primeiro sinal: começou um toró de fazer gosto. Já ia molhar saindo do carro, mas pelo menos lá é fechado. Com a chuva, o trânsito piorou, e depois de dar meia volta na lagoa da Pampulha, chegamos no Zoológico, que, obviamente, já tinha fechado. Com chuva, não restou outro programa a não ser passear no shopping. Resolvi aproveitar pra conhecer o Boulevard Shopping, que inaugurou há pouco tempo em BH.
Chegamos ao shopping, deixamos meu sobrinho num "cercadinho" que eles cobram pra ficar de olho e fomos conhecer o shopping. Logo no segundo andar, como todo pobre que se preza, fui vendo vitrine por vitrine, mas eis que a Gi me chamou pra ver uma camisa na loja Crawford, fui chegando perto devagar quando de repente senti uma pontada no pé: a vitrine, feita de madeira e projetada pra fora da loja, tiha um vão embaixo que pegou exatamente na ponta da unha do dedão esquerdo, e como o pé estava "espremido", levantou a unha de uma vez, arrancando completamente. Ela ficou só por um fio, e o sangue já começou a descer. Felizmente não tenho a sensibilidade normal, senão tinha soltado um "p... que o pariuuuuu" bem sonoro. Mas o lado "bom" é que senti dor, uma pontada vindo do dedão e uma queimação muito forte.
Fui pro SAC receber os primeiros socorros e de lá direto pro hospital. E ainda tive que ouvir do médico: "quer que eu te dê uma anestesia???" E eu: "Não amigo, minha sensibilidade é pouca, arranca logo isso aí." E assim o cara fez, puxou de cá, puxou de lá e deu um tranco arrancando a unha toda. E uma lágrima do canto do meu olho.
Na segunda feira, como todo pobre que se preza, fui trabalhar com esse curativo lindo no dedão que vocês viram na foto. E logo a Grazi, recepcionista, perguntou:
- Nossa, que houve com o dedão?
E eu, que perco o amigo mas não a piada:
- Ah Grazi, o de sempre, futebol com os amigos no fim de semana....
Depois dessa inventei outras como "chutei uma pedra" e "dei uma topada na porta" só pra me divertir. Mas divertido mesmo foi minha chefe, que sacou logo mais uma vantagem por ser cadeirante:
- Pelo menos ele não está mancando!!
E depois disso, toda hora que chegava alguém na sala com a pergunta idiota "você machucou o dedão?" ela vinha com "tolerância zero":
- Não tá vendo que ele está mancando?
Kkkk, me divirto com chefinha.
Mas fica a dica: sempre que enxergar um vão verifique se a altura não vai pegar nos pés. Principalmente se estiver de sandálias. E nunca faça como o idiota aqui de chegar perto de vitrine sem olhar pra baixo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Cadeira no porta-malas

A Andrea Shutte, leitora do blog (e blogueira também) que mora em Muzambinho, sul de Minas, comprou uma M3 há quatro meses e não conseguiu se adaptar. Ela queria uma cadeira mais leve e prática, achou que era a melhor opção, escolheu pela Internet e resolveu comprar. Mas não considerou algumas coisas.
Como, por exemplo, se ela caberia no porta malas do seu carro. A cadeira monobloco é mais leve mesmo, bem mais simples de desmontar, e fica relativamente pequena quando desmontada. Mas não dá pra comparar com uma cadeira "X" na largura. A "X" fica fininha, se o porta malas for estreito, mas alto, cabe numa boa. E a monobloco precisa de um pouco mais de largura. A maior parte dos carros compactos do país tem porta malas pequeno, geralmente estreito e alto, que é o caso do Fox da Andrea, como podem ver nas fotos abaixo.
Pode tentar de várias formas, que não cabe, a não ser que rebaixe o banco. Mas aí não dá pra levar ninguém no banco traseiro. Mas o que me surpreendeu no caso da Andrea foi a cadeira não caber no porta malas da pick up do marido dela! Mas é claro que isso com a cobertura, que no fim das contas é importante para não molhar e proteger o que está lá dentro. As fotos estão aí pra provar.
A Andrea também não se adaptou com a M3 porque acha que a cadeira quica muito e não deixa ela muito firme. Tanto se decepcionou que vai vender a cadeira, que está praticamente zero quilômetro, por um preço muito bom. Assim que ela definir direito coloco aqui no blog.
No caso da minha cadeira, o porta malas do Stilo é largo o suficiente para caber a cadeira de várias formas. A melhor posição, que a cadeira bate menos, é a da foto abaixo.
Mas os melhores carros para colocar uma cadeira sem problemas, e muitas vezes sem desmontar, são as peruas. Vejam como cabe bem e ainda sobra muito espaço numa Palio Weekend:
Esse negócio do porta malas eu sempre falei aqui no blog, sempre que avalio um carro observo este item. E recomendo: vai comprar um carro, procure sempre saber o tamanho do porta malas em litros e quais as medidas em centímetros, mas mais importate ainda é fazer o teste, passe pra uma cadeira e peça pra alguém colocar sua cadeira no porta malas. É importante o cadeirante acompanhar o processo pra ajudar a encontrar uma forma de encaixar melhor a cadeira.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Parceria

Essa semana fechei uma parceria com a Automax, a maior concessionária Fiat da América Latina. O blog agora conta com o auxílio e a experiência do Geraldo Amaral, gerente de vendas especiais, do lado esquerdo da foto. Ele é de uma simpatia extrema e sabe tudo sobre aquisição de  veículos para deficiente físico, tem uma equipe muito boa e o espaço de vendas na Automax é amplo e exclusivo para seu setor. Falar com ele é fácil, é só ligar pra (31) 8746-0796 ou enviar um e-mail para geraldo.amaral@automaxfiat.com.br. O outro na foto é o Leonardo da Hélio Adaptações, que fará parceria conosco em breve.
Geraldo trará informações importantíssimas todo mês para nos manter atualizados sobre tudo que precisamos saber pra comprar um carro com tranquilidade e segurança. O programa Autonomy é um dos mais completos do mercado, dá descontos especiais além das isenções de impostos e dois anos de garantia de fábrica.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

É hoje nosso dia internacional!! Eba!! Mas... o que a gente ganha com isso?
A ideia de institucionalizar o dia é gerar conscientização, compromisso e ações que transformem a situação dos deficientes no mundo. Mas o sucesso da iniciativa depende diretamente do envolvimento da comunidade de portadores de deficiência que devem estabelecer estratégias para manter o tema em evidência. E esse é um dos grande objetivos deste blog.
A data procura também aumentar a consciência dos benefícios trazidos pela integração das pessoas com deficiência em cada aspecto da vida política, social, econômica e cultural. A cada ano o tema deste dia é baseado no objetivo do exercício pleno dos direitos humanos e da participação na sociedade, estabelecido pelo Programa Mundial de Ação a respeito das pessoas com deficiência. E é em comemoração a este dia que a Rede Globo vai exibir uma reportagem sobre as dificuldades dos deficientes, da qual eu participei, como contei aqui há alguns dias. Passou às 12:30 no MG TV, depois de Terra de Minas.
A foto acima tirei em um passeio de ônibus avaliando as dificuldades encontradas nesse meio de transporte. Andei também de metrô pela primeira vez aqui em BH. Abaixo o vídeo com a reportagem. A partir de um certo ponto o áudio desencontrou, mas dá pra ver mais ou menos. Gravei com o celular da Gi, Samsung Star, por isso não ficou muito bom.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Medidas para cadeirante - NBR 9050

Ontem resolvi tomar café da manhã na bancada da cozinha (não reparem no cabelo bagunçado, tinha acabado de acordar) e lembrei-me das normas NBR 9050, que citei há alguns posts. Meu caso é um exemplo típico de adaptar-se ao ambiente, uso a bancada de passar roupa da nossa área de serviço como mesa e acho excelente a altura, não babo na roupa (o problema é a barriga...) e alcanço tudo mais fácil.
Mas o motivo deste post é publicar os "parâmetros antropométricos" (chique isso, heim) para usuários de cadeira de rodas da norma, pois muita gente acha um saco ficar procurando as medidas e tentar enxergar do que se trata. Aí vão as principais para deslocamento e alcance:

- A largura mínima necessária para a transposição de obstáculos isolados com extensão de no máximo 0,40 m deve ser de 0,80 m.

- As medidas necessárias para a manobra de cadeira de rodas sem deslocamento são:

a) para rotação de 90° = 1,20 m x 1,20 m;
b) para rotação de 180° = 1,50 m x 1,20 m;
c) para rotação de 360° = diâmetro de 1,50 m.

- Condições para manobra de cadeiras de rodas com deslocamento:


- Alcance manual frontal:
A3 = Altura do centro da mão com antebraço formando 90º com o tronco B3 = Altura do centro da mão estendida ao longo do eixo longitudinal do corpo
C3 = Altura mínima livre entre a coxa e a parte inferior de objetos e equipamentos
D3 = Altura mínima livre para encaixe dos pés
E3 = Altura do piso até a parte superior da coxa
F3 = Altura mínima livre para encaixe da cadeira de rodas sob o objeto
G3 = Altura das superfícies de trabalho ou mesas
H3 = Altura do centro da mão com braço estendido paralelo ao piso
I3 = Altura do centro da mão com o braço estendido, formando 30o com o piso = alcance máximo confortável
J3 = Altura do centro da mão com o braço estendido formando 60o com o piso = alcance máximo eventual
L3 = Comprimento do braço na horizontal, do ombro ao centro da mão
M3 = Comprimento do antebraço (do centro do cotovelo ao centro da mão)
N3 = Profundidade da superfície de trabalho necessária para aproximação total
O3 = Profundidade da nádega à parte superior do joelho
P3 = Profundidade mínima necessária para encaixe dos pés

- Relações entre altura e profundidade para alcance manual lateral para pessoas em cadeiras de rodas.

- Superfície de trabalho:
As superfícies de trabalho necessitam de altura livre de no mínimo 0,73 m entre o piso e a sua parte inferior, e altura de 0,75 m a 0,85 m entre o piso e a sua superfície superior. A figura 12 apresenta no plano horizontal as áreas de alcance em superfícies de trabalho, conforme abaixo:
a) A1 x A2 = 1,50 m x 0,50 m = alcance máximo para atividades eventuais;
b) B1 x B2 = 1,00 m x 0,40 m = alcance para atividades sem necessidade de precisão;
c) C1 x C2 = 0,35 m x 0,25 m = alcance para atividades por tempo prolongado.

sábado, 27 de novembro de 2010

Quase acessível

Ontem almocei em um restaurante que eu já conhecia como bar: o Chapa do Chef, na Rua Leopoldina, 161. Como bar, a acessibilidade é razoável, já estive com colegas de serviço algumas vezes. Vindo da Contorno, a calçada até chegar lá é bem judiada, não tem rampas nas esquinas e é cheia de obstáculos, o ideal é alguém pra ajudar. O bar/restaurante fica no nível da calçada e tem uma agradável varanda, e apesar das mesas inadequadas, que me obrigam a ficar de lado, pra alcançar o copo de chopp e os aperitivos é mole. E o chopp chega geladinho e os tira-gostos são uma delícia.
Mas pra almoçar, eles estão que nem aquela propaganda da Fiat: quaaaaaase acessível! Apesar dos dois enormes degraus na frente, há uma entrada pela lateral, quase no nível da calçada, mas que ainda deixou um pequeno degrau. Porém não tão pequeno que dê pra subir sozinho. Mais uma vez uma solução simples resolveria, uma rampa móvel de metal ou madeira garantiria acesso a um cadeirante sem esforço. Apesar de que uma obra muito simples e com pouco transtorno traria uma solução definitiva: um rebaixameno do piso formando uma rampa.
Na ocasião, um colega me ajudou a vencer o degrau, passei esprimido ali na frente, mas o espaço no self-service foi suficiente para me servir e alcançar a comida. Há até mesas com pés paralelos lá dentro, mais adequados para entrar com a cadeira, mas preferi almoçar com o pessoal na varandinha. Mais uma vez precisei de ajuda pra descer. E senti a dificuldade de comer "de lado". E ao final, pra pagar, deveria voltar ao "andar de cima" pra chegar até o caixa. Mas nossa senhora do wireless me salvou: a maquininha sem fio veio até mim.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Rugby em Cadeira de Rodas

Já falei aqui sobre o time de rugby em cadeira de rodas de BH. Agora vem aí uma competição de tirar o fôlego: segunda e terça da semana que vem, no SESC de Contagem, acontece o 1º Campeonato Regional de Rugby em Cadeira de Rodas. Um evento importantíssimo pra quem curte esporte adaptado, espero que conte com o prestígio e a torcida de muita gente. Abaixo os dados completos do evento.
O torneio contará com 4 equipes, representando os estados de Minas Gerais, Santa Catarina e ainda duas do Distrito Federal. Os jogos acontecerão nos dias 29 e 30/11, no SESC Contagem (Rua Padre José Maria Demam, 805, Novo Riacho - Contagem/MG), com jogos pela manhã a partir das 09:00 hs e à tarde a partir das 15:00 hs. Entrada gratuita.
O evento está sendo organizado em uma ação conjunta entre a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte/SMAES/Superar, a Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC), o SESC/MG e o Belo Horizonte Rugby Clube.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A Pequenez do Ser Humano

Essa figura da foto é o Fabiano, personagem do relato abaixo, que me foi enviado pela repórter Ivonete, de São Paulo. Uma grande lição pra muita gente.
"Parece brincadeira, mas não é: trata-se de um assunto estarrecedor que me fez refletir muito nos últimos dias depois de uma conversa (ao telefone) com um grande amigo meu que, em novembro de 2005, sofreu um grave acidente de moto, em São Paulo, e, como conseqüência, hoje está paraplégico.
Passados 5 anos do ocorrido, entre a fase inicial da depressão até alcançar um grau de maturidade (e aceitação), muitas histórias irônicas e que beiram a pequenez do ser humano são contadas por ele.
Uma delas eu gostaria de compartilhar com os amigos leitores do Blog do cadeirante (do Alessandro) que me fez refletir como algumas pessoas, ditas “normais”, ainda enxergam os cadeirantes com olhar de comiseração, piedade, quando na verdade não deveria ser assim. Porque não é assim!!!
Esse meu amigo contou-me que, um dia, aguardava na esquina de uma rua um outro amigo dele de trabalho para, juntos, irem à empresa que mantinham. Parado nessa esquina, em sua cadeira de rodas, eis que surge uma picape à sua frente. Sem que ele fizesse algum gesto, o condutor parou o veículo, abriu o vidro e lhe deu um monte de moedas, dizendo: “tome, pegue!”.
Fabiano, perplexo diante da cena e, visivelmente constrangido, disse: “Não , senhor, por favor, eu não estou pedindo nada, que é isso? Estou aguardando um amigo aqui!”. Mas, o rapaz, insistentemente quis de todas as formas deixar-lhe aquelas “moedas”. Sem ter o que argumentar ou fazer, acabou ficando com “aquilo.”
Não preciso nem falar que apesar dele levar a vida sempre com bom humor e – mesmo depois da cena dar muitas risadas com o seu amigo - no fundo, no fundo, aquela situação o constrangeu imensamente.
O que tiro disso tudo? Sou uma pessoa “normal”, que tento entender como é viver desta forma. Acho que as pessoas deveriam rever seus conceitos, pensamentos, deixar o preconceito de lado. O Alessandro, aqui no blog, em uma de suas postagens, refletiu sobre algo que me chamou a atenção: vivemos a maior parte do tempo sentados.
Eu, por exemplo, trabalho em uma redação de jornal, fico em frente ao computador o dia todo, dirijo meu carro diariamente (sentada, é claro...) até chegar em casa; chego, sento novamente em frente ao computador, à frente da televisão (com um controle nas mãos), enfim, passo a maior parte do tempo sentada.
Claro que temos a facilidade de nos levantarmos quando queremos, etc, mas se pararmos para analisar,a grande realidade é essa: vivemos a maior parte do tempo sentados.
Veja que o ser humano – em sua grande maioria – vê hoje os deficientes, especialmente os cadeirantes, como seres inertes, sem vida, mas não é verdade! O limite está dentro de cada um, o sopro da vida vai além da locomoção, e eu aproveito esse espaço aqui para deixar minha indignação com quem tem esse espírito: de comiseração.
Agradeço a Deus pela vida, pela oportunidade que muitos tiveram ao sobreviverem a acidentes terríveis, como esse meu amigo que, apesar da gravidade, mantém-se grato por tudo, até mesmo pelas adversidades, pois foi através delas que muitos dos seus conceitos e ações do passado foram completamente transformados.
Ivonete Soares
Jornalista

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas

Amanhã é o Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas (DNPD). Mais uma iniciativa em prol da inclusão de deficientes que merece meu apoio, afinal sempre defendi que viver com dignidade em cadeira de rodas (ou com outra deficiência) não é só trabalhar, comer e ter onde morar, mas também viajarm, sair e se divertir. A homenagem é uma prévia do dia Internacional da Pessoa com Deficiência, 03 de dezembro, e garante acesso gratuito a pessoas com deficiência em parques e atrações turísticas em geral.
Abaixo o release que recebi:
"O Sistema Integrado de Parques Temáticos e Atrações Turísticas (Sindepat), a Associação das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra) e Playcenter convidam para Cerimônia de Homenagem a Fundação Dorina Nowill, instituição dedicada a inclusão de pessoas com deficiência visual, a ser realizado junto ao 1º Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas, nesta terça-feira, 23 de novembro, às 14h, no parque de diversões Playcenter. Na ocasião a representantes da instituição e diretores de parques temáticos e atrações turísticas falarão sobre o primeiro ano do ação e da importância da acessibilidade nos empreendimentos do setor.

Dia Nacional da Pessoa com Deficiência em Parques e Atrações Turísticas
Data: 23/11/2010
Horário: 14h
Local: Playcenter
Endereço: Rua Inhauma, 263

Idealizada pelo Sistema Integrado de Parques e Atrações Turísticas (Sindepat) em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Parques de Diversão do Brasil (Adibra), a ação visa a compor o maior movimento de inclusão de pessoas com deficiência. Essa foi a forma que os complexos de lazer encontraram para proporcionar a esses visitantes momentos de total conforto, tranquilidade e segurança.
Nesse dia, empreendimentos associados ao Sindepat e a Adibra estarão abertos, simultaneamente, para receber de forma gratuita entidades que atendam a pessoas com deficiência. Com programação especial, parques e atrações oferecerão sem custo a todos os participantes, lanches e refrigerantes, além do passaporte para as atrações.
O apoio das instituições será fundamental para o sucesso do DNPD. “Para garantir maior conforto e total segurança durante o evento, é necessário que os deficientes estejam acompanhados de alguém indicado pela instituição, que pode ser um amigo, familiar ou monitor”, diz Alain Baldacci, presidente do Sindepat. Além disso, os empreendimentos contarão com a ajuda de voluntários capacitados para auxiliar no atendimento aos presentes."

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Solução simples


Mais um lugar acessível e agradável pra comer: o Benedita Gula da Marília de Dirceu. Não tem banheiro adaptado, mas pra um lanche rápido é ótimo, boa comida e ambiente agradável, com mesas na calçada. E lá vi uma solução que resolve 90% das entradas inacessíveis: uma rampa móvel. Não precisa fazer obra, mexer na estrutura ou na fachada do imóvel, basta mandar fazer uma rampa que se encaixe por cima dos degraus e colocá-lá quando necessário. É a mesma estratégia utilizada no Pinguim. Não fica muito caro e atende a quem precisa.
Só que não é só fazer uma rampa de qualquer jeito e achar que tá "quebrando o galho" de quem tá "quebrado". Tem que ter um ângulo bom o suficiente pra pessoa conseguir subir sozinha, sem precisar chamar um guindaste (o ideal é entre 6,25% e 8,33%, de acordo comABNT NBR 9050:2004). E tem que encaixar com segurança sobre os degraus, senão o quebrado corre o risco de ficar mais quebrado ainda!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Adaptar o manual ou comprar um automático?

Essa é uma das questões mais frequentes que recebo no blog: a pessoa se torna cadeirante, quer voltar a dirigir, já tinha um carro com câmbio manual e não sabe se vale a pena adaptar seu carro ou vendê-lo e comprar um carro automático e então adaptá-lo.
As maiores dúvidas são: o que fica mais caro? O que vale mais a pena? É melhor comprar um carro zero quilômetro ou um usado? Dá pra comprar um carro zero com as isenções?
Muitas vezes a pessoa já tem o carro há muito tempo, tem até laços afetivos com ele, e morre de dó de vender o "possante". Mas a dica que sempre dou é: troque por um automático. O principal motivo é segurança: já que uma mão está sempre no acelerador, o ideal é não tirar a outra pra passar marcha. Além disso, tem o conforto que o câmbio automático trás. Sem contar as excelentes opções com câmbio automatizado, que trazem mais economia e menor manutenção.
Se dá pra comprar um zero ou usado, vai depender do ano do carro manual, senão fica muito caro. Mas faço aqui um comparativo que fiz outro dia pra um leitor do blog. Ele tem uma Palio Weekend ELX 1.6 manual ano 2000, ficou paraplégico e estava pensando em instalar uma embreagem automatizada para voltar a dirigir, pois acreditava que se vendesse o carro pra comprar um automático e adaptá-lo ficaria mais caro. Provei pra ele que não. Usando a tabela FIPE e o preço médio das adaptações, fiz a simulação:
- Palio Weekend ELX 1.6 ano 2000: 16.233,00
- Embreagem automatizada: 3.500,00
- Barra de aceleração/frenagem: 850,00
- Pomo giratório: 200,00
Total: 20.783,00
- Honda Civic sedan EX 1.6 16V automático ano 2000 (nacinoal): 18.958,00
- Barra de aceleração/frenagem: 850,00
- Pomo giratório: 200,00
Total: 20.008,00
Claro que é preciso verificar o preço de manutenção dos dois veículos, facilidade e preço de revenda, consumo e seguro, mas isso varia de estado pra estado. Também é necessário ver espaço interno, facilidade pra entrar e porta-malas. Mas o porta-malas dos Civic mais antigos é grande o suficiente pra guardar a cadeira, só o New Civic que fica apertado (340 litros).

De qualquer foram, esta comparação já dá pra ter uma idéia. E se o valor do carro usado passar de 25 mil, já vale a pena pegar um zero km com isenções (um Palio Dualogic fica em torno de 28 mil).

domingo, 14 de novembro de 2010

Reportagem pra Globo

Na sexta feira recebi em casa uma equipe da Rede Globo, que está fazendo uma reportagem sobre deficientes, para passar no dia 3 de dezembro, dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Será uma série de reportagens especiais para o MG TV, e fui um dos escolhidos para representar quem vive em cadeira de rodas.
Fizeram uma entrevista comigo e com a Gi, filmaram as adaptações que precisamos fazer aqui em casa e também eu postando no blog, o início deste post aqui. Até a Belinha, nossa gatinha, foi filmada. Acho que ficou bacana, apesar de que acho que falei pouco do blog, mas o suficiente: como começou, qual o objetivo e os principais assuntos que abordo aqui, como os problemas da cidade, lugares que não são adaptados e característica de carros para deficientes. A repórter, Luiza, me deixou super à vontade e conduziu tudo com profissionalismo.
Depois fomos pra uma choperia, a Exclusivo (Contorno, 8863), para avaliar a acessibilidade do lugar. Fui recebido lá pelo dono, o Luciano, que foi muito simpático e me falou sobre as adaptações que fez por lá, como um banheio exclusivo pra deficientes, fundamental para termos mais privacidade e conforto. A entrada tem um pequeno desnível com a calçada, porém é toda em forma de rampa, e ainda com antiderrapante.
As mesas também são adequadas, os pés são amplos, apesar de centrais, e dá pra entrar com a cadeira até encostar na mesa. Esse detalhe é importantíssimo, pois se os pés não forem separados o suficiente, não dá pra entrar com a cadeira e somos obrigados a ficar de lado pra alcançar as coisas, e é especialmente complicado pra comer. O ideal é ter pés paralelos, mas se for central, como da foto abaixo, precisa ter espaço entre as bases pra entrar com os pés.
O banheiro de lá é que me impressionou, totalmente adaptado, tem bastante espaço pra girar a cadeira lá dentro e tudo está ao alcance. Um exemplo a ser seguido.
Espero que a reortagem fique legal, e sirva pra estimular os donos de estabelecimentos a adaptar tudo, pois assim ampliam o leque de clientes e agem com responsabilidade social!
Aproveito para avaliar outros lugares que estive recentemente:
Piu Pizza (Rua Curitiba, 2154) - a entrada fica no nível da calçada e as mesas de pés paralelos, fáceis de entrar. Na mesma rua há uma vaga pra deficiente, mas meio longe da pizzaria. As mesas ficam um pouco juntas, mas há um corredor na lateral que permite ir até o fundo. Porém, não tem banheiro acessível, e pra piorar eles ficam na parte de cima, tem que subir escada. Se a pessoa tem alguma dificuldade de andar, já complica. Mas a pizza de lá é uma delícia, e a adega de vinhos bem completa.
Fabbrica Spaghetteria (Rua Felipe Santos, 27) - outro que fica no nível da calçada, mas as mesas não são boas, tem que ficar um pouco de lado pra chegar perto, mas movimentando a mesa resolve. Tem banheiro adaptado e exclusivo pra deficientes. As massas de lá são ótimas, na última vez comi uma Fritatta, uma espécie de omelete com espaguete no meio, uma delícia. Tomamos um vinho chileno muito bom, Terranoble.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Praça de BH será primeira a oferecer brinquedos para crianças cadeirantes

No dia 17 de novembro, a Unimed-BH em parceria com a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, por meio da Secretaria de Administração Regional Centro-Sul, entrega à comunidade as obras de revitalização da Praça Floriano Peixoto, na zona leste da cidade. A acessibilidade recebeu atenção especial no projeto. A praça será o primeiro espaço público da capital mineira a possuir brinquedos para crianças cadeirantes. São três modelos: um balanço que permite encaixar a cadeira de rodas, uma travessia mais baixa, ao alcance do cadeirante, e um painel com diferentes atividades. O local também ganhou barras de alongamento, destinadas aos praticantes de caminhadas e corridas, e equipamentos de ginástica especiais para idosos.

No passeio central da praça, o lajeado de paralelepípedos foi substituído por blocos de concreto intertravados, que deixam a superfície mais uniforme e facilitam a locomoção de idosos, cadeiras de rodas e carrinhos de bebês. O acesso também foi facilitado na área central do local, onde há um amplo espaço com arquibancada, ao modelo de um teatro de arena. Além disso, toda a calçada que circunda a praça foi duplicada para cinco metros de largura e recebeu piso tátil para orientação dos deficientes visuais.
“Percebemos que só a manutenção das áreas verdes não iria resgatar o espaço de convívio e a importância histórica do local. Era necessário ir além e pela nossa identidade com Belo horizonte e com os mineiros decidimos que a revitalização cabia em nosso compromisso social”, afirma Helton Freitas, diretor-presidente da Unimed-BH.
Fundada há 112 anos, a Praça Floriano Peixoto era conhecida no início como Praça Belo Horizonte e é uma das 24 praças que estavam previstas na primeira planta de cidade. Hoje o local é tombado como patrimônio histórico e cultural da cidade. À época da construção do Hospital da Unimed-BH, localizado em frente à praça, a Cooperativa assumiu com o poder público o compromisso de manutenção do local, por meio do programa Adote o Verde. Entretanto, ciente da importância da área para a comunidade e em consonância com seu Programa de Responsabilidade Social, a Unimed-BH decidiu ir além: investiu cerca de R$ 2 milhões na revitalização.
Mais um bom exemplo de inclusão social, mesmo que pelas mãos de uma empresa privada. Parabéns à Unimed pela iniciativa.

Metrô sem elevador em SP

Sem elevador, metrô de São Paulo faz passageiro andar 2,4 km para acessar estação Tamanduateí

Mais um descaso, desta vez em plena São Paulo, um elevador com defeito desde o começo de outubro obriga os cadeirantes a rodar mais de dois quilômetros para acessar o transporte público. Um absurdo, pois até o trajeto até a outra estação é complicado, pois as calçadas tem diversos obstáculos.
Aqui em BH as estações geralmente são acessíveis (as que conheço), mas no nosso caso o metrô é de superfície, o que facilita construção de estações com acesso facilitado.
Veja a notícia completa aqui:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/828337-sem-elevador-metro-de-sp-faz-usuario-andar-2-km-para-acessar-estacao-tamanduatei.shtml
Se a gente não reclama, ninguém faz nada!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Experiência como cadeirante

Gente, olha que bacana esse relato que a Taísa Giannecchini, de São Paulo, me enviou. É um olhar de uma pessoa "normal" sobre o mundo de quem vive em uma cadeira de rodas, através de uma experiência que ela passou. Se todos passassem por isso, acabava o preconceito e aumentava a preocupação de todos com a acessibilidade. Uma bela lição.

"Olá pessoal do Blog,

Meu nome é Taísa, tenho 38 anos, sou fonoaudióloga e moro em São Paulo com minha família há 15 anos.
Na última 4ª. feira, dia 03 de novembro, realizei uma cirurgia no joelho e, conforme o esperado, não posso andar pelos próximos 15 dias.
Acostumada à correria do dia-a-dia, comecei a enfrentar meus primeiros fantasmas: ficar parada, depender dos outros, esperar. Só este exercício já me fez avaliar melhor como seria a vida de um cadeirante e como principalmente no início, a adaptação incluiria outros fatores.
No sábado tive uma brilhante ideia: vamos ao Shopping passear e eu usarei uma cadeira de rodas! Todos prontos e arrumados, empolgados pela “aventura”, chequei pelo site se o Shopping escolhido por nós, o Villa Lobos, tinha este serviço de empréstimo de cadeiras. Informação confirmada, partimos.
Com relação ao Shopping, posso dizer que meu atendimento foi perfeito: funcionários atenciosos, vaga reservada para o carro e rampas disponíveis por todo lado.

Passamos uma tarde maravilhosa! Entre livros, jogos e um bom cafezinho, eu estava muito feliz, brincando com meu filho de 6 anos, trocando idéias com minha mãe e recebendo carinho e cuidados de meu marido! Ou seja, nada mudou pelo simples fato de eu estar sentada numa cadeira de rodas. Mas eu me surpreendi com a reação das pessoas e com a falta de preparo do mundo para encarar os cadeirantes, recebê-los e atender as suas necessidades. Recebi muitos olhares tristes, desconfiados, preconceituosos, como se não fosse possível uma jovem ser feliz em uma cadeira de rodas. Eu me senti observada e “estranhada” pelas pessoas ao meu redor. Tive vontade de gritar: “Tem um ser humano FELIZ aqui”!
Terminei meu passeio transformada. Quero lutar pela acessibilidade e principalmente pelo bem estar emocional dos cadeirantes e de qualquer deficiente.
Espero muito que o relato desta experiência ajude outras pessoas e autoridades a criar condições favoráveis à acessibilidade.
Se houver outra forma que eu possa ajudá-los, ficarei muito feliz.
Um grande abraço.

Taísa Giannecchini"

Parabéns à Taísa pela linda família e obrigado por compartilhar conosco estes momentos! E por ter uma opinião tão humana de nossa condição.

sábado, 6 de novembro de 2010

Exercícios novos na Hidro

Após alguns anos de experiência, identifiquei alguns aspectos pra diferenciar uma boa fisioterapeuta de uma ruim. Pra mim, a boa profissional deve buscar o máximo de informação possível sobre o paciente e identificar os movimentos e exercícios que trazem mais resposta e que deixam o paciente mais confortável, confiante e animado. Confortável nem tanto, pois minha teoria ainda permanece: fisioterapeuta só fica satisfeita se ver água descendo do paciente, portanto, se você não estiver suando, é melhor chorar. (kkkk)
Voltando às características, para encontrar os exercícios certos, deve ser criativa. E eu dou muita sorte com esse povo, tudo gente boa e super competente. Minha atual fisioterapeuta, ou melhor, uma delas, a Marcela, é tão criativa que assusta. Nas últimas sessões ela tentou me colocar de pé na piscina sem as talas. Tirou a cadeira do elevador, pisou nos meus pés e me puxou. Claro que não tenho força pra me sustentar, mas só o fato de tentar já estimula a musculatura e sinto até alguma resposta.
Pra completar ela me coloca sentado, trava as pernas e faz com que eu puxe a barra que ela segura, fazendo o mesmo tipo de força. Sinto também alguma resposta, e consigo me sustentar alguns segundos. São ótimos exercícios, mas cansam pra caramba. Tanto que combinei com ela que os últimos cinco a dez minutos são pra relaxamento, pra descansar os músculos. O problema é que dá um sono depois, dá vontade de ficar lá o resto do dia.
Outra coisa legal é que sempre me divirto nessas sessões, apesar de ter hora que dá vontade de afogar ela (eu já tentei algumas vezes), mas esse é mais um componente fundamental de uma boa fisioterapia. Aproveito pra mandar um grande abraço pra Andrezza, minha ex-fisioterapeuta. Aproveito também pra postar o vídeo do curso que a Joyce deu lá, no qual eu tive uma participação especial: