quinta-feira, 22 de abril de 2010

Boas lembranças

Dia desses estava eu no trabalho, na cadeira da empresa, quando um colega de trabalho pegou minha cadeira de rodas pelos punhos e começou a contar sobre a época em que a mãe dele, já falecida, esteve em uma cadeira de rodas. Ela teve um derrame na medula, coisa que eu nunca havia ouvido falar, e passou a usar a cadeira.
Ele contou que naquela época, era o único filho que tirava ela de casa, ligava avisando que ia passar pra sair e rebatia todos os argumentos dela pra não sair. Ia pra roça, levava na casa dos parentes, fez até uma viagem passando por várias cidades que ela nunca esqueceu. Até pra dentro de um estábulo ele a levou, deixou-a no meio das vacas, e ela adorou.
Não tinha tempo ruim, escada, chão batido, nenhum obstáculo pra cadeira ele aceitava. Lembrou o quanto se divertia com a mãe passando com a cadeira por estradas esburacadas, subindo morros e levando-a pra tudo quanto é lugar, mesmo quando nem ela concordava. Deu até gosto o olhar de nostalgia pra cadeira e as histórias engraçadas que viveu com a mãe.
Taí uma grande lição pra quem está numa cadeira e deixa de sair porque fica com medo de incomodar alguém ou de causar transtorno. Se a pessoa tem alguém que se dispõe a dar aquela mãozinha pra ter o prazer da sua companhia, independente dos obstáculos, tem mais é que sair, viajar, curtir. Com esta atitude, vai gerar boas lembranças nas pessoas que estão à volta - e principalmente nela mesma! E ainda contribuirá pra desmistificar a imagem de inválido que uma cadeira de rodas possa passar.

2 comentários:

  1. ADOREI o post. É isso ai, tanta gente querendo a companhia agradável da pessoa amada e não é uma doença, deficiência que vai deixar de sentir alegria ao lado da pessoa querida. Beijo e bom fds

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  2. sério,isso é uma lição de vida Parabéns vc merece

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