Semana passada houve queda de temperatura de 10º em Minas e até 14º em São Paulo de um dia pro outro. É praticamente Verão num dia e Inverno no outro. E pra alguns "artrodesados" (pessoa sofreu uma cirurgia de artrodese na coluna) como eu e tem doze parafusos de titânio e ainda uma estrutura de ligação, estas mudanças bruscas de temperatura são uma facada. Parece mesmo uma facada nas costas, o metal esfria e a musculatura enrijece de tal forma que parece rasgar. Mas a gente acostuma, ou veste uma camiseta por baixo pra dar uma esquentada extra, ou os mais barangos aderem a um coletinho de lã que a vovó fez quando ele era adolescente.
Se fosse só isso, tudo bem, o problema é que a lesão medular costuma ter também outro "efeito colateral", a dor crônica (que por acaso eu tenho) e estende este reflexo para o resto do corpo. O resultado é que a musculatura do corpo todo sente a mudança e fica dolorida, latejando. Sabe quando você dá uma martelada no dedo? É aquela sensação, só que do peito pra baixo no corpo todo. E não vai diminuindo, fica o tempo todo daquele jeito. Muitas vezes fico tremendo de dor, e tenho que tomar remédios pesados para segurar a onda. Mas são os ossos do ofício. Ou melhor, são os músculos.
Por falar em onda, essa semana deu uma chuva torrencial aqui em BH, e quando saí do serviço (coisa de peão) passei por uma esquina que achei que meu carro fosse boiar. Estava alagando que é uma beleza, a água já estava batendo na porta do carro. Mais tarde vi no jornal que teve um ponto da cidade em que um carro ficou totalmente coberto pela água, dava pra ver só um pedaço do teto do carro. Aí eu te pergunto: e se fosse eu? Como é que um cadeirante sai do carro numa dessas? Tudo bem que aprendi a nadar sozinho, sempre me virei bem na água, mas na hora do aperto, com cinto, vai que a porta do carro não abre... Será que alguém vai mesmo tirar o infeliz de lá? Por via das dúvidas, já coloquei meu snorkel no porta-luvas do carro. Aqui em BH não tem utilidade mesmo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário