quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Licença poética


Acredito que todo mundo que acessa o blog deve estar acompanhando a novela Viver a Vida, afinal fala de nós, cadeirantes. Repararam na cadeira nova da Luciana? Não estou fazendo propaganda, mas é uma M3. O que me intriga é o seguinte: tetra consegue se equilibrar bem numa cadeira com encosto tão baixo? E sem apoio de braço? Eu mesmo demorei um pouco a me acostumar, e no início da lesão sei que seria inviável, pois eu não tinha movimentos no quadril e abdomen, não conseguia nem sentar na cama.
Mas o fato é que apontar defeitos na novela é relativo, pois em matéria de lesão medular cada caso é um caso e nada é impossível, e há ainda que se considerar a "licença poética", exageros e omissões que são cometidas em nome da arte. E na verdade acho que a Alinne Moraes está trabalhando muito bem, está reproduzindo com grande fidelidade os movimentos e jeito de um tetraplégico. A não ser algumas vezes em que ela mantém as costas totalmente retas, como no dia em que ela mudou de cadeira. Mas foi só um detalhe.
No capítulo de hoje também achei cedo demais ela conseguir tocar a cadeira sozinha. E sem os pinos que são recomendados para auxiliar os tetras. Mais uma vez acho que o autor usou licença poética, pois se a novela fosse mesmo acompanhar fielmente os avanços de lesados medulares, iria durar uns três anos. Mas temos mesmo é que ser gratos ao autor por abordar um tema tão importante e atual, que nos dá visibilidade e ajuda-nos a exigir cada vez mais nossos direitos. Só espero que não aconteça mais um "milagre" e ela se levante da cadeira feliz e saltitante...

3 comentários:

  1. Concordo com vc. Li num blog de um físioterapeuta um bocado de críticas à novela por causa desses detalhes pouco verossímeis. Nem comentei e nem voltei mais lá. É óbvio q novela é novela, e tem q dar um desconto. Não assisto todos os dias, mas estou atenta.
    Bjos na alma!

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  2. Amiguinho! Eu há muito tempo não vejo novela, eis que esses dias vi a fisio, transferindo a Aline Moreas, de uma cadeira pra outra, sozinha e com um paninho na bunda.
    Foi tão fácil que eu me senti uma debilóide fazendo força, pra ajudar minha mãe e vendo a força e o esforço que o Milton desprende em cada trasnferência.
    Definitivamente Novela não dá.bj

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  3. Só digo uma coisa que meu amigo deficiente visual diz "muitos assistem mais poucos entendem."

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