quarta-feira, 8 de julho de 2009

Ultrassom abdominal total


Mais um cuidado que os cadeirante devem ter, principalmente os lesados medulares, é a realização periódica (pelo menos uma vez por ano; eu faço de seis em seis meses) do ultrassom abdominal total. É semelhante ao realizado por grávidas (eu, pelo menos, não estou) e percorre toda a cavidade abdominal, com especial atenção aos rins, bexiga, pâncreas, apêndice e estômago.
Este exame não é só importante, é vital. Como a sensibilidade de quem tem lesão é pouca ou nula, se houver algum problema nos órgãos internos, como cálculo renal ou uma úlcera, ou ainda um apendicite mais grave, não haverá dor e pode causar até a morte, se não tratado a tempo.
Ajuda ainda para manter um controle sobre o aspecto e funcionamento da bexiga, que em nós lesados geralmente é neurogênica e tem contrações espásticas, o que pode causar espessamento da parede da bexiga e diminuir sua capacidade volumétrica.
Os cálculos renais são outro problema grave, se não retirados ou tratados em tempo podem causar a perda de um ou ambos os rins. Em pessoas normais, dificilmente uma pedra nos rins passa desapercebida, pois a cólica é muito forte e o diagnóstico é antecipado. Como não sentimos dor forte, a coisa pode piorar em pouco tempo. Mas há outros sintomas que aparecem, como febre e indisposição, e algumas vezes excesso de espasmos, que podem indicar algum problema interno. Na ocorrência destes, o melhor é procurar um médico, lembrando sempre de relatar o problema neurológico e a falta de sensibilidade.
Meu exame do segundo semestre foi excelente, graças a Deus, até mesmo um pequeno cálculo que foi detectado em janeiro sumiu, e os demais órgãos estão em perfeito estado. O negócio é prevenir sempre!

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