domingo, 19 de abril de 2009

Guia turístico voltado para deficientes


A primeira vez que fui viajar a lazer depois de ficar paraplégico, foi para ser padrinho de casamento de um grande amigo em Vitória. Imaginei que seria fácil conseguir um hotel com adaptação e me locomoveria com facilidade em taxis (feio isso heim) maiores, por se tratar de uma capital de estado. Qual foi minha surpresa ao procurar um hotel, após diversas buscas na internet e ligações, achei UM hotel mais próximo do casamento (mesmo assim era beeem longe).
Fiz a reserva, comprei as passagens aéreas e fui com minha namorada no sábado, dia do casamento. Chego ao aeroporto de Vitória, e lá vou eu buscar um táxi com bom porta-malas. Mais uma surpresa: só tinha carro pequeno, e o único com porta-malas decente era um corsa sedan. Me apertei pra conseguir entrar e ajustar minhas pernas, enquanto minha namorada e o taxista tentavam encaixar a cadeira e as malas lá atrás. Nada feito, malas e namorada no banco de trás.

O hotel era muito bom, na praia da penha, tinha um elevador bem grande e o quarto era excelente, com banheiro amplo e adaptado. Mas eis que no meio da tarde deu um 'apagão' no hotel e acabou a energia. Lá vou eu acionar tudo quanto é empregado do hotel pra me carregar escada a baixo. Fora o medo de cair, pois apesar de serem três caras, nunca fizeram isso. Mas acontece... e o hotel bem podia ter gerador. Fui dar uma volta pela cidade, apesar de já conhecê-la, mas minha namorada não. Tentei lembrar de alguma atração turística, mas tudo que me vinha à cabeça tinha escada ou ladeiras íngrimes (como o convento da Penha). Senti falta do meu notebook, pra buscar algum lugar e saber se é adaptado, ou um guia turístico.

Mas, como diz o caceta e planeta, seus problemas acabaram! Foi lançado recentemente o Guia Brasil Para Todos, escrito por Andrea Schwarz - cadeirante desde 1998 por uma malformação congênita na medula espinhal - Fonoaudióloga formada pela USP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), há dez anos atua na área de responsabilidade social, com foco na inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. E seu marido Jaques Haber, formado em Publicidade e Marketing, pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Nesta primeira edição do guia, com 320 páginas, é possível encontrar o que há de melhor para visitar em dez capitais brasileiras, sempre sob o ponto de vista de um viajante. O guia conta também com de dicas de viagem, além de trazer uma série de perguntas para servir de orientação ao deficiente sobre os serviços de acessibilidade oferecidos.
A versão on-line já está acessível, não deixe de acessar e por o pé na estrada (ou melhor, as rodas).

4 comentários:

  1. Bem humorado, esclarecedor!
    Gostei do Blog!
    Passarei por aqui outras vezes!
    Até...

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  2. Alessandro, OBRIGADA!!! Meu irmão também é cadeirante devido a um acidente de moto desde os 15 anos, hoje tem 27. Quero reunir a família toda para uma viagem à praia, já que no MT só tem rios e muitas cachoeiras e você me deu altas dicas com seus comentários no blog. Vou acessar sempre e recomedar! Obrigada MESMO!

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  3. OLA ALESSANDRO,
    VALEU A DICA, MEU MARIDO TEM SUA IDADE É TETRAPLEGICO DESDE 2003 TAMBEM ACIDENTE DE MOTO.
    CASAMOS HA UM ANO E CINCO MESES E AINDA NAO TIVEMOS UMA VIAGEM DE LUA DE MEL, MAS VAMOS TER RSRSRS
    DEUS TE ABENÇOE
    SUELI

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  4. O blog é ótimo,essas pessoas privilegiadas devem estar passando por várias dificuldades porque aqui é muito difícil ver um lugar preparado para receber um cadeirante.

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